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Pode-se dizer que o
ragtime foi o embrião do jazz. A fusão entre a música vinda da África, por meio dos escravos que trabalhavam nas plantações de fumo e algodão, e os ritmos europeus como polca, música erudita e a marcha deu origem ao ragtime, que teve como principais expoentes os pianistas
Tom Turpin,
James Scott e, principalmente,
Scott Joplin, autor do clássico “
The Entertainer”. Oficialmente, a
primeira gravação de jazz em registro aconteceu em
1917, com a original
Dixieland Jazz Band, um conjunto formado por músicos brancos de Chicago. Mas foi a partir do pianista
Jelly Roll Morton e da cantora
Bessie Smith que o jazz começou sua verdadeira viagem. Seu primeiro grande expoente foi
Louis Armstrong, que era trompetista da banda
Creole Jazz Band, liderada por
Joe King Oliver. Entre 1925 e 1928, após deixar Oliver, Armstrong entrou definitivamente para a história do jazz ao gravar com os grupos
Hot Five e Hot Seven clássicos como “
Yes I’m In The Barrel” e “
Potato Head Blues”. Considerado o primeiro grande solista do jazz, Armstrong também foi um cantor carismático e com um estilo muito próprio de interpretar.
Duke Ellington é considerado o Mozart do jazz. Seus arranjos sofisticados e sua orquestra de virtuosos foram as novidades, no meio dos anos 30, que regeram a era do swing. Junto a Ellington, outros band leaders fizeram história como
Benny Goodman, Jimmy Dorsey,
Artie Shaw,
Woody Herman,
Count Basie e
Glenn Miller. No meio dos anos 40, uma revolução acontece no jazz. Nasce o
bebop. Esse estilo tem como característica principal a vocalização do instrumento. Os solos pareciam frases cantadas. Muitas vezes conseguiam ser desorientadas e magistrais ao mesmo tempo. Seus precursores foram o saxofonista
Charlie “Bird” Parker , o trompetista
Dizzy Gillespie e o pianista
Thelonius Monk. Nessa época, os croones e cantoras ajudaram a reerguer as big-bands, que estavam em franco declínio. Intérpretes como
Ella Fitzgerald,
Sarah Vaughan e
Frank Sinatra levavam milhares de fãs aos teatros para ouvirem obras de
Ellington,
Cole Porter e dos irmãos
Gershwin. Quanto tudo parecia calmo, um trompetista discreto aparece, era
Miles Davis. Junto a outro gênio, o saxofonista
John Coltrane, Davis cria o que ficou rotulado de
cool jazz, algo mais tranqüilo e requintado que o
bebop. Já no início do anos 60, uma nova revolução acontece, o free jazz aparece capitaneado por
Ornette Coleman. O estilo gera amor e ódio. Como o nome diz, o jazz era tocado sem fronteiras e regras. As músicas tinham arranjos e escalas completamente insanos. Durante o início dos anos 70, Miles Davis volta à cena e começa um casamento com o rock, criando o jazz fusion. Aa seu lado, outros expoentes como o pianista Chick Corea e o guitarrista John Mclaughlin, à frente da Mahavishnu Orchestra, “subvertem” o jazz e conseguem atrair novos ouvintes. No início dos anos 80, um movimento denominado
young lions (jovens leões) trouxe uma nova vida ao jazz. Liderado pelo trompetista
Wynton Marsalis, jovens músicos recém-saídos das escolas foram responsáveis pela retomada do jazz tradicional. Mesmo com uma qualidade musical indiscutível, Marsalis e sua turma –
Terence Blanchard,
Branford Marsalis,
James Carter,
Marcus Roberts e
Joshua Redman - foram acusados por vários críticos por serem responsáveis pela pouca inventividade do jazz atual. Apenas no fim dos anos 80 é que uma nova influência é somada ao jazz. Mais uma vez cabe a Miles Davis ser o precursor. Com o lançamento do disco póstumo
Doo-bop, o trompetista criou o que mais tarde foi chamado de
acid jazz. A mistura de
jazz,
rap e
dance é um estilo que “ajuda” o jazz a se renovar e ficar mais acessível. Dentro desta vertente destacam-se os grupos ingleses Incognito,
Jamiroquai,
Brand New Heavies e
US3 e os norte-americanos do
Count Basic,
James Taylor Quartet e
Brooklyn Funk Essentials. Assim como aconteceu ao logo do século XX, o jazz continuou sua mutação no início deste século. Uma nova geração de cabeça aberta para experimentações tem adicionado elementos do rap, rock, erudito e música eletrônica ao jazz. Para os críticos, músicos como
Brad Mehldau,
Erik Truffaz,
Greg Osby,
The Bad Plus,
Dave Douglas e
Jason Moran estão revigorando o jazz e criando uma nova e longa jornada para ser percorrida nos próximos anos. Ao mesmo tempo em que Mehldau e companhia mostram que ainda há um infinito ilimitado para o jazz, um outro grupo de músicos cria o que foi rotulado de nu jazz ou
electro-jazz, que traz a mistura entre o ritmo e música eletrônica. Similar ao acid jazz, o novo gênero se aproveita de toda a tecnologia atual para injetar vida nova ao jazz. Entre seus expoentes estão os franceses
Metropolitan Jazz Affair,
Rubin Steiner e
St. Germain e os ingleses
Cinematic Orchestra e
Matthew Herbert. Correndo por fora de todo esse movimento está o
smooth jazz, que é um fusion mais acessível. Para os puristas, esse tipo de jazz é um desrespeito à música secular. O jazz suave é realmente menos atraente aos ouvidos, mas conquistou seu espaço por duas razões. A primeira porque é uma música de qualidade e depois porque os músicos que as interpretam são competentes. Quase todos já trabalharam com nomes do chamado alto escalão do jazz. No jazz contemporâneo, ele também é conhecido assim, o destaque fica para os pianistas
Dave Grusin,
Bob James e
David Benoit, os guitarristas
Lee Ritenour,
Larry Carlton e
Russ Freeman, os violonistas
Earl Klugh e
Peter White e os saxofonistas
David Sanborn e
Boney James. Para terminar, é importante salientar a presença dos jazzistas europeus no desenvolvimento deste ritmo nas últimas cinco décadas. Apesar de ter nascido nos Estados Unidos, o jazz está presente no velho continente. Não apenas por causa dos grandes festivais que acontecem anualmente por lá, como o
Montreux (Suíça), o
North Sea (Holanda) e o
Umbria (Itália), mas também por músicos formidáveis que escreveram ou escrevem seus nomes na história do jazz como o arranjador e compositor alemão
Claus Ogerman, o baixista dinamarquês
Niels-Henning Pederson, o violinista francês
Stephanne Grapelli, o guitarrista belga
Django Reinhardt, o tecladista austríaco
Joe Zawinul, o trompetista polonês
Tomasz Stanki e os novatos
Paulo Fresu (Itália),
Erik Truffaz (França),
Jamie Cullum (Inglaterra),
Jacky Terrasson (Alemanha),
Stefano Bollani (Itália),
Courtney Pine (Inglaterra),
Francesco Cafiso (Itália),
Jean-Michel Pilc (França),
Gianluca Petrella (Itália) e o trio
E.S.T (Suécia).
Boa Leitura - Namastê.
2 comentários:
muito massa. parabéns pelo blog cara !!!!!só pérolas !!!!
vou roubar esta foto e pôr o seu link
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