Morre a lenda do jazz Freddie Hubbard, um dos trompetistas mais importantes e versáteis de sua geração.
Por Leonardo Alcântara
No final de 2007, mais precisamente na véspera de Natal, fomos surpreendidos com a notícia da morte do nosso querido Oscar Peterson. Nesta última segunda-feira (29), no final de mais um ano, outro jazzista genial nos deixa: após sofrer um ataque cardíaco, o trompetista Freddie Hubbard morre aos 70 anos de idade.
Segundo seu empresário, o também trompetista David Weiss, do New Jazz Composers Octet, Hubbard morreu no Sherman Oaks Hospital, no noroeste de Los Angeles. Ele havia sido hospitalizado no dia 26 de novembro.
Nas últimas semanas, aconteceram diversos rumores sobre o estado de saúde de Hubbard. O diário Washington City e o site JazzTimes publicaram notícias que davam conta de que o trompetista havia sofrido um ataque cardíaco e entrado em coma.
2008: O renascimento e o fim de Hubbard
Em junho de 2008, os fãs de jazz foram presenteados com o álbum On the Real Side (70th Birthday Celebration), que celebrava os 70 anos de carreira do trompetista e marcava a sua volta às gravações, o que não acontecia desde o álbum New Colors (2001) devido ao seu estado de saúde. Acompanhado do The New Jazz Composers Octet, Hubbard revigorou o seu repertório regular, sendo elogiado por público e crítica especializada.
Hubbard foi conhecido por sua versatilidade. Tocou com os principais nomes, como Thelonious Monk, Miles Davis, Cannonball Adderley e Coltrane, além de ter participado das principais transformações do jazz durante seus 50 anos de carreira. A revista DownBeat descreve-o como tendo uma sonoridade que combinava a técnica de Clifford Brown, a bravura de Lee Morgan e a sensibilidade de Miles Davis. Sua obra inspirou diversas gerações de músicos, que admiraram o seu estilo exuberante de tocar.
“Ele influenciou todos os trompetistas que vieram depois dele”, disse Marsalis. “Certamente eu ouvi muito do seu trabalho... Todos nós o ouvíamos. Ele tem esse som alto, um grande senso de ritmo e tempo e a grande marca do seu estilo é uma exuberância. Sua técnica é exuberante”.
Hubbard, obrigado por tudo! JM
"The night has a thousand eyes" (Berna, 1989)
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
1970 - Tristeza on Piano - Oscar Peterson Trio
Oscar Emmanuel Peterson (Montreal, 15 de agosto de 1925 - 23 de dezembro de 2007). Pianista canadense, foi considerado por muitos críticos como um dos maiores pianistas de jazz de todos os tempos. Com cinco anos de idade começou a estudar trompete e piano com seu pai na idade, onde depois por motivos de doença (tuberculose) dedicou ao piano com maestria ate o fim de sua vida. Em 1944 participa da Johnny Holmes Orchestra, aprendendo composição e arranjo onde três anos mais tarde montou seu primeiro trio com Bert Brown e Frank Gariepy, apresentando em concertos semanais na Alberta Lounge, quando Norman Granz o descobriu levando para tocar no Carnegie Hall. Fundou em 1952 um novo trio com o guitarrista Barney Kessel e baixista Ray Brown, substituido por Herb Ellis um ano mais tarde. Meiado dos anos 50 fez apresentações e concertos com grandes nomes do jazz como: Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Carmen McRae, Louis Armstrong, Lester Young, Count Basie, Charlie Parker, Quincy Jones, Stan Getz, Coleman Hawkins, Dizzy Gillespie, Roy Eldridge, Clark Terry, Freddie Hubbard e com o Modern Jazz Quartet. Nos anos 70 Ray Brown sai do trio e sendo substituido pelo baixista dinamarquês Niels-Henning Orsted Pedersen. Peterson sofreu um derrame em 1993 deixando paralisado o lado esquerdo por dois anos, recuperando tempo depois e tocando de modo limitado. Em 1997 ganhou um Grammy pela sua obra e foi premiado pela International Jazz Hall of Fame. Grava o DVD "A Night in Vienna" em 2003, pelo selo Verve. Apesar de ter perdido um pouco seu charme, Oscar Peterson continua fazendo apresentações nos Estados Unidos e Europa durante um mês por ano, com intervalos de alguns dias para descanso entre uma apresentação e outra. Apresenta acompanhado de Ulf Wakenius (guitarra), David Young (contrabaixo) e Alvin Queens (percussão). Cancelou sua apresentação no Toronto Jazz Festival 2007 e compareceu no dia 8 de junho a um espetáculo em tributo a ele no Carnegie Hall. Uma das grandes lendas do piano no jazz, morreu em 23 de dezembro de 2007, de insuficiência renal, com idade de 82 anos. "Tristeza on Piano" traz Oscar com parceiros de longa carreira com Sam Bass e Bobbycom Sam Bass e Bobby Brown Durham. Gravado em 1970 por Hans-Georg Brunner Schwer. Este álbum é de uma época onde Peterson fez realmente bons álbuns, embora este talvez não seja tão essencial devido a sonoridae um pouco além do esperado do genio. Produzido por: H.G. Brunner-Schwer - New York, pelo selo Verve Records.
01. Tristeza
02. Nightingale
03. Porgy
04. Triste
05. You Stepped Out Of A Dream
06. Watch What Happens
07. Down Here On The Ground
08. Fly Me To The Moon
Musicos:
Oscar Peterson - Piano
Sam Jones - Baixo Acustico
Bobby Brown Durham. - Bateria
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Boa audição - Namastê.
1981 - The Man With His Horn - Miles Davis
Depois de um longo periodo longe dos palcos e dos estúdios, passando por uma recuparação pós saúde debilitada do vício, bebida e cocaína, Miles triufantimente da a volta por cima, regressando ao mundo da musica depois de assistir atento a evolução do fusion durante sua ausência, na frente de antigos pupilos com: Herbie Hancock, Chick Corea, John Mclaughlin, Wayne Shorter, Joe Zawinul entre muitos outros, acertando o alvo por ele criando com maioridade e caminhos musicais diferentes. Com isso, Miles percebeu uma nova geração de talentosos músicos que nascerem do embrião deixando, num rico horizonte musical de oportunidade de utilizar e revelar o talento desses que iriam dar um novo fugaz ao fusion nos anos 80 e início dos 90. "The man with the horn", lançado setembro de 1981,trouxe uma nova expectativa que o músico não só voltava em plena forma e com excelente acompanhamento, mas continuava com o dom de midas de fazer som modernizado, adaptando o jazz a realidade musical de sua época com perfeição. O album abri com "Fat Time", com Miles impondo sua marca com uma batida forte e de peso com destaque para a sua performance junto a Marcus Miller num recheio de sons e dialogo groover . "Back seat betty", mistura introspecção com batidas de rock com direito de destaque da boa performance do tecladista Robert Irving III. "Shout" traz um ritmo bem mais dançante, sendo basicamente um funk onde Miles dá um longo e excelente solo ou talvez indiretamente respondendo as criticas de que não tinha mais saúde para retornar aos palcos ou estúdios. "Aida" e "Man With The Horn" mostra como Miles tinha um feeling de excelencia em adaptar seu som a elementos bem característicos do período como no início dos anos 80 onde reinavam teclados, sintetizadores, baterias entre outras coisas, de uma forma criativa sem perder sua identidade. Uma forte base de Teclados e uma batida de baixo altamente marcante são créditatas ao excelente Marcus Miller, fazendo parte das duas canções, dando uma característica bem anos 80 nas faixas, mas com a qualidade bem diferenciada e perfeccionista, característica de Miles. "Ursula" com sua melodia altamente contagiante e criativa, fecha esse que é um dos trabalhos mais lembrados de Davis. Após esse albúm, Miles continuaria trilhando seu caminho de adaptar o jazz com o rock de forma empolgante e eficiente e como fez nos anos 60 e 70, revelando e usando novos talentos (nesse álbum por exemplo os músicos Mike Stern e Marcus Miller, futuros produtores de excelentes discos de fusion nos anos 80 e 90 são revelados), buscando sempre novas sonoridades no seu som, inclusive flertando até com o hip-hop no início dos anos 90, até sua morte em 1991. Ótima pegada de um trabalho elogiado por Miles em sua fase "Funk /Soul,Jazz,Rock". A produção ficou a cargo do dinossauro que acompanhou Miles em boa parte de sua carreia Teo Macero, gravado e mixado nos estudios da CBS Recording Studios, New York. "The Man With His Horn" apos ser lançado em 1981, recebeu crítica ruins apesar de ter vendido razoavelmente bem.
Faixas:
01 - Fat Time
02 - Back Seat Betty
03 - Shout
04 - Aida
05 - The Man with the Horn
06 - Ursula
Musicos:
Miles Davis - Trompete
Robert Irving III - Sintetizadores
Al Foster - Bateria
Sammy Figueroa - Percussão
Bill Evans - Teclados, saxofones, Sintetizadores
Mike Stern - Guitarra
Marcus Miller - Baixo
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Boa audição - Namastê.
1964 - Miles in Berlin - Miles Davis Quintet
Gravado no dia 25 de setembro de 1964 durante o festival Berliner Jazztage, "Miles in Berlin" é um daqueles albuns que pode ser chamado de - melhores registros ao vivo de Miles Davis - incluindo as fases de sua inicial carreira até este festival. È considerado uma das primeiras gravações do Segundo Grande Quinteto de Miles, o albúm traz o trompetista acompanhado por Wayne Shorter, Herbie Hancock, Ron Carter e Tony Williams em suas seis faixas de pura inovação,(no bolachão original são apenas cinco, tendo incluido na reedição de 2005 "Stella by Starlight", segundo gravada na época e não colocada por motivos ignorados), apresentando alguns dos momentos mais sublimes de sua carreira de Miles. Nascia, então, o quinteto que viria a estabelecer um novo patamar em sua carreira – e na história do jazz de um modo geral, redefinindo conceitos de textura, dinâmica e improvisação coletiva. Neste show gravado em 64, pode-se ouvir temas como “Milestones”, “Autumn leaves”, “So what” (Shorter mostrando seu fraseado oblíquo, Hancock respondendo com um solo cheio de dissonâncias), uma versão inédita de “Stella by starlight” e “Walkin’” adquirindo nova dimensão, compensando a deficiente qualidade do som mono. Curioso é o fato de Shorter compor especialmente para o grupo, tornando-se peça-chave em uma das melhores fases da multifacetada carreira de Miles – a mais dinâmica, revolucionária e obsessivamente criativa que o jazz conheceu. Outro fator importante foi o fato do disco ser gravado historicamente pela Orquestra Filarmônica de Berlin, onde cinco negros norte-americanos viraram o jazz de cabeça para baixo. Miles executa seu papel de sidemam com brilhantismo habitual, solando com maestria, chamando os outros instrumentistas com seu trumpete, perfazendo com que cada um tenha o seu momento próprio. O disco abre com a swingada "Milestones", cheia de quebras de andamento e malabarismos instrumentais; segue com aquela que muitos dos fás e estudiosos da obra de Miles Davis classificam como a melhor versão de "Autumn Leaves", de arrepiar realmente; o mítico álbum "Kind of Blue" de 1959 é revisitado com a sua faixa de abertura, "So What", devidamente desconstruída pelo quinteto; "Stella by Starlight" traz Miles olhando para o seu início de carreira e "Walkin´" é um exercício policromático repleto de paisagens que se constróem a cada novo movimento. Miles in Berlin é uma obra-prima do jazzmusical, um registro antológico de um músico na esfera da criação.
Faixas:
1. Milestones
2. Autumn Leaves
3. So What
4. Stella by Starlight (Bonus track do Lp original)
5. Walkin´
6. Go-Go (Theme and Announcement)
Musicos:
Miles Davis - Trompete
Wayne Shorter - Saxofone
Herbie Hancock - Piano
Ron Carter - Baixo
Tony Williams - Bateria
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Boa audição - Namastê.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
2005 - Jukka Eskola
Durante as minhas constantes buscas pelo soulseek, sempre me deparo com as coisas mais inusitadas. Uma das minhas últimas descobertas trata-se do jovem trompetista filândes Jukka Eskola, de Espoo, na costa sul da Finlândia. Com as ótimas colaborações de The Five Corners Quintet, NuSpirit Helsinki, Teddy Rok 7, Quintessence e Jimmy Tenor, Eskola nos presenteia com uma complexa viagem musical entre o eletrônico e o jazz, mantendo um forte linha de improviso e experimento.
Tracks:
1 Introduction (1:49)
2 1974 (7:15)
3 Kulo (6:31)
4 Go Time (2:22)
5 Buttercup (8:38)
6 Timber Up (7:10)
7 Selim (1:20)
8 Duudamdej (6:05)
9 Last Breath (4:45)
Credits:
Bass - Antti Lötjönen
Drums, Percussion, Keyboards - Teppo Mäkynen
Fender Rhodes, Piano - Jukkis Uotila
Producer - Jukka Eskola , Teppo Mäkynen
Saxophones, Alto Flute - Timo Lassy
Trumpet, Flugelhorn - Jukka Eskola
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Uma Colaboração do Blog JazzMan!
Tracks:
1 Introduction (1:49)
2 1974 (7:15)
3 Kulo (6:31)
4 Go Time (2:22)
5 Buttercup (8:38)
6 Timber Up (7:10)
7 Selim (1:20)
8 Duudamdej (6:05)
9 Last Breath (4:45)
Credits:
Bass - Antti Lötjönen
Drums, Percussion, Keyboards - Teppo Mäkynen
Fender Rhodes, Piano - Jukkis Uotila
Producer - Jukka Eskola , Teppo Mäkynen
Saxophones, Alto Flute - Timo Lassy
Trumpet, Flugelhorn - Jukka Eskola
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Uma Colaboração do Blog JazzMan!
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
1961 - Where - Ron Carter With Eric Dolphy and Mal Waldron
Quando o crítico da revista Downbeat, Don McMichael classificou "Out To Lunch" com cinco estrelas, escreveu: "Este musico será o jazzman mais premiado da próxima década", estava assinando um dejavu de estrea do saxofonista, flautista e clarinetista, Eric Allan Dolphy ou mais conhecido Eric Dolphy, musico predestinado a ser uns dos criadores e fundamentalista de estilo da chamada corrente dominante do jazz com forte estética ao free. O album em questão era "Outward Bound" com forte raiz no estilo do bop, gravado em 1960, pelo selo Prestige, onde Eric fazia sua estreia nos rool dos lideres de jazz. Don McMichael esta certo e so um item ficou de fora desta visão futurista: Dolphy foi além disto. Apesar do seu estilo ter sido criticado como anti-jazz, a modernidade da sua obra é unica e indiscutível. As inovações por ele introduzida no jazz é tão fundamental como as de Charlie Parker ou John Coltrane. O lirismo da sua flauta no contraste do radicalismo de sua clarinete, o seu discurso no sax. alto era impetuoso, suas composições dissonantes e bizarras, formando estruturas para o desenvolvimento do jazz até aos dias conteporanios. Passava grande parte da sua vida nos estúdios de gravação, onde participou em muitas sessões lideradas pelos grandes músicos, como: Max Roach, Ted Curson, Ron Carter, Mal Waldron, Pony Poindexter, Benny Golson, Gary McFarland, Andrew Hill, Gil Evans, Ken McIntyre e é claro, John Coltrane. Foi em seu apartamento que Dolphy começa a tocar e a partilhar ideias com o seu então amigo Coltrane, que havia convida a trabalhar na sua primeira gravação para a então recém criada editora Impulse, tendo a seu cargo a orquestração e a direção de orquestra. O resultado tem significativa no paralelo discografico de Coltrane, chamado: "Africa/ Brass Sessions" apresenta com o célebre quarteto mais 14 músicos, transmitindo a experiência única de sentir o modalismo livre do quarteto, invadido por sutis arranjos orquestrais. Coltrane decide convidar Eric para as gravações de Olé Coltrane, que, em certa medida, segue os passos musicais já experimentados no album interior, mas desta feita sem orquestra. Dolphy passa a integrar o grupo de Trane e sua colaboração entre ambos tem o seu ponto alto nas gravações feitas em 1961 no mítico e lendario album: "Village Vanguard" em Nova Iorque. Apesar das frequentes colaborações, Dolphy continuava a gravar como líder. Para a história ,ficam as gravações feitas no Five Spot, editadas em dois volumes, onde a banda de Dolphy tinha alguns dos músicos mais criativos desta época, Booker Little, o trompetista de forte tendencias, Mal Waldron, pianista jurassico na historia do jazz, Richard Davis, contrabaixista e o baterista Ed Blackwell, que arquitetou a transição do futuro do jazz sem esquecer a tradição. A preocupação melódica, o fraseado e a estrutura interna dos solos são uma constancia na carreira de Dolphy, isto sem deixar a complexidade criativa das suas composições. É durante este processo criativo que nasce a obran prima "Out To Lunch", inteiramente preenchida com composições soberbas e originais, tocadas de forma espontânea e livre. Se a perfeição existe, ela está presente neste registro, obra inquietante, arriscada e demasiada inovação para a época. Hoje Dolphy é considerado pelo conhecedores de jazz um marco em relação às suas distintas performa-se instrumentais: vibrações líricas da flauta, vôos do sax-alto e os rompantes do clarinete. A sua propensão por buscar adiante novas idéias harmônicas o colocaram numa linha virtuosa entre consonância e dissonância. Enquanto Dolphy caminhava para ser uma figura decisiva nesse começo dos anos 60, o bebop passava por inovações e se desenvolvia para formas mais livres. Sua morte prematura aos 36 anos, devido às complicações causadas pela diabetes em 29 de Junho de 1964, poê fim a uma carreira brilhante e promissora. "Where?" surgiu em 20 de Junho de 1961, na companhia de baixista Ron Carter (04-05-1937) e do pianista Mal Waldron (Malcolm Earl Waldron - 16-08-1925 # 02-12-2002 ) em uma sessão prostraumatica dos musicos em suas carreiras como sidemam. Carter, dono de uma vasta cultura musical, trabalhou dentro de variados estilos musicais: jazz-rock, experimentos em música erudita de câmara, jazz mainstream, música de influência brasileira. Já Mal Waldron é conciderado um inovador pianista, compositor de jazz e world music, tocando com feras como: John Coltrane, Eric Dolphy, Clifford Jordânia, Booker Little, Steve Lacy e Jackie McLean. Habilidoso em suas composições, criou musica pra cinema, teatro e dança com forte tematica de jazz e inovação de estilo e harmonia. Faleceu com 77 anos, vitima de câncer no intestino. Waldron foi o último pianista a tocacou com a cantora Billie Holiday, no final dos anos 50. Item de coleção, Where? traduz uma dinamica de fazer jazz. Relançado em 01 de Abril de 2008. Produção de Rudy Van Gelder (1960, New Jazz, NJLP 8236).
Faixas:
01 - Rally
02 - Bass Duet
03 - Softly, As In a Morning Sunrise Lyrics
04 - Where?
05 - Yes, Indeed
06 - Saucer Eyes
Musicos:
Ron Carter - Violoncelo & Baixo Acustico
Eric Dolphy - Sax. Alto, Flauta & Clarenete
Mal Waldron - Piano
George Duvivier - Baixo Acustico
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Chet Baker - A Longa Noite de um Mito
Chet Baker - A longa noite de um mito (Chet Baker - La Lunga notte di un mito - James Gavin (Ed. Baldini & Castoldi - 2002).
James Gavin reconta, nesta biografia um completo compedio da vida mal estruturada do musico branco, de siluetas mediana e uma forma de tocar jazz na mais requintada e encantadora obra do trompetista Chet Baker. Desde o início dos anos 50 que o rapaz se tornou um símbolo romântico, espiritualmente através de suas notas na corrente típica de Cool-jazz, West-Cost, fervilhando na sombra de distaque em outras forma de tocar trompete. Sua natureza inquieta e ao mesmo tempo hiper-sensível, o levou inevitavelmente a uma constante necessidade de fuga, fugir da responsabilidade e do mundo. Músicas e drogas eram para Chet mundos em que se admite uma combinação, tornar-se um ícone para todos os mitos da American rebeldes. A obra de James Gavin, feito através de uma minuciosa investigação e apaixonada linha de pesquisa, traça centenas de fontes inéditas e entrevistas não disponíveis anteriormente e em seguida, coloca fora do registro histórico da vida do trompetista uma extraordinária relação ao contexto social e político daqueles anos. Alguns enigmas apresenta soluções enquanto outros são especulações mal resolvidas ou foram divulgados de forma maldosa sem preceito. Um classico exemplo é o mistério ligado à sua morte (ocorrida em Amesterdão em 1988). O biógrafo explora com mastria o nascimento essencial melancolia, gosto zen, recheiada de misteriosios e sedução que trouxe Baker para o sucesso. É importante destacar a irônica parábola da sua vida, suas doces melodias e paradisíaca fases, única forma de sublimação do inferno que sentia dentro de si. A droga se tornou para Chet uma meia final e ao mesmo tempo, um equilíbrio instável entre si mesmo e o mundo, calcando um beleza finita, mencionado o preço instavel de um homem que vivia na orla semper oscilante entre o céu e o inferno, bem e mal, vida e morte. Gavin arrastar-nos entre os eventos sempre vivos, com interesse para descobrir a espiral de dependência quimica de Baker, destruindo não só a si, mas todos os que estiveram a sua volta (mulheres, músicos, amigos). A biografia vai além do puro discurso histórico, objetivo, mas através de uma crítica aguda, apresentando destaque a condição pós-guerra americano no nos anos '50 até o final '80. Um relato audacioso pra entender o porque de Chet preferir as drogas em conta partida, pagando o preço de inspirações ao longo de sua brilhante carreira.Uma boa leitura para que quer aprofundar sobre Chet Baker.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
O trem que passou...
EU TENHO UM SONHO
Discurso de Martin Luther King (28/08/1963)
Discurso de Martin Luther King (28/08/1963)
"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros. Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre. Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação. Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".
Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça. Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo. Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia. Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial. Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus. Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre.Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só. E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?" Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza. Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero. Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano. Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade. Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça. Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje! Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje! Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta. Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado. "Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.
Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,
De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"
E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.
E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.
Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.
Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.
Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.
Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.
Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.
Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.
Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.
Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.
E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:
"Livre afinal, livre afinal.
Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."
Martin Luther King Junior (15 de janeiro de 1929 - 4 de abril de 1968). Também conhecido como Martin Luther King, Pastor da Igreja Batista e ativista político norte-americano.
Boa leitura - Namastê.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
1959 - Bags & Trane - John Coltrane & Milt Jackson
Milton (Milt) Jackson (Detroit, Michigan, 01 de Janeiro de 1923 – Manhattan, 09 de outubro de 1999) foi um vibrafonista de jazz norte-americano e um dos primeiros no gênero bebop. Apelidado de “Bags” (Sacos), foi o principal vibrafonista do jazz pós-swing, e talvez o maior de todo o jazz. Nascido em Detroit, começou tocando violão e piano, antes de se decidir pelo vibrafone na adolescência. Se tornou um vibrafone respeitado, superando até nomes importância na figura de dois históricos instrumentista: Lionel Hampton e Red Norvir, que ficou mantido durante cinqüenta anos no topo da popularidade, até mesmo além de estrelas como Juliana Morais e Gary Burton (1943). Seu estilo era tremendamente variadas, englobando BdP, blues e baladas mais tradicionais. Milt Jackson começou a tocar guitarra e piano na idade sete às onze. Poucos anos depois foi mudado para o vibrafone. Sua estréia profissional foi cantando em um grupo gospel. Dizzy Gillespie o descobriu em Detroit e ofereceu-lhe um emprego no sexteto que havia formado e mais tarde uma orquestra em 1946. Jackson gravado com o trompetista e rapidamente se tornou popular e solicitado por outros músicos. Após tocar com Gillespie sexteto durante anos 1950-1952, formando depois o que seria na historia do jazz o quarteto integrado por: John Lewis, Percy Heath e Kenny Clarke (1952), chamado de Modern Jazz Quartet. No centro do álbum enconta-se uma evidente propósita dos dois músicos em sicronizar os instrumentos um ao outro. Coltrane ataca mais agressivamente, com seu árduo gumes revelador num som perfeito para um sincopado de nota sem que Mr. Jackson's adocica co veemencia o toque vibrado. Em "The night we called a day", pode-se ouvir como eles escutaram com atenção em si, uma mistura de solo para o outro sem cobrar o sintonizar da batida. Bags & Trane é o único álbum gravado em conjuto com Coltrane. O título vem do que os apelidos dos dois músicos: Bags - Milt Jackson e Trane - John Coltrane. Gravado em Janeiro de 1959, SÓ liberado pela Atlantic Records em Dezembro de 1961. Relançado em 25 de Outubro de 1990 pelo selo Rhino Atlantic. Um dos aspectos mais notáveis de Coltrane é o comprimento de seus solos, com vista a eliminar qualquer limite temporal para as notas e sua propagação ao critério das necessidades do intérprete, (daí as muitas questões de excesso de Coltrane por exemplo, nossos solos de trinta minutos). Milt Jackson tambem gracou com Oscar Peterson Trio e Ray Brown - Very Tall Tall Band de 1998.
A produção ficou a cargo de Nesuhi Ertegün & Bob Porter, com fotografias de Lee Friedlander.
A produção ficou a cargo de Nesuhi Ertegün & Bob Porter, com fotografias de Lee Friedlander.
Faixas:
01 - Stairway To The Stars
02 - The Late Late Blues
03 - Bags And Trane
04 - Three Little Words
05 - The Night We Called a Day
06 - Be-Bop
07 - Blues Legacy
08 - Centerpiece
Musicos:
John Coltrane - sax. Tenor
Milt Jackson - Vibrafone
Hank Jones - Piano
Paul Chambers - Baixo Acustico
Conny Kay - Bateria
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Boa audição - Namastê.
sábado, 29 de novembro de 2008
Roberto Muggiati - Improvisando Soluções
ENTREVISTA EXCLUSIVA - Roberto Muggiati
O blog JazzMan! tem a enorme honra de entrevistar o jornalista Roberto Muggiati, um dos mais importantes escritores e historiadores de jazz em nosso país.
Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)
Colaboração: Fernanda Melonio e Vagner Pitta
O jornalista curitibano Roberto Muggiati tem sido nos últimos anos uma verdadeira autoridade no que tange à difusão do jazz entre os brasileiros. Com diversas publicações sobre o gênero, Muggiati consegue mostrar ao leitor, com uma linguagem agradável e elegante, que o jazz não é nenhum bicho de sete cabeças e que está além de um simples gênero musical, podendo ser utilizado como fonte de inspiração para diversas situações e decisões ao longo da vida.
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Esta idéia é reforçada em seu último lançamento Improvisando Soluções: o Jazz como Exemplo para alcançar o Sucesso (Best Seller, 2008), onde o escritor cita diversos exemplos de jazzistas que superaram as mais variadas adversidades para impor a sua arte. Superação e improviso fazem parte da história e da estética do jazz, onde seus vitoriosos protagonistas transformaram vivências e sentimentos em uma arte espontânea, que permanece viva há mais de um século.
Roberto Muggiati estará no dia 05/12, em Curitiba, sua cidade-natal, para o lançamento do livro Improvisando Soluções: o Jazz como Exemplo para alcançar o Sucesso. Antes disso, ele generosamente nos concedeu a entrevista abaixo.
JazzMan!: O que foi que te chamou a atenção no jazz? Como foi o processo até se tornar um dos grandes escritores brasileiros do gênero?
Roberto Muggiati: Com pouco mais de dez anos de idade, ao ouvir naquelas velhas bolachas de 78 rotações-por-minuto os sons de Art Tatum, Nat King Cole, Louis Armstrong e Duke Ellington, percebi que aquela música era diferente das demais — era mais viva, mais inteligente, menos previsível e programada. Daí para o bebop de Charlie Parker e Dizzy Gillespie, para as invenções pianísticas de Bud Powell e Thelonious Monk, para o saxofone cool de Lester Young, foi a descoberta do jazz moderno, complementado depois pela escola da Costa Oeste (Stan Getz, Gerry Mulligan e Chet Baker, Shorty Rogers e seus grupos, a orquestra de Stan Kenton).
Como escrevia desde pequeno, a carreira enveredou para o jornalismo (e depois para os livros) e escrever sobre jazz — a música que amava acima de todas, foi um passo natural.
JM: Desde 2005 estamos tendo uma onda crescente de festivais de jazz pelo país. Os Festivais de Ouro Preto e Rio das Ostras já são reconhecidos como alguns dos melhores do mundo. Você acredita que prefeituras, produtoras e empresários estão descobrindo o poder do jazz?
RM: Com certeza. Você já ouviu falar dos festivais de Manaus, de Guaramiranga (no Ceará), de Joinville (Santa Catarina) e dezenas de outros “pocket festivals” nas capitais do Brasil. A maioria conta com patrocinadores públicos ou privados, indicação de que os marqueteiros descobriram finalmente o poder de penetração do jazz e a sua marca de qualidade e sofisticação.
JM: Como você avalia a difusão do jazz no Brasil?
RM: Ainda é pequena, apesar dos sites e blogs que existem. Mas publicações especializadas são raras, ou sazonais. Se você se der conta de que uma revista de uma grande editora sobre rock – a Bizz, da Abril – deixou de circular, a situação é ainda mais difícil para o jazz. Mas, graças principalmente à internet, o jazzófilo – como o jazzista – sabe se virar e encontra suas fontes de informação.
JM: No livro New Jazz: de volta para o futuro, você escreve a respeito de músicos que ficaram conhecidos como os Young Lions, surgidos nos anos 80 e 90 com a proposta de preservar uma tradição jazzística. Quais as diferenças entre essa geração mais recente e as anteriores, das décadas de 60 e 70, e quais as contribuições dos Young Lions para o futuro do jazz no século XXI?
RM: A geração dos irmãos Marsalis & Cia teve mais acesso do que as anteriores ao aprendizado não só do jazz, como da música em geral. (Muitos, como Wynton e seu irmão saxofonista Branford, são também exímios executantes do repertório erudito). Mas esta geração – embora toque admiravelmente bem – se viu condenada a uma releitura de todas as escolas do jazz que a antecederam, sem a capacidade de criar algo “novo”. (Este problema da criação do “novo” se aplica também a todas as outras artes: pintura, literatura, teatro, etc. — é uma espécie de característica da época, um momento, talvez, de apreender tudo o que já foi feito antes de começar algo novo, um momento de espera).
JM: O crítico inglês Stuart Nicholson, em seu livro Is Jazz Dead? (Or Has It Moved to a New Address), gerou polêmica ao dizer que o jazz europeu detém os reais inovadores do jazz contemporâneo, pois essa geração de Wynton Marsalis cristalizou o jazz em uma música baseada no tradicionalismo e esqueceram da necessidade de criatividade e inovação. Você concorda com as palavras de Nicholson?
RM: Nem o jazz morreu, nem se mudou para um novo endereço (a comunidade dos euros). Podemos dizer que se espraiou por uma série de novos endereços e, registre-se aí, além da contribuição européia, as contribuições latino-americana (Brasil, Argentina, Cuba, México), asiática (Japão, China, etc), africana e por aí vai.
JM: Como você avalia os músicos que surgiram a partir dos anos 2000? Qual a proposta da nova geração?
RM: É uma geração pulsante de talentos, experimentando todo tipo de formatos musicais e explorando todas as possibilidades no campo da instrumentação. A meu ver, um fato importante é a ascensão da mulher, não mais presa ao papel da crooner, mas competindo com os homens em instrumentos “viris” como o contrabaixo, a bateria, o trombone e o saxofone. Sem mencionar que a grande band-leader e orquestradora da década é uma mulher, Maria Schneider.
JM: Fale-nos um pouco sobre o Improvisando Soluções, seu mais recente livro. Como surgiu a idéia de escrevê-lo?
RM: Como eu relato no próprio livro, a idéia tomou corpo a partir de um curso que dei em Porto Alegre em fevereiro de 2006, no Espaço Cultural Santander, sobre os Cem Anos do Jazz, três palestras de três horas que tiveram a ocupação da sala completa, incluindo homens e mulheres nas faixas etárias de 16 a 80 anos. A receptividade deste público de quase cem pessoas me despertou a idéia de escrever um livro sobre “vivências do jazz”, sem elaborar demais na parte técnica ou musical, mas enfatizando as lições de vida dos mestres do improviso.
JM: Neste livro, você relata uma passagem em que o jazz o salvou de um suicídio. Em algum outro momento o jazz o influenciou em outras decisões importantes?
RM: Não só nesta ocasião crítica, mas em situações do dia-a-dia, o jazz sempre contou muito em minha vida — na tentativa de tocar saxofone, estudando dez anos com o Mauro Senise, como na cobertura de shows e festivais, na descoberta de novos álbuns dos grandes mestres e também de músicos “menores” porém altamente significativos. O jazz sempre atuou no meu mecanismo de memória como a famosa “madeleine” proustiana, cada época ou momento de minha vida amarrado a esta ou aquela música. Basta ouvir hoje, por exemplo, Sarah Vaughan cantando Over the Rainbow acompanhada do saxofonista Cannonball Adderley que eu viajo na máquina do tempo até aquele ano mágico de 1958, meio século atrás, e revivo exatamente o que eu fazia, o que eu sentia na ocasião.
JM: Você cobriu o Festival de Montreux (1985 a 1988) e a maioria das edições do antigo Free Jazz. Quais as lembranças mais marcantes destes festivais?
RM: Existem os punti luminosi, como as apresentações de Hermeto e o dueto de Hermeto com Elis (1979), de João Gilberto (1985), a volta de Miles Davis aos palcos (1985), tudo isso em Montreux, a big band de Gil Evans no Hotel Nacional, o show grátis de Sonny Rollins no Parque da Catacumba, no Rio, a entrevista exclusiva de uma hora com Chet Baker e sua apresentação no primeiro Free Jazz, em 1985; a Mingus Band com Elvis Costello no MAM; ali mesmo, o conhecimento dos novos talentos de Terence Blanchard, Nicholas Payton, James Carter, John Pizzarelli, a comovente apresentação de Michel Petrucciani no Hotel Nacional; e, também ali, a do veterano violinista Stephane Grappelli; a maestria de veteranos como Lee Konitz, Art Farmer e Johnny Griffin. Rever Griffin (no Rio) e Dexter Gordon (em São Paulo 1980 e Montreux 1986) foi viajar de volta a Londres em 1962-63, quando eles passaram cada um um mês inteiro no Ronnie Scott's Jazz Club. Dizzy Gillespie e sua United Nation Orchestra no Free Jazz. Enfim, são momentos marcantes de música, que a gente não esquece jamais.
JM: Uma última pergunta para descontrair: no hino do Flamengo há os versos que dizem: "Eu teria um desgosto profundo/Se faltasse o Flamengo no mundo...". Se fosse o jazz que faltasse, como seria?
RM: Eu teria um desgosto profundo se o jazz faltasse, mas isso nunca vai acontecer. A propósito, há uma cantoria que rola nos estádios brasileiros entre as torcidas que é puro jazz, o refrão de When the Saints Go Marchin' In — tararará, tararará, tararará-rá-rá-rá-rá, tarará, tará, tarára, tarará, rá-rá-rá-rá! Repito a você a pergunta que até hoje ninguém me respondeu: como foi que está canção de New Orleans veio parar nas arquibancadas do Maracanã? Tenho a minha teoria: ela chegou através das charangas, aquelas bandinhas de torcida, como a famosa banda do Bangu e a Charanga do Flamengo, que captaram When the Saints através de discos ou até através das apresentações pela rádio e TV do incrível Booker Pitman. É um mistério digno de uma profunda pesquisa. Quem se habilita? JM
Título: Improvisando Soluções
Autor: Roberto Muggiati
Editora: Best-Seller
Ano: 2008
Compre:
O blog JazzMan! tem a enorme honra de entrevistar o jornalista Roberto Muggiati, um dos mais importantes escritores e historiadores de jazz em nosso país.
Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)
Colaboração: Fernanda Melonio e Vagner Pitta
O jornalista curitibano Roberto Muggiati tem sido nos últimos anos uma verdadeira autoridade no que tange à difusão do jazz entre os brasileiros. Com diversas publicações sobre o gênero, Muggiati consegue mostrar ao leitor, com uma linguagem agradável e elegante, que o jazz não é nenhum bicho de sete cabeças e que está além de um simples gênero musical, podendo ser utilizado como fonte de inspiração para diversas situações e decisões ao longo da vida.
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Esta idéia é reforçada em seu último lançamento Improvisando Soluções: o Jazz como Exemplo para alcançar o Sucesso (Best Seller, 2008), onde o escritor cita diversos exemplos de jazzistas que superaram as mais variadas adversidades para impor a sua arte. Superação e improviso fazem parte da história e da estética do jazz, onde seus vitoriosos protagonistas transformaram vivências e sentimentos em uma arte espontânea, que permanece viva há mais de um século.
Roberto Muggiati estará no dia 05/12, em Curitiba, sua cidade-natal, para o lançamento do livro Improvisando Soluções: o Jazz como Exemplo para alcançar o Sucesso. Antes disso, ele generosamente nos concedeu a entrevista abaixo.
JazzMan!: O que foi que te chamou a atenção no jazz? Como foi o processo até se tornar um dos grandes escritores brasileiros do gênero?
Roberto Muggiati: Com pouco mais de dez anos de idade, ao ouvir naquelas velhas bolachas de 78 rotações-por-minuto os sons de Art Tatum, Nat King Cole, Louis Armstrong e Duke Ellington, percebi que aquela música era diferente das demais — era mais viva, mais inteligente, menos previsível e programada. Daí para o bebop de Charlie Parker e Dizzy Gillespie, para as invenções pianísticas de Bud Powell e Thelonious Monk, para o saxofone cool de Lester Young, foi a descoberta do jazz moderno, complementado depois pela escola da Costa Oeste (Stan Getz, Gerry Mulligan e Chet Baker, Shorty Rogers e seus grupos, a orquestra de Stan Kenton).
Como escrevia desde pequeno, a carreira enveredou para o jornalismo (e depois para os livros) e escrever sobre jazz — a música que amava acima de todas, foi um passo natural.
JM: Desde 2005 estamos tendo uma onda crescente de festivais de jazz pelo país. Os Festivais de Ouro Preto e Rio das Ostras já são reconhecidos como alguns dos melhores do mundo. Você acredita que prefeituras, produtoras e empresários estão descobrindo o poder do jazz?
RM: Com certeza. Você já ouviu falar dos festivais de Manaus, de Guaramiranga (no Ceará), de Joinville (Santa Catarina) e dezenas de outros “pocket festivals” nas capitais do Brasil. A maioria conta com patrocinadores públicos ou privados, indicação de que os marqueteiros descobriram finalmente o poder de penetração do jazz e a sua marca de qualidade e sofisticação.
JM: Como você avalia a difusão do jazz no Brasil?
RM: Ainda é pequena, apesar dos sites e blogs que existem. Mas publicações especializadas são raras, ou sazonais. Se você se der conta de que uma revista de uma grande editora sobre rock – a Bizz, da Abril – deixou de circular, a situação é ainda mais difícil para o jazz. Mas, graças principalmente à internet, o jazzófilo – como o jazzista – sabe se virar e encontra suas fontes de informação.
JM: No livro New Jazz: de volta para o futuro, você escreve a respeito de músicos que ficaram conhecidos como os Young Lions, surgidos nos anos 80 e 90 com a proposta de preservar uma tradição jazzística. Quais as diferenças entre essa geração mais recente e as anteriores, das décadas de 60 e 70, e quais as contribuições dos Young Lions para o futuro do jazz no século XXI?
RM: A geração dos irmãos Marsalis & Cia teve mais acesso do que as anteriores ao aprendizado não só do jazz, como da música em geral. (Muitos, como Wynton e seu irmão saxofonista Branford, são também exímios executantes do repertório erudito). Mas esta geração – embora toque admiravelmente bem – se viu condenada a uma releitura de todas as escolas do jazz que a antecederam, sem a capacidade de criar algo “novo”. (Este problema da criação do “novo” se aplica também a todas as outras artes: pintura, literatura, teatro, etc. — é uma espécie de característica da época, um momento, talvez, de apreender tudo o que já foi feito antes de começar algo novo, um momento de espera).
JM: O crítico inglês Stuart Nicholson, em seu livro Is Jazz Dead? (Or Has It Moved to a New Address), gerou polêmica ao dizer que o jazz europeu detém os reais inovadores do jazz contemporâneo, pois essa geração de Wynton Marsalis cristalizou o jazz em uma música baseada no tradicionalismo e esqueceram da necessidade de criatividade e inovação. Você concorda com as palavras de Nicholson?
RM: Nem o jazz morreu, nem se mudou para um novo endereço (a comunidade dos euros). Podemos dizer que se espraiou por uma série de novos endereços e, registre-se aí, além da contribuição européia, as contribuições latino-americana (Brasil, Argentina, Cuba, México), asiática (Japão, China, etc), africana e por aí vai.
JM: Como você avalia os músicos que surgiram a partir dos anos 2000? Qual a proposta da nova geração?
RM: É uma geração pulsante de talentos, experimentando todo tipo de formatos musicais e explorando todas as possibilidades no campo da instrumentação. A meu ver, um fato importante é a ascensão da mulher, não mais presa ao papel da crooner, mas competindo com os homens em instrumentos “viris” como o contrabaixo, a bateria, o trombone e o saxofone. Sem mencionar que a grande band-leader e orquestradora da década é uma mulher, Maria Schneider.
JM: Fale-nos um pouco sobre o Improvisando Soluções, seu mais recente livro. Como surgiu a idéia de escrevê-lo?
RM: Como eu relato no próprio livro, a idéia tomou corpo a partir de um curso que dei em Porto Alegre em fevereiro de 2006, no Espaço Cultural Santander, sobre os Cem Anos do Jazz, três palestras de três horas que tiveram a ocupação da sala completa, incluindo homens e mulheres nas faixas etárias de 16 a 80 anos. A receptividade deste público de quase cem pessoas me despertou a idéia de escrever um livro sobre “vivências do jazz”, sem elaborar demais na parte técnica ou musical, mas enfatizando as lições de vida dos mestres do improviso.
JM: Neste livro, você relata uma passagem em que o jazz o salvou de um suicídio. Em algum outro momento o jazz o influenciou em outras decisões importantes?
RM: Não só nesta ocasião crítica, mas em situações do dia-a-dia, o jazz sempre contou muito em minha vida — na tentativa de tocar saxofone, estudando dez anos com o Mauro Senise, como na cobertura de shows e festivais, na descoberta de novos álbuns dos grandes mestres e também de músicos “menores” porém altamente significativos. O jazz sempre atuou no meu mecanismo de memória como a famosa “madeleine” proustiana, cada época ou momento de minha vida amarrado a esta ou aquela música. Basta ouvir hoje, por exemplo, Sarah Vaughan cantando Over the Rainbow acompanhada do saxofonista Cannonball Adderley que eu viajo na máquina do tempo até aquele ano mágico de 1958, meio século atrás, e revivo exatamente o que eu fazia, o que eu sentia na ocasião.
JM: Você cobriu o Festival de Montreux (1985 a 1988) e a maioria das edições do antigo Free Jazz. Quais as lembranças mais marcantes destes festivais?
RM: Existem os punti luminosi, como as apresentações de Hermeto e o dueto de Hermeto com Elis (1979), de João Gilberto (1985), a volta de Miles Davis aos palcos (1985), tudo isso em Montreux, a big band de Gil Evans no Hotel Nacional, o show grátis de Sonny Rollins no Parque da Catacumba, no Rio, a entrevista exclusiva de uma hora com Chet Baker e sua apresentação no primeiro Free Jazz, em 1985; a Mingus Band com Elvis Costello no MAM; ali mesmo, o conhecimento dos novos talentos de Terence Blanchard, Nicholas Payton, James Carter, John Pizzarelli, a comovente apresentação de Michel Petrucciani no Hotel Nacional; e, também ali, a do veterano violinista Stephane Grappelli; a maestria de veteranos como Lee Konitz, Art Farmer e Johnny Griffin. Rever Griffin (no Rio) e Dexter Gordon (em São Paulo 1980 e Montreux 1986) foi viajar de volta a Londres em 1962-63, quando eles passaram cada um um mês inteiro no Ronnie Scott's Jazz Club. Dizzy Gillespie e sua United Nation Orchestra no Free Jazz. Enfim, são momentos marcantes de música, que a gente não esquece jamais.
JM: Uma última pergunta para descontrair: no hino do Flamengo há os versos que dizem: "Eu teria um desgosto profundo/Se faltasse o Flamengo no mundo...". Se fosse o jazz que faltasse, como seria?
RM: Eu teria um desgosto profundo se o jazz faltasse, mas isso nunca vai acontecer. A propósito, há uma cantoria que rola nos estádios brasileiros entre as torcidas que é puro jazz, o refrão de When the Saints Go Marchin' In — tararará, tararará, tararará-rá-rá-rá-rá, tarará, tará, tarára, tarará, rá-rá-rá-rá! Repito a você a pergunta que até hoje ninguém me respondeu: como foi que está canção de New Orleans veio parar nas arquibancadas do Maracanã? Tenho a minha teoria: ela chegou através das charangas, aquelas bandinhas de torcida, como a famosa banda do Bangu e a Charanga do Flamengo, que captaram When the Saints através de discos ou até através das apresentações pela rádio e TV do incrível Booker Pitman. É um mistério digno de uma profunda pesquisa. Quem se habilita? JM
Título: Improvisando Soluções
Autor: Roberto Muggiati
Editora: Best-Seller
Ano: 2008
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sexta-feira, 28 de novembro de 2008
1958 - Theme Music From The James Dean Story - Chet Baker And Bud Shank
James Byron Dean (1931-1955) em alguns círculos, foi o epítome do cool. Seu "viver rápido e morrer jovem" traduzia uma rebeldia palpável para uma geração fervilhada e de grande influencia. Passou pela existencia em brancas nuvens, deixando um legado que a muito aspira novos debulte sem exito ou primazia. Assim como Dean, o trompetista Chet Baker também foi simbólo de arrefecer. Ela fazia sentido que o trompete de Baker agridoce iria desempenhar um papel importante na música para o filme documentário A História de James Dean, em 1956. Este álbum é algo diferente do que apenas uma outra sessão de Chet Baker ha sua discografia, certamente que não me refiro a uma sessão de Chet como algo precioso. Mas este álbum é mais um esforço colectivo e extraordinária delicadeza do que um grupo de músicos reunido apenas para tocar com Chet ao longo de data. É puro jazz costa oeste do mais alto calibre em todas as coisas preciosas que ela significa para cada um dos musicos deste estilo. Quer dizer não tem swingin, é adocicado. Não é apenas um bom sopra das corriqueiras sessões, é algo mais elaborado. Sendo uma trilha sonora para o documentário sobre a vida de James Dean segue-se uma espécie de conceito e os fluxos de música a tentar dizer a história dos diferentes momentos da vida do homem do topete hollywoondiano que era. A lista de músicos é absolutamente incrivel: Monty Budwig, Mel Lewis, Claude Williamson, Don Fagerquist, Charlie Mariano, Bud Shank, Pepper Adams e assim por diante, traduz uma simetria entre os instrumentos que deixa claro uma ideia, as aspirações são bem divididas. As modalidades são de dois dos maiores arranjadores da época, Johnny Mandel e Bill Holman. O ano é 1956 e a produção ficou a cargo de Richard Bock, Woody Woodward, Woody Woodward. O filme, dirigido por Robert Altman e George W. George, fornece uma visão espacional de uma brilhante presenças cada vez mais poderoso de James Dean e sua irreverecia como ator e ser humano que era. Rodado após a sua morte e narrado por Martin Gabel, este filme apresenta uma colagem de clipes do cinema e da televisão, como entrevistas com seus familiares e amigos, bem como ainda fotos de toda a sua breve, mas intenso e lendária vida . Um altentico Smooth Jazz, Cool Jazz pela Pacific Jazz Records, Gravado em Los Angeles em 8 de novembro de 1956. As faixas 3, 7 e 11 são mono. Nota: O menor canal esquerdo drop-outs nas faixas 2 e 10 estão em fitas master originais. Reeditado em 2000. James Dean era filho único, seu nome foi uma homenagem da mãe ao poeta inglês Lord Byron, filho de Wilton Dean um protético e de Mildred Dean filha de fazendeiros metodistas.
Faixas:
01 - Jimmy's Theme
02 - The Search
03 - Lost Love
04 - People
05 - The Movie Star
06 - Fairmont, Indiana
07 - Rebel at Work
08 - Success and Then What?
09 - Let Me Be Loved
10 - Hollywood
11 - Let Me Be Loved (Vocal Version)
Musicos:
Chet Baker - Trompete e Vocais
Monty Budwig - Baixo Acustico
Mel Lewis - Bateria
Claude Williamson - Piano
Don Fagerquist - Trompete (1, 2, 4,6, 8,11)
Ray Linn - Trompete (1, 2, 4, 6, 8, 11)
Milt Bernhart - Trombone (1, 2, 4, 6, 8, 11)
Charlie Mariano - Sax. Alto (1, 2, 4, 6, 8,11)
Bud Shank - Sax. Alto & Flauta (1, 6, 8, 11)
Richie Seward - Sax. Alto
Bill Holman - Sax.Tenor (1, 2, 4,11)
Richie Kamuca - Sax. Tenor (1, 2, 4, 6, 8, 11)
Pepper Adams - Sax. Barito (1, 2, 4, 6, 8,11)
Mike Pacheco - Percurssão (1, 2, 4 , 6, 8,11)
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Boa audição - Namastê
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Charles Mingus 1922 – 1979
Charles Mingus nasceu no dia 22 de abril de 1922 em Nogales, Arizona e foi criado em Watts, nos arredores de Los Angeles. Inspirado por música gospel e Duke Ellington, Mingus estudou baixo e composição antes de se integrar em New York ao jazz nos anos quarenta, tocando com Louis Armstrong e Lionel Hampton entre outros. Sua ascensão foi em princípios de 50, trabalhando com Charlie Parker, Miles Davis e Duke Ellington, quando se tornou um do poucos baixistas a ter seu próprio conjunto de jazz. Com seus álbuns pioneiros "Pithecanthropus Erectus"(1956), "New Tijuana Moods"(1957) e "Mingus Ah Um"(1959), Mingus se estabeleceu como um dos compositores de jazz mais importantes do seu século. Além de escrever e executar composições de jazz, ele abriu caminho para a fusão da música clássica com o jazz, escrevendo longas peças, algumas das quais ainda não foram descobertas ou só foram executadas depois da sua morte. Desacreditado com o modo com que as gravadoras lidavam com os músicos de jazz, Mingus formou sua própria gravadora e editora, que ficou conhecida como "Jazz Workshop" voltada para músicos aspirantes e onde ele também utilizava o piano. Conhecido pelo temperamento difícil, Mingus despedia os músicos sem hesitação se eles não atendessem aos padrões exigidos, entrando em conflito com muitas figuras proeminentes do jazz. Depois de ser rejeitado no Monterey Jazz Festival em 1965, Mingus se afastou das apresentações, só voltando em 1969. No começo de 70 Charles ensinava composição na SUNY-Buffalo e preparava uma autobiografia. Ao longo dessa década Mingus compôs com freqüência ao passo que tocava cada vez menos. Em 1977 ele foi diagnosticado como portador de uma desordem nervosa Esclerose Lateral Amniotrópica, mais conhecida como Doença de Lou Gehrig. Eventualmente limitado a uma cadeira de rodas e incapaz para tocar piano, Mingus continuou criando idéias novas em seu gravador até vir a falecer no dia 5 de janeiro de 1979 em Cuernavaca, México. Suas cinzas foram jogadas no Rio Ganges, enquanto músicos e aficionados do jazz no mundo todo lamentaram a perda desse grande baixista e compositor americano.
Discografia:
1952 - Strings And Keys
1954 - Moods of Mingus
1954 - Jazz Composer's Workshop
1954 - Jazzical Moods - Vol.1
1954 - Intrusions
1955 - The Jazz Experiments of Charles Mingus
1955 - Jazz Collaborations
1955 - Jazzical Moods - Vol.2
1955 - Chazz
1955 - The Charlie Mingus Quintet + Max Roach
1955 - Mingus at the Bohemia
1955 - Plus Max Roach
1956 - Pithecanthropus Erectus
1957 - The Clown
1957 - Tonight at Noon
1957 - Mingus Three
1957 - Tijuana Moods
1957 - New Tijuana Moods
1957 - East Coasting Bethlehem
1957 - Scenes in the City Affinity
1957 - A Modern Jazz Symposium of Music & Poetry
1958 - Weary Blues
1959 - Mingus in Wonderland
1959 - Blues and Roots
1959 - Mingus Ah Um
1959 - Mingus Dynasty
1960 - Mingus Revisited
1960 - Pre-Bird Mercury
1960 - Mingus at Antibes
1960 - Charles Mingus Presents Charles Mingus
1960 - Mingus Presents Mingus
1960 - Mysterious Blues
1960 - Mingus!
1961 - Oh Yeah
1962 - Town Hall Concert (UA - live)
1963 - The Black Saint and the Sinner Lady
1963 - Mingus, Mingus, Mingus, Mingus, Mingus
1964 - Mingus Plays Piano
!1964 - The Great Concert of Charles Mingus (live)
1964 - Right Now: Live at Jazz Workshop
1964 - Town Hall Concert (OJC - live)
1965 - My Favorite Quintet
1965 - Charles Mingus (CM)
1970 - Reincarnation of a Lovebird
1971 - Let My Children Hear Music
1972 - Charles Mingus and Friends in Concert (live)
1973 - Mingus Moves
1974 - Mingus at Carnegie Hall (live)
1974 - Changes One
1974 - Changes Two
1976 - Cumbia and Jazz Fusion
1977 - Three of Four Shades of Blues
1977 - Lionel Hampton Presents Music of Charles Mingus - Who's Who in Jazz
1978 - Something Like a Bird
1978 - Me, Myself an Eye
1990 - Epitaph - Unique Jazz
2000 - Charles Mingus Meets Cat Anderson
2000 - Live in Stutgart 1964
Compilação:
1946 - The Young Rebel
1951 - The Complete Debut Recordings
1952 - Thirteen Pictures: The Charles Mingus Collection
1954 - Welcome to Jazz: Charles Mingus
1954 - Charles Mingus
1954 - Jazzical Moods
1955 - Charles Mingus
1956 - The Art of Charles Mingus
1956 - Passions of a Man: The Complete Atlantic Recordings
1957 - New York Scetchbook
1957 - Charles Mingus Trios Jazz Door
1957 - Debut Rarities - Vol. 3
1959 - Jazz Portraits
1959 - Nostalgia in Times Square
1959 - The Complete
1959 - CBS Charles Mingus
1959 - Shoes of the Fisherman's Wife
1960 - Better Git It in your Soul
1960 - The Complete Candid Recordings
1960 - In a Soulful Mood
1962 - Live at Birdland (1962)
1962 - The Complete Town Hall Concert
1963 - Reevaluation: the Impulse! Years
1964 - Concertgebouw Amsterdam, Vol. 1
1964 - Concertgebouw Amsterdam, Vol. 2
1964 - Live in Oslo 1964, Vol. 1
1964 - Fables of Faubas (Jazz Time) live
1964 - Live in Oslo
1964 - Live in Stockholm
1964 - Live in Stockholm 1964: The Complete Concert
1964 - Astral Weeks (live) - Moon1964 -- Meditation (live)
1964 - Live in Paris 1964, Vol.2
1964 - Live in Paris 1964
1964 - Revenge! (live)
1964 - The Great Concert (Paris 1964 live)
1964 - Mingus in Europe - Vol.1 (live)
1964 - Mingus in Europe - Vol. 2 (live)
1964 - Mingus in Europe
1964 - Mingus at Monterey (live)
1964 - Portrait
1964 - Paris 1964 (live)
1965 - Music Written for Monterey, 1965 (live)
1969 - Statements
1970 - Charlie Mingus in Paris (1970 live)
1971 - Charlie Mingus
1971 - With Orchestra
1972 - Live at Chateauvallon (1972)
1977 - Giants of Jazz - Vol. 2
1977 - His Final Work
1978 - Soul Fusion
1990 - In Europe
1992 - Debut Rarities - Vol. 2
1992 - Debut Rarities - Vol 1
1993 - Collection
1994 - Jazz Portraits/ Mingus in Wonderland (live)
1994 - Debut Rarities - Vol. 4
1994 - Paris 1967 (live)
1995 - Parkeriana Bandstand
1995 - Jazz Classics
1995 - Stormy & Funky Blues
1995 - Goodbye Pork Pie Hat
1995 - Live
1995 - Soulful Mood
1996 - Goodbye Pork Pie Hat
1996 - Sound of Jazz
1996 - Better Git It in your Soul
1996 - Live at Carnegie Hall
1996 - This is Jazz, Vol. 6
1997 - Priceless Jazz Collection
1997 - Summertime
1997 - Charles Mingus - GRP1999 - Alternate Takes
1999 - Wednesday Night Prayer Meeting
1999 - Volume 5 Galaxy Sound
1999 - Immortal Concerts (live)
1999 - Pithecanthropus Erectus
1999 - Backtracks Renaissance
1999 - Summertime
1999 - Orange
1999 - Fables of Faubas (Giants of Jazz)
2000 - Les Incontournables WEA International
2000 - Lionel Hampton Presents Charlie Mingus
2000 - Abstractions
2000 - Jazz Workshop Abstractions
2000 - The Complete 1959 CBS Charlie Mingus
2000 - Meditations on Integration
1957 - Tijuana Moods - Charles Mingus
"Charles Mingus não era apenas um homem imenso e descontrolado que surrava para seus músicos quando erravam alguma nota (são clássicos os cascudos que deu em seu trombonista Jimmy Knepper). Ele também tinha um lado inegavelmente doce... não há sequer um registro policial de que tenha disparado sua arma, que levava na cintura em suas apresentações ao vivo, em algum ouvinte mais falador. É aquela coisa: todos queremos nos sentir protegidos, principalmente quando temos apenas 1,90m e 100kg. Além de sua gentileza, muito além, estava sua profunda e dilacerante ironia, não a ironia de um truculento que conserta sua mesa de sinuca com um cartão funcional, mas a ironia rascante do gênio irrequieto. Em seu álbum Tijuana Moods, gravado no estúdio A da RCA de New York, entre 18 de julho e 6 de agosto de 1957, traduz muito bem isso e presta uma homenagem aos cucarachos ("A barata" é uma tradicional canção folclórica em língua castelhana, pertencente ao gênero corrido, que foi muito popular no México durante a Revolução Mexicana). Na terceira faixa "Tijuana Gift Shop", Mingus primeiro zomba afrontosamente com meia dúzia de lugares-comuns do latin jazz para, em seguida, misturá-los de forma assustadoramente criativa, produzindo, quem diria, jazz. Foram raríssimos os músicos de jazz que se deram ao trabalho de manipular o material latino disponível de forma tão autêntica, criativa e convincente. Acredito que Mingus foi o músico do jazz que melhor soube dosar essa influência caribenha que sempre rondou o mundo do jazz e, apesar de despudoradamente explícitas as citações latinas, ao final todas soavam discretamente articuladas ao contexto jazzístico. Com incrível habilidade e talento Charles exige de nós atenção aos detalhes e sobretudo, senso de humor quando ouvimos a maioria de seus álbuns, sob pena de pensarmos estar ouvindo apenas mais um disco de jazz. Sua habilidade com a utilização do blues foi idêntica. Só é preciso registrar que, nesse álbum, Mingus põe Frank Dunlop, um dos melhores bateristas da época, tocando castanholas. Em 25 de September 2001, a RCA Victor Europe relança Tijuana Moods the complee edition, albúm remasterizado com mais seis faixas alternativas do rolo de estudio destas duas sessões. Uma otima autobiografia de Charles Mingus e dispunivel no Brasil é Saindo da Sarjeta, pela editora Jorge Zahar, com boa tradução do Roberto Muggiati (Sem comentarios). Mingus foi uns do modernizadores do jazz, um baixista incrível e um compositor alem de seu tempo. Tocou com todo mundo que importava na sua época, mas não é disso que se trata a sua autobiografia. Saindo da Sarjeta é quase um livro erótico, tão minuciosamente Mingus comenta a sua vida sexual, das descobertas do amor à tentativa de virar um cafetão. A música fica em terceiro ou quarto plano. Um problema do livro são opção de narra sua vida na terceira pessoa, desde o nescimento, esbarrando em momentos de pieguice profunda. Mesmo assim, as aventuras desse Casanova do jazz são deliciosas e proporcionam uma leitura ligeira e divertida. É considerado, ao lado de Thelonious Monk e Duke Eliington, um dos três maiores compositores da história do Jazz". Texto e fonte, gentilmente cedida por:
01 - Dizzy MoodsJazzseen.blogspot.com
Faixas:02 - Ysabel's Dance Table
03 - Tijuana Gift Shop
04 - Los Mariachis (The Street Musicians)
05 - Flamingo
06 - A Colloquial Dream (Scenes In the City)
07 - Dizzy Moods (Alt. Take)
08 - Ysabel's Dance Table (Alt. Take)
09 - Tijuana Gift Shop (Alt. Take)
10 - Los Mariachis (Alt. Take)
11 - Flamingo (Alt. Take)
12 - A Colloquial Dream (Alt. Take)
Musicos:
Charles Mingus - Baixo Acustico
Curtis Portor (Shafi Hadi) - Sax. Alto
Jimmy Knepper - Trombone
Clarence Shaw - Trompete
Bill Trigia - Piano
Dannie Richmond - Bateria
Frankie Dunlop - Percurssão
Ysabel Morel - Castalholas
Lonnie Elder - Vozes & Narração
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Boa audição - Namastê.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Podcast JazzMan! nº 9: Max de Castro
O Podcast JazzMan! nº 09 traz a obra de Max de Castro, um dos maiores artistas da sua geração.
A música brasileira é conhecida no mundo inteiro por sua diversidade e capacidade hábil de se fundir aos mais diversos gêneros musicais. Muitos deles como o jazz, hip-hop, rock, soul e funk não são genuinamente brasileiros, mas gradativamente foram se fundindo à nossa cultura, tornando-se parte da nossa linguagem musical. Um artista que representa muito bem esse processo é o cantor e multi-instrumentista Max de Castro.
Max não tem um estilo musical e uma maneira de tocar pré-definidos. Seu trabalho é uma constante busca por diferentes sonoridades e texturas, resultando num som "novo" e peculiar. Seu ouvido produtivo e seu senso de oportunidade fazem de Max de Castro um dos artistas mais criativos da sua geração.
Seu trabalho transita numa linha que vai das raízes até o que há de mais moderno na música contemporânea. Samba, Baião, Jazz, Soul, Funk e muito outros gêneros se misturam a batidas eletrônicas, efeitos e distorções, que fazem da sua música algo atraente e imprevisível.
A criatividade de Max de Castro também é perceptível em suas letras. Com temas que reverenciam a cultura brasileira e seus protagonistas, como Cartola e Pixinguinha, além de outras que focam questões políticas, sociais e cotidianas, Max se destaca como um compositor que funde vida e arte numa coisa só. Letras como Silêncio No Brooklyn e Mancha Roxa são retratos fiéis da sociedade atual e demonstram uma visão progressista do compositor para os nossos problemas.
A música de Max de Castro ainda não é muito difundida pelo país, sendo restrita a um pequeno grupo de admiradores árduos por sua obra desafiadora, que requer sensibilidade e atenção do ouvinte para uma discografia em constante progresso. De fato, sua música não é radiofônica, o que - curiosamente - é um ponto positivo nos dias de hoje. Não que ela não mereça ser executada no rádio, mas sua arte está totalmente descomprometida com esse padrão radiofônico atual, cheio de clichês e vazio no ponto de vista estético. Mas Max não se preocupa muito com isso, mostrando que está no caminho certo ao arquitetar projetos originais e fora dos padrões. Se no Brasil não é muito conhecido, sua originalidade vem abrindo os olhos de adeptos espalhados pelo mundo. Em 2001, Max estampou a capa de uma edição especial sobre música da revista americana Time, que o listou entre grandes nomes da música mundial. “Max é o talento musical mais original surgido no Brasil nas últimas três décadas”, ratificou a revista.
Ouça o podcast JazzMan! nº 9 e viaje com a música de Max de Castro.
Programa:
01-O Futuro Pertence À Jovem Vanguarda [Instrumental]
02-A História da Morena Nua Que Abalou as
Estruturas do Esplendor do Carnaval
03-Samba Raro
04-Afrosamba
05-Balanço das Horas
06-Silêncio No Brooklyn
07-lá vem o homem que matou o homem
(Lanny Gordin & Max de Castro)
08-Candura
09-Pra Você Lembrar
10-Stereo
11-O Nego Do Cabelo Bom
12-não identificado (Lanny Gordin & Max de Castro)
13-Iluminismo
14-Mancha Roxa (Marcha Rancho)
15-Onda Diferente
16-Programa
17-Pixinguinha Superstar
18-Acapulco, Daqui a Pouco [Instrumental]
19-10-Assim é...se lhe parece
Ouça:
Subscribe Free Add to my Page
http://www.myspace.com/maxdecastro
Last Fm Max de Castro
Time Magazine em referência a Max
A música brasileira é conhecida no mundo inteiro por sua diversidade e capacidade hábil de se fundir aos mais diversos gêneros musicais. Muitos deles como o jazz, hip-hop, rock, soul e funk não são genuinamente brasileiros, mas gradativamente foram se fundindo à nossa cultura, tornando-se parte da nossa linguagem musical. Um artista que representa muito bem esse processo é o cantor e multi-instrumentista Max de Castro.
Max não tem um estilo musical e uma maneira de tocar pré-definidos. Seu trabalho é uma constante busca por diferentes sonoridades e texturas, resultando num som "novo" e peculiar. Seu ouvido produtivo e seu senso de oportunidade fazem de Max de Castro um dos artistas mais criativos da sua geração.
Seu trabalho transita numa linha que vai das raízes até o que há de mais moderno na música contemporânea. Samba, Baião, Jazz, Soul, Funk e muito outros gêneros se misturam a batidas eletrônicas, efeitos e distorções, que fazem da sua música algo atraente e imprevisível.
A criatividade de Max de Castro também é perceptível em suas letras. Com temas que reverenciam a cultura brasileira e seus protagonistas, como Cartola e Pixinguinha, além de outras que focam questões políticas, sociais e cotidianas, Max se destaca como um compositor que funde vida e arte numa coisa só. Letras como Silêncio No Brooklyn e Mancha Roxa são retratos fiéis da sociedade atual e demonstram uma visão progressista do compositor para os nossos problemas.
A música de Max de Castro ainda não é muito difundida pelo país, sendo restrita a um pequeno grupo de admiradores árduos por sua obra desafiadora, que requer sensibilidade e atenção do ouvinte para uma discografia em constante progresso. De fato, sua música não é radiofônica, o que - curiosamente - é um ponto positivo nos dias de hoje. Não que ela não mereça ser executada no rádio, mas sua arte está totalmente descomprometida com esse padrão radiofônico atual, cheio de clichês e vazio no ponto de vista estético. Mas Max não se preocupa muito com isso, mostrando que está no caminho certo ao arquitetar projetos originais e fora dos padrões. Se no Brasil não é muito conhecido, sua originalidade vem abrindo os olhos de adeptos espalhados pelo mundo. Em 2001, Max estampou a capa de uma edição especial sobre música da revista americana Time, que o listou entre grandes nomes da música mundial. “Max é o talento musical mais original surgido no Brasil nas últimas três décadas”, ratificou a revista.
Ouça o podcast JazzMan! nº 9 e viaje com a música de Max de Castro.
Programa:
01-O Futuro Pertence À Jovem Vanguarda [Instrumental]
02-A História da Morena Nua Que Abalou as
Estruturas do Esplendor do Carnaval
03-Samba Raro
04-Afrosamba
05-Balanço das Horas
06-Silêncio No Brooklyn
07-lá vem o homem que matou o homem
(Lanny Gordin & Max de Castro)
08-Candura
09-Pra Você Lembrar
10-Stereo
11-O Nego Do Cabelo Bom
12-não identificado (Lanny Gordin & Max de Castro)
13-Iluminismo
14-Mancha Roxa (Marcha Rancho)
15-Onda Diferente
16-Programa
17-Pixinguinha Superstar
18-Acapulco, Daqui a Pouco [Instrumental]
19-10-Assim é...se lhe parece
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Last Fm Max de Castro
Time Magazine em referência a Max
domingo, 16 de novembro de 2008
1956 - Chet Baker Sings - Chet Baker
Quando Chet Baker resolveu assumir definitivamente o duplo trabalho como trompetista e cantor, em 1954, boa parte da imprensa especializada norte-americana torceu o nariz ao ponto de ser chamada de desengoçada e horripilante. Baker dono de uma sensibilidade invejável até mesmo pelos instrumentistas mais virtuosos, era aclamado como um dos trompetistas de jazz promissores de sua época, recebendo elogios de ex-companheiros de trabalho como os saxofonistas Stan Getz, Charlie Parker e Gerry Mulligan. Dessa forma, 'ceder espaço' de sua carreira como trompetista para a 'popular' tarefa como cantor não parecia ser a opção mais segura, segundo os críticos. Isso fica claro em "My Funny Valentine" onde muito aprendeu a respeita-lo como cantor de vanguarda. Mas o álbum 'Chet Baker Sings', de 56, foi um sucesso de vendas e bem valorizado pela mídia menos purista. Um romântico Chet, dono de uma voz frágil, delicada, quase sussurrante, provou ser afinadíssimo, preciso e criativo também como cantor. Depois de 54, seja durante gravações de álbuns nos Estados Unidos ou pela Europa, Chet passou a reservar espaço para produções vocalizadas. Nos anos 60, Chet passou mais tempo lutando contra os problemas na justiça, as detenções e o vício pela heroína do que propriamente sua voz ou seu trompete. Somente a partir da década de 70, quando o instrumentista tentou recuperar a carreira, bons álbuns foram novamente gravados, apesar da saúde em farrapos e delibitada. Conta-se que o disco "Chet Baker Sings" mudou a vida de João Gilberto, que era um imitador de Orlando Silva quando cantava no conjunto vocal Garotos da Lua (um classico). João ia diariamente à lendária Lojas Murray, no Rio de Janeiro, o ponto de encontro dos jazzófilos, e, alguns anos depois, também dos bossanovistas. Naquele tempo, as lojas de discos tinham cabines para os compradores ouvirem suas bolachas, como diziam na época. Todos os dias João instalava-se numa delas passando horas ouvindo o LP de Chet. Encantando-se pela voz de Chet, operou-se uma metamorfose inacreditável em seu estilo. Passando a emular o timbre intimista de Chet, nasceu a voz mais conhecida da bossa nova quando gravou "Chega de Saudade", pedra fundamental do estilo que conquistou o mundo. Chet Baker Sings se tornou o primeiro álbum completo de corpo vocal e trompete de Chet ao longo de sua carreira.São 14 faixas, mostrando um lado cantor em seus momentos de pura nostalgia, acompanhado pelo amigo e pianista Russ Freeman a gual ficou a cargo os arranjos e Kenny Drew de Milão, seguido por orquestra e arranjos de cordas. Na realidade são varias sessões até o final desta album: a primeira com as faixas de 1 a 6, gravado em 23 e 30 de Julho de 1856 e as faixas 7 e 14 em 15 de Fevereiro de 1954 na Capito Studio - Los Angeles. Selo: Pacific Jazz 7243 8 23234 2 6
As fotografias são de do freelance William Claxton.
As fotografias são de do freelance William Claxton.
Faixas:
01 - That Old Feeling
02 - It's Always You
03 - Like Someone In Love
04 - My Ideal
05 - I've Never Been In Love Before
06 - My Buddy
07 - But Not For Me (Vocal)
08 - Time After Time
09 - I Get Along Without You Very Well (Except Sometimes)
10 - My Funny Valentine (Vocal)
11 - There Will Never Be Another You (Vocal)
12 - The Thrill Is Gone (Vocal)
13 - I Fall In Love Too Easily
14 - Look For The Silver Lining
Músicos:
Chet Baker - Trumpete, Vocals
Russ Freeman - Piano, Celesta
James Bond - Baixo Acustico
Peter Littman - Bateria
Larance Marable - Bateria
Bob Neel - Bateria
Carson Smith - Baixo Acustico
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Boa audição - Namastê.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
E O Mundo Se Torna Um Pouco Melhor
Você sabe que o mundo mudou mesmo quando o 007 está lutando do lado dos marxistas.
Eleições são fenômenos sociais complexos. No ramo das ciências políticas a cada duas horas surge uma nova tese, monografia ou artigo tentando entender os processos de escolha da população. Todas tendem a girar em falso, não tanto por causa de falhas de elaboração próprias de cada autor, mas por causa daquele que é o ônus da sociologia em geral: nenhum fato social é realmente tão simples a ponto de admitir uma única explicação. Qualquer consideração sobre o processo de escolha eleitoral está fadada, portanto, a ser uma aproximação tateante, ou ainda pior, uma generalização crassa. Mas isso não nos impede de identificarmos algumas tendências grupais. A decisão de voto pode ser definida por critérios ideológicos, utilitaristas, morais ou arbitrários. O critério ideológico é aquele que segue uma identificação partidária ou de ideologia política (“só voto na esquerda”, ou “só voto no PSDB”). O critério utilitarista é aquele em que o voto é usado como moeda de escambo em uma troca de favores, não necessariamente explícita, entre o eleitor e o candidato (caso de servidores públicos que votam em massa em determinado prefeito porque ele garantirá o reajuste do salário-base, ou coisa assim). O critério moral é o que nos interessa e será mais detalhado adiante (isso é o que se chama de foreshadowing, estudantes de literatura). O critério arbitrário, é, bom, arbitrário. É a velhinha que votou no Collor porque ele era mais bonito, ou vota no Lula porque trabalhou com ele e gosta do cara. São critérios pessoais e imprevisíveis e que escapam à alçada da análise científica… pelo menos dessa vez.No Brasil, por exemplo, o voto utilitário possui um grande peso. Isso é resultado direto de nossa cultura de formação patriarcal em que as relações institucionais são preteridas à favor de relações interpessoais e o poder possui função histórica de troca de favores. Não quer dizer que no Brasil não existe voto ideológico… a crescente preponderância e cisão política entre PT e PSDB demonstra bem a importância desse fator. No entanto o domínio da “promessa” no imaginário político brasiliano é sinal denunciante de que o utilitarismo grassa como princípio fundamental das relações estado-povo na nação, seja na forma do clientelismo clássico ou repaginado como PACs e afins. Seja bem vindo afro-americano ao mundo dos jogos imaginarios da moral interplanetaria dos vivos.
Eleições são fenômenos sociais complexos. No ramo das ciências políticas a cada duas horas surge uma nova tese, monografia ou artigo tentando entender os processos de escolha da população. Todas tendem a girar em falso, não tanto por causa de falhas de elaboração próprias de cada autor, mas por causa daquele que é o ônus da sociologia em geral: nenhum fato social é realmente tão simples a ponto de admitir uma única explicação. Qualquer consideração sobre o processo de escolha eleitoral está fadada, portanto, a ser uma aproximação tateante, ou ainda pior, uma generalização crassa. Mas isso não nos impede de identificarmos algumas tendências grupais. A decisão de voto pode ser definida por critérios ideológicos, utilitaristas, morais ou arbitrários. O critério ideológico é aquele que segue uma identificação partidária ou de ideologia política (“só voto na esquerda”, ou “só voto no PSDB”). O critério utilitarista é aquele em que o voto é usado como moeda de escambo em uma troca de favores, não necessariamente explícita, entre o eleitor e o candidato (caso de servidores públicos que votam em massa em determinado prefeito porque ele garantirá o reajuste do salário-base, ou coisa assim). O critério moral é o que nos interessa e será mais detalhado adiante (isso é o que se chama de foreshadowing, estudantes de literatura). O critério arbitrário, é, bom, arbitrário. É a velhinha que votou no Collor porque ele era mais bonito, ou vota no Lula porque trabalhou com ele e gosta do cara. São critérios pessoais e imprevisíveis e que escapam à alçada da análise científica… pelo menos dessa vez.No Brasil, por exemplo, o voto utilitário possui um grande peso. Isso é resultado direto de nossa cultura de formação patriarcal em que as relações institucionais são preteridas à favor de relações interpessoais e o poder possui função histórica de troca de favores. Não quer dizer que no Brasil não existe voto ideológico… a crescente preponderância e cisão política entre PT e PSDB demonstra bem a importância desse fator. No entanto o domínio da “promessa” no imaginário político brasiliano é sinal denunciante de que o utilitarismo grassa como princípio fundamental das relações estado-povo na nação, seja na forma do clientelismo clássico ou repaginado como PACs e afins. Seja bem vindo afro-americano ao mundo dos jogos imaginarios da moral interplanetaria dos vivos.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
1958 - West Coast Days, Live At The Lighthouse, Hermosa Beach - Joe Gordon & Scott Lafaro
Pense em sua relação com a música. Se não concordar que a melhor música é aquela capaz que induzir aos melhores pensamentos ou pela ausência dos mesmos, o estado meditativo, então desista agora mesmo desta leitura. Aos que prosseguem, deixo claro desde já que este e qualquer texto introdutorio aqui publicado se tratam de escritos inacabados, em constante desenvolvimento, os quais agrada-me designar por works in progress. "Viva o fim do imprimatur". O que distingue a breve e intensa colaboração entre Evans e o contrabaixista Scott LaFaro (1936-1961) é a idéia, já à época reconhecida como inovadora (coisa rara), de improvisação coletiva na qual o contrabaixo, emancipado de sua função no jazz até então meramente harmônica e rítmica, assume papel proeminentemente temático em continua interação com o piano. Dentre as gravações do Bill Evans Trio com LaFaro, destacam-se o álbum gravado em estúdio Portrait in Jazz (1959) e as resultantes de duas sessões ao vivo em domingos consecutivos no Village Vanguard (1961) dias poucos antes da morte do lendário baixista em um acidente automobilístico. Tais registros emanam um frescor inaudito, neles presenciando-se, também, a invenção de um modo de improvisar com acordes que vem a se constituir num dos mais reconhecíveis pilares da execução única de Evans. Improvisadores de jazz, ao contrário de músicos clássicos que, em situações ideais, ainda que raras, repetem pouco um repertório vastíssimo, improvisam recorrentemente, não raro por uma vida inteira, sobre um número reduzido de obras nas quais se “especializam”. Scott laFaro mudou o mundo dos sons graves, embora com muito pouco tempo para fazê-lo desde que ele morreu em 1961, quando fui a um ensaio com o trio após acompanham Stan Getz em um concerto no Newport Jazz Festival. No entanto, a criatividade de Scott deu para muito mais e apesar de ser lembrado sobretudo pela sua associação com Bill Evans e sua morte prematura, ele colaborou com muitas jazz greats. Como prova, os seus registros com Chet Baker (The Genius 2 Trompete do Fifties), Stan Getz (Stan o homem), Tony Scott (Dedications, Sung Heroes), Ornette Coleman (Free jazz, Ornette!), Miles Davis (Tune Up!), Hampton Hawes (For Real!, O Maior Blues). No final do anos 50, Scott trabalhou ao lado do guitarrista Barney Kessel, no Farol, em Hermosa Beach, até que em 1959 veio para a rua ao lado de Benny Goodman. Depois foi estrableció em Nova York onde ele formou seu próprio trio e trabalhou com gente como Stan Getz até que ele conheceu Bill Evans. Foi durante os anos na Califórnia quando ele gravado este registro que, embora isso possa parecer um concerto de ambos os músicos, este é um recompilatorio ambos com 2 grupos diferentes, com gravações no mesmo The Lighthouse, Hermosa Beach, California, um recompilatorio de cada sidemam, justificando as suas emissão tardias. Joe Gordon, um excelente trompetista que morreram prematuramente com a idade 35, faz se acompanhar no album com sultileza e maestria de um "In Loco"nos sopros de seu trompete. Para os verdadeiros amantes do jazz que irão representar um complemento indispensável às suas coleções.
Estudio: Fresh Sound
Faixas:
01 - Our Delight
02 - Shelly Manne Introduces Joe Gordon / Summertime
03 - Poinciana
04 - It Could Happen to You
05 - Commentary By Richie Kamuca / Bass Blues
Musicos:
Joe Gordon - Trompete
Scott LaFaro - Baixo Acustico
Richie Kamuca - Sax. Tenor
Russ Freeman - Piano
Monty Budwig - Baixo
Shelly Manne & Stan Levey - Bateria
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Boa audição - Namastê.
Estudio: Fresh Sound
Faixas:
01 - Our Delight
02 - Shelly Manne Introduces Joe Gordon / Summertime
03 - Poinciana
04 - It Could Happen to You
05 - Commentary By Richie Kamuca / Bass Blues
Musicos:
Joe Gordon - Trompete
Scott LaFaro - Baixo Acustico
Richie Kamuca - Sax. Tenor
Russ Freeman - Piano
Monty Budwig - Baixo
Shelly Manne & Stan Levey - Bateria
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