terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Ella Fitzgerald – The Complete 1954-1962 Singles Box Set (3CD)

Artista: Ella Fitzgerald  

Álbum: The Singles

Lançamento: 2017

Selo: New Continent 

Gênero: Swing, Cool Jazz

Conhecida como a Primeira Dama da Canção e a Grande Dama do Jazz, Ella Fitzgerald foi a cantora mais popular do gênero nos Estados Unidos, por mais de meio século. Com uma extensão vocal que atingia três oitavas, Lady Ella encantava com sua voz flexível, suave e precisa, cantando desde baladas sensuais, até o jazz mais doce, além do improviso e domínio da técnica do scat. Ella ganhou 13 prêmios Grammys e vendeu mais de 40 milhões de álbuns. Dizem que Ella Fitzgerald não tinha a profundidade emocional de Billie Holiday, a imaginação de Sarah Vaughan ou Anita O’Day, e a influência baseada no blues de Dinah Washington. E que ela era muitas vezes, apesar de brilhante, previsível. As críticas surgiram em parte devido a sua popularidade e ignoraram as suas contribuições. Ella Fitzgerald não só foi uma das pioneiras do ‘scat singing’, técnica extremamente inventiva da improvisação do jazz vocal com vocábulos sem palavras, sílabas sem sentido ou sem palavras que dá aos cantores a habilidade da improvisação para criar o equivalente a um solo instrumental usando a voz. Técnica aliás bastante eficaz para Ella Fitzgerald que tinha tendência para esquecer as letras das músicas. Além disso, era uma cantora despretensiosa cujas variações harmônicas nunca foram forçadas. Notavelmente, se destacou por sua interpretação sofisticada das canções de George Gershwin e Cole Porter. Afinal, Ella Fitzgerald foi essencialmente uma cantora de jazz ou uma cantora pop? Para muitos, foi indiscutivelmente a melhor cantora de jazz de todos os tempos, embora alguns possam votar em Sarah Vaughan ou, como eu, em Billie Holiday. Ella Fitzgerald, cuja voz magnífica, amplo repertório e estilo acessível de cantar apelou para ambas as plateias: do jazz e do pop. Sua abordagem ao repertório vocal é simples: ela mantém clássicos e acrescenta continuamente as melhores músicas do estilo pop. Ela estava entre os primeiros a integrar tanto a Bossa Nova como os Beatles em seu repertório na década de 60. Também gravou músicas mais contemporâneas, como ‘You Are the Sunshine of My Life’ de Stevie Wonder, um componente padrão do seu repertório. Suas gravações são reeditadas constantemente, trazendo sua música a novos públicos e ampliando seu círculo de admiradores. Na verdade, Ella Fitzgerald foi uma das cantoras de jazz mais emocionantes de sua época e, devido à naturalidade de seu estilo, tinha um apelo popular que se estendeu muito além das fronteiras do jazz. Este Box de 3 CDs apresenta os singles completos dos anos 1954-62 da grande Ella Fitzgerald em acessão. Antes de 1956, as sessões completas eram dedicadas aos singles no entanto, depois disso, apenas algumas músicas de cada data seriam lançadas como singles comerciais e o restante seria lançado no novo formato de LP. Os singles clássicos apresentados aqui foram lançados nas duas grandes gravadoras da época, a Decca e Verve. Ella é acompanhada nessas faixas por orquestras de estúdio de estrelas regidas por Nelson Riddle, Frank DeVol, Marty Paich e Paul Weston, entre outros grandes astros. Os excelentes duetos de Ella de 1954 com o pianista Ellis Larkins foram originalmente lançados como singles e no então novo formato de LP. 

Ella Fitzgerald: vocais em todas as faixas

Orquestras conduzidas e arranjadas por: Gordon Jenkins, André Previn, Benny Carter, Toots Camarata, Buddy Bregman, Nelson Riddle, Paul Weston, Marty Paich e Frank DeVol. CD1, 5-16 são duetos com o pianista Ellis Larkins.

CD 1 e CD 2 [1-15]: Decca singles, originalmente produzidos por Milt Gabler.

CD 2 [16-20] e CD 3: Verve singles, originalmente produzidos por Norman Granz

Gravado em Los Angeles e Nova York entre 25 de março de 1954 e 1º de outubro de 1962.

Boa audição - Namastê

sábado, 25 de fevereiro de 2023

2003 - Bird And Diz - Charlie Parker (1950) Releases Studio

Artista: Charlie Parker & Dizzy Gillespie

Álbum: Bird And Diz

Lançamento: 2003

Selo: Verve Records

Gênero: Bebop, Hard bop 

‘Bird e Diz’ é um álbum de estúdio de Charlie Parker e o trompetista Dizzy Gillespie, gravado primeiramente em 1950 em New York. Duas faixas em destaque na prensagem original, ‘Passport’ e ‘Visa’ foram gravadas por Parker em 1949, sem Gillespie e com um pessoal diferente do que das outras faixas. Produzido por Norman Granz, o álbum contém composições executadas com o padrão bebop, instrumentação de saxofone, trompete, piano, baixo e bateria. E é a gravação colaborativa definitiva de Parker e Gillespie, e também é notável por apresentar uma rápida aparição do pianista Thelonious Monk. Norman Granz é geralmente lembrado também por sua notável posição anti-racista e consequentemente pelas batalhas que lutou pelos seus artistas, dos quais muitos, talvez a maioria, eram negros, em tempos e lugares onde a cor da pele era a causa da discriminação aberta. Em 1955, em Houston, Texas, ele, pessoalmente, retirou os rótulos de ‘brancos’ e ‘negros’, que separavam a audiência no auditório, onde dois concertos estavam sendo realizados por Ella Fitzgerald e Dizzy Gillespie. Preso pela polícia local, depois de algumas negociações foi liberado, no entanto, insistiu na luta contra as acusações, que lhe custou uma imensa soma em dinheiro. Oscar Peterson contou como Granz uma vez insistiu para que taxistas brancos levassem seus artistas negros como clientes, mesmo quando um policial apontava uma pistola carregada em seu estômago. Granz também foi um dos primeiros a pagar para artistas brancos e negros o mesmo salário e dar-lhes igualdade de tratamento, mesmo em pequenos detalhes, como vestiários. Amado por seus artistas, não só porque ele pagava mais do que a média, ele teve três objetivos principais na vida, como ele várias vezes e francamente declarou: lutar contra o racismo, para dar aos ouvintes um bom produto e ganhar dinheiro com música boa.

Saxofone Alto – Charlie Parker
Baixo – Curly Russel
Bateria – Buddy Rich
Piano – Thelonious Monk
Trompete – Dizzy Gillespie

Gravado em 06 de junho de 1950 na cidade de Nova York.
As faixas 01 a 06 aparecem na sequência original do LP de 10". As faixas 07 a 13 são tomadas completas.
As edições remasterizadas do Verve/PolyGram apresentam 18 tomadas adicionais e encarte do estudioso da música James Patrick e do produtor Norman Granz. As faixas 14, 15, 17 a 24 são tomadas.
As faixas "Passport" e "Visa" incluídos no "Bird And Diz" 10"-LP, foram omitidos desta edição porque não foram gravados durante a sessão "Bird And Diz".

Boa audição - Namastê

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

2003 - Jazz Completo no Massey Hall - Charlie Parker

Artista: Charlie Parker

Álbum: Jazz Completo no Massey Hall

Lançamento: 2003

Selo: The Jazz Factory

Gênero: Bebop, Hard bop 


‘Jazz at Massey Hall’ é um álbum ao vivo com a apresentação de ‘The Quintet’ em 1953 no Massey Hall em Toronto. O quinteto era composto por vários líderes da época: Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Bud Powell, Charles Mingus e Max Roach. Foi a única vez que os cinco gravaram juntos e foi a última reunião registrada de Parker e Gillespie. Nesta data, Parker tocou um saxofone Grafton, pois havia penhorado seu saxofone, algumas fontes dizem para comprar heroína. Um representante de vendas da Grafton, ou o dono da empresa, pediu para Parker tocar o saxofone. Embora Parker estivesse sob um contrato exclusivo para utilizar apenas um tipo de saxofone, enquanto se apresentasse nos Estados Unidos, fora dos EUA, ele estava livre para usar qualquer sax que quisesse, incluindo este Grafton. Parker foi o mais notável representante de um saxofone Grafton, e este em particular, foi vendido na casa de leilões ‘Christie’ em Londres em 1994, e o comprador foi o Museu do Jazz Americano localizado na cidade de Parker, Kansas City, Missouri. E Charlie Parker também não poderia aparecer na capa do álbum original, também por razões contratuais, assim foi creditado como Charlie Chan, uma alusão ao detetive fictício chinês-americano criado por Earl Derr Biggers. O plano original era para que a Jazz Society e os músicos partilhassem os lucros da apresentação. No entanto, devido a uma luta de boxe entre Rocky Marciano e Jersey Joe Walcott ocorrendo simultaneamente, o público era tão pequeno que a Jazz Society foi incapaz de pagar as taxas dos músicos. Parker foi o único capaz de realmente ganhar dinheiro; Gillespie, por anos e anos, reclamou que não recebeu seus honorários. A nova versão reeditada em 2004 contém o concerto completo, das quais das faixas 5 a 11 são sem Parker e Gillespie, e foi intitulada ‘Complete Jazz at Massey Hall’. A apresentação foi introduzida ao ‘Grammy Hall of Fame’ em 1995, e é, por muitos, considerado o maior concerto de jazz de sempre.

 Saxofone Alto, Vocal – Charlie Parker (faixas: 1 a 4, 12 a 14)

Baixo – Charles Mingus (faixas: 1 a 4, 6 a 14)
Bateria – Max Roach
Piano – Bud Powell (faixas: 1 a 4, 6 a 14)
Trompete, Vocais – Dizzy Gillespie (faixas: 1 a 4, 12 a 14)

Gravado no Massey Hall, Toronto (Canadá), 15 de maio de 1953.
Boa audição - Namastê

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

1990 - Charlie Parker Jam Session - Charlie Parker

Álbum: Jam Session
Lançamento :1990
Selo: Verve Records
Gênero: Bop 


 No início da carreira Charlie Parker foi apelidado de ‘Yardbird’ e esse apelido mais tarde foi encurtado para ‘Bird’ e permaneceu como o seu apelido para o resto da sua vida. Parker foi retratado em dois filmes cult. Clint Eastwood dirigiu a cinebiografia ‘Bird’. Bertrand Tavernier, em ‘Round Midnight’, criou um fictício Dale Turner, visivelmente inspirado nele, e interpretado por outro famoso saxofonista, Dexter Gordon, que nunca tinha trabalhado como ator. Parker é considerado um dos melhores músicos de jazz. Sua reputação como um dos melhores saxofonistas é tal que alguns críticos dizem que ele é insuperável. Os improvisos possuíam uma intensidade, liberdade e virtuosismo até então desconhecidos no jazz. Charlie Parker aprendeu a tocar sax sozinho tentando tirar os sons que vinham de uma vitrola velha. Acontece que a vitrola tinha problemas na velocidade da rotação: a música saía em outro tom. E assim Bird começou a tocar sax em tons que ninguém tocava. Por várias vezes fundiu o jazz com outros estilos musicais, do clássico à música latina, abrindo um caminho seguido mais tarde por outros. Inúmeros músicos têm estudado a música de Parker e absorvido elementos do seu estilo.

Saxofone alto – Benny Carter , Charlie Parker , Johnny Hodges

Baixo – Ray Brown

Bateria – JC Heard

Guitarra – Barney Kessel

Piano – Oscar Peterson

Saxofone tenor – Ben Webster , William Flippen

Trompete – Charlie Shavers

Gravado: Los Angeles, julho de 1952

Boa audição - Namastê

1963 - The Essential Dave Brubeck - The Dave Brubeck Quartet

Lançamento: 2003
Selo: Columbia
Gênero: Bebop, Hard bop 

Dave Brubeck começou sua carreira no início dos anos 50 na região do West Coast americano, ou seja, em San Francisco, EUA. Em 1951 ele fundou, com o saxofonista Paul Desmond, seu amigo dos tempos do serviço militar, o quarteto que seria um dos maiores da história do jazz. Inicialmente, o jazz de Dave Brubeck era mais ao gosto de West Coast, um estilo do bebop, o cool jazz, composto por baladas e swing mais lento e suave. Foi o saxofonista Charlie Parker que inventou o bebop, e na época era comum a rivalidade entre os músicos negros de New York e os brancos de San Francisco ou Los Angeles, os músicos negros diziam que os brancos não sabiam swingar com os negros, e os músicos brancos diziam que os negros, apesar de serem virtuoses, não tinham lirismo. E Dave Brubeck, em uma jogada de marketing, provou que tinha capacidade de tocar como os negros chamando a atenção da mídia sendo capa da revista ‘Time’ em 1954. Em 1957 o quarteto se estabilizou até 1967, com Dave Brubeck no piano, Paul Desmond no saxofone alto, Eugene Wright no contrabaixo e o notável Joe Morelo na bateria. Com essa formação, o quarteto gravou o clássico ‘Time Out’, o primeiro álbum de jazz a ganhar um disco de platina em 1959, devido a ‘Take Five’, tema e composição de Paul Desmond, tímido e quieto, mas sempre rodeado de lindas mulheres, com o seu som limpo e lírico, e seus improvisos impactantes fizeram Charlie Parker seu fã. Depois o quarteto lançou os notáveis ‘Time Further Out’, ‘Time Changes’ e ‘Jazz Impressions of Japan’. Todas as capas desses discos foram ilustradas por pintura contemporânea de artistas como Neil Fujita, Joan Miró, Franz Kline e Sam Francis. Dave Brubeck adorava o pintor espanhol Miró. ‘The Essential Dave Brubeck’ com 31 faixas de 24 álbuns, dos 53 anos de carreira de Dave Brubeck, é a introdução perfeita para um dos maiores artistas de jazz de todos os tempos. As primeiras nove faixas são mono. Brubeck não apenas fazia boa música, ele experimentou e inventou novos conceitos. Há também vocalistas convidados, como Tony Bennett, Carmen McRae, Jimmy Rushing, e Louis Armstrong, com uma faixa cada. Como Brubeck gosta de se apresentar frente a uma platéia, quase metade do álbum são faixas ao vivo. A coleção começa com ‘Indiana’, gravada em 49 e termina com ‘Love for Sale’ escrita por Cole Porter. Para os fãs de Dave Brubeck, Paul Desmond, Eugene Wright, Joe Morello, Ron Crotty e Lloyd Davis, ‘The Essential Dave Brubeck’ é uma introdução sólida para o que Oscar Peterson classificaria como ‘música boa’.

Saxofone alto – Paul Desmond (faixas: 1-2 a 1-6, 1-9 a 1-13, 2-1 a 2-5, 2-9 a 2-12) 

Baixo – Bob Bates (faixas: 1-3 a 1-6), Eugene Wright (faixas: 1-10, 1-12, 1-13, 2-1 a 2-5, 2-9 a 2-12), Jack Six (faixas: 2-13, 2-15), Joe Benjamin ( faixas: 1-11), Norman Bates (2) (faixas: 1-9), Ron Crotty (faixas: 1-1, 1-2)

Bateria – Cal Tjader (faixas: 1-1), Joe Dodge (faixas: 1-3 a 1-6), Joe Morello (faixas: 1-9 a 1-13, 2-1 a 2-5, 2-9 para 2-12), Lloyd Davis (2) (faixas: 1-2)

Piano – Dave Brubeck

Produtor (gravações originais) – Cal Lampley (faixas: 1-10, 1-11), Chris Brubeck (faixas: 2-14), Dave Brubeck (faixas: 1-1, 1-2), George Avakian (faixas: 1 -3 a 1-9), Russel Gloyd (faixas: 2-14 a 2-17), Téo Macero (faixas: 1-12, 1-13, 1-14, 2-1 a 2-13)

Boa audição - Namastê

sábado, 18 de fevereiro de 2023

1963 – At Carnegie Hall - The Dave Brubeck Quartet


Lançamento: 1963
Selo: Columbia
Gênero: Bebop, Hard bop 


Em certa ocasião, Oscar Peterson, afirmou que existem apenas dois tipos de música: a boa e a ruim. Dentro das grandes formas musicais que englobam o jazz, de forma consistente Dave Brubeck conseguiu tocar e deixar uma música soberba para futuras gerações. Ele tem quase meio século, e é importante como pianista, compositor e líder, talvez, do mais conhecido quarteto da história do jazz. Dave Brubeck é um membro desse círculo encantado de artistas cuja popularidade é compatível com suas realizações musicais. Ele não apenas faz boa música, ele a transmitiu para que toda uma nova geração de amantes de boa música pudesse apreciá-la e encontrá-la doce, como décadas atrás. Reconhecido como um gênio em sua área, ele compôs vários jazz standards, incluindo ‘In Your Own Sweet Way’ e ‘The Duke’. David Warren Brubeck foi um jazzmen atípico na década de 50. Começou a aprender piano aos 4 anos de idade com sua mãe e violoncelo aos 9 e apesar, ou talvez por causa, da prevalência de músicos na família, seus irmãos mais tarde se tornariam reitores de música em escolas, Brubeck não tinha sonhos de se tornar um músico profissional, ele queria ser fazendeiro. Quando a família se mudou para uma fazenda, com 11 anos Dave ficou encantado com a vida na fazenda e saboreava cada uma de suas tarefas diárias. Aos 18 anos, Brubeck relutou em deixar a fazenda para estudar, mas seus pais o convenceram a ir para a faculdade sugerindo a possibilidade dele se tornar um veterinário para que ele pudesse voltar para a fazenda. A loucura desse plano se tornou evidente em seu primeiro ano, e, por sugestão de seu conselheiro de ciências optou por trocar as aulas de anatomia pelas de música. No Carnegie Hall, foram apresentados os melhores elementos do quarteto, ao lado do piano de Brubeck, o inovador Paul Desmond no alto saxofone, o baixista Eugene Wright e Joe Morello na bateria. O quarteto adorou a gravação ao vivo, eles não gostavam do estúdio porque não havia energia e o público aplaudindo os solos de Paul Desmond. No Carnegie Hall o grupo revela toda a harmonia, improvisação e a força, quase telepática, entre Dave Brubeck e Paul Desmond.

Saxofone Alto – Paul Desmond
Baixo – Eugene Wright
Bateria – Joe Morello
Piano – Dave Brubeck

Gravado ao vivo no Carnegie Hall, 22 de fevereiro de 1963


 Boa audição - Namastê

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

1959 – Time Out - The Dave Brubeck Quartet

Artista: The Dave Brubeck Quartet 

Álbum: Time Out

Lançamento: 1959

Selo: Columbia

Gênero: Bebop, Hard bop 

Dave Brubeck tinha um estilo percussivo de tocar piano, sempre improvisava, ele não sabia e nem gostava de ler partitura, mesmo depois se cursar a universidade. Ele evitava aprender a ler durante as aulas de piano de sua mãe, alegando dificuldade de visão. Ele queria simplesmente compor suas próprias melodias e por isso nunca aprendeu a ler partituras. Na faculdade, foi por pouco expulso do curso, quando um de seus professores descobriu que ele não sabia ler partituras. Muitos outros professores o defenderam apontando seu talento em contraponto e harmonia, mas a escola continuou com medo de que isso pudesse causar um escândalo, e só concordou em lhe dar o diploma se ele concordasse em nunca dar aulas de piano. Dave Brubeck tinha admiração por Duke Ellington e pela música erudita. Foi acusado, por críticos da época, de não ser um melodista, mas suas ousadias harmônicas e mudanças de andamento anunciavam um pianista inovador e um compositor inspirado. Dave Brubeck é responsável por uma das experiências mais bem sucedidas da ‘Third Stream’ (integração de elementos do jazz e da música erudita), no mesmo patamar de Stan Kenton, do Modern Jazz Quartet e do pianista Bill Evans. ‘Time Out’ foi planejado como um experimento, mas a gravadora resolveu liberá-lo e assim, tornou-se um dos mais conhecidos álbuns de jazz, apesar das críticas negativas na época. Todas as peças foram compostas por Dave Brubeck, com exceção de ‘Take Five’, de Paul Desmond. Era um experimento com base na utilização de assinaturas de tempo que eram incomuns para o jazz. Assinaturas de tempo, também conhecido como assinatura metros, é uma convenção de notação. Existem vários tipos de assinaturas do tempo: simples (3/4 ou 4/4), compostos (9/8 ou 12/8), complexos (5/4 ou 7/8), mista (5/8, 3/8 ou 6/8, 3/4) ou outros medidores. O jazz, na época em que esse disco foi criado, era tocado em 4/4 tempos. ‘Time Out’ rompeu com isso. A música ‘Take Five’ é símbolo de irreverência e trabalho em equipe e da eterna busca pelo aprimoramento o que fez dela um ícone da inovação, pois em 1959, quando foi lançada, ia contra todas as recomendações das gravadoras para se obter um hit de sucesso. Dave Brubeck planejava lançar o álbum ‘Time Out’ quando pediu a Paul Desmond para compor uma música em 5/4 que fez de ‘Time Out’ o primeiro álbum de jazz a ultrapassar um milhão de cópias vendidas. Muitos supõem incorretamente que ‘Blue Rondo à la Turk’ é baseado em ‘Rondo alla Turca’ da Sonata para piano n º 11, de Mozart, mas é baseado em um ritmo turco que Brubeck ouviu. ‘Time Out’ é um daqueles álbuns que transcende fronteiras musicais, a interação entre o piano de Brubeck e o saxofone de Paul Desmond torna este disco inesquecível e um dos mais poderosos do jazz. Uma obra-prima.

Alto Saxophone – Paul Desmond

Baixo – Gene Wright 

Bateria – Joe Morello

Notas do encarte – Steve Race

Piano – Dave Brubeck

Escrito por – Dave Brubeck (faixas: A1, A2, B1 a B4), P. Desmond (faixas: A3)

As faixas 1 e 7 foram gravadas em 18 de agosto de 1959. As faixas 2 e 3 foram gravadas em 1º de julho de 1959. As faixas 4 a 6 foram gravadas em 25 de junho de 1959. gravado no 30th Street Columbia Studios. 

Boa audição - Namastê

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

1961 - The Complete Village Vanguard - John Coltrane Parte IV

Vários foram os gigantes que tocaram e gravaram no Village Vanguard dos quais Max Gordon guardou algunas recordações curiosas: Um deles foi com Sonny Rollins que tocou no clube por dez anos seguidos, quatro vezes por ano. Retornou em 1976 e tocou só o primeiro set de forma arrasadora e já não apareceu para o segundo: "Nunca mais o vi depois desse episódio" comenta Max em 1980. Uma outra estória semelhante foi protagonizada por Miles Davis, músico que Max Gordon recorda como sendo o mais difícil de lidar de todos os músicos de jazz que tocaram no Village: "O que é que se faz numa noite de Sábado quando o clube está cheio e a estrela do espectáculo abandona o palco a meio do concerto porque a sua namorada está embriagada numa espelunca qualquer e lhe telefona a pedir para a ir buscar?", Comenta. Charles Mingus reteve a memória de um concerto em que o contrabaixista aplicou literalmente um soco no estômago de Jimmy Knepper em pleno palco só porque o trombonista não tocar o tema como ele tinha escrito. outra foi do dia em que Mingus arrancou a porta do clube porque no cartaz de entrada faltava a menção "Jazz Workshop" na designação do grupo e o seu nome constava como Charlie e não como Charles. Mas foi o jazz que deu ao Village Vanguard a fama internacional de que goza atualmente e muito especialmente os inúmeros discos que aí foram gravados pelos melhores e mais reputados jazzmen e sideman com registos autênticos de show no clube por todo o mundo. Nada menos do que 105 ao todo (até à presente data) através dos quais mesmo os mais remotos artistas do jazz que nunca tiveram oportunidade de ir a NYC acabaram por entrar no clube e ter pelo menos uma memória musical deste espaço. Mais do que embaixadores do Village Vanguard alguns destes discos são também verdadeiros ícones em obras primas. A primeira gravação na casa pertence a Sonny Rollins no dia 03 de Novembro de 1957 com o título "A Night At The Village Vanguard" . Eis os maiores recordistas de gravações no Vanguard: Bill Evans com total de 08 albuns, Art Pepper com 04 albuns e Kenny Burrell com 04 albuns. A verdade é que praticamente todos os grandes nomes do jazz encontraram neste clube o palco ideal para os seus registos ao vivo, graça a acústica do local incluindo entre outros: Art Blakey & The Jazz Messengers, Betty Carter, Cannonball Adderley, Thad Jones & Mel Lewis, Dizzy Gillespie, Keith Jarrett, Elvin Jones, Hank Jones, Woody Shaw, Phil Woods, Mal Waldron, Tommy Flanagan, Bobby Hutcherson, J.J. Johnson, Dexter Gordon, Joe Lovano, McCoy Tyner e mais recentemente Benny Green, Brad Mehldau, Wynton Marsalis e Jason Moran. Que outro clube que não o Vanguard pode ou poderá um dia rivalizar em qualidade e quantidade com esta impressionante antologia quintessência do jazz? O Village Vanguard esta situado na 178-7th Avenue South NYC com concertos às 21h00 e 23h00 com entrada em média: 30 Dólares. Endereço 
Dica: Livro - Ao Vivo no Village Vanguard ( Max Gordon Ed. Cosac Naify) Recomendo.

Faixas: 
01 - India 
02 - Greensleeves 
03 - Miles´ Mode 
04 - India 
05 - Spiritual 

 Músicos: 
John Coltrane - Sax. Tenor & Soprano 
Eric Dolphy - Sax Alto & Clarinete 
Garvin Bushell - Oboé 
Ahmed Abdul-Malik - Oud Turkish 
McCoy Tyner - Piano 
Jimmy Garrison - Baixo Acústico 
Reggie Workman - Baixo Acústico 
Elvin Jones - Bateria 

Download Here - Click Aqui Parte IV 
Boa audição - Namastê

sábado, 11 de fevereiro de 2023

1961 - The Complete Village Vanguard - John Coltrane Parte III

O pai do Vanguard nada tinha porém a ver com o jazz e muito menos com o seu berço os Estados Unidos. O fundador do Village Vanguard é oriundo da Lituânia perto de Vilna por estranho que pareça ou talvez não com data de nascimento 1903 com cinco anos antes da sua família emigrar para os E.U.A. atraída pelo sonho americano. Criado em Portland - Oregon no seio de uma família com pouco recurso económicos, o jovem Gordon teve de estudar e trabalhar vendendo jornais nas ruas desta cidade até ao dia em que concluiu os seus estudos de literatura no Reed College. Impelido pelos pais de frequentar o curso de direito Gordon chegou à cidade que nunca dorme no ano de 1926 mas seis semanas depois o curso era já um sonho e os seus dias eram passados em Greenwich Village. Até à fundação do Vanguard Gordon acumulou vários empregos incluindo: revisão ortográfica de cartas numa loja e a redação de artigos para uma pequena revista de negócios. A entrada no universo dos clubes aconteceria em 1932 em resultado de um encontro ocasional com uma empregada de um clube nova iorquino que insatisfeita com o seu emprego lhe propôs a abertura conjunta de um clube. Assim nascia o Fair em plena lei seca encerrado pouco tempo depois na sequência de uma acusação forjada de venda de álcool. Falido e desempregado Gordon não estava porém derrotado e aguardava apenas a oportunidade de voltar a ter o seu próprio clube. Em Charles Street Gordon encontrou a cave ideal para o clube que tinha em mente obtendo de um amigo o financiamento necessário para tal empreendimento. Curiosamente, seria este amigo a batizar o futuro clube de Village Vanguard. O clube abriu oficialmente suas portas no dia 26 de Fevereiro de 1934 equipado com mobílias e instrumentos comprados de pessoas endividadas em consequência da forte crise económica da época. As mesas e as cadeiras foram improvisadas com barris proveniente de um antigo restaurante que tinha como chefe de cozinha o português Johnny o qual Gordon contrataria desde logo para tomar conta da cozinha do Village Vanguard. O jazz estava ainda ausente e a estreia artística do clube ocorreu com a declamação voluntária de poemas por parte de alguns célebres poetas presentes na inauguração Como: Maxwell Bodenheim, John Rose Gildea, Joseph Ferdinand Gould. Este "espetáculo" valeu a Gordon ameaça de encerramento pelos tribunais sob a acusação de apresentar entretenimento sem a devida licença... Tal não aconteceria mas a mudança Para novas instalações tornava-se agora imperiosa pela necessidade de situar o clube num espaço com duas saídas e longe de igrejas, sinagogas e escolas. Gordon encontrou esse espaço no número 178 da Sétima Avenida numa cave onde funcionara um antigo speakeay; o mesmo espaço onde o Village Vanguard se mantém desde 1935 até os dias atuais. Durante vários anos o clube serviu sobretudo de tertúlia de poetas mais ou menos residentes mas em 1939 Gordon alcançou grande sucesso com os Revuers - grupo musical formado, entre outros, por Judy Holliday e Betty Comden e com Leonard Bernstein (ele mesmo?) no piano - e passou a ter na audiência celebridades como Fred Astaire. O jazz chegou ao Village Vanguard em 1941. Com a fama alcançada pelos Revuers e a sua consequente partida para outros palcos Gordon necessitava desesperadamente de novas atrações para animar as noites do clube. É neste contexto que um amigo lhe sugere uns tais de Leadbelly e Josh White a que se somaria Pearl Bailey em 1943. Quanto ao jazz começou a aparecer sob a forma de jam-sessions nos anos quarenta e com a presença de músicos como Dizzy Gillespie, Art Tatum, Errol Garner, Nat King Cole, Earl Hines ou Dinah Washington adquiriu maior dimensão no final dos anos cinquenta com o início das gravações ao vivo e a contratação dos grandes jazzmen da época e ganhando realmente expressão a partir dos anos sessenta. "Foi bom ter passado para o jazz no Vanguard. Admito que foi difícil no princípio dos anos sessenta. Os miúdos que ouviam música estavam numa embriaguez de rock'n'roll e eu não tinha experiência no jazz. Depois, no final dos anos sessenta e início dos anos setenta as coisas começaram a acontecer. Comecei a encontrar músicos de jazz, músicos novatos com projetos de futuro como Chick Corrêa, Herbie Hancock, Keith Jarrett e outros" - salienta Gordon. 
Dica: Livro - Ao Vivo no Village Vanguard ( Max Gordon Ed. Cosac Naify) Recomendo.
 
Faixas: 
01 - Chesin´The Trane 
02 - Greensleeves 
03 - Impressions 
04 - Spiritual 
05 - Naima 
06 - Impressions 

Músicos:
John Coltrane - Sax. Tenor & Soprano 
Eric Dolphy - Sax. Alto & Clarinete 
McCoy Tyner - Piano 
Jimmy Garrison - Baixo Acústico 
Reggie Workman - Baixo Acústico 
Elvin Jones - Bateria 

Download Here - Click Aqui parte III 

Boa audição - Namastê.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

1961 - The Complete Village Vanguard - John Coltrane Parte II

O Village Vanguard tornou-se o cenário para o jazz assim como o sol do meio dia é conivente com a lua da meia noite, trazendo estilos inovadores e uma forma encorpada na arte do entreterimento a casa que Max Gordon somou ao longo de sua historia, um legado de verdadeiras obras primas do celeiro do jazz. Pra quem visite o local, já na porta há um toldo vermelho com o nome em letras brancas facilmente reconhecível por qualquer um que tenha um mínimo de intimidade com o jazz. Lá dentro - depois de descer uma escada de 15 degraus - são exatos 123 lugares voltados para um palco tão modesto quanto o histórico do Village. O Village Vanguard que abrigou de John Coltrane a Lenny Bruce, de Miles Davis a Woody Allen e suas piadinhas, de Woody Guthrie ao andarilho Joe Gould, não poderia ser lembrados por nada mais e nada menos que o próprio Max Gordon, seu fundador e - até a sua morte em 1989 - em uma autobiografia de tirar o fôlego " Ao Vivo no Village Vanguard". São paginas de riquíssimos detalhes que valoriza ainda mais os pilares do jazz em sua jornada infinito da musica. O livro recupera através da memória de seu fundador alguns dos momentos mais expressivos do que foi feito musicalmente em Nova York durante mais de cinco décadas. A casa fundada em 1934 é exaltada em 19 textos em que o autor não apenas recupera sua convivência com alguns dos gigantes do jazz como também mapeia a história do show business e da vida cultural nos Estados Unidos desde a década de 1930. O reconhecimento foi infinitamente superior ao que Gordon esperava e o Village Vanguard virou sinônimo de programação de qualidade. Gordon conseguiu se transformar num dos poucos donos de casas noturnas respeitados pelos músicos. Até os de convívio mais difícil - como Charles Mingus e Sonny Rollins - que faziam questão de abrir espaço nas suas agendas para se apresentar no Village Vanguard. E foi da convivência com os músicos que Gordon aperfeiçoou o sentido de improviso. Assim o livro reproduz o climax dos mais de 100 discos gravados no local e ainda conta com o crítico Nat Hentoff na introdução do livro que traz um ensinamento fundamental: "Escrever é sentir um ritmo e depois se deixar levar por ele". Atualmente o Village é comandado pela viúva de Gordon, a sra. Lorraine que continua aberto e mantém o alto nível da programação. A segunda parte de quatro do álbum "The Complete 1961 Village Vanguard Recordings" de John Coltrane, gravado nos dias 01 e 02 de Novembro de 1961 no palco aclamado dessa casa de show, traz um Coltrane mais sutil e intimidador em seu sax e sua banda. A performance do grupo como um todo é impar e concisa. São registros históricos e um verdadeiro achado para os amantes do jazz.
Dica: Livro - Ao Vivo no Village Vanguard ( Max Gordon Ed. Cosac Naify). Recomendo.

 Músicas: 
01 - Brasilia 
02 - Chasin´Another Trane 
03 - India 
04 - Spiritual 
05 - Softly As In a Morning Sunrise 

 Músicos: 
John Coltrane - Sax. Tenor & Soprano 
Eric Dolphy - Sax. Alto & Clarinete 
Garvin Bushell - Oboé 
Ahme Abdul-Malik - Oud Turkish (inst. árabe) 
McCoy Jones - Piano 
Jimmy Garrison - Baixo Acústico 
Reggie Wolman - Baixo Acústico 
Elvin Jones - Bateria 
Roy Haynes - Bateria 

  Download Here - Click Aqui Parte II 

Boa audição - Namastê.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

1961 - The Complete Village Vanguard - John Coltrane Parte I

Ao vivo no Village Vanguard' é o título de mais de uma centena de albúns de jazz, de John Coltrane, Sonny Rollins, Keith Jarret a Brad Mehldau. Só isso já bastaria para estabelecer a lendária reputação do Vanguard como ao clube se referem dos freqüentadores de uma das mais prestigiadas casas noturnas do mundo. Fundada em 1934 por Max Gordon, a casa nasceu segundo a vocação boêmia e iconoclasta do bairro onde se instalou - o Greenwich Village. O mesmo bairro onde Duchamp e alguns amigos na década de 20, proclamaram a 'República Independente de Washington Square', a poucas quadras do Village. Originalmente dedicada a apresentações de poetas como Max Bodenheim e John Rose Gildea e personagens da vizinhança como o escritor-andarilho Joe Gould, aos poucos a casa foi recebendo artistas de variedades e comediantes como Juddy Holiday e Lenny Bruce. Para que se tenha uma idéia da abrangência do leque de atrações da casa o Vanguard receberia ainda o show psicodélico de Timothy Leary (o guru do LSD) e Dick Alpert com projeções, música e efeitos lisérgicos; bem como apresentações de baladas tradicionais irlandesas e escocesas ao alaúde de Richard Dyer-Bennet. Entrando em cena todos gênios da “música clássica negra” que Max já conhecia por sua já então longa experiência no ramo em duas outras casas: o Blue Angel e Le Directoire. Sua dedicação ao jazz era recompensada por cachês muito abaixo do mercado pelo gênios como Miles Davis e Thelonious Monk que cobravam para tocar no Vanguard. O contexto de sua fundação por parte de seu fundador - um lituano nascido em 1903 e formado em Literatura pelo Reed College – incorpora no Village em pleno período pós-Depressão, fim da Lei Seca, o New Deal e as lutas por direitos civis e empregos nos EUA, um verdadeiro chamariz ao gosto do publico. Artista como Pete Seeger e Woody Guthrie são vedetes nos primeiros anos do Village. "Bem-vindo ao Village Vanguard. Faça silêncio porque o show vai começar e Max Gordon está de olho em você" - dizia o apresentador antes de chamar a atração da noite. O Village Vanguard é a mais antiga catedral do jazz em NYC, completando sete gerações e é um verdadeiro testemunho da história do jazz, do swing ao be-bop, palco para o free e para a fusão e ainda hoje lá tocam os mais promissores talentos das novas gerações. Desde 1957 foram gravados no Village mais de 100 discos ao vivo e mesmo com a morte do seu fundador em 1989 o Vanguard não perdeu a alma nem o ritmo: «Open everyday continua a ser o lema da casa. São mais varios álbuns ao vivo, entre os maiores ícones do Jazz, gravados neste pub Novaiorquino por nome Village Vanguard. Feras como Miles Davis, John Coltrane, Sonny Rollins (o primeiro a gravar ao vivo no palco do Village), Keith Jarret, Brad Mehldau entre outros fizeram do palco do Village, obras primas na esfera jazzística. Situado numa pequena cave da Sétima Avenida no bairro de Greenwich Village, o Vanguard é um dos mais prestigiados clubes de jazz de Nova Iorque e seguramente o mais antigo ainda em atividade. Nat Hentoff, reputado crítico de jazz, salienta que uma casa como esta é um marco para a eternidade: "Os clubes com maior longevidade são aqueles a que vamos mesmo quando não sabemos quem está a tocar lá nessa noite. (...) Ou seja, confiamos que quem quer que seja que gerencie o clube e tenha contratado um artista com classe. Pelo que tenho visto, esse tipo de fé num clube é mais evidente no Village Vanguard do que em qualquer outro que eu jamais tenha conhecido". E pra comemorar esta faceta, colocarei alguns álbuns gravados no Village como tema, começando com John Coltrane-The Complete 1961 Village Vanguard Recordings em 04 albuns sendo esta o primeiro álbum gravado em 01 de Novembro de 1961. 

Dica de livro  - Ao Vivo no Village Vanguard - Max Gordon (Ed. Cosac & Naify; 1ª edição (16 novembro 2006)

 Faixas: 

01 - India 
02 - Chesin´The Trane 
03 - Impressions 
04 - Spiritual 
05 - Miles´Mode 
06 - Naima 

Músicos: 
John Coltrane - Sax. Soprano & Tenor 
Eric Dolphy - Sax. Alto e Clarinete 
Ahmed Abdul-Malik - Oud Turkish  (instrumento. árabe na faixa 1) 
McCoy Tyner - Piano 
Jimmy Garrison - Baixo Acústico
Reggie Workman - Baixo Acústico 
Elvin Jones - Bateria 
 
 Download Here - Click Aqui Parte I 
  
Boa audição - Namastê.