Artista: Max Roach
Álbum: Jazz in Paris 096
Lançamento: 2002
Selo: Gitanes Jazz Produção
Gênero: Hard Bop, Post Bop
Depois do elegante Kenny Clarke e do versátil Max Roach – que estabeleceram as bases da bateria moderna nos anos do bebop, Art Blakey – que hoje estaria completando 100 anos se não tivesse no deixado repentinamente em 1990 – surgiu no cenário do hard bop como um verdadeiro furacão. Um dos bateristas mais completos na história do jazz, criou várias inovações técnicas que legiões de imitadores tentavam, mas não conseguiam tocar como ele. No início da carreira, porém, Blakey não queria saber da bateria, seu negócio era tocar piano. Começou tocando para mineiros na região de sua Pittsburgh natal e ganhava gorjetas tão generosas que formou uma banda de 14 figuras tocando de smoking num clube noturno. Certa noite, veio uma dupla de artistas de Nova York e Blakey empacou na parte do piano. Admitiu para os companheiros: “Ora, seus filhos da mãe, todos vocês sabem que eu não leio partitura!” Um garoto baixo e franzino saiu de um canto e pediu: “Deixem-me tentar”. Blakey conta que o menino arrasou. Era Erroll Garner, que também não sabia ler música, mas tocava de ouvido como ninguém. Blakey comenta: “Eu estava sempre ensinando ao nosso baterista, Skippy, como tocar o instrumento. Não tinha uma bateria, mas gostava da coisa. O dono do clube, sentado num canto, me chamou e disse: ‘Ei, Art, acho que o garoto (Erroll) devia tocar o piano e você a bateria”. Retruquei: “Escute aqui, cara, a banda é minha, não vai querer me ensinar o meu riscado, não é?” Ele respondeu: “Há quanto tempo está por aqui? Quer continuar, não quer?”. Ele tinha uma Magnum 350 enfiada no cinto. Eu disse: “Mas é claro que quero ficar!” Ele falou: “Então vai lá, seu babaca, e senta naquela bateria”. “Venho tocando bateria desde então. Uma simples questão de sobrevivência”.
Roberto Muggiati, em 11/10/2019
Contrabaixo – Bob Boswell
Bateria – Max Roach
Saxofone Tenor – Stanley Turrentine
Trombone – Julian Priester
Trompete – Tommy Turrentine
Gravado em 01 (1, 3, 4) e 02 (2, 5) de Março de 1960, em Paris.
Boa audição - Namastê
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