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terça-feira, 22 de novembro de 2022

# 103 - Buck Clayton - Buck Clayton And Friends (1966)

Artista: Buck Clayton

Álbum: Jazz in Paris 103

Lançamento: 2007

Selo: Gitanes Jazz Produção

Gênero: Gypsy Jazz 

O jazz é um dos gêneros responsáveis pelas mais sensacionais formas de expressão musical. O trompete, o contrabaixo, bateria e o piano juntos protagonizam um show de improvisação, swing e liberdade de ritmos não lineares. E todos esses elementos juntos formam a espinha dorsal do jazz. O trompete às vezes é descartado, mas apesar de não ser um instrumento “obrigatório” no jazz, a sua história não pode ser contestada. A glória do trompete caiu aos poucos com os anos, mas, no entanto os trompetistas foram durante muito tempo a voz principal dos grandes estilos do jazz; já o contrabaixo tem a função de subdividir o ritmo básico e dar a base harmônica da música. A bateria no começo era utilizada apenas como marcador de ritmo, mas com o tempo foi interagindo e se alinhando com os outros instrumentos e, hoje, existem bandas lideradas pelo som da bateria. O piano acompanha o jazz desde a sua origem, e falar de um certamente é falar do outro. Mas ao longo do tempo sofreu uma evolução e se tornou mais elétrico. De longe o gênero musical parece ser praticado apenas por norte americanos, mas no Brasil nomes como André Mehmari, Arismar do Espírito Santo, Vinicius Dorin e Hermeto Pascoal já ganham um grande destaque. O que poucos sabem é que no meio da floresta amazônica toda a magia e improvisação do jazz também conquista o gosto do público. "Se você precisa de uma prova de como o jazz se tornou universal, confira a Amazonas Band. Este grupo pode se igualar a qualquer big band profissional em todo o mundo. Rui Carvalho está sozinho ensinando esses grandes músicos naturalmente talentosos na maneira da tradição da big band jazz", declara o saxofonista David Liebman. Há quem diga que para tocar jazz tem que estar de bom humor, para sorrir e se divertir com os amigos. O estilo musical não segue uma estrutura, ele se guia na forma como o músico se relaciona com o instrumento. Quanto mais intimidade, melhor o improviso e, consequentemente, melhor a forma na qual o jazz se apresenta.


Baixo – Rolnd Lobligeois

Bateria – Wallace Bishop

Guitarra – Mickey Baker

Piano – Bernard De Bosson (faixas: 3), Joe Turner (faixas: exceto 3)

Saxofone Tenor – Hal Singer

Trompete – Buck Clayton


Gravado em 16 de março e 02 de maio (#3) de 1966 em Paris.

Boa audição - Namastê

domingo, 29 de junho de 2008

1970 - Live Evil - Miles Davis

Hermeto Pascoal morou alguns anos nos Estados Unidos, a convite de amigo de percussão Airto Moreira – várias vezes considerado o melhor do mundo, abandonou o Quarteto Novo em 1969, indo para a terra do Tio Sam e encerrando a trajetória do grupo. Em Nova York, 1971, Hermeto apresentou-se para uma seleta platéia que incluía Miles Davis, Wayne Shorter e Gil Evans, impressionando a todos, tanto que Miles o convidou a participar do álbum Live-Evil. O trabalho traz duas composições de Hermeto (Capelinha - Little Church) e Nem um Talvez. (nota canina: são três composições, com Selim; e nenhuma foi creditada.) Ele conta que, enquanto não estavam tocando, costumava lutar boxe com o trompetista. Mas como exatamente Miles Davis e Hermeto Pascoal se conheceram? Conta Hermeto, numa entrevista recente: “Eu fui ver um show dele, levado por um tradutor. Antes do show começar, vi aquele crioulão - apesar de ele não ser muito alto, mas sempre bem vestido, gostava muito de couro, impressionava - se quando aproximava. Chegou pertinho de mim e sussurou com aquela voz rouca no meu ouvido. Não o reconheci e achei que era um cara me passando uma cantada. Como não falava inglês, o tradutor que estava do meu lado me disse que era o Miles e que ele queria saber quem eu era. O tradutor respondeu ao Miles e marcamos de nos conhecermos depois. Mostrei a ele umas 12 músicas, que eram bem diferentes de tudo aquilo que ele fazia. Disse que queria colocar algumas no disco dele e eu me senti à vontade para brincar e dizer que eu veria quantas músicas deixaria ele colocar no disco dele. Aí o Miles continuou a brincadeira dizendo: “Esse albino é mais louco que eu”. Tínhamos mais um CD engatilhado, mas ninguém imaginou que ele fosse morrer tão cedo.”
(…) Diz ele, sobre o que acha de Miles, hoje: “Um eterno gênio. Digo isso pela sua essência, pela sua contribuição. Claro que ele teve seus erros. Tivemos um amizade espiritual, maravilhosa. Deus me deu um presente ao conhecer o Miles. Acredito que nada acontece por acaso. Ele era um sujeito que não gostava de passar as mãos nas costas. Se ele não gostava de você logo dizia “vamos interromper nossa conversa por aqui” e era isso, direto.”
Diz a lenda que Miles jamais despediu um músico (um item para desmentir que Coltrane forá demetido) ; eles simplesmente sabiam a hora de sair. As formações em constante mutação, como vocês podem ver abaixo junto ao nome das músicas, são recorrentes - e com vantagem para o ouvinte. Miles, se não era um excelente gestor de Recursos Humanos, tinha um olho inigualável para talentos e para ajustar as melhores formações. Nestes registros, temos só craques. Meio estúdio (duas sessões em fevereiro, uma em junho, 1970), meio ao vivo (faixas 1, 4, 7 e 8 gravadas em 19 de dezembro daquele ano), é sucessor de Bitches Brew; se o som segue o fusion iniciado na obra-prima anterior, aqui ele vem ainda mais miscigenado - cheio de funk e grooves, além do rock. Diz-se que é um disco para iniciados; eu o considero um grande iniciador ao fusion, também. Esperem destreza técnica, trumpete com filtros (notadamente um wah-wah) e muita eletricidade - sendo as composições de Hermeto os interlúdios leves. Suas participações nas músicas (e também nas de Airto Moreira) descrevem-se sozinhas, e provocam sorrisos no ouvinte. Produzido por Teo Macero para a Columbia
Dica:Pra quem deseja se aprofundar na literatura do jazz com boa informação, curiosidades e dicas o ideal é: O Jazz - do rag ao rock (Joachim E. Berendt - Ed. Perpectiva). Leitura obrigatoria para os neofitos. Recomendo.

Tracks:
1. Sivad (Miles Davis)
2. Little Church (Hermeto Pascoal)
3. Medley: Gemini/Double Image (Miles Davis/Joe Zawinul)
4. What I Say (Miles Davis)
5. Nem Um Talvez (Miles Davis)
6. Selim (Miles Davis)
7. Funky Tonk (Miles Davis)
8. Inamorata and Narration by Conrad Roberts (Miles Davis)

Pessoal:
Miles Davis - Trompete
Gary Bartz - Sax. Soprano e Alto nas faixas 1, 4, 7, 8
John McLaughlin - Guitarra nas faixas 4, 7, 8
Keith Jarrett - Piano e Orgão na faixas 1, 2, 4, 8
Michael Henderson - Guitara Base nas faixas 1, 4, 7, 8
Jack DeJohnette - Bateria
Airto Moreira - Percursão
Steve Grossman - Sax. Soprano nas faixas 2, 5, 6
Chick Corea - Piano nas faixas 2, 3, 5, 6
Herbie Hancock - Piano nas faixas 2, 5, 6
Dave Holland - Guitarra bas e Contabaixo nas faixas 2, 3
Hermeto Pascoal - Percussão, Piano e Vocais nas faixas 2, 5, 6
Wayne Shorter - Sax. Soprano na faixa 3
Joe Zawinul - Piano na faixa 3
Khalil Balakrishna - Citarra Eletrica na faixa 3
Billy Cobham - Bateria na faixa 3
Ron Carter - Contabaixo nas faixas 5, 6
Download - Here Part. I
Download - Here Part. II
Boa audição - Namastê