Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta Woody Herman. Ordenar por data Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta Woody Herman. Ordenar por data Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Sarah Vaughan & Woody Herman And His Orchestra – On The Radio: The 1963 'Live' Guard Sessions

Artista: Sarah Vaughan & Woody Herman
Lançamento: 2008
Selo: Acrobat Music
Gênero: Swing, Vocal, Bop, Big Band

No início dos anos 60, o governo americano teve a ideia de gravar instrumentistas e vocalistas de jazz para programas especiais destinados a recrutar jovens para a Guarda Nacional. Embora pareça intrigante que os adolescentes do sexo masculino da época fossem atraídos por nomes como Sarah Vaughan e Woody Herman, ambos ouvidos neste programa, a música é excelente. Os vocais de Vaughan estão límpidos o tempo todo, especialmente no tratamento exuberante de "On Green Dolphin Street" (com o clarinete de Herman ao fundo), junto com um de seus números mais solicitados, "Poor Butterfly". Os instrumentais de Herman incluem uma versão swing de "Muskrat Ramble", junto com números frequentemente solicitados como "At The Woodchoppers Ball" e "Four Brothers". Herman ainda arrisca um vocal (um passável "Martin Block - que continua apresentando quase todas as músicas com o comentário irritante "This is take one") e os claramente desconfortáveis ​​Vaughan e Herman. De qualquer forma, essa música mais do que compensa a tagarelice fútil.

Sax. Barítono – Frank Hittner, Gene Allen

Baixo – Chuck Andrus

Clarinete – Woody Herman

Bateria – Jake Hanna

Piano – Nat Pierce

Sax. Tenor – Bill Perkins, Bobby Jones, Gordon Brisker, Larry Cevelli, Sal Nistico

Trombone – Eddie Morgan, Henry Southall, Jack Gale, Phil Watson

Trompete – Bill Chase, Dave Gale, Gerry Leroy, Paul Fontaine, Ziggy Harrell

Vocais - Sarah Vaughan

Gravado do programa de rádio em 1963

Boa audição - Namastê

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Boxset: Born To Swing "100 Original Big Band Classics" Vol:04

Artista: VA
Lançamento: 1996
Selo: PLC da Castle Communications 
Gênero: Big Band, Swing


As músicas tocadas pelas big bands possui, geralmente, arranjos mais elaborados, muito frequentemente sendo previamente preparados e escritos em partituras. Ali, os solos e improvisações são executados nos momentos determinados no arranjo. É das Big Bands também que provém a expressão band leader, que é assim chamado o artista no qual influencia toda a banda, que se inspira e o segue, por exemplo: na linguagem e dinâmica ao interpretar certas frases da musica. Esse artista geralmente é o 1º trompetista. Dentre as maiores big bands estão, por exemplo, as dos artistas: Maynard Ferguson, Dizzy Gillespie, Count Basie, Duke Ellington, Glenn Miller, Benny Goodman, Frank Sinatra.

Arnold Jacob Arshawsky (1910-2004) conhecido como Artie Shaw foi clarinetista, compositor e bandleader. Famoso por clássicos como ‘Begin the Beguine‘, versão de Cole Porter gravada em 1938 e uma das gravações de definição da época e ‘Oh, Lady Be Good’. Em 1940, Shaw participou do filme ‘Second Chorus’, estrelado por Fred Astaire e Paulette Goddard, no papel dele mesmo, e recebeu duas indicações ao Oscar pela Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção (Love of My Life). Ele também foi autor de livros de ficção e não-ficção. Shaw foi um dos mais populares líderes de big bands dos anos 30 e 40. Musicalmente inquieto também foi um dos primeiros defensores da Third Stream, termo cunhado em 1957 pelo compositor Gunther Schuller para descrever um gênero musical que é a síntese de música clássica e jazz. Artie Shaw também algumas sessões com pequenos grupos que flertaram com be-bop antes de se aposentar da música em 1954.

Les Brown Sr. (1912-2001) foi líder de big band e compositor, mais conhecido por suas quase sete décadas de trabalho com o grupo ‘Les Brown and His Band of Renown’. Em 1945, a banda foi destaque com Doris Day e a gravação de ‘Sentimental Journey‘. O lançamento da canção coincidiu com o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa e se tornou tema oficial do regresso para casa para muitos veteranos.

Woodrow Charles Herman (1913-1987), conhecido como Woody Herman, foi clarinetista, saxofonista, cantor e bandleader. Liderando vários grupos chamados de ‘The Herd’, Herman foi um dos mais populares das décadas de 30 e 40. A sua primeira banda tornou-se conhecida por suas orquestrações de blues e às vezes era anunciada como ‘The Band That Plays The Blues’. Junto com a grande aclamação por suas apresentações de jazz e blues, Woody Herman encomendou uma série de composições clássicas para o compositor russo Igor Stravinsky, entre elas ‘Ebony Concerto’ para solo de clarinete. Ao longo da história do jazz, sempre houve músicos que procuraram combiná-lo com música clássica. ‘Ebony Concerto’ foi tocada ao vivo pela banda de Herman em 1946 no ‘Carnegie Hall’. Apesar do sucesso no ‘Carnegie Hall’ e outros triunfos, Herman foi obrigado a dissolver a orquestra em 1946, no auge de seu sucesso para passar mais tempo com a sua esposa com crescentes problemas com alcoolismo e dependência de comprimidos. Herman voltou em 1947 e continuou a se apresentar até 1980, após a morte de sua esposa e com sua saúde em declínio.

Thomas Wright Waller (1904-1943) mais conhecido como Fats Waller, foi pianista, organista, compositor e comediante. Foi um dos mais populares artistas de sua época, com sucesso comercial e de crítica, em seu país e na Europa. Ele era um talentoso pianista e mestre do stride piano. Leia +…

Charles Daly Barnet (1913-1991) foi saxofonista, compositor e bandleader. Embora tenha começado a sua carreira em 1933, estava no auge de sua popularidade entre 1939 e 1941, período em que gravou a sua versão do hit ‘Cherokee’. Admirador declarado de Count Basie e Duke Ellington que gravou a sua composição ‘In a Mizz’. Em 1949 ele se aposentou, aparentemente porque tinha perdido o interesse pela música e era um dos poucos herdeiros de uma família muito rica. Ocasionalmente voltou para breves apresentações, nunca em tempo integral. Em 1964, Barnet organizou uma festa privada para o seu herói musical, Duke Ellington e orquestra. Barnet morreu de complicações da doença de Alzheimer e pneumonia.

Edward Kennedy ‘Duke’ Ellington (1899-1974) foi compositor, pianista e líder de orquestra eternizado com a alcunha de ‘The Duke’. A música de Duke Ellington foi uma das maiores influências no jazz desde a década de 20 até à de 60. Ainda hoje suas obras têm influência apreciável e é, por isso, considerado o maior compositor de jazz americano de todos os tempos. Ellington tinha a preocupação de adaptar as suas composições de acordo com o talento dos músicos que compunham a sua orquestra, e muitos permaneceram ao lado dele durante décadas. Seu primeiro emprego, no entanto, não foi na música. Sua grande paixão antes do piano foi o baseball, e para poder ver seus ídolos, arrumou um emprego de vendedor de amendoim.

Boa audição - Namastê

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Boxset: Born To Swing "100 Original Big Band Classics" Vol.03

Artista: VA

Álbum: Born To Swing Vol.03

Lançamento: 1996

Selo: PLC da Castle Communications 

Gênero: Big Band, Swing


Uma big band consiste, basicamente, de 12 a 25 músicos e contém primordialmente 4 naipes de instrumentos: os saxofones (2 saxofones altos - 1°e 3° sax altos; 2 saxofones tenores - 2° e 4° sax tenores; e 1 saxofone barítono - 5° sax barítono. Ocasionalmente 1 ou 2 saxofones sopranos), os trompetes e trombones (3 trombones tenores e 1 trombone baixo), e a 'cozinha', é como é denominada nas big bands o naipe que executa predominantemente a base harmônica do grupo é formado de: guitarra, bateria, baixo ou contrabaixo, e piano. Algumas big bands usam um terceiro naipe em sua formação que a amplia na execução harmônica e também em alguns solos, o naipe de cordas, composto de: violino, viola, violoncelo, e contrabaixo. Algumas Big Bands podem ainda admitir outros instrumentos como flauta, clarinete e instrumentos de percussão que variam de uma banda a outra dependendo do estilo e arranjo musical. Os termos banda de jazz, orquestra de jazz e dance band, também são usados. As músicas tocadas pelas big bands possui, geralmente, arranjos mais elaborados, muito frequentemente sendo previamente preparados e escritos em partituras. Ali, os solos e improvisações são executados nos momentos determinados no arranjo. É das Big Bands também que provém a expressão band leader, que é assim chamado o artista no qual influencia toda a banda, que se inspira e o segue, por exemplo: na linguagem e dinâmica ao interpretar certas frases da música. Esse artista geralmente é o 1º trompetista.

Arnold Jacob Arshawsky (1910-2004) conhecido como Artie Shaw foi clarinetista, compositor e bandleader. Famoso por clássicos como ‘Begin the Beguine‘, versão de Cole Porter gravada em 1938 e uma das gravações de definição da época e ‘Oh, Lady Be Good’. Em 1940, Shaw participou do filme ‘Second Chorus’, estrelado por Fred Astaire e Paulette Goddard, no papel dele mesmo, e recebeu duas indicações ao Oscar pela Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção (Love of My Life). Ele também foi autor de livros de ficção e não-ficção. Shaw foi um dos mais populares líderes de big bands dos anos 30 e 40. Musicalmente inquieto também foi um dos primeiros defensores da Third Stream, termo cunhado em 1957 pelo compositor Gunther Schuller para descrever um gênero musical que é a síntese de música clássica e jazz. Artie Shaw também algumas sessões com pequenos grupos que flertaram com be-bop antes de se aposentar da música em 1954.

Les Brown Sr. (1912-2001) foi líder de big band e compositor, mais conhecido por suas quase sete décadas de trabalho com o grupo ‘Les Brown and His Band of Renown’. Em 1945, a banda foi destaque com Doris Day e a gravação de ‘Sentimental Journey‘. O lançamento da canção coincidiu com o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa e se tornou tema oficial do regresso para casa para muitos veteranos.

Woodrow Charles Herman (1913-1987), conhecido como Woody Herman, foi clarinetista, saxofonista, cantor e bandleader. Liderando vários grupos chamados de ‘The Herd’, Herman foi um dos mais populares das décadas de 30 e 40. A sua primeira banda tornou-se conhecida por suas orquestrações de blues e às vezes era anunciada como ‘The Band That Plays The Blues’. Junto com a grande aclamação por suas apresentações de jazz e blues, Woody Herman encomendou uma série de composições clássicas para o compositor russo Igor Stravinsky, entre elas ‘Ebony Concerto’ para solo de clarinete. Ao longo da história do jazz, sempre houve músicos que procuraram combiná-lo com música clássica. ‘Ebony Concerto’ foi tocada ao vivo pela banda de Herman em 1946 no ‘Carnegie Hall’. Apesar do sucesso no ‘Carnegie Hall’ e outros triunfos, Herman foi obrigado a dissolver a orquestra em 1946, no auge de seu sucesso para passar mais tempo com a sua esposa com crescentes problemas com alcoolismo e dependência de comprimidos. Herman voltou em 1947 e continuou a se apresentar até 1980, após a morte de sua esposa e com sua saúde em declínio.

Thomas Wright Waller (1904-1943) mais conhecido como Fats Waller, foi pianista, organista, compositor e comediante. Foi um dos mais populares artistas de sua época, com sucesso comercial e de crítica, em seu país e na Europa. Ele era um talentoso pianista e mestre do stride piano.

Charles Daly Barnet (1913-1991) foi saxofonista, compositor e bandleader. Embora tenha começado a sua carreira em 1933, estava no auge de sua popularidade entre 1939 e 1941, período em que gravou a sua versão do hit ‘Cherokee’. Admirador declarado de Count Basie e Duke Ellington que gravou a sua composição ‘In a Mizz’. Em 1949 ele se aposentou, aparentemente porque tinha perdido o interesse pela música e era um dos poucos herdeiros de uma família muito rica. Ocasionalmente voltou para breves apresentações, nunca em tempo integral. Em 1964, Barnet organizou uma festa privada para o seu herói musical, Duke Ellington e orquestra. Barnet morreu de complicações da doença de Alzheimer e pneumonia.

Edward Kennedy ‘Duke’ Ellington (1899-1974) foi compositor, pianista e líder de orquestra eternizado com a alcunha de ‘The Duke’. A música de Duke Ellington foi uma das maiores influências no jazz desde a década de 20 até à de 60. Ainda hoje suas obras têm influência apreciável e é, por isso, considerado o maior compositor de jazz americano de todos os tempos. Ellington tinha a preocupação de adaptar as suas composições de acordo com o talento dos músicos que compunham a sua orquestra, e muitos permaneceram ao lado dele durante décadas. Seu primeiro emprego, no entanto, não foi na música. Sua grande paixão antes do piano foi o baseball, e para poder ver seus ídolos, arrumou um emprego de vendedor de amendoim.


Boa audição - Namastê

domingo, 1 de março de 2020

2004 - Jazz Ballads 10 - Stan Getz





Artista: Stan Getz
Lançamento: 2004 
Selo: Membran Music
Gênero: Sax Tenor, Bossa Jazz
Stan Getz saxofonista tenor de jazz nascido como Gayetsky Stanley foi fortemente influenciado por Lester Young e tornou-se conhecido por seu tom leve e etérea abordagem ao tocar com os bandleaders Stan Kenton, Jimmy Dorsey, Benny Goodman e Woody Herman na década de 40. Com os sax-tenores Zoot Sims, Jimmy Giuffre e Herbie Steward que possuíam abordagem e sonoridade semelhantes foram apelidados de ‘The Four Brothers’ e contratados por Woody Herman. Stan Getz é colocado, por críticos, entre os cinco saxtenoristas revolucionários da história do jazz, os outros seriam Coleman Hawkins, Lester Young, Sonny Rollins e John Coltrane. Na década de 50 foi o tenorista máximo, e é um dos artífices do cool jazz. Respeitado pelos colegas, pelos críticos e pelo público ganhou o apelido de ‘The Sound’. Quando deixou a orquestra de Herman, Getz já possuía renome e passou a tocar como líder em pequenos conjuntos. Na década de 1960, foi o principal divulgador da bossa nova. Seu disco com João Gilberto foi um grande sucesso comercial e se tornou cult e vieram outros discos de música brasileira ao longo de décadas. Tocou com Chet Baker e Gerry Mulligan, como ele, expoentes do cool jazz, mas Getz não era apenas um músico cool assim como acontecia com Gerry Mulligan ele foi influenciado pelo bebop e também tocou com Dizzy Gillespie. Suas improvisações nos temas em andamento rápido são surpreendentes. Sua obra continuou a ser de improviso, expressiva, emocional e altamente melódica.
Boa audição - Namastê

terça-feira, 1 de novembro de 2022

# 094 - Blossom Dearie - The Pianist • Les Blue Stars (1954-1955)

Artista: Blossom Dearie

Álbum: Jazz in Paris 094

Lançamento: 2002

Selo: Gitanes Jazz Produção

Gênero: Vocal, Easy Listening


A americana Blossom Dearie (1924 – 2009) se tornou uma cantora e pianista de jazz que é impossível não a reconhecer no meio artístico. Com uma das vozes mais suaves e delicadas do seu estilo musical, Dearie teve uma carreira longa e promissora, tendo começado seu trabalho na Woody Herman Orchestra. Blossom se mudou para a França lá pelos anos 50, e formou o grupo vocal Blue Stars e a principal referência francesa da época era Edith Piaf. Ouvir as músicas de Piaf e depois as músicas francesas de Dearie é como entender onde criador e criatura se cruzam, apesar das vozes bem diferentes. Dearie era fã de Benny Goodman, um clarinetista de jazz, que tinha chamado a sua atenção ainda quando ela estava aprendendo sobre jazz e saindo das músicas clássicas. A música Sing, Sing, Sing pode dar um panorama sobre como ela se inspirou no que Goodman tocava. Talvez uma das músicas mais delicadas de Blossom Dearie, Tea For Two é a prova de que seu sucesso não foi à toa. Sua voz delicada abre um novo panorama em todo o cenário musical, não só do jazz. Profissionais diziam que Dearie tinha aquele tom de voz tão suave porque respirava errado, mas isso nunca a impediu de cantar e encantar qualquer público.

Alto Vocais (Contralto) – Blossom Dearie (faixas: 9 a 12), Nadine Young (faixas: 9 a 12)
Bass Vocals – Jean Mercadier (faixas: 9 a 12)
Contrabaixo – Herman Garst (faixas: 1 a 8)
Bateria – Bernard Planchenault (faixas: 1 a 8)
Piano – Blossom Dearie (faixas: 1 a 8)
Piano, Arranjo – Michel Legrand (faixas: 9)
Vocais Soprano (Primeiro) – Christiane Legrand (faixas: 9 a 12)
Vocais Soprano (Segunda) – Janine De Waleyne (faixas: 9 a 12)
Vocais Tenor (Segunda) – Christian Chevallier (faixas: 9 a 12)
Trompete, Barítono Vocal – Roger Guérin (faixas: 9 a 12)
Vibrafone, Vocais Tenor (Lead) – Fats Sadi (faixas: 9 a 12)


Faixas 01-08 gravadas em 1955 e Faixas 09-12 gravadas em novembro de 1954 em Paris. 


Boa audição - Namastê

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

# 107 - Stan Getz - Communications '72 (1971)


Artista: Stan Getz
Lançamento: 2007
Selo: Gitanes Jazz Produção
Gênero: West Coast, Big Band  


Stan Getz (1927-1991), estilista impecável e improvisador inspirado, possuía um timbre puro e uma fluidez inigualável no fraseado e é colocado entre os cinco saxtenoristas verdadeiramente revolucionários da história do jazz, os outros são Coleman Hawkins, Lester Young, Sonny Rollins e John Coltrane. Nos anos 50, Getz foi o tenorista máximo, e é um dos artífices do cool jazz. Posteriormente outros nomes vieram a assumir este status, mas Getz nunca deixou de ser grandemente respeitado pelos colegas, pelos críticos e pelo público. Tanto que seu apelido era ‘The Sound’. Stan Getz começou a trabalhar em 1947 na orquestra de Tommy de Carlo, e na companhia de outros três saxtenores, Zoot Sims, Jimmy Giuffre e Herbie Steward, que possuíam abordagem e sonoridade semelhantes. Embora raro, o conjunto de quatro solistas para o mesmo instrumento deu certo. O entrosamento era perfeito e os quatro foram apelidados de ‘The Four Brothers’. Woody Herman, sempre perspicaz na caça aos bons valores, contratou Stan Getz, Zoot Sims e Herbie Steward para sua orquestra; com o saxbarítono Serge Chaloff como o quarto ‘irmão’. Quando deixou a orquestra de Herman, em 1949, Getz já possuía renome e passou a tocar como líder em pequenos conjuntos. Nas décadas seguintes, Getz fez inúmeras turnês pela Europa, especialmente na Escandinávia, onde morou por alguns anos. Tocou junto com Chet Baker e Gerry Mulligan, como ele, expoentes do cool jazz. Mas, Getz não era apenas um músico cool. Assim como acontecia com Gerry Mulligan, e até em maior grau, ele foi influenciado pelo bebop, tocou inclusive com Dizzy Gillespie. E é ainda considerado, por muitos críticos, discípulo de Lester Young, no que se refere ao som e à articulação. Stan Getz teve uma relação sólida com a bossa nova: seu disco com João Gilberto foi um grande sucesso comercial nos anos 60 e se tornou cult. Ao longo de décadas a presença da música brasileira foi presença constante em seu repertório. Suas improvisações são de tirar o fôlego, seja pelo virtuosismo, seja pelas ideias surpreendentes.

Órgão – Eddy Louiss

Saxofone – Stan Getz

Vocais – Christiane Legrand

Arranjados – Michel Legrand


Gravado em novembro de 1971 em Paris

Boa audição - Namastê

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A primeira gravação de jazz

Pode-se dizer que o ragtime foi o embrião do jazz. A fusão entre a música vinda da África, por meio dos escravos que trabalhavam nas plantações de fumo e algodão, e os ritmos europeus como polca, música erudita e a marcha deu origem ao ragtime, que teve como principais expoentes os pianistas Tom Turpin, James Scott e, principalmente, Scott Joplin, autor do clássico “The Entertainer”. Oficialmente, a primeira gravação de jazz em registro aconteceu em 1917, com a original Dixieland Jazz Band, um conjunto formado por músicos brancos de Chicago. Mas foi a partir do pianista Jelly Roll Morton e da cantora Bessie Smith que o jazz começou sua verdadeira viagem. Seu primeiro grande expoente foi Louis Armstrong, que era trompetista da banda Creole Jazz Band, liderada por Joe King Oliver. Entre 1925 e 1928, após deixar Oliver, Armstrong entrou definitivamente para a história do jazz ao gravar com os grupos Hot Five e Hot Seven clássicos como “Yes I’m In The Barrel” e “Potato Head Blues”. Considerado o primeiro grande solista do jazz, Armstrong também foi um cantor carismático e com um estilo muito próprio de interpretar. Duke Ellington é considerado o Mozart do jazz. Seus arranjos sofisticados e sua orquestra de virtuosos foram as novidades, no meio dos anos 30, que regeram a era do swing. Junto a Ellington, outros band leaders fizeram história como Benny Goodman, Jimmy Dorsey, Artie Shaw, Woody Herman, Count Basie e Glenn Miller. No meio dos anos 40, uma revolução acontece no jazz. Nasce o bebop. Esse estilo tem como característica principal a vocalização do instrumento. Os solos pareciam frases cantadas. Muitas vezes conseguiam ser desorientadas e magistrais ao mesmo tempo. Seus precursores foram o saxofonista Charlie “Bird” Parker , o trompetista Dizzy Gillespie e o pianista Thelonius Monk. Nessa época, os croones e cantoras ajudaram a reerguer as big-bands, que estavam em franco declínio. Intérpretes como Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan e Frank Sinatra levavam milhares de fãs aos teatros para ouvirem obras de Ellington, Cole Porter e dos irmãos Gershwin. Quanto tudo parecia calmo, um trompetista discreto aparece, era Miles Davis. Junto a outro gênio, o saxofonista John Coltrane, Davis cria o que ficou rotulado de cool jazz, algo mais tranqüilo e requintado que o bebop. Já no início do anos 60, uma nova revolução acontece, o free jazz aparece capitaneado por Ornette Coleman. O estilo gera amor e ódio. Como o nome diz, o jazz era tocado sem fronteiras e regras. As músicas tinham arranjos e escalas completamente insanos. Durante o início dos anos 70, Miles Davis volta à cena e começa um casamento com o rock, criando o jazz fusion. Aa seu lado, outros expoentes como o pianista Chick Corea e o guitarrista John Mclaughlin, à frente da Mahavishnu Orchestra, “subvertem” o jazz e conseguem atrair novos ouvintes. No início dos anos 80, um movimento denominado young lions (jovens leões) trouxe uma nova vida ao jazz. Liderado pelo trompetista Wynton Marsalis, jovens músicos recém-saídos das escolas foram responsáveis pela retomada do jazz tradicional. Mesmo com uma qualidade musical indiscutível, Marsalis e sua turma – Terence Blanchard, Branford Marsalis, James Carter, Marcus Roberts e Joshua Redman - foram acusados por vários críticos por serem responsáveis pela pouca inventividade do jazz atual. Apenas no fim dos anos 80 é que uma nova influência é somada ao jazz. Mais uma vez cabe a Miles Davis ser o precursor. Com o lançamento do disco póstumo Doo-bop, o trompetista criou o que mais tarde foi chamado de acid jazz. A mistura de jazz, rap e dance é um estilo que “ajuda” o jazz a se renovar e ficar mais acessível. Dentro desta vertente destacam-se os grupos ingleses Incognito, Jamiroquai, Brand New Heavies e US3 e os norte-americanos do Count Basic, James Taylor Quartet e Brooklyn Funk Essentials. Assim como aconteceu ao logo do século XX, o jazz continuou sua mutação no início deste século. Uma nova geração de cabeça aberta para experimentações tem adicionado elementos do rap, rock, erudito e música eletrônica ao jazz. Para os críticos, músicos como Brad Mehldau, Erik Truffaz, Greg Osby, The Bad Plus, Dave Douglas e Jason Moran estão revigorando o jazz e criando uma nova e longa jornada para ser percorrida nos próximos anos. Ao mesmo tempo em que Mehldau e companhia mostram que ainda há um infinito ilimitado para o jazz, um outro grupo de músicos cria o que foi rotulado de nu jazz ou electro-jazz, que traz a mistura entre o ritmo e música eletrônica. Similar ao acid jazz, o novo gênero se aproveita de toda a tecnologia atual para injetar vida nova ao jazz. Entre seus expoentes estão os franceses Metropolitan Jazz Affair, Rubin Steiner e St. Germain e os ingleses Cinematic Orchestra e Matthew Herbert. Correndo por fora de todo esse movimento está o smooth jazz, que é um fusion mais acessível. Para os puristas, esse tipo de jazz é um desrespeito à música secular. O jazz suave é realmente menos atraente aos ouvidos, mas conquistou seu espaço por duas razões. A primeira porque é uma música de qualidade e depois porque os músicos que as interpretam são competentes. Quase todos já trabalharam com nomes do chamado alto escalão do jazz. No jazz contemporâneo, ele também é conhecido assim, o destaque fica para os pianistas Dave Grusin, Bob James e David Benoit, os guitarristas Lee Ritenour, Larry Carlton e Russ Freeman, os violonistas Earl Klugh e Peter White e os saxofonistas David Sanborn e Boney James. Para terminar, é importante salientar a presença dos jazzistas europeus no desenvolvimento deste ritmo nas últimas cinco décadas. Apesar de ter nascido nos Estados Unidos, o jazz está presente no velho continente. Não apenas por causa dos grandes festivais que acontecem anualmente por lá, como o Montreux (Suíça), o North Sea (Holanda) e o Umbria (Itália), mas também por músicos formidáveis que escreveram ou escrevem seus nomes na história do jazz como o arranjador e compositor alemão Claus Ogerman, o baixista dinamarquês Niels-Henning Pederson, o violinista francês Stephanne Grapelli, o guitarrista belga Django Reinhardt, o tecladista austríaco Joe Zawinul, o trompetista polonês Tomasz Stanki e os novatos Paulo Fresu (Itália), Erik Truffaz (França), Jamie Cullum (Inglaterra), Jacky Terrasson (Alemanha), Stefano Bollani (Itália), Courtney Pine (Inglaterra), Francesco Cafiso (Itália), Jean-Michel Pilc (França), Gianluca Petrella (Itália) e o trio E.S.T (Suécia).
Boa Leitura - Namastê.



sábado, 9 de julho de 2022

# 048 - Modern Jazz At Saint-Germain-des-Pres (1954)

 

Artista: Bernard Peiffer & Bernard Zacharias

Álbum: Jazz in Paris 048

Lançamento: 2000

Selo: Gitanes Jazz Produção

Gênero: Easy Listening, Swing

A partir da década de 1920, as Big Bands tocavam uma forma de improvisação de jazz que incluía uma seção de cordas com violinos, que foi abandonado após a introdução do swing em 1935. No final da década de 1920, uma nova forma surgiu em que mais espaço foi dado ao improviso e ganhou popularidade na forma de dance jazz e eram destinadas a um público urbano limitado. Os três centros importantes neste desenvolvimento foram Nova York, Chicago e Kansas City. Muitas Big Bands tornaram-se um veículo para o estrelato de instrumentistas, como Louis Armstrong. E outras bandas tinham destacados instrumentistas como líderes, cujos sons dominavam, como o clarinete de Benny Goodman, Artie Shaw e Woody Herman, o trombone de Jack Teagarden, o trompete de Harry James, a bateria de Gene Krupa, e as vibrafone de Lionel Hampton. E a popularidade de muitas bandas foi amplificada por vocalistas que eram estrelas, como Frank Sinatra com Tommy Dorsey; Helen O’Connell e Bob Eberly com Jimmy Dorsey; Ella Fitzgerald com Chick Webb; Billie Holiday e Jimmy Rushing com Count Basie; Dick Haymes e Helen Forrest com Harry James; Doris Day com Les Brown; Toni Arden e Ken Curtis com Shep Fields e Peggy Lee com Benny Goodman. As rádios em todo o país começaram a transmissão dos clubes de jazz durante as décadas de 30 a 50. O rádio foi um fator importante na obtenção de fama, como Benny Goodman, que ficou conhecido como o ‘Rei do Swing’. Em breve, outros o desafiaram, e ‘as batalhas das bandas’ tornaram-se um espetáculo. As Big Bands também começaram a aparecer no cinema em 1930 até a década de 60. Filmes biográficos de Glenn Miller, Gene Krupa, Benny Goodman e outros foram feitos na década de 50, como tributo nostálgico aos anos de glória das Big Bands. A essa altura, as Big Bands foram uma força dominante no jazz que a geração mais velha descobriu e teve que se adaptar a elas ou simplesmente se aposentar pela falta de mercado para gravações de pequenos grupos já que devido à depressão as gravadoras relutavam em assumir riscos. Alguns músicos como Louis Armstrong e Earl Hines formaram suas próprias bandas, enquanto outros, como Jelly Roll Morton e Oliver King, caíram no esquecimento. Os principais afro-americanos líderes de bandas na década de 30 além das lideradas por Ellington, Hines e Calloway, foram Jimmie Lunceford, Chick Webb e Count Basie. As bandas ‘brancas’ de Benny Goodman, Artie Shaw, Tommy Dorsey, Shep Fields e, posteriormente, Glenn Miller eclipsaram as aspirações em termos de popularidade das bandas ‘negras’. Adolescentes brancos e adultos jovens foram os principais fãs das Big Bands no final de 1930 e início dos anos 40. Eles dançavam e assistiam os shows ao vivo sempre que podiam. Para as bandas era extenuante chegar aos seus fãs em todos os lugares. As condições de deslocamento e alojamento eram difíceis, devido à segregação na maior parte dos Estados Unidos, e os integrantes tinham que se apresentar com sono e pouca comida, além dos salários baixos. Os vícios eram comuns, além dos problemas pessoais e da discórdia entre os componentes que afetavam o grupo. E os principais solistas eram muitas vezes atraídos por melhores contratos. Sem contar com as apresentações que muitas vezes eram em coretos muito pequenos, inadequados e com pianos desafinados. E os bandleaders de sucesso tinham que lidar com esses perigos para manter a sua banda coesa, alguns com disciplina rígida como Glenn Miller, outros com uma psicologia sagaz como Duke Ellington. As Big Bands desempenharam um papel importante durante a Segunda Guerra Mundial e muitos membros das bandas serviram nas forças armadas e viajaram como Glenn Miller que perdeu a vida numa destas viagens entre um show e outro para as tropas de soldados. Outras bandas também sofreram com a perda de pessoal e a qualidade caiu durante os anos de guerra. Até o final da guerra a situação se agravou, o swing foi dando lugar a músicas menos dançantes, incluindo o bebop. E muitas bandas quebraram. A partir de 1945, o jazz evoluiu e se expandiu em novas direções, e entre os anos de 50 e 70, outros artistas se destacaram. Bandas modernas a tocar todos os estilos de jazz como as lideradas pelo arranjador Gil Evans, o saxofonista John Coltrane e o baixista Jaco Pastorius apresentaram ‘cool jazz’, ‘free jazz’ e ‘jazz fusion’. No final de 1990, o swing voltou aos EUA e muitos jovens se interessaram pelos estilos das Big Bands. A ‘Jazz at Lincoln Center Orchestra’ com Wynton Marsalis é a orquestra que atualmente em turnês internacionais promove o som de Big Band.

Bass Clarinet – Michel de Villers (tracks: 9 to 16)

Double Bass – Guy Pedersen (tracks: 9 to 16), Jean-Marie Ingrand (tracks: 1 to 8)

Drums – Jacques David (tracks: 9 to 16), Jean-Baptiste "Mac Kac" Reilles (tracks: 1 to 8)

Flugelhorn – Roger Guérin (tracks: 9 to 16)

French Horn – Robert Casier (tracks: 9 to 16)

Piano – Bernard Peiffer (tracks: 1 to 8)

Piano, Celesta – Jules Dupont (tracks: 9 to 16)

Tenor Saxophone – Bib Monville (tracks: 1 to 8), Bobby Jaspar (tracks: 1 to 8), Jean-Claude Fohrenbach (tracks: 9 to 16)

Trombone – Bernard Zacharias (tracks: 9 to 16)

Trumpet, Euphonium [Baritone Saxhorn] – Roger Guérin (tracks: 1 to 8)


Gravado em 14 de janeiro de 1954 no estúdio Magellan, Paris (1-8) e simplesmente em Paris, 1954 (9-16)


Boa audição - Namastê

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

2006 - Best Jazz 100 - VA

Artista: VA
Titulo: Best Jazz 100
Lançamento: September 4, 2006
Selo: EMI Europe Generic
Genero: Jazz Collections

CD 1: Classic Jazz Vocals

01. I Left My Heart In San Francisco – Julie London
02. Something Cool – June Christy
03. My Funny Valentine – Chet Baker
04. Misty Blue – Ella Fitzgerald
05. Darn That Dream – Nancy Wilson
06. Autumn In New York – Jo Stafford
07. April In Paris – Dinah Shore
08. Do Nothing Till You Here From Me – Abbey Lincoln
09. Day In – Day Out – Mark Murphy
10. It Had To Be You – Dinah Shore
11. Angel Eyes – Jack Jones
12. The Man I Love – Carmen McRae
13. It Don’t Mean A Thing – Annie Ross
14. Here’s That Rainy Day – Sue Raney
15. Stars Fell On Alabama – Jack Teagarden
16. Blue Moon – Billie Holiday
17. A Foggy Day – Dakota Staton
18. Exactly Like You – Dianne Reeves
19. I Ain’t Got Nothin’ But The Blues – Lou Rawls
20. Something To Live For – Lena Horne

CD 2: Swing Classics In Hi-fi


01. For Dancers Only – Billy May And His Orchestra
02. Stompin’ At The Savoy – Benny Goodman & His Orchestra
03. Leap Frog – Les Brown And His Orchestra
04. Satin Doll – Duke Ellington And His Orchestra
05. Let’s Dance – Benny Goodman And His Orchestra
06. T’Ain’t What You Do – Billy May And His Orchestra
07. Opus No. 1 – Glen Grey And The Casa Loma Orchestra
08. Intermission Riff – Stan Kenton And His Orchestra
09. Sleep – Woody Herman And His Orchestra
10. Jumpin’ At The Woodside – Benny Goodman & His Orchestra
11. Harlem Air Shaft – Duke Ellington And His Orchestra
12. I’m Beginning To See The Light – Harry James And His Orchestra
13. A Good Man Is Hard To Find – Les Brown And His Orchestra
14. Annie Laurie – Billy May And His Orchestra
15. The Peanut Vendor – Stan Kenton And His Orchestra
16. Come And Get It – Glen Gray And The Casa Loma Orchestra
17. Margie – Billy May And His Orchestra
18. I’ve Got My Love To Keep Me – Les Brown And His Orchestra
19. Apollo Jumps – Glen Gray And The Casa Loma Orchestra
20. Sing, Sing Sing - Benny Goodman And His Orchestra

CD 3: Latin Jazz

01. Machito – Stan Kenton And His Orchestra
02. Jahberu – Tadd Dameron
03.T in Tin Deo – James Moody & Chano Pozo
04. Basheer’s Dream – Kenny Dorham
05. Congalegra – Horace Parlan
06. Mambo Inn – Grant Green
07. Paco – Gerald Wilson
08. Agua Dulce – The Jazz Crusaders
09. Favela – Clare Fischer (3:46)
10. I’m On My Way – Candido
11. Oye Como Va – Bobby Hutcherson
12. Caravan - Chucho Valdes
13. Contagio – Gonzalo Rubalcaba
14. Dance Of Denial – Ray Barretto
15. The Time Is Now – Eliane Elias

CD 4: Relaxing Jazz


01. At Last – Lou Rawls & Dianne Reeves
02. Makin’ Whoopee – The Three Sounds
03. Namely You – Sonny Rollins
04. Time After Time – Cassandra Wilson
05. Infant Eyes – Wayne Shorter
06. In The Winelight – Kurt Elling (6:44)
07. Cantaloupe Island – Herbie Hancock
08. More Than This – Charlie Hunter & Norah Jones
09. Beatrice – Joe Henderson
10. Lazy Afternoon – Jackie Allen
11. I’ve Got The World On A String – Joe Lovano
12. Make It Go Away - Holly Cole
13. Déjà Vu – Stefon Harris & Jacky Terrasson
14. Don’t Worry Be Happy – Bobby McFerrin

CD 5: Jazz Ballads

01. Someone To Watch Over Me – Coleman Hawkins
02. Easy Living – Clifford Brown
03. It Never Entered My Mind – Miles Davis
04. Violets For Your Furs – Jutta Hipp & Zoot Sims
05. Moonglow – Benny Goodman
06. Like Someone In Love – George Shearing
07. Stairway To The Stars – Bill Evans & Jim Hall
08. Dancing In The Dark – Cannonball Adderley
09. I’m A Fool To Want You – Dexter Gordon
10. Yesterdays – Stan Kenton and his Orchestra
11. The Good Life – Hank Mobley
12. God Bless The Child – Stanley Turrentine
13. Nature Boy - Ike Quebec
14. Spring Can Really Hang You Up The Most – Zoot Sims
15. Laura – Joe Lovano

CD 6: Legends of Jazz

01. Boogie Woogie Stomp – Albert Ammons
02. Summertime – Sidney Bechet
03. Chicago Flyer – Meade Lux Lewis
04. Profoundly Blue – Edmond Hall’s Celeste Quartet
05. Topsy – Ike Quebec
06. Blues For Clarinets – Jimmy Hamilton & The Duke’s Men
07. Lop-Pow – Babs Gonzales’ Three Bips And a Bop
08. Our Delight – Tedd Dameron
09. Boperation – Howard McGhee & Fats Navarro
10. ‘Round Midnight – Thelonious Monk
11. Bouncing With Bud – Bud Powell
12. Born To Be Blue – Wynton Kelly
13. Bags’ Groove – Milt Jackson
14. Safari – Horace Silver
15. Carvin’ The Rock – Lou Donaldson & Clifford Brown
16. Lady Sings The Blues – Herbie Nichols

Boa audição - Namaste

sexta-feira, 22 de abril de 2022

# 025 - Zoot Sims Et Henri Renaud (1952-1956)


Artista: Zoot Sims / Henri Renaud
Lançamento: 2000
Selo: Gitanes Jazz Produção
Gênero: Hard Bop, Bop

Zoot Sims (1925 – 1985) foi saxofonista, tocando principalmente o tenor e o soprano. John Haley ‘Zoot’ Sims nasceu em Inglewood, Califórnia, filho de artistas do vaudeville. Seu pai era dançarino e Sims se orgulhava de lembrar muitos dos passos que seu pai lhe ensinou. Inicialmente, Sims aprendeu a tocar clarinete. Seguindo os passos de Lester Young, foi um saxofonista tenor inovador. Ao longo de sua carreira, tocou com bandas de renome, incluindo a de Benny Goodman, Artie Shaw, Stan Kenton e Buddy Rich. Sims também foi um dos ‘Brothers Four’ de Woody Herman. Ele era conhecido, entre seus pares, como um dos mais fortes swingers. Muitas vezes excursionou com seus próprios combos e às vezes com o sexteto do seu amigo Gerry Mulligan e mais tarde com a ‘Band Mulligan Concert Jazz’. Na década de 50 e 60, Sims teve uma longa e bem sucedida parceria como co-líder no quinteto do saxofonista, arranjador e compositor Al Cohn, que registrou com o nome ‘Al e Zoot’. Um dos favoritos quintetos no ‘The Half Note’ de New York, um clube conhecido por apresentar músicos de jazz na década de 50 e 60, e custear suas despesas com transmissões de rádio ao vivo nas noites de sexta-feira. ‘Zoot’ Sims gostava do sax tenor, mas também gostava de tocar o alto e no final de sua carreira, acrescentou o saxofone soprano em suas apresentações. Sims adquiriu o apelido de ‘Zoot’ no início de sua carreira, enquanto estava na banda de Kenny Baker, na Califórnia. O apelido mais tarde foi usado para o saxofonista dos Muppets, um universo ficcional cujos personagens-título, criados por Jim Henson, podiam ser animais, humanóides, monstros, extraterrestres ou criaturas inventadas.

Tenor and Soprano - Zoot Sims  (1,2,3,4)
Alto Saxophone – Philippe Benson (faixas: 5, 7, 8, 10)
Baritone Saxophone – Jean-Louis Chautemps (faixas: 5, 7, 8, 10)
Double Bass – Benoît Quersin* (faixas: 5, 7 to 10), Eddie De Hass* (faixas: 1 to 4)
Drums – Charles Saudrais (faixas: 1 to 4), Jean-Louis Viale (faixas: 6, 9), Pierre Lemarchand (faixas: 5, 7, 8, 10)
Guitar – Jimmy Gourley (faixas: 5, 7 to 10)
Piano – Bernard Peiffer (faixas: 6), Henri Renaud (faixas: 1 to 5, 7 to 10)
Tenor Saxophone – André Ross (faixas: 5, 7, 8, 10), Sandy Mosse (faixas: 5, 7, 8, 10), Zoot Sims (faixas: 1 to 4)
Trombone – Nat Peck (faixas: 5, 7, 8, 10)
Trumpet – Jean Liesse (faixas: 5, 7, 8, 10), Jon Eardley (faixas: 1 to 4)
Vibraphone – Fats Sadi (faixas: 5, 7 to 10)
Recorded in Paris on March 15, 1956 (1-4) and at "the Bœuf sur le toit" (Paris) on February 15, 1952 (5-10).

 Boa audição - Namastê

quinta-feira, 28 de julho de 2022

# 054 - Clarinette A Saint-Germain-des-Pres - VA (1956-1957)

Artista: Hubert Rostaing & Maurice Meunier

Álbum: Jazz in Paris 054

Lançamento: 2001

Selo: Gitanes Jazz Produção

Gênero: Bop , Hard Bop



 Existem dois períodos distintos na história das bandas populares. A partir da década de 1920, as Big Bands tocavam uma forma de improvisação de jazz que incluía uma seção de cordas com violinos, que foi abandonado após a introdução do swing em 1935. No final da década de 1920, uma nova forma surgiu em que mais espaço foi dado ao improviso e ganhou popularidade na forma de dance jazz e eram destinadas a um público urbano limitado. Os três centros importantes neste desenvolvimento foram Nova York, Chicago e Kansas City. Muitas Big Bands tornaram-se um veículo para o estrelato de instrumentistas, como Louis Armstrong. E outras bandas tinham destacados instrumentistas como líderes, cujos sons dominavam, como o clarinete de Benny Goodman, Artie Shaw e Woody Herman, o trombone de Jack Teagarden, o trompete de Harry James, a bateria de Gene Krupa, e as vibrafone de Lionel Hampton. E a popularidade de muitas bandas foi amplificada por vocalistas que eram estrelas, como Frank Sinatra com Tommy Dorsey; Helen O’Connell e Bob Eberly com Jimmy Dorsey; Ella Fitzgerald com Chick Webb; Billie Holiday e Jimmy Rushing com Count Basie; Dick Haymes e Helen Forrest com Harry James; Doris Day com Les Brown; Toni Arden e Ken Curtis com Shep Fields e Peggy Lee com Benny Goodman.

Baritone Saxophone – William Boucaya (faixas: 14, 17, 21, 23)
Clarinet – Hubert Rostaing (faixas: 1 to 12)
Clarinet, Alto Saxophone – Maurice Meunier (faixas: 13 to 24)
Double Bass – Alf Masselier* (faixas: 1 to 12), Pierre Michelot (faixas: 13 to 24)
Drums – Christian Garros (faixas: 14, 17, 21, 23), Jean-Louis Viale (faixas: 13, 15, 16, 18 to 20, 22, 24), Roger Paraboschi (faixas: 1 to 12)
Piano – Martial Solal (faixas: 1 to 12), Raymond Fol (faixas: 14, 17, 21, 23), René Urtreger (faixas: 13, 15, 16, 18 to 20, 22, 24)
Trombone – Charles Verstraete (faixas: 5, 10, 12), Nat Peck (faixas: 5, 10, 12)
Trumpet – Fernand Verstraete (faixas: 5, 10, 12)
Vibraphone – Michel Hausser ( faixas: 1 a 12 )

NOTAS
Gravado em maio de 1957 no estúdio Pathé-Magellan, Paris (1-12).
Gravado em Paris em 11 de janeiro de 1956 (14, 17, 21, 23).
Gravado em Paris em 20 de fevereiro de 1956 (13, 15, 16, 18-20, 22, 24).
Reedição do Véga LP 30 787 (1-12).
Reedição do Barclay LP 84 025 (13-24).

Boa audição - Namastê

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

# 062 - Lou Bennett - Pentacostal Feeling (1966)

Artista: Lou Bennett
Lançamento: 2001
Selo: Gitanes Jazz Produção
Gênero: Big Band

Existem dois períodos distintos na história das bandas populares. A partir da década de 1920, as Big Bands tocavam uma forma de improvisação de jazz que incluía uma seção de cordas com violinos, que foi abandonado após a introdução do swing em 1935. No final da década de 1920, uma nova forma surgiu em que mais espaço foi dado ao improviso e ganhou popularidade na forma de dance jazz e eram destinadas a um público urbano limitado. Os três centros importantes neste desenvolvimento foram Nova York, Chicago e Kansas City. Muitas Big Bands tornaram-se um veículo para o estrelato de instrumentistas, como Louis Armstrong. E outras bandas tinham destacados instrumentistas como líderes, cujos sons dominavam, como o clarinete de Benny Goodman, Artie Shaw e Woody Herman, o trombone de Jack Teagarden, o trompete de Harry James, a bateria de Gene Krupa, e as vibrafone de Lionel Hampton. E a popularidade de muitas bandas foi amplificada por vocalistas que eram estrelas, como Frank Sinatra com Tommy Dorsey; Helen O’Connell e Bob Eberly com Jimmy Dorsey; Ella Fitzgerald com Chick Webb; Billie Holiday e Jimmy Rushing com Count Basie; Dick Haymes e Helen Forrest com Harry James; Doris Day com Les Brown; Toni Arden e Ken Curtis com Shep Fields e Peggy Lee com Benny Goodman.

Bateria – Kenny Clarke (& The Paris All Star faixas 1,2,3)

Guitarra – René Thomas

Órgão – Lou Bennett 

Trompete, arranjado por – Donald Byrd

Gravado em janeiro (faixas 4, 6, 7) e março (faixas 1, 2, 3, 5), 1966 em Paris.

Boa audição - Namatê

terça-feira, 7 de abril de 2009

1961 - Charley Byrd - At The Village Vanguard

Charlie Byrd nasceu em em 16 de setembro de 1925 - Chuckatuck, Virginia, dentro de uma família de musicos, experimentando sua primeira grande emoção na França durante a guerra, ao tocar com seu ídolo Django Reinhardt. Depois de tocar com Sol Yaged, Joe Marsala e Freddie Slack no pós-guerra, temporariamente abandonou o jazz para estudar guitarra clássica com Sophocles Papas em 1950 e com Andrés Segovia em 1954. Retornou no final dos anos 50, tocando na região da capital Washington com alguns grupos, mesclando jazz com clássico. Retornou às gravações pelo selo Savoy, como líder em 1957 e tocando com a banda de Woody Herman durante os anos de 1958-59. Uma viagem à América do Sul, sob os auspícios do Departamento de Estado americano em 1961, mergulhou Byrd no movimento da bossa nova. Ao retornar a Washington, mostrou algumas gravações da bossa nova para o então saxofonista e amigo Stan Getz, que convenceu o diretor da Verve, Creed Taylor, a gravar um álbum de música brasileira com a presença de Byrd. “Jazz Samba” se tornou um sucesso em 1962 pela força da música "Desafinado" de Jobim, introduzindo a onda da bossa nova na América do Norte. Graças à bossa nova, vários discos para a Riverside se seguiram, e pouco tempo depois, Byrd assinou com a Columbia, realizando obras mais comerciais e e di cunho digestivo, voltada para o grande público. Em 1973, forma o grupo “Great Guitars” com Herb Ellis e Barney Kessel, escrevendo um manual de instrução para guitarra que se tornou bastante usado durante a década. A partir de 1974, Byrd gravou para o selo Concord Jazz uma grande variedade de álbuns, incluindo as sessões com Laurindo Almeida e Bud Shank. Morreu aos 74 anos de câncer, em sua casa em Annapolis, Maryland, no dia 03 de dezembro de 1999. Charlie Byrd tem duas notáveis contribuições à música: primeiro ao aplicar técnicas de guitarra acústica ao jazz e música popular e a segunda ao introduzir a música brasileira para o público norte-americano. Fonte: Clube do Jazz.
At The Village Vanguard foi gravado ao vivo no palco do clube Village Vanguard.

Faixas:
01- Just Squeeze Me
02 - Why Was I Born?
03 - You Stepped Out of A Dream
04 - Fantasia on Which Side Are You On?

Musicos:
Charlie Byrd - Guitarra
Keter Betts - Baixo Acustico
Buddy Deppenschmidt - Bateria

Download Here - Click Aqui
Boa audição - Namastê.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Presa - Parte 1/3

Ainda que nos anos 30, Billie pudesse decorar todas as palavras de uma canção após havê-las escutados somente duas vezes, já não é mais este o caso em 1946. No decorrer das gravações na Decca, Milt Gabler se da conta de que Billie esta tendo dificuldades para aprender novas canções e de que as sessões de gravações, desse modo, se tornam problemáticas. Não somente Billie continua chegando tarde com também precisa ensaiar muitas vezes um número novo, antes de poder interpreta-lo com a sua habitual qualidade vocal. E ainda precisa ter uma garrafa de conhaque ao alcance das mãos – “Para adoçar a garganta”, diz ela. As horas simplesmente se tornam moeda corrente. O orçamento raramente é respeitado. Certas vezes as gravações têm até mesmo de ser interrompidas, porque Bille não esta se sentindo bem. Ela desaparece no banheiro enquanto todos os músicos esperam, as horas passam e o diretor musical arranca os cabelos. Os rumores aumentam. Entre 1945 e 46 ela registra treze peças para a Decca. Lover Man e Don’t Explain, do mesmo modo que That Old Devil Called Love e Good Morning Heartche são escritas para ela por Irene Wilson e se tornarão momentos memoráveis. O sucesso de Lover Man, caracterizado pelo acompanhamento de um grande conjunto, retirou-a do circulo dos clubes e a conduziu logicamente para as salas de espetáculos. Em fevereiro de 1946 ela canta no salão nobre da prefeitura de Nova York, uma imensa sala, cheia a ponto de estourar. É a primeira vez que ela se apresenta como solista. A imprensa o qualifica com um grande evento. Um show inteiro baseado em uma única artista é coisa raríssima. Ainda que uma parte do palco tenha sido separada para cadeiras, isso não é suficiente para acolher todos os que se apresentam nas portas. Um milhar de fãs permaneceu de fora. É uma noite inesquecível em que Billie, com sua capacidade de reagir perante as grandes ocasiões, demonstrou um grande profissionalismo e deixa florar todo o seu talento. A crítica musical lhe presta homenagem e a maior parte dos jornais diários celebra o acontecimento. Acompanhada pelo quinteto de Joe Guy, Billie interpreta dezoito canções, entre as quais suas próprias composições: Fine and Mellow, Billie´s Blues, Don’t Explain e God Bless the Child. Sem contar com Strange Frutt, são essas canções inextricavelmente ligadas á sua personalidade forte. Sempre que Billie canta, transmite o sentimento de que esta se entregando. Sua voz permanece interior, uma pequena voz íntima que só se dirige a ela ainda que esteja no meio de duas mil pessoas. Quando Ella Frizgerald canta que seu homem partiu, a gente pensa que ele foi até a esquina comprar cigarros; quando é Billie, todos compreendem que ele nunca mas voltará. O sucesso obtido no Town Hall a leva a apresentar-se em outras grandes salas de espetáculos: Eaton Hall, Apollo e duas vezes em abril e maio no Carnegie Hall a pedido de Norman Granz que esta lançando agora em Nova York sai serie de espetáculos Jazz at the Philharmonic. Acompanhada entre outros, por Coleman Hawkins e Buck Clayton, ela reencontra seu querido Lester Young que teve más experiências durante a guerra. Julgado por insubordinação por um tribunal militar passou muitos meses em um campo disciplinar, um acontecimento que despedaçou sei espírito. Mas nem por isso sei talento diminuiu. Norman Granz o leva a participar de suas famosas turnês em companhia dos melhores instrumentistas. Uma noite no Downbeat Club, Billie encontra um jovem baterista branco, Roy Harte (Roy “The Kidd” Harte, 1924-2003) que esta substituindo o percussionista titular. Ao cabo de três semanas, eles se envolvem. Será ele que a fará descobrir uma nova droga sintetizada na Suíça em 1943: o LSD, distribuído sob a forma de pequenos cubos de cristais. Seu grande divertimento é passear de carruagem pelo Central Park após terem dado um desses pequenos “cubinhos de açúcar” a cavalo. Ofegante, esbaforido, cocheiro tenta dominara o animal, tapando-o de desaforo. Os dois amantes se retorcem de tanto rir. Esta não é uma ligação permanente, é mais um passatempo agradável. Eles vão passar alguns dias em Miami e experimentam os olhares de desprezo e as grosseiras recebidas nos bares e restaurantes. Decidem partir para Cuba. Férias, finalmente! Eles podem passear de mãos dadas ao sol ou jantar juntos em um restaurante sem a menor segregação. Na praia, Roy toca flauta. Billie canta tudo que ele pede. Um parêntese maravilhosos em que ela se surpreende a cada dia por gozar dessa felicidade roubada. Nessa ilha esplêndida, eles fazem amor muitas vezes. “– Não precisa ter o menor cuidado- diz ela – Meus ovários estão fodidos.”. Para Roy é uma experiência esmaltadora. A primeira negra de sua vida é uma star, uma mulher livre, uma mulher que ele admira. Harte recorda que Billie tinha o habito de gritar quando fazia amor, “Me usa, me usa!” em vez de “Me beija!”. Ele lhe pergunta o que ela queria dizer com isso. Ela respondeu que ser usada lhe dava um sentido para a vida. Estranha concepção que esclarece seu comportamento ambivalênte. Ter medo que abusem dela e ao mesmo tempo provoca-lo de todas as maneiras possíveis, ate que ela mesma conseguisse experimentar uma excitação sexual. Segundo Roy, Billie era muito voltado para a sexualidade. Mas tarde ele diria que sempre era o primeiro a fatigar. Ela parecia satisfeita, mas alguma coisa faltava, alguma coisa não funcionava totalmente bem... Do mesmo modo que Billie Dove (1903-1997), que havia encantado sua infância, ela sonhava em fazer cinema. Hollywood, seu glamour e suas stars a fascinavam. Já em 1942, por iniciativa de sua amiga Lena Horne (Lena Mary Calhoun Horne 1917- 2010), Billie tinha sido apresentada para aparecer em um filme da Warner Brothers. Ela chegou a ir a Hollywood para um teste, mas ele não tinha levado a nada. Em setembro de 1946, Billie parte para Los Angelis. Joe Glaser lhe conseguira um contrato com a United Artists. Um papel e um filme de Arthur Lubin (Arthur William Lubovsky, 1898-1995, diretor de cinema judeu de origem russa), New Orleans. Para essa ocasião, Glaser lhe pediu para fazer um regime e ajeitar os dentes. Esse filme segundo ele lançaria sua carreira cinematográfica. E Billie não tinha ficado nem um pouco descontente com a possibilidade de tocar no Santo Graal hollywoodiano. O filme perfeitamente de acordo com suas cordas vocais era o de uma cantora de Nova Orleans; a historia relatava o fim da Storyville, o legendário bairro da musica negra. Tratava-se também de uma homenagem ao Jazz, destinada a reunir a fina flor dos músicos, aqueles que fizeram a notoriedade da cidade, Louis Armstrong, Kid Orr, Barney Bigard, Zutty Singleton e a celebre orquestra de Woody Herman. O cenário é pouco artificial e sem profundidade, ao gosto das comedias musicais hollywoodianas da época. Billie cai das nuvens. Ela que sempre lutara para não ser a rainha, ela que soubera impor o seu talento a rainha da Ria 52, Lady Day se encontrava agora no papel de uma criadinha de comedia, servil e obediente. Ainda que lhe gabem a dicção perfeita e a qualidade de seu fraseado, ela é forçada a tomar lições com um professor de dicção que lhe ensina a falar um “inglês de negrinha”, com sotaque mais piegas possível. “Sim, Iaiá Marylee; ás sua orde, sinhazinha Marylee...” . Quanto a Louis Armstrong, ele não tem melhor sorte, é encaixado no papel de “negro de alma branca”, respeitoso, um domestico fiel e bondoso. Só lhe pedem que sorria todo tempo, se possível até enquanto toca o pistão....(continua)

Artista: Billie Holiday
Album: Holiday For Lovers
Lançamento: 2002

Faixas:
1. Moonlight In Vermont
2. I Didn't Know What Time It Was
3. Embraceable You
4. I Wished On The Moon
5. Gee Baby, Ain't I Good To You
6. Speak Low
7. April In Paris
8. Body And Soul
9. They Can't Take That Away From Me
10. One For My Baby (And One More For The Road)
11. Stars Fell On Alabama
12. We'll Be Together Again

Musicos:
Billie Holiday - Vocais
Barney Kessel - Guitarra
Ben Webster - Sax tenor
Harry "Sweets" Edison - Trompete
Jimmy Rowles - Piano
Larry Bunker, Alvin Stoller - Bateria
Producão: Norman Granz

Fontes: Capitol Studios, Hollywood, CA (08/14/1956-01/09/1957); Radio Recorders, Hollywood, CA (08/14/1956-01/09/1957).