Em 17 de julho de 1967 falecia, no Huntington Hospital, em Long Island, Nova Iorque John Coltrane, um dos maiores nomes do Jazz de todos os tempos. Aos quarenta anos, o saxofonista perdeu a luta contra o câncer no fígado e não pôde presenciar o que a sua música significaria para o mundo das artes a partir dos anos seguintes. Além de ter trabalhado com Duke Elington, Thelonious Monk, Sonny Rollins, Dizzy Gillespie, Miles Davis, entre outros, Coltrane também teve tempo para formar seu próprio grupo e gravar algumas das maiores obras-primas da música, como Blue Train, Giant Steps, My Favorite Things, Impressions e aquela que talvez seja sua obra máxima, 'A Love Supreme', gravado em uma única sessão na noite de 09 de dezembro de 1964 com o pianista McCoy Tyner, o baixista Jimmy Garrison e o baterista Elvin Jones. A suíte, dividida em quatro partes, representa o ápice criativo do quarteto de Coltrane que sentia a necessidade de recuperar a musicalidade utilizada em antigos rituais religiosos africanos, esquecidos através da opressão e escravidão dos negros ao longo da historia. O resultado dessa experiência foram mais de cem mil cópias vendidas e várias portas abertas para criações de outros gêneros musicais, como o Free Jazz. Para se aprofundar no assunto, recomendo a leitura de 'A Love Supreme – A Criação do Álbum Clássico de John Coltrane', de Ashley Kahn. - Boa leitura