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sábado, 26 de maio de 2018

Chess Records - grandes nomes rumo ao Blues


Dois meninos, Leonard e Philip Chez, com idades de onze e seis, chegaram a Ilha Ellis em 1928 na companhia da mãe, da irmã e de várias centenas de outros imigrantes da pequena aldeia natal perto de Pinsk na Polônia. Filhos de um pai carpinteiro que trabalhava no turno da noite em um depósito de sucata, Leonard e Philip Chez, cujo nome de família foi americanizado para Chess (xadrez) logo após a chegada nos EUA, foram enviados para as escolas públicas de Chicago. Eles rapidamente aprenderam o idioma e anos depois Phil entrou para o Exército na II Guerra Mundial, Leonard por ter contraído pólio na infância que o deixou coxo foi dispensado do serviço militar. Enquanto Phil estava ausente, Leonard investiu em vários empreendimentos comerciais desde um ferro-velho de seu pai a bares e lojas de bebidas. Foi a partir destes últimos que ele fez a transição decisiva para o clube ‘Macomba Lounge’. O ‘Macomba Lounge’ tinha entretenimento ao vivo, muitos desses artistas sendo do blues que haviam migrado para Chicago a partir do delta do Mississipi, nos anos 30 e 40. Os irmãos perceberam que as músicas desses artistas não estavam sendo devidamente registradas, de modo que decidiram eles próprios iniciar a gravação. O que acabaria por resultar, em 1947, na parceria com Charles e Evelyn Aron, proprietários do pequeno selo local chamado ‘Aristocrat Records', que tinham formado para gravar blues, jazz e rhythm & blues. O artista mais importante foi Morganfield McKinley, que viria a ser conhecido com Muddy Waters, com diversos singles de sucesso em 1947 e 1948. No final de 1949, Leonard e Phil Chess tornaram-se os únicos donos da ‘Aristocrat Records’ e em 1950 o nome foi mudado para ‘Chess Records’ que floresceu como gravadora independente. Com o sucesso de Muddy Waters, outros jovens bluesmen do Mississippi foram atraídos para Chicago, muitos se juntaram a banda de Muddy. Um dos músicos mais brilhantes foi Little Walter Jacobs, cuja gaita fez a banda ainda melhor. Em 1952, os irmãos Chess formaram uma etiqueta subsidiária chamada ‘Checker’ e Little Walter foi o primeiro a gravar. Sua primeira versão foi um instrumental chamado ‘Juke’ que liderou as paradas e depois com o vocal ‘My Babe’. Depois gravaram com um trabalhador agrícola chamado Chester Burnette, que ficou conhecido como Howlin 'Wolf e foi um dos bluesmen mais influentes na história, sua influência pode ser ouvida na música de muitos dos jovens britânicos e americanos nos anos 60 e 70. Macomba Lounge’Além de Muddy Waters, Howlin 'Wolf e Little Walter, a ‘Chess Records’ registrou muitos outros gigantes do blues do pós-guerra como Sonny Boy Williamson, Fulson Lowell, Memphis Slim, Jimmy Rogers, John Lee Hooker e Willie Mabon. Mais tarde, eles gravaram a próxima geração de artistas do Chicago blues, Buddy Guy, Little Milton e Koko Taylor. Em 1955, numa viagem de férias para Chicago, um jovem cantor e guitarrista de St. Louis chamado Chuck Berry conheceu Muddy Waters, que o encorajou a ver os irmãos Chess. Chuck Berry fez um teste para eles com uma canção que tinha escrito chamada ‘Ida Red’. Leonard e Phil gostaram do tema, mas sugeriram uma mudança no nome, a música foi renomeada como ‘Maybellene’ e se tornou o primeiro de seus muitos hits. Chuck Berry gravou com os irmãos Chess durante muitos anos produzindo hit após hit, incluindo muitas canções para o início do rock and roll. Outro cantor e compositor foi descoberto pela gravadora em 1955. Seu nome era Elias McDaniels, que tinha se mudado do Mississipi para Chicago com sua família. O teste dele foi também com uma canção própria, ‘Uncle John’. Novamente, os irmãos gostaram da música, mas desta vez não gostaram do nome do jovem, assim McDaniels mudou para o apelido que ele tinha usado como pugilista amador, Bo Diddley. Em 1956, a ‘Chess’ estabeleceu uma outra subsidiária, com etiqueta exclusiva de jazz, chamada ‘Argo’, dando estabilidade para artistas influentes do jazz como Sonny Stitt, James Moody, Yusef Lateef, Gene Ammons, Lou Donaldson, Lorez Alexandria, Ahmad Jamal e Ramsey Lewis. O catálogo de álbuns da ‘Argo’ era extensa, e continha o trabalho de Etta James, uma de suas melhores artistas do sexo feminino. Em 1965, o nome foi mudado para ‘Cadet’, devido à existência de outra gravadora chamada ‘Argo’, na Inglaterra. No mesmo ano, a ‘Chess’ começou a se interessar pela música de Nova Orleans, tendo Paul Gayten para representá-los lá. Também são muitas as gravações de música gospel, com uma série de sermões do reverendo CL Franklin, como também foram os primeiros a gravar com a filha do reverendo, Aretha Franklin, quando ainda adolescente. Durante os primeiros anos da gravadora 'Chess', Leonard e Phil Chess produziram a música que eles amavam. Eles eram a essência dos anos 50. ‘Chess Records’ era a grande gravadora americana de blues, e fica difícil entender o seu declínio e queda nos anos 60. Em 1969, a empresa sofreu um golpe devastador quando Leonard Chess morreu de um ataque cardíaco. Marshall, filho de Leonard, ainda tentou desesperadamente manter-se, mas o selo foi vendido para TAB, uma empresa que fabricava fitas cassete. A qualidade da produção diminuiu, e até 1972, os escritórios em Chicago ficavam vazios. Em 1975, o que restou da ‘Chess Records’ foi desmantelado e vendido para a ‘All Platinum Records’ de Nova Jersey. Quando os novos donos trouxeram as máquinas para derrubar o prédio de Chicago, foram destruídos 250.000 registros que tinham sido abandonados ali. É triste pensar em todas as músicas de Chuck Berry,
 Howlin 'Wolf, Little Walter, Bo Diddley, Etta James e Muddy Waters que foram levados para um aterro. Os registros foram destruídos, mas as fitas sobreviveram e são agora propriedade da MCA, que lançou a maior parte do material da ‘Chess’ durante os anos 1980 e 1990. Isso, combinado com o recente ressurgimento do interesse pelo blues em geral e de Chicago, em particular, garante que as futuras gerações de aficionados da música tenham a oportunidade de ouvir e aprender com os mestres do passado. - Fonte: Pintando musical
Boa leitura - Namastê

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Stan Getz

As fusões de Stan Getz

Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)




Se você pensa que Stan Getz foi apenas Cool e Bossa Nova, está totalmente enganado. Depois de desfrutar de muito sucesso ao difundir a Bossa Nova pelo mundo, Stan Getz acabou aderindo ao fascínio eletrônico do Jazz-Fusion.

Tudo começou em 1967, no álbum Sweet Rain, quando o Stan Getz Quartet (Billy Hart, George Mraz, Grady Tate e Ron Carter) se uniu aos músicos Chick Corea, Stanley Clarke (que viriam a fundar o Return to Forever, em 1971) e o baterista Tony Williams. Sweet Rain não é exatamente um álbum de Fusion, mas já mostra Getz numa configuração totalmente diferente do que havia sido a sua carreira até aquele momento.

Em 1972, Getz gravou Captain Marvel, se reunindo com um grupo de músicos que foram expoentes na difusão do Fusion na década de 70. São eles: Chick Corea com o seu Return to Forever (Stanley Clarke (baixo) e Airto Moreira (percussão)), além do baterista Tony Williams. Com exceção de Clarke, todos já haviam participado de formações do trompetista Miles Davis.

Os críticos não gostaram das experiências eletrônicas de Getz, que chegou a utilizar um Echoplex no seu saxofone. Logo resolveu desistir desta sonoridade, regressando gradativamente ao jazz mais tradicional, e acústico. Infelizmente...

Baixem os álbuns Sweet Rain e Captain Marvel. Duas obras-primas de Stan Getz, um dos maiores saxofonistas da história.JM

Sweet Rain - 1967

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Getz, Hart, Mraz,
Tate, Carter, Corea,
Clarke e Williams


Captain Marvel - 1972

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Size: 87.38 MB

Getz, Corea, Clarke,
Williams e Moreira



http://www.stangetz.net/

segunda-feira, 28 de julho de 2008

1972 - On The Corner

Após dar o pontapé inicial do movimento fusion com os álbuns "In A Silent Way" e "Bitches Brew", ambos de 1969, Miles passou dois anos e meio testando novas sonoridades, adaptando seu som a novos estilos e caindo ainda mais de cabeça em novos ritmos e sons totalmente diferentes ao estilo ligado ao Jazz. Suas perfomances ao vivo entre 1970-72 eram verdadeiros laboratórios sonoros, onde Miles, muito bem acompanhado (incluindo dois músicos Brasileiros, Airto Moreira e Hermesto Paschoal) criava verdadeiros colossos sonoros com essas misturas e experimentos. Ao entrar em estúdio em junho de 1972, muito influenciado pela black music de Sly and Family Stone, Funkadellic, Steve Wonder e Isaac Hayes, decidiu fugir da temática experimentalista de seu antecessor Bitches Brew e colocou uma sonoridade altamente dançante, negra e de impacto. Chamou (como sempre) um time impecável de músicos, entre eles Herbie Hancock, que também estava trilhando um caminho parecido em juntar o jazz com a musica negra (no qual lançaria outro marco fusion, o álbum Head Hunters no ano seguinte) e após rápidos jam sessions, surgia um de seus melhores trabalhos, On the Corner. Na primeira música, a faixa-título On The Corner, percebemos a intenção de Miles de colocar o jazz um caráter altamente rítmico e de impacto. Nessa canção, altas doses de batidas africanas se misturam a solos de teclados, saxofones e de trumpete, criando às vezes a sensação de estarmos num ritual africano ou numa sessão de magia, tamanha a força musical da faixa. Já Black Satin, tem um ritmo altamente dançante, nitidamente inspirado no Funk (Com boa dose de qualidade do grupos como Sly e Funkadelic), destacando-se aqui o ótimo baixo de Micheal Henderson e as deliciosas pitadas da guitarra de John Mclaughlin. A ótima One and One brinda com uma deliciosa performance de Jack Dejonette na bateria e John Mtume na percussão, dando base aos ótimos solos que Miles realiza nessa canção. Helen Butte/ Mr. Freedom X (na verdade uma alusão ao líder negro Malcom X e ao grupo político panteras Negras) realça o caráter de Miles de imprimir uma sonoridade negra em seu trabalho. Aqui, o funk, o blues, a musica africana e o soul se alternam de forma eficiente e empolgante em seus mais de 20 minutos de duração. Esse Álbum ao ser lançado, foi impiedosamente massacrado pela crítica, que acusou Miles de denegrir o jazz e na verdade ter feito um disco apenas para ganhar dinheiro. Miles demonstrou desprezo pelas críticas e continuou indo cada vez mais ao extremo em suas misturas musicais até se retirar temporariamente do cenário artístico por problemas de saúde em 1976. Um disco excelente da excelente fase Elétrica desse excelente músico.

Musicos:
Miles Davis - Trumpete
Chick Corea - Teclados
Herbie Hancock - Teclados
Dave Liebman - Saxofones
John Mclaughlin - Guitarra
Micheal Henderson - Baixo
Jack Dejonhette - Bateria
John Mtume Foreman - Percussão

Faixas:
01 - On the Corner
02 - Black Satin
03 - One and One
04 - Helen Butte / Mr. Freedom X

Download - Here

Boa audição - Namastê.