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quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Boxser: The Keynote Jazz Collection, 1941-1947 (11xCDs)


Artista: VA
Lançamento: 2013
Selo: Fresh Sound Records / FSR-CD 815
Gênero: Swing, Bop


A Keynote Records foi uma gravadora fundada pelo dono de uma loja de discos Eric Bernay em 1940. Os lançamentos iniciais da gravadora foram canções folk e de protesto da União Soviética e da Guerra Civil Espanhola, seguidos por vários lançamentos antiguerra de músicos americanos. A partir de 1943, a gravadora lançou gravações na linguagem jazzística produzidas por Harry Lim. O crítico musical John S. Wilson, em 1965, descreveu a produção jazzística da gravadora como "um reflexo extraordinariamente válido do espírito jazzístico da época". Um investimento imprudente em uma fábrica de discos em 1947 levou a empresa à falência em 1948, passando a ser controlada pela Mercury Records. As sessões de jazz do Keynote foram relançadas em 1986, quando a Nippon Phonogram/PolyGram lançou um conjunto de 21 LPs com 115 takes inéditos. Robert Palmer, no The New York Times, em outubro de 1986, descreveu-o como "uma adição muito mais substancial ao acervo de performances de jazz clássico absolutamente essenciais do que se poderia esperar ou almejar tão tarde". Em 2013, um conjunto de 11 CDs com gravações de jazz do Keynote foi lançado pelo selo espanhol Fresh Sound. Donald Clarke, escrevendo sobre Lim para o Keynote, descreveu-o como alguém que sabia o que estava fazendo e que conseguia "bom som, sem truques". (Wikipedia) A Keynote Jazz Collection 1941-1947 (2013) é um impressionante box com 11 CDs lançado pela Fresh Sound Records, reunindo uma rica coleção de gravações de jazz de um período transformador na história do gênero. Se você gosta de swing, bebop e jazz de pequenos grupos, esta coleção é um verdadeiro tesouro. A Keynote Records foi uma das gravadoras mais influentes de sua época, capturando a vibração e a espontaneidade do jazz durante a década de 1940. Este repertório destaca músicos lendários como Lester Young, Coleman Hawkins, Charlie Parker, Dizzy Gillespie e Dinah Washington, além de preciosidades menos conhecidas que pintam um panorama mais completo da evolução do jazz. Nestas faixas lindamente remasterizadas, pode se ouvir a experimentação da época em fraseado, ritmo e arranjos de conjunto — cada sessão transborda a energia de músicos que desafiam os limites. A variedade de estilos aqui é impressionante. Você encontra a elegância suave e sedosa do Lester Young Quartet, entregando performances de destaque como Just You, Just Me e I Never Knew. E há também Coleman Hawkins, cujo "Cattin' at Keynote" é repleto de arrogância e brilhantismo técnico. Dinah Washington traz seu blues soul característico, brilhando em faixas como Evil Gal Blues e Salty Papa Blues, provando por que ela se tornou uma das vocalistas mais inesquecíveis da época. Além dos nomes mais conhecidos, este box também explora profundamente a lista de artistas do Keynote, apresentando aos ouvintes músicos fantásticos, mas às vezes esquecidos. Faixas como "Battle of the Saxes", de Coleman Hawkins and His Sax Ensemble, ou "Thru' for the Night", de Cozy Cole, destacam a interação e a química entre os músicos durante essas sessões. Há também um toque de arranjos exóticos e experimentais, como "Curry in a Hurry", do Charlie Shavers Quintet, que adiciona um toque lúdico ao fraseado clássico do jazz. A Fresh Sound Records fez um trabalho incrível na embalagem, incluindo um livreto de 124 páginas repleto de insights históricos, fotos e notas que contam a história por trás de cada gravação. Há até um pôster desdobrável, fazendo com que esta coleção pareça uma celebração da era de ouro do jazz, em vez de apenas mais uma coletânea. Seja você um colecionador dedicado ou simplesmente alguém que adora descobrir jazz clássico, a Coleção Keynote Jazz é uma experiência essencial. É um retrato de uma era vibrante, repleta de performances inesquecíveis que ainda hoje soam atuais. 

Boa audição - Namastê

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

# 068 - Lionel Hampton - Mai 1956 (1956)

Artista: Lionel Hampton

Álbum: Jazz in Paris 068

Lançamento: 2001

Selo: Gitanes Jazz Produção

Gênero: Swing, Hard Bop


 Durante os anos 30, estudou música na ‘University of Southern California’. Em 1934, conduziu a sua própria orquestra. Em 1936, a orquestra de Benny Goodman chegou a Los Angeles para tocar no famoso salão de dança ‘Palomar Ballroom’, e Goodman convidou Lionel Hampton para integrar seu trio, que assim se tornou o famoso ‘Benny Goodman Quartet’, com o pianista Teddy Wilson e o baterista Gene Krupa completando o lineup. O trio e depois quarteto estavam entre os primeiros grupos de jazz racialmente integrados e em uma época que o jazz era dominado por grandes bandas. Enquanto trabalhou para Goodman em New York, Hampton também gravou com diversos pequenos grupos conhecidos como ‘Lionel Hampton Orchestra’. Em 1940 deixou Goodman em circunstâncias amistosas para formar sua própria big band que se tornou popular durante os anos 40 e início dos anos 50. Sua terceira gravação em 1942 produziu uma versão do clássico ‘Flying Home’ com solo do saxofonista Illinois Jacquet que antecipou o rhythm & blues. O sucesso fez com que gravasse ‘Flying Home, Number Two’ com o saxofonsta Arnett Cobb.

Contrabaixo – Benoît Quersin (faixas: 2) , Paul Rovère (faixas: 1, 3 a 8)
Bateria – Albert "June" Gardner
Guitarra – Billy Mackel (faixas: 1, 3 a 8)
Piano – Robert Mosely (faixas:2) , Jean-Claude Pelletier (faixas: 1, 3 a 8), Lionel Hampton (faixas: 5)
Saxofone Tenor – Eddie Chamblee (faixas: 1, 3 a 8)
Trompete – Ed Mullens (faixas: 1, 3 a 8)
Vibraphone – Lionel Hampton (faixas: 1 a 4, 6 a 8)
Vocais – Lionel Hampton (faixas: 4, 6, 8)

Gravado em 05 de maio de 1956 em Paris

Boa audição - Namastê

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

sábado, 28 de julho de 2018

Billie Holiday, uma cantora à frente do tempo

Billie Holiday é reconhecida como a maior intérprete que o jazz já produziu. Com interpretações intensas e com sentimento encantou o público e mudou a arte dos vocais para sempre. Mais de meio século depois de sua morte é difícil acreditar que as vocalistas de jazz antes de seu surgimento raramente personalizavam suas canções; na verdade, apenas as cantoras de blues como Bessie Smith e Ma Rainey davam a impressão de que tinham vivido o que estavam cantando. Billie Holiday fez a leitura desta tradição do blues e revolucionou o jazz e o pop tradicional, rasgando a tradição de décadas se recusou a comprometer sua arte. Em sua autobiografia, ela admitiu que sempre quis ser uma cantora como Bessie Smith e ter o sentimento de Louis Armstrong, e que muitas vezes tentou cantar como um trompete. mas, na verdade, seu estilo era praticamente ela própria. A tragédia pessoal e as drogas marcaram a sua vida. Mas todo o lixo que ela viveu era transformado pelo seu canto. Surras, prisões, droga pesada, mais o drama de uma cantora negra naquele tempo, quando muitas vezes nos hotéis onde se hospedava, no auge da carreira, era ‘convidada’ a subir pelo elevador de serviço para que não se misturasse com os brancos. Tudo isso foi transformado em interpretações históricas. Quando se ouve Billie cantar, sente-se que ela está contando sua história. Era linda, louca, sexy e livre. Billie é a minha deusa. Com seu estilo brilhando em cada gravação, a sua perícia técnica também se destacou em comparação à grande maioria de seus contemporâneos. Muitas vezes entediada e cansada das velhas canções que ela era forçada a gravar no início de sua carreira, Billie brincava com a melodia e rejuvenescia as canções com harmonias emprestadas de seus instrumentistas favoritos, Louis Armstrong e Lester Young. A sua notória vida privada com uma série de relações abusivas, dependência de substâncias químicas e períodos de depressão, sem dúvida, ajudaram seu status lendário. ‘Lover Man’, ‘Don't Explain’, ‘Strange Fruit’ e sua própria composição ‘God Bless the Child’, que versa sobre a pobreza, estão entre os seus melhores desempenhos e permanecem entre as apresentações mais sensíveis já registradas. Mais do que a capacidade técnica, mais do que a pureza da voz, o que fez Billie Holiday uma das melhores vocalistas do século foi o seu temperamento implacavelmente individualista. A vida caótica de Billie Holiday, supostamente, começou em Baltimore quando ela nasceu como Eleanora Fagan Gough. Seu pai, Clarence Holiday, foi um adolescente guitarrista de jazz que mais tarde tocou na Orquestra de Fletcher Henderson. Sua mãe também foi uma jovem adolescente, e se por causa de inexperiência ou negligência, muitas vezes deixava a filha com parentes indiferentes. Billie foi expulsa da escola católica com 10 anos, depois que admitiu ter sido estuprada, e condenada a ficar presa até a idade adulta foi liberada depois de dois anos por um amigo da família. Com a mãe, ela se mudou em 1927, primeiro para New Jersey e, logo depois para o Brooklyn. Em New York, Billie ajudava a mãe como empregada doméstica, mas logo começou a se prostituir para ter uma renda adicional. E já cantava em clubes do Harlem desde 1930. Teve um pouco de publicidade no início de 1933, quando o produtor e caçador de talentos John Hammond, também no início de uma carreira legendária, escreveu sobre ela em uma coluna para o mais antigo jornal sobre música já existente, o ‘Melody Maker’, do Reino Unido, e trouxe Benny Goodman a uma de suas apresentações. Depois de gravar uma demo na Columbia Studios, Billie se juntou ao pequeno grupo de Goodman para fazer sua estreia comercial com a música ‘Your Mother's Son-In-Law’. Apesar de não voltar ao estúdio por mais de um ano, Billie passou 1934 galgando os degraus da competitiva cena dos bares de New York. No início de 1935, ela fez sua estreia no Teatro Apollo, e apareceu em um filme com Duke Ellington. Durante a última metade de 1935, finalmente entrou em um estúdio novamente e gravou quatro sessões. Com uma banda supervisionada pelo pianista Teddy Wilson, ela gravou uma série de canções obscuras e esquecíveis da Tin Pan Alley, nome dado à editora de música de New York e seus compositores que dominaram a música popular dos Estados Unidos no final do século 19 e início do século 20. Em outras palavras, músicas disponíveis apenas para uma banda obscura de afroamericanos dos anos 30. Durante a era do swing, as editoras de música mantinham as melhores músicas estritamente nas mãos de orquestras populares e cantores brancos. Apesar da qualidade pobre das canções, Billie energizou essas canções. No final de 1937, gravou vários números com um pequeno grupo, mais uma descoberta de John Hammond, a orquestra de Count Basie. O saxofonista tenor Lester Young, que tinha conhecido brevemente Billie alguns anos antes, e o trompetista Buck Clayton se tornaram seus parceiros. E juntos gravaram o seu melhor trabalho e Billie deu o apelido de ‘Pres’ a Young, enquanto ele a apelidou de ‘Lady Day’ por sua elegância. Na primavera de 1937, ela começou a excursionar com Basie como o complemento feminino de seu vocalista masculino, Jimmy Rushing. A associação durou menos de um ano. Embora oficialmente ela tenha sido despedida da banda por ser temperamental e pouco confiável, a verdade é que o alto escalão do mundo editorial ordenou a ação depois que ela se recusou a cantar clássicos de blues dos anos 20. Menos de um mês depois de deixar Basie, ela foi contratada por Artie Shaw, um dos primeiros exemplos de uma mulher negra que apareceu com um grupo branco. Apesar do apoio contínuo de toda a banda, no entanto, promotores e patrocinadores de rádio logo começaram a contestar Billie, com base em seu estilo de cantar pouco ortodoxa, e também por ser negra. Após uma série de indignidades Billie deixou a banda com desgosto. Mais uma vez, a sua percepção foi valiosa, a maior liberdade lhe permitiu dar um show em um novo clube chamado ‘Café Society’, a primeira boate popular com um público inter-racial. Lá, Billie Holiday aprendeu a canção que iria catapultar sua carreira para um novo nível: ‘Strange Fruit’. ‘Strange Fruit’ é uma canção que condena o racismo americano, especialmente o linchamento de afro-americanos que ocorreu principalmente no sul dos Estados Unidos, mas também em outras regiões do país. ‘Strange Fruit’ foi composta como um poema, escrito por Abel Meeropol, um professor judeu de colégio do Bronx, sobre o linchamento de dois homens negros. Ele a publicou sob o pseudônimo de Lewis Allan. Abel Meeropol e sua esposa adotaram, em 1957, Robert e Michael, filhos de Julius e Ethel Rosenberg, acusados e condenados por espionagem e executados pelo governo dos Estados Unidos. Embora Billie inicialmente manifestasse dúvidas sobre a inclusão de tal música em seu repertório, ela o fez confiando em seus poderes de sutileza. E ‘Strange Fruit’ logo se tornou o destaque em suas apresentações e foi gravada. Uma vez liberada, ‘Strange Fruit’ foi proibida por muitas estações de rádio. Billie continuou a gravar e atingiu novamente grande sucesso com a sua mais famosa composição de 1941, ‘God Bless the Child’ e em 1944 com ‘Lover Man’, uma canção escrita especialmente para ela e seu terceiro grande hit. Billie logo se tornou prioridade para a ‘Decca Records’, ganhando o direito de material musical de alta qualidade e seções de cordas de luxo para suas gravações. Apesar de estar no alto da popularidade, a vida emocional de Billie começou um período turbulento. Já fortemente viciada em álcool e maconha, começou com o ópio com seu primeiro marido, Johnnie Monroe. O casamento não durou, e o vício na heroína veio com o segundo casamento com o trompetista Joe Guy. A morte de sua mãe a afetou profundamente, e em 1947 ela foi presa por posse de heroína e condenada a oito meses de prisão. Infelizmente, os problemas continuaram depois de sua libertação. As drogas tornaram impossíveis as suas apresentações. Atormentada ela seguiu em frente. Embora os estragos de uma vida dura estivessem refletidos em sua voz, muitas das gravações de Billie doa anos 50 são tão intensas e belas quanto sua obra clássica. Em 1954, Billie excursionou pela Europa com grande sucesso, e sua autobiografia de 1956 trouxe ainda mais notoriedade. Ela fez sua última grande aparição, em 1957, na televisão em um especial com Ben Webster, Lester Young e Coleman Hawkins dando-lhe apoio. Durante seu último ano, ela fez mais duas apresentações na Europa antes de cair doente do coração e doença hepática em 1959. E foi presa por posse de heroína em seu leito de morte. Morreu no mesmo ano. O filme ‘Lady Sings the Blues’ de 1972 interpretado por Diana Ross ilumina a sua vida trágica e lhe deu muitos fãs de novas gerações. - Fonte: Pintando Musica

Boa leitura - Namastê

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Billie Holiday: um breve relato de blues

Falar de Billie Holiday é exaltar o nome de uma das maiores cantoras do século XX, considerada a primeira grande dama do jazz de todos os tempos, dona de uma voz única e sublime, que arrastava notas e dava à música uma nova roupagem em suas interpretações, influenciando uma legião de cantoras no mundo todo e perdurando seu legado por mais de cinco décadas após sua morte. Nasceu em 07 de abril de 1915, na Filadélfia, nos Estados Unidos. Teve uma infância humilde e conturbada, fomentada pelo desamparo materno, pelas dificuldades financeiras, pelo abuso sexual, passagens a reformatórios e iniciação à prostituição na adolescência. Sua mãe, Sarah Harris, muito pobre, separada do marido, não tinha condições de cuidar da filha, deixando Billie, que era até então apenas Eleonora Harris, seu nome de batismo, sob os cuidados da meia-irmã que, por sua vez, passou a menina para a responsabilidade de sua sogra. A pequena futura grande diva da música também passaria pela experiência de viver num reformatório. Posteriormente, ao voltar para os cuidados da mãe, onde passou a ajudá-la no restaurante construído, em Baltimore, seria abusada sexualmente por um vizinho. Mas, no lugar do homem que a abusou, a própria vítima foi quem sofreu as consequências, sendo levada novamente para um reformatório. Sim, a história de Billie é um dramático relato de blues, e não termina por aí. Na condição de pobre e negra, num país segregado pela discriminação racial, passou a oferecer serviços domésticos a um bordel local e, consequentemente, a se prostituir como forma de sobrevivência. E foi num dos quartinhos do bordel onde Billie trabalhava que ela, supostamente, ouviu na vitrola um disco de Louis Amstrong e Bessie Smith, apaixonando-se profundamente pelo som de ambos, que seriam as suas maiores influências musicais. A partir daí o espírito jazzístico passara a nutrir sob a alma blue da jovem, que começou a cantar no mesmo bordel de Baltimore. Em 1929, foi detida ao lado da mãe e de outras prostitutas, passando cem dias num reformatório. Logo depois, vai morar no Brooklyn com a mãe, atuando como cantora em bordeis e boates da cidade, como também nos Queens de Nova Iorque. Em 1933, a carreira de Billie tomaria o primeiro grande impulso quando foi ouvida pelo produtor John Hammond, num pequeno clube nova iorquino. Hammond teria ficado impactado com a sensibilidade vocal da jovem cantora, na época, ainda com 17 anos. Em novembro, vai para o estúdio pela primeira vez, acompanhada pela orquestra clarinetista de Benny Goodman. O nome Billie Holiday surgira por conta do pai da cantora, Clarence Holiday, um guitarrista de Baltimore, de quem Eleonora passou a usar artisticamente o sobrenome. Já para o “Billie”, há duas versões: a primeira, de que o pai da jovem costumava chama-la de Bill, e daí fez o salto; e a segunda, porque a cantora, quando menina, adorava ir ao cinema para assistir a atriz Billie Dove, grande estrela do cinema mudo. Pode-se dizer que os anos 30 e 40 foram o grande apogeu da cantora, que deixou em vida mais de 130 gravações, ao lado de grandes orquestras jazzísticas como as de Duke Ellington, Cout Basie e Teddy Wilson, assim como parcerias, posteriores, com o pianista Oscar Peterson e o baixista Ray Brown, na década de 50. Viveu uma vida turbulenta, cercada por altos e baixos, impulsionados por seus conturbados relacionamentos amorosos, que resultaram em três casamentos com homens oportunistas e violentos, e pelo vício degradante de drogas e bebida, o que afetaria, pouco a pouco, sua saúde física e a jovialidade de sua voz, que já na década de 40 mostrava sinais de declínio. Mesmo tornando-se uma grande estrela reconhecida internacionalmente, Lady Day, apelido concedido pelo amigo e saxofonista Lester Young, sofreu constantes discriminações em passagens por hotéis e restaurantes, por sua condição de mulher negra, revelados pela própria em entrevistas. “Strange fruit”, composição de Lewis Allan, pseudônimo do escritor Abel Meeropol, judeu comunista de Nova Iorque, e eternizada na voz de Billie, em 1939, relata como nenhuma outra a grande violência regida contra os negros, e tornou-se um símbolo da luta contra a discriminação racial. O fruto estranho citado na música fazia alusão aos linchamentos ocorridos principalmente no sul dos Estados Unidos, onde os corpos dos negros linchados ficavam expostos pendurados numa árvore. O mais assustador é deparar com as fotografias antigas da época e ver a naturalidade das pessoas frente aos cadáveres. O mesmo impacto fez com que Lewis Allan se inspirasse na letra de “Strange fruit”. Em 2012, foi lançado no Brasil o livro Strange fruit: Billie Holiday e a biografia de uma canção, escrito pelo jornalista David Margolick, com tradução de José Rubens Siqueira, editado pela Cosaic Naify, que reflete sobre a emblemática canção no momento de seu lançamento e todo o seu contexto histórico ligado à violência contra os negros nos Estados Unidos e a sua influência com o passar das décadas. Nos anos 50, quase esquecida pelo público, pelos empresários e pelas gravadoras, embora na Europa seu nome ainda cativasse as plateias, após sua volta aos Estados Unidos Billie decide escrever sua autobiografia como estratégia de marketing para que seu nome fosse novamente impulsionado na grande imprensa norte-americana de forma positiva, já que os últimos anos, agravados pelos excessos relacionados ao consumo de drogas e bebida e passagens pela prisão, tinham desfavorecido sua popularidade. O que seria a autobiografia intitulada Lady sings the blues, nem sequer foi, de fato, escrita. O jornalista Willian Dufty, o escritor fantasma contratado pelo terceiro marido de Billie, supostamente interessado em faturar em cima do nome da esposa, apresentou um trabalho biográfico um tanto quanto falseado e apelativo, beirando a comiseração, sabendo que tais ingredientes estimulariam as vendas. Contudo, a autobiografia romanceada de Lady Day ao menos devolveu um pouco da fama à cantora, que se mostrava cada vez mais vulnerável e com a saúde debilitada. Embora os últimos anos de Billie tenham sido depressivamente instáveis, com passagens mal sucedidas em clínicas de reabilitação e experiências nada agradáveis com a justiça, é possível encontrar belos achados daqueles anos na internet, em apresentações na Europa e nos Estados Unidos, como em 8 de dezembro de 1957, no The sound of jazz, programa estadunidense de grande audiência na época, nos estúdios da CBS, onde foi convidada para cantar, ao lado do saxofonista Lester Young, a canção “Fine and mellow”. Considerado um dos melhores registros da última década de sua vida. Na manhã do dia 17 de julho de 1959, morria, aos 44 anos, a primeira grande dama do jazz. E, como no caso de outros artistas que partiram cedo, a morte de Billie apenas alavancou ainda mais sua popularidade e fez de Lady Day uma das maiores lendas do jazz de todos os tempos. Onde quer que se fale sobre o gênero, é quase inevitável que seu nome seja citado. (Fonte: Márwio Câmara,10/05/2013)
Boa leitura - Namastê

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

The Chronological Classics - Ella Fitzgerald (1935-1937)


Artista: Ella Fitzgerald
Álbum: The Chronogical 1935-1937
Lançamento: 1990
Selo: Chronological Classics
Gênero: Jazz, Vocal Jazz
 

Chick Webb And His Orchestra (1935, 1936), Teddy Wilson And His Orchestra (1936), 
 Benny Goodman and His Orchestra (1936), Ella Fitzgerald 
& Her Savoy Eight (1936)

Boa audição - Namastê


terça-feira, 16 de julho de 2013

The Chronological Classics: Billie Holiday and Her Orchestra




Billie Holiday And Her Orchestra - 1944 (The Chronological Classics, 1040) - 6 Albums


 Artista: Billie Holiday
Álbum: The Chronological Classics CD06
Lançamento: 1999
Selo: Classics
Gênero: Vocal Jazz
 
09. I'll Look Around
(George Cory & Douglass Cross - 1946)

Billie Holiday (Vocal), Joe Guy (Trumpet), Joe Springer (Piano), Tiny Grimes (Guitar), 
Billy Taylor (Double-Bass),  Kelly Martin (Drums). 
Recorded March 13, 1946, New York. (Decca Records)
Boa audição - Namaste

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Billie Holiday And Her Orchestra - 1944 (The Chronological Classics, 806) - 6 Albums

  Artista: Billie Holiday
Álbum: The Chronological Classics CD05
Lançamento: 1996
Selo: Classics
Gênero: Vocal Jazz
 
 19. No More
(Toots Camarata & Bob Russell)
 
 Billie Holiday (Vocal), Russ Case (Trumpet), Hykie Schertzer & Jack Cressy (Alto Sax), Larry Binyon & Paul Ricci (Tenor Sax), Dave Bowman (Piano), Carl Kress (Guitar), Haigh Stephens (Double-Bass), Johnny Blowers (Drums), Six strings and Toots Camarata conc. (arr) - Recorded in New York City, Wednesday, October  04, 1944. (Decca Records)
Boa audição - Namaste

Billie Holiday And Her Orchestra - 1940-1942 (The Chronological Classics, 680) - 6 Albums

 Artista: Billie Holiday
Álbum: The Chronological Classics CD04
Lançamento: 1993
Selo: Classics
Gênero: Vocal Jazz
 
08. Georgia On My Mind
(Hoagy Carmichael & Stuart Gorrell)
Billie Holiday (Vocal), Shad Collins (Trumpet), Leslie Johnakins (Alto Sax), Eddie Barefield (Alto Sax), Lester Young (Tenor Sax), Eddie Heywood (Piano), John Collins (Guitar), Ted Sturgis (Double-Bass), Kenny Clarke (Drums) & Eddie Heywood and his Orchestra - Recorded in New York City, March 21, 1941 (Vocalion Records)
 
Boa audição - Namaste

sábado, 13 de julho de 2013

Billie Holiday And Her Orchestra - 1939-1940 (The Chronological Classics, 601) - 6 Albums

 
 Artista: Billie Holiday
Álbum: The Chronological Classics CD03
Lançamento: 1991
Selo: Classics
Gênero: Vocal Jazz
   
 03. Strange Fruit
 (Abel Meeropol)

Billie Holiday (Vocal), Sonny White (Piano), Frank Newton (Trumpet)
Recorded in New York City, April 20, 1939 (Vocalion Records)
 
  Boa audição - Namaste

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Billie Holiday And Her Orchestra - 1937-1939 (The Chronological Classics, 592) - 6 Albums

 Artista: Billie Holiday
Álbum: The Chronological Classics CD02
Lançamento: 1991
Selo: Classics
Gênero: Vocal Jazz
  
14. I'm Gonna Lock My Heart (And Throw Away The Key)
( Jimmy Eaton and Terry Shand)
 
 Billie Holiday (Vocal), Buster Bailey (Clarinet), Babe Russin (Tenor Sax), Claude Thornhill (Piano), John Kirby (Double-Bass), Cozy Cole (Drums) - Recorded in New York City, June 23, 1938 (Vocalion Records)
 
Boa audição - Namaste

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Billie Holiday And Her Orchestra - 1933-1937 (The Chronological Classics, 582) - 6 Albums

Artista: Billie Holiday
Álbum: The Chronological Classics CD01
Lançamento: 1991
Selo: Classics
Gênero: Vocal Jazz
 

08. I Can't Pretend 
 (Charles Tobias & Paul Rusincky)

Billie's Holiday (Vocal), Bunny Berigan (trumpet), Irving Fazola (clarinet), Clyde Hart (piano), Dick McDonough (guitar), Artie Bernstein (bass) and Cozy Cole (drums). Recorded in New York City, September 29, 1936 (Vocalion Records)

Boa audição - Namaste

terça-feira, 22 de julho de 2008

Lester Young and Teddy Wilson Quartet

1956 - Pres and Teddy


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A carreira de Lester Young pode ser dividida em três épocas diferentes: anos 30 (quando passou pelas bandas de Count Basie e Fletcher Henderson, sendo reconhecido por seu jeito relaxado de tocar); segunda metade dos anos 40 (quando aderiu ao Bebop); e os anos 50 (quando a sua música transmitia intensa carga sentimental).

Nessa época, Young passou a ter diversos problemas de alcoolismo e de comportamento. Muitos atribuem isso aos maus tratos racistas que teria recebido quando era soldado do exército americano na Segunda Guerra Mundial, onde era proibido de tocar saxofone. Muitos acreditam que ele nunca mais foi o mesmo depois disso, inclusive na sua maneira de fazer música.

Enquanto consumia grandes doses de álcool, afetando drasticamente a saúde, sua qualidade de interpretação impressionava, tocando de uma maneira extremamente sofisticada, adicionada à intensa carga emocional. Grandes discos e parcerias foram registradas nesse período, como as gravações com Oscar Peterson, Harry Sweets Edison e Teddy Wilson. Esta última é considerada por muitos como uma das mais memoráveis da história, pela gravação de Pres and Teddy, em 1956. Lester Young mostra-se extremamente expressivo nesta gravação, transmitindo os mais diversos sentimentos e reações, transitando em melodias alegres e assombrosas ao mesmo tempo, apresentando um verdadeiro retrato do que era a sua vida até aquele momento.

Tracks:

1. All of Me
2. Prisoner of Love
3. Louise
4. Love Me or Leave Me
5. Taking a Chance on Love
6. Our Love Is Here to Stay
7. Pres Returns - (bonus track)

Credits:

Teddy Wilson - piano
Jo Jones - drums
Lester Young - tenor saxophone
Norman Granz - producer
Gene Ramey - bass

Esta postagem é uma parceria entre o blog Borboletas de Jade e o blog JazzMan!