quarta-feira, 30 de julho de 2008

1969 - Bitches Brew

Em meados dos anos 60, existia uma rixa (indireta) entre o Jazz e o Rock. Enquanto os músicos de Jazz se ressentiam de perder sua estabilidade nas paradas pelos grupos de Rock (com os Beatles e os Stones só como exemplos óbvios), os músicos de Rock se ressentiam pelo que os jazzistas se colocavam diante deles, chamando-os de músicos de segunda classe ou de inexperientes demais. Se a partir de 1966/67, o rock começa a incorporar (muito lentamente) elementos jazzísticos em seu som, dando o pontapé inicial para o nascimento do que iria ser o Rock Progressivo, o jazz sofria com uma espécie de bloqueio em incorporar melodias ligadas ao Rythm n´blues e do folk em seu som, principalmente por acharem que assim, estariam dando uma espécie de atestado de que esse estilo precisava de mudanças. Muitos achavam que essa união de estilos seria longa, gradativa e dolorosa. Porém coube a Miles a tarefa de fazer essa união, e a mesma se deu de forma radical, grandiosa e genial. Davis, um conservador nato, cansado da mesmice estética do qual o jazz se encontrava, começou a estudar uma forma de criar um novo estilo, ou uma nova forma de se apresentar o mesmo ao público. Em agosto de 69, juntou um grupo de talentosíssimos músicos e decidiu juntar o jazz com elemento africanos, com o blues, com funk negro americano e batidas latinas. A partir daí nasceria um dos discos mais influentes, geniais e polêmicos da história da música, "Bitches Brew" , o nascimento de um novo estilo de jazz, o fusion, que seria uma das principais influências sonoras de boa parte do rock Progressivo na primeira metade dos anos 70. . Em seus quase 100 minutos, o que vemos é um artista desconstruindo e reconstruindo um estilo de forma genial. Temos a bombástica "Pharaoh´s Dance" e a antológica musica título, altamente introspectiva com algumas explosões sonoras. Miles utiliza o talento de seus músicos de forma quase obsessiva, seja pela empolgante "Sanctuary" ou mais especificamente em "Miles Runs the Voodoo Down", que mescla de forma impressionante o blues, o jazz e uma pitada de musica africana em seus 14 minutos de duração(percebam os solos de sax de Wayne Shorter e o de teclado de Corea de forma arrasadoras). O grande prazer de ouvir esse album é perceber que Miles além de só chamar músicos de primeira linha, fazia de bom usos deles, utilizando suas capacidades as vezes a exaustão (dizem que na faixa John McLaughlin, o excelente guitarrista ouvia poucas e boas de Davis por não utilizar todo o seu talento, aliás, também excelente). Ao ser lançado, o disco causou um estardalhaço, tanto pela crítica como pelo público. Ambos ficaram extremamente divididos, chamando o trabalho tanto de inovador e brilhante como de pretensioso e desnecessário, mesmo assim o album alcançou o top 10 americano, feito impressionante para um disco de Jazz. Para o rock Progressivo, o impacto não foi menor, muitos músicos de prog rock (Fripp, Wyatt, Wetton, Brufford, Collins, entre outros) afirmam que esse álbum influenciou e muito a direção musical que seguiriam posteriormente, e o próprio Meio progressivo viria a ser muito influenciado pelo fusion, com bandas incorporando esse estilo ao seu som (o Crimson de 1972-74 e o Soft Machine pós 1970). Miles após esse álbum, cairia em extremos ao explorar as possibilidades desse novo estilo, lançando os excelentes On the Corner (1972) e Get Up With (1974), mas sem o mesmo impacto comercial. Muitos afirmam que Sgt. Pepper´s foi o disco que mais influenciou o Rock Progressivo, mas esse album sem duvida não ficou atrás. "Bitches Brew", álbum duplo no qual dentro da transformação que marcava a música contemporânea na época, Davis não se assustou com a parafernália eletrônica e eletrificou sua banda, ao mesmo tempo que incluía um percussionista recém-chegado aos Estados Unidos, o catarina-curitibano Airto Guimorvan Moreira. "Bitches Brew", tal como o disco seguinte - "Live at the Fillmore East" (gravado no hoje desaparecido teatro-templo musical de San Francisco) foram álbuns de ruptura em sua carreira, separando-o de uma fase anterior, com raízes no bebop dos anos 40. Após cinco meses de gravação e estudo minuscioso de uma infinidade de rolos de fita, o resultado expressou o que Miles desejava: tornar “Pharaoh´s Dance”, “Bitches Brew”, “Spanish Key”, “John McLaughlin”, “Miles Runs The Voodoo Down” e “Sanctuary” obras abertas, sujeitas à novos diálogos. Essência do improviso jazzístico que é fundamento da música do século XXI. As gravações durante apenas três dias - 19, 20 e 21 de agosto - e foi impressionante a quantidade de música gravada. Sem contar, as discussões entre Miles e o produtor Teo Macero. Ao longo dos anos, Bitches Brew recebeu várias reedições. A primeira, em CD, trazia apenas uma canção extra: "Feio", de Wayne Shorter. Mas foi em 1998 que os fãs urraram de prazer quando foi editado - primeiro em um lindo estojo e depois em uma caixa retangular - Miles Davis - The Complete Bitches Brew Sessions que postarei em breve.

Musicos:
Miles Davis - Trumpete
Chick Corea - Teclados, piano
Wayne Shorter - Saxofone
John McLaughlin - Guitarra
Dave Holland - Baixo
Billy Cobham - Bateria
Airto Moreira - Percussão
Jumma Santos - Percussão

Faixas:
Disc - I
01 - Pharaoh's Dance
02 - Bitches Brew

Disc - II
01 - Spanish Key
02 - John McLaughlin
03 - Miles Runs the Voodoo Down
04 - Sanctuary
05 - Feio (Bonus Take)

Download - Here Parte I
Download - Here Parte II
Boa audição - Namastê

Kenny Dorham Septet and Cannonball Adderley

1959 - Blue Spring


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Para os fãs de Kenny Dorham, Blue Spring é essencial e representa um dos momentos mais significativos do trompetista no selo Riverside. O registro é uma verdadeira seleção de grandes valores da época, como o saxofonista Cannonball Adderley, o baixista Paul Chambers e o pianista Cedar Walton. O tema principal do álbum é a "primavera", onde Kenny compõe as canções "Blue Spring" (faixa-título), "Spring Cannon" (em homenagem à Julian "Cannonball" Adderley) e "Passion Spring", revelando uma atmosfera leve e poética. O estilo refinado e solos altamente melódicos de Cannonball Adderley dão mais beleza para as composições de Dorham, fazendo de Blue Spring uma obra-prima fundamental.

Tracks:

1.Blue Spring
2.It Might As Well Be Spring
3.Poetic Spring
4.Spring Is Here
5.Spring Cannon
6.Passion Spring

Credits:

Cannonball Adderley - Sax (Alto)
David Amram - French Horn
Paul Chambers - Bass
Jimmy Cobb - Drums
Kenny Dorham - Trumpet, Performer
Philly Joe Jones - Drums
Cecil Payne - Sax (Baritone)
Cedar Walton - Piano

segunda-feira, 28 de julho de 2008

1972 - On The Corner

Após dar o pontapé inicial do movimento fusion com os álbuns "In A Silent Way" e "Bitches Brew", ambos de 1969, Miles passou dois anos e meio testando novas sonoridades, adaptando seu som a novos estilos e caindo ainda mais de cabeça em novos ritmos e sons totalmente diferentes ao estilo ligado ao Jazz. Suas perfomances ao vivo entre 1970-72 eram verdadeiros laboratórios sonoros, onde Miles, muito bem acompanhado (incluindo dois músicos Brasileiros, Airto Moreira e Hermesto Paschoal) criava verdadeiros colossos sonoros com essas misturas e experimentos. Ao entrar em estúdio em junho de 1972, muito influenciado pela black music de Sly and Family Stone, Funkadellic, Steve Wonder e Isaac Hayes, decidiu fugir da temática experimentalista de seu antecessor Bitches Brew e colocou uma sonoridade altamente dançante, negra e de impacto. Chamou (como sempre) um time impecável de músicos, entre eles Herbie Hancock, que também estava trilhando um caminho parecido em juntar o jazz com a musica negra (no qual lançaria outro marco fusion, o álbum Head Hunters no ano seguinte) e após rápidos jam sessions, surgia um de seus melhores trabalhos, On the Corner. Na primeira música, a faixa-título On The Corner, percebemos a intenção de Miles de colocar o jazz um caráter altamente rítmico e de impacto. Nessa canção, altas doses de batidas africanas se misturam a solos de teclados, saxofones e de trumpete, criando às vezes a sensação de estarmos num ritual africano ou numa sessão de magia, tamanha a força musical da faixa. Já Black Satin, tem um ritmo altamente dançante, nitidamente inspirado no Funk (Com boa dose de qualidade do grupos como Sly e Funkadelic), destacando-se aqui o ótimo baixo de Micheal Henderson e as deliciosas pitadas da guitarra de John Mclaughlin. A ótima One and One brinda com uma deliciosa performance de Jack Dejonette na bateria e John Mtume na percussão, dando base aos ótimos solos que Miles realiza nessa canção. Helen Butte/ Mr. Freedom X (na verdade uma alusão ao líder negro Malcom X e ao grupo político panteras Negras) realça o caráter de Miles de imprimir uma sonoridade negra em seu trabalho. Aqui, o funk, o blues, a musica africana e o soul se alternam de forma eficiente e empolgante em seus mais de 20 minutos de duração. Esse Álbum ao ser lançado, foi impiedosamente massacrado pela crítica, que acusou Miles de denegrir o jazz e na verdade ter feito um disco apenas para ganhar dinheiro. Miles demonstrou desprezo pelas críticas e continuou indo cada vez mais ao extremo em suas misturas musicais até se retirar temporariamente do cenário artístico por problemas de saúde em 1976. Um disco excelente da excelente fase Elétrica desse excelente músico.

Musicos:
Miles Davis - Trumpete
Chick Corea - Teclados
Herbie Hancock - Teclados
Dave Liebman - Saxofones
John Mclaughlin - Guitarra
Micheal Henderson - Baixo
Jack Dejonhette - Bateria
John Mtume Foreman - Percussão

Faixas:
01 - On the Corner
02 - Black Satin
03 - One and One
04 - Helen Butte / Mr. Freedom X

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Boa audição - Namastê.

Louis Armstrong with Oscar Peterson

1957 - Louis Armstrong Meets Oscar Peterson


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Louis Armstrong faz um passeio em diversas vertentes jazzísticas, apoiado pelo Oscar Peterson Trio e o baterista Louis Bellson. Esse encontro memorável representa uma das melhores fases de Peterson frente ao seu trio, executando arranjos simples e sublimes, que ganham doçura e extrema beleza na voz e nos solos de Louis Armstrong.

Tracks:

1. That Old Feeling
2. Let's Fall in Love
3. I'll Never Be the Same
4. Blues in the Night
5. How Long Has This Been Going On?
6. I Was Doing All Right
7. What's New?
8. Moon Song
9. Just One of Those Things
10. There's No You
11. You Go to My Head
12. Sweet Lorraine
13. I Get a Kick Out of You [*]
14. Makin' Whoopee [*]
15. Willow Weep for Me [*]
16. Let's Do It (Let's Fall in Love) [*]

Credits:

Louis Armstrong - Trumpet, Vocals, Performer
Louie Bellson - Drums
Ray Brown - Bass
Herb Ellis - Guitar
Norman Granz - Producer
Oscar Peterson - Piano, Performer

http://www.louis-armstrong.net/
http://www.oscarpeterson.com/

quarta-feira, 23 de julho de 2008

1955 - The Lost Holland Concert (Chet Baket Quartet)

Essas gravações, perdidas por muitos anos, são os primeiros concertos europeus de Chet. Realizado na Alemanha, em 09 de outubro de 1955, Baker acompanhado pelo Pianista Dick Twardzik...grande músico que faleceu apenas 12 dias após esse concerto, vítima de uma overdose de heroína. O album traz a perfomance completa, inculindo as apresentações do produtor Gigi Campi ao falante, e alguns diálogos com o próprio Chet. Vou continuar ouvindo e deixo meus possíveis leitores com a tradução da resenha feita por Matías Rinar, sobre o disco e toda a turne européia de Chet Baker.
"A turne européia de 1955, com o recém formado quarteto de Cher Baker era estusiasticamente esperada. O jovem e bonito trumpetista, cuja carreira tinha começado apenas 3 anos atrás, era agora um grande nome do jazz. Musicalmente, ele tornou-se mundialmente conhecido graças aos disco que tinha gravado com o saxofonista Gerry Mulligan como parte de um provocativo e incomum quarteto incuindo trumpete, sax barítono, baixo e bateria e piano. Mesmo estando clara uma próspera parceria artística, Mulligan e Baker, nunca foram muito proximos e o trumpetista logo deixou a banda para montar seu próprio quarteto com o pianista Russ Freeman. Mesmo tendo o grupo feito gravações maravilhosas, estas continuavam desconhecidas na Europa, em 1955...em virtude disso, para o concerto apresentado nesse albúm , o produtor germano;italiano Gigi Campi publicou essa apresentação a seguir... "5th Edition... 1955 Jazz Meeting introducing this year´s great discovery trumpeter Chet Baker renown for his work with the most outstanding modern jazz combo, the Gerry Mulligan Quartet. Playing along with the 1955 discography prize winner, the Hans Koller Quintet sunday October 9, 8 pm. At the Koln Industry and Commerce Chamber." Esse fato explica de certo modo o efeito do estilo que o trumpetista tinha na época, em sua audiências européias. Embora tocando baladas... ele estava então explorando mais e a escolha de repertório não deixa dúvidas sobre isso. Na verdade, sua primeira sessão de estúdio com esse quarteto apresenta principalmente títulos do compositor avantgarde Bob Zieff. Durante o concerto ele alternou canções mais movimentadas como Tommyhalk e momentos líricos como Imagination. De qualquer forma, o público e a crítica estavam esperando outra coisa, e não estavam preparados para o estilo iconoclasta do baterista Peter Littman e, acima de tudo, o pianista Dick Twardzik. Nascido em Danvers, Boston, em 30 de abril de 1931, o talentoso Twardzik estudou música clássica antes de descobrir o jazz. Ele começou a tocar em clubes em 1946 e, por volta de 54 já era um dos mais promissores jovens músicos em Boston. Em 1955, quando o pianista Russ Freeman decidiu não viajar para a Europa com o quarteto de Baker, o trumpetista achou em Dick Twardzik uma escolha natural. Mas, assim como Chet e Littman, Dick era viciado em heroína. Freeman lembra muito anos depois...
'Chet estava viciado, seu baterista também, e havia sempre uma divisão entre músicos que estavam sobrios e os que estava usando. Viciados andam com outros viciados.'
A relação musical entre Chet e Dick se tornaria uma das mais interessantes, embora trágicas experiências na história do jazz. O pianista morreu devido à uma overdose de heroína em seu quarto de hotel em paris a 21 de outubro de 1955. Ele tinha apenas 24 anos de idade e sua perda foi uma tragédia para o mundo do jazz. Assim, a reação da audiência em Koln nos parece no mínimo, desconcertante e temos que agradecer Chet por deixar que Dick tocasse todo o concerto. Ao nossos ouvidos, as contribuições de Koller e Sanner nas ultimas faixas, tentando recriar o som do grupo de Mulligan e Baker, constitui a parte menos importante do concerto. Após a morte de Twardzik, seus parentes resposabilizaram Baker por seu prematuro desaparecimento e por essa razão, Chet Baker sempre negou estar viciado durante aquela turne, afirmando que se envolveu com drogas apenas depois de seu retorno aos Estados Unidos. De qualquer forma, o anterior testemunho de Russ Freeman nega isso. James Gavin, biógrafo de Baker, dá força à sua versão, de certo modo, eximindo-o de qualquer responsabilidade pessoal na morte do pianista...
'Baker não era ainda um viciado quando Dick morreu, apesar de ter ja experimentado a droga. Até hoje, as pessoas tem aceito sua versão sobre a morte de Twardzik mas, muitas passagens de sua estória contém sinais vermelhos....Quando ele voltou aos EUA em 1956, ele estava manchado pela tragédia de Twardzik. Havia muita suspeita de que Baker fosse um viciado e era, de algum modo, responsável pela morte do pianista. Ainda que twardzik fosse viciado desde a adolescência, e obviamente, ele era muito mais adicto e autodestrutivo que Chet'.
Mesmo que não tenha sido responsável, Chet estava marcado permanentemente pela tragédia e a partir de então o fantasma do vício estaria sobre ele..."

Tracks:
01 - Introduction By Chet Baker Into T
02 - Indian Summer
03 - Someone To Watch Over Me
04 - Imagination
05 - C.T.A. Into Exitus
06 - Walkin'
07 - Indian Summer
08 - All The Things You Are
09 - Happy Little Sunbeam
10 - Moonlight In Vermont

Pessoal:
Chet Baker - Trompete e Vocal
Dick Twardzik - Piano
Jimmy Bond - Baixo
Peter Littman - Bateria

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Boa audição - Namastê

terça-feira, 22 de julho de 2008

Lester Young and Teddy Wilson Quartet

1956 - Pres and Teddy


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A carreira de Lester Young pode ser dividida em três épocas diferentes: anos 30 (quando passou pelas bandas de Count Basie e Fletcher Henderson, sendo reconhecido por seu jeito relaxado de tocar); segunda metade dos anos 40 (quando aderiu ao Bebop); e os anos 50 (quando a sua música transmitia intensa carga sentimental).

Nessa época, Young passou a ter diversos problemas de alcoolismo e de comportamento. Muitos atribuem isso aos maus tratos racistas que teria recebido quando era soldado do exército americano na Segunda Guerra Mundial, onde era proibido de tocar saxofone. Muitos acreditam que ele nunca mais foi o mesmo depois disso, inclusive na sua maneira de fazer música.

Enquanto consumia grandes doses de álcool, afetando drasticamente a saúde, sua qualidade de interpretação impressionava, tocando de uma maneira extremamente sofisticada, adicionada à intensa carga emocional. Grandes discos e parcerias foram registradas nesse período, como as gravações com Oscar Peterson, Harry Sweets Edison e Teddy Wilson. Esta última é considerada por muitos como uma das mais memoráveis da história, pela gravação de Pres and Teddy, em 1956. Lester Young mostra-se extremamente expressivo nesta gravação, transmitindo os mais diversos sentimentos e reações, transitando em melodias alegres e assombrosas ao mesmo tempo, apresentando um verdadeiro retrato do que era a sua vida até aquele momento.

Tracks:

1. All of Me
2. Prisoner of Love
3. Louise
4. Love Me or Leave Me
5. Taking a Chance on Love
6. Our Love Is Here to Stay
7. Pres Returns - (bonus track)

Credits:

Teddy Wilson - piano
Jo Jones - drums
Lester Young - tenor saxophone
Norman Granz - producer
Gene Ramey - bass

Esta postagem é uma parceria entre o blog Borboletas de Jade e o blog JazzMan!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Arthur Blythe

1978 - Lenox Avenue Breakdown


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Para muitos, o nome Arthur Blythe pode soar entranho, mas trata-se de um dos maiores nomes do sax alto surgidos no final dos anos 70. Blythe cresceu em San Diego, onde começou a tocar com 9 anos nas bandas da escola. Na adolescência, seu primeiro mestre foi o saxofonista Kirtland Bradford, ex-membro da orquestra de Jimmie Lunceford.

Em 1960, mudou-se para Los Angeles, onde conheceu o pianista Horace Tapscott. Os dois trabalharam juntos até 1974, fazendo diversas gravações e fundando a Union of God's Musicians and Artist's Ascension.

No final de 74, Blythe mudou-se para Nova Iorque, onde trabalhou de sideman do baterista Chico Hamilton (1974-77) e do pianista Gil Evans (1976-80).

Em 1977, aos 37 anos, Blythe gravou os álbuns Metamorphosis, Bush Baby e The Grip em selos independentes. Esses trabalhos chamaram muita atenção, onde revelavam um saxofonista maduro e original. Essas qualidades impressionaram a gravadora Columbia, que logo fez um convite. Blythe assinou contrato, gravando o aclamado In the Tradition, em 1978.

Ele não era exatamente um "young lion" -já tinha quase 40 anos-, mas seguia a mesma linha musical de jovens músicos que estavam surgindo na época, como Wynton Marsalis(recém contratado a Columbia), trabalhando dentro de um estilo que ficou conhecido como Post-Bop. A Columbia tratava esses dois músicos como verdadeiros carros-chefes da gravadora, o que pode ter sido um verdadeiro erro. Enquanto Wynton Marsalis seguia uma linha de respeitar as suas “tradições” jazzísticas, agradando público e crítica, Blythe começou a navegar nas praias da música de vanguarda, o que já era um pouco incomum para o movimento da época. O resultado foi a perda de público e prestígio da gravadora. Não perdeu talento e continuou gravando álbuns com elementos de muita criatividade e experimentos. Acabou não tendo a fama e o prestígio que muitos imaginavam no começo de sua carreira, mas agradou a um público restrito, mais "aberto", que se impressiona com sua velocidade, vibrato agressivo e improvisos de muita originalidade.

Tracks:

01 - Down San Diego Way
02 - Lenox Avenue Breakdown
03 - Slidin' Through
04 - Odessa

Credits:

Arthur Blythe - Sax (Alto), Mixing
Jack DeJohnette - Drums
Donald Elfman - Producer
Guilherme Franco - Percussion
Cecil McBee - Bass, Guitar
James Newton - Flute
Bob Stewart - Tuba
James Blood Ulmer - Guitar

http://www.arthurblythe.com/

1958 - Coltrane Time

Há sempre um tempo para tudo, assim se refere o famoso Livro de Eclesiastes. Houve um tempo em que "A Forma do Jazz" surgiu com os primeiros Jazzmam da historia. Um tempo em que, com muito gosto, partilhei opiniões sobre músicos, discos e concertos. Um tempo em que recebi elogios e também algumas críticas. Mas ouve um tempo em que uma gravadora "Blue Note" era sinônimo de boa música e títulos históricos para consumidores de jazz. Um tempo que esse registro era um preâmbulo imaginário e um encontro dissonante, quando John recruta três figuras elipsia suficientemente capazes de abordar um domínio musical que a´tempo Coltrane trabalhava como inovador e interino estilo que se formava. Sendo livre em suas idéias, cuidou apenas de reunir nada menos que Cecil Taylor no piano e Kenny Dorham no trompete para esmiuçar o particípio do verbo criacionista em "Coltrane Time", fato incomum dessa sessão de líderes, sobretudo sendo dos maiores músicos de jazz. Este álbum apresenta uma forma letal de dissuasão, com os músicos dispostos a assumir riscos ou qualquer expressão esférica de emoção e emocionalidade que quase não se traduz a percepção da genialidade de Coltrane ou Cecil - com a possível exceção do trompetista Kenny Dorham, que sai como a estrela do show. Digo isto pelo fato de que ainda continua a ser um dos melhores álbum de Coltrane. Este disco é uma bomba para aqueles que consegui deferência partitura de uma leitura de notas nas pautas do cool em transcendência. Gravado em Nova York, Nova Iorque, em 13 de outubro de 1958 , produzida por Michael Cuscuna e lançado pelo selo Blue Note.

Pessoal:
John Coltrane - Sax. Tenor
Kenny Dorham - Trompete
Cecil Taylor - Piano
Chuck Israels - Baixo
Louis Hayes - Bateria

Track:
01 - Shifting Down
02 - Just Friends
03 - Like Someone In Love
04 - Double Clutching

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Boa audição - Namastê.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

1958 - Kenny Burrell & John Coltrane

Poucos artistas foram influentes no jazz como o saxofonista John Coltrane. Em cada um dos vários períodos de sua carreira foram produzidos trabalhos clássicos que permanecem até o dia de hoje como modelos para os jazzistas do mundo inteiro. Começou a carreira tocando em big bands, após a Segunda Guerra. De 1955 a 1960 fez parte do histórico quinteto-sexteto de Miles Davis, tendo participado de discos memoráveis como Cookin', Relaxin', Steamin', Workin', Milestones e Kind of Blue. Essa foi a sua primeira grande fase, musicalmente falando, embora tenha sido um período difícil em sua vida pessoal, devido a um vício em heroína adquirido no final dos anos 40. (cogita que esse problema foi o motivo de Miles o demitir e recontratar duas vezes, em 1956 e 1957.) Enquanto estava com Davis, também fez várias gravações como sideman, e em 1957 fez sua primeira gravação como líder. Durante o seu último mês com Miles Davis' grupo, John Coltrane participou de uma série de gravações pela Prestige, independentemente de Davis e este álbum é um dessas joias. Em 07 de Março de 1958, quando esta gravação foi feita, Coltrane exerceu seu gênio criativo que durante este período, sua obra começou a transcender para o "bebop" e "cool", antecipando ainda mais modernos desenvolvimentos no jazz-mudanças que iria afetar toda uma geração de músicos.
Em Kenny Burrell com John Coltrane, ouvimos um jazz criativo em especial " Why Was I Born", um dueto que destaca os músicos não só na capacidade de saborear cada nota, mas sim para ter um filim na composição e desenvolvimento. Uma espinha dorsal das amarras que Trane já prometia. A sultileza do baixo de Paul Chambers transpoêm os limites da pegada de Kenny Burrell nas cenas liricas de sua cordas e Trane as mordaças de um Bebop imaginavel. Magistal por assim dizer.
Gravado no estúdio VAN GELDER, hackensack em 07 de março de 1958.

Tracks:
o1 - Freight Trane
02 - I Never Knew
03 - Lyresto
04 - Why Was I Born
05 - Big Paul

Pessoal:
Kenny Burrell - Guitar
John Coltrane -Sax. Tenor
Tommy Flanagan - Piano
Paul Chambers - Baixo
Jimmy Cobb - Bateria

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Boa audição - Namastê.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

1969 - Miles, Festiva De Juan Pins (Japan Edition)

Miles era o segundo filho de uma família de classe média, tendo seu pai, um dentista prático e sua mãe professora de música, como figuras centrais de sua vida, Começou a estudar trompete aos doze anos de idade e fazia espetáculos junto com seus dois irmãos, Dorathy, que tocava piano, e Vernon, que dançava para as visitas que freqüentavam sua casa. Sua primeira banda foi a Eddie Randle’s Blue Devils. Aos 17 anos viu o trompetista Dizzy Gillespie e o saxofonista Charlie Parker tocarem em um show na cidade onde morava com a família em St. Louis, acompanhando a big band de Billy Eckstine, ficou fascinado, isso em 1944. Ele então acabara de descobrir como e com quem queria tocar. " Quando eu estava na sexta serie, havia um programa de radio chamado ' Harlem Rhythm' que eu escultava antes de ir para escola por quinze minutos - era isso. Foi quando eu disse: Quero fazer musica assim". Com a saída de um dos trompetistas da banda de Eckstine, Miles conseguiu a vaga e teve a oportunidade de tocar por duas semanas com seus ídolos Parker e Dizzy. Em 1944 mudou-se para Nova York para estudar música na famosa Julliard School (onde aprofundou seus conhecimentos de teoria, harmonia e música clássica) e ficar mais próximo de seus ídolos e da nova música que estava acontecendo por lá, o Bebop. Miles começou a freqüentar o Minton’s e a trabalhar como sideman de Parker, apesar de não estar preparado tecnicamente para tocar o Bebop. Miles Davis efetivamente constitui, sozinho, um capítulo à parte dentro do jazz. Sua carreira, inciada dentro do bebop, apresentou uma fase brilhante já em 1948-50, com a formação da célebre Miles Davis-Capitol Orchestra, onde o genial arranjador Gil Evans começou a escrever verdadeiras obras-primas que davam todas as condições para a expressividade de Miles. A colaboração Miles-Evans continuou ao longo dos anos 50. Os arranjos de Evans não têm paralelo em nenhuma big band: trata-se de peças impressionistas, com estruturas elaboradas, texturas timbrísticas sofisticadas, revelando influências variadas que incluíam, por exemplo, a música espanhola. O som de seu trompete foi único. Poucos músicos conseguiram usar momentos de silêncio em seus solos como Dewes Miles Davis Jr. Quase sempre sem vibrato (efeitos de oscilação do som) e com o uso da surdina, tocava frases musicais curtas de forma macia. Com sua arte foi construída uma obra jazzística vasta, desbravadora e lírica. Miles, Festiva De Juan Pins foi Gravado ao vivo no Jazz Festival Antibes (uma comuna francesa) em 25 de Julho de 1969, três semanas antes do início do "Bitches Brew Sessions", com - Miles Davis, Wayne Shorter, Chick Corea, Dave Holland, e Jack DeJohnette. A apresentação mostra uma natural transitória do repertório - que inclui, desde "Round Midnight" e "Milestones", que Miles primeiro gravou na década de 1950. Magnifico arcevo, indispensavel para colecionadores de fim de semana como eu, já que se trata de uma gravação não disponível no mercado interno, tendo em vista que em março de 1970 a Fillmore East lançou nos EUA uma versão não oficial do show (diz alguns que Miles ficou puto e cogitou processar a gravadora). Isso Levou a perpetua quase 26 anos de espera, até 26 de Agosto de 95, quando foi lançado no mercado japones o master oficial. Produzido por Teo Macero que produziu muitos álbuns importantes para Miles Davis, tais como “Kind of Blue” ” Bitches Brew”, “ In a Silent Way”, e "A Tribute to Jack Johnson" entre outros. Teo era saxofonista e compositor, sendo contratado pela Columbia Records em 1957 onde veio a fazer parte da equipe de produtores onde auxiliou Miles em varias produções.
Gravado: 25-o7-1967 Antibes, França


Tracks:
01 - Directions
02 - Miles Runs the Voodoo Down
03 - Milestones
04 - Footprints
05 - Round About Midnight
06 - It's About That Time
07 - Sanctuary & The Theme

Músicos:
Miles Davis - Trompete
Wayne Shorter - Sax. Tenor e Soprano
Chick Corea - Piano Eletrico
Dave Holland - Baixo
Jack De Johnette - Bateria e Percursão

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Boa audição - Namastê.

sábado, 12 de julho de 2008

1952-53 - Portrait (Gerry Mulligan Quartet with Chet Baker)

A Internet ampliou de forma inédita a comunicação humana, permitindo um avanço planetário na maneira de produzir, distribuir e consumir conhecimento, seja ele escrito, imagético ou sonoro, construída colaborativamente, a rede é uma das maiores expressões da diversidade cultural e da criatividade social do século XX. Descentralizada, a Internet baseia-se na interatividade e na possibilidade de todos tornarem-se produtores e não apenas consumidores de informação, como impera ainda na era das mídias de massa. Mas ela tem o seu lado negro que poucos conhece. Por muita novidades a fio, algo como uma chamada de um compartilhamento de ideias e arquivos, com o subversivo titulo "Aos amigos e companheiros do Farofa" não traz infimas aleluias. Por esse motivo, trago um presajo pelas linhas dessa tecnologia que muito aproxima do conhecimento. Gerry Mulligan Quarteto é um dos mais famosos de todos as criações do jazz, apesar de ter durado apenas pouco mais de um ano, mas foi um ano em que muitos nunca deve ser esquecida a ser as gravações deste grupo. Gerry Mulligan sempre se mostrou um excelente Saxofonista - arranjador mas inovou tendo a idéia do Quarteto sem um piano que porque assim iria libertar os chifres que dificilmente poderia falhar em sua capacidade de improvisação instantânea, contraponto notável ainda hoje. A falta de piano no entanto pôs uma grande dose de responsabilidade extra sobre o musicos, Dilacerando uma gama de liberdade e responsabilidade com tarefa puro e cristalina nos ritmos das seções. Chet Baker era desconhecido pelos cantos, mas um par de anos mais tarde ele foi ganhando 'Down Beat' de sondagens tanto que os problemas de drogas de Mulligan e Baker eram similares, mas Mulligan conquistou o "demônios" e passou a ter uma excelente carreira na música. Já Baker não foi tão feliz e sofreu muitos reveses em sua carreira remanescentes; ele ainda conseguiu tocar a trombeta lindamente mesmo depois de perder todos os seus dentes. Esta coleção é essencial para todos os grandes colecionadores de jazz como música fresca depois de 50 anos após ter sido registada numa produção imaculada e reconhecíl. As faixas datam de 1952 e 53 - nenhuma delas tem silêncio mas desafia a compreensão ou ofende a ARTE no intencionado auge da técnica de Mulligan e Baker, como suas composições mais brilhantes tomando forma, e a maneira como seus arranjos dispensam o uso tradicional do piano.

Tracks:
01 - My Funny Valentine
02 - Bark for Barksdale
03 - Moonlight in Vermont
04 - The lady is a Tramp
05 - Turnstile
06 - Makin’ Whoopee
07 - Cherry
08 - Love Me or Leave Me
09 - Swing House
10 - Jeru
11 - The Nearness of You
12 - I May Be Wrong
13 - I’m Beginning to See the Light
14 - Tea for Two
15 - Five Brothers
16 - Bernie’s Tune
17 - Lullaby of the Leaves
18 - Walking Shoes
19 - Freeway
20 - Frenesi
21 - Nights at the Turntable
22 - Aren’t You Glad You’re You
23 - Line for Lyons
24 - Carioca

Pessoal:
Gerry Mulligan - Sax Baritano, Arranjador
Chet Baker - trompete
Carson Smith - Baixo (1-15)
Bobby Whitlock - Baixo (16-24)
Chico Hamilton - Bateria (1-5; 16-24)
Larry Bunker - Bateria (6 -15)

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Boa audição - Namastê

quarta-feira, 9 de julho de 2008

1988 - Let´s Get Lost

Os homens são mesmo fascinantes e engraçados. Afirmam-se como indivíduos, mas inevitavelmente são destinados a serem peças de encaixe do muro histórico. A música sempre levou a busca dos extremos e o fim acabaria sendo esse. Chet Baker não foje a regra em tornar se o principal expoente da Costa Oeste escola de cool jazz, no início e meados dos anos 50. Como trompetista, tinha um modo aguçado e moderado, jogando estilo intimista e atraindo atenção para além do jazz fotogênico. Sua música um constrangimento, um sussurro, um xingamentos, um ruídos, ou o próprio silêncio dos escarnecidos - parte importante da música, são as evidencias de cada apresentação do espoente Baker,assim como já vinha ocorrendo com suas obras aleatórias e inesperadas. LET´S GET LOST também é o disco preferido do fotógrafo e diretor Bruce Weber que virou nome de seu documentary filme em look, que rendeu um oscar em 1989 na categoria de melhor documentário. O filme traz uma série de entrevistas com amigos, parentes e até amantes do músico, além de imagens de Baker em suas últimas apresentações. Uma retrospectiva da vida do grande trompetista e vocalista Chesney Henry Baker Jr. (1929-1988) ou Chet Baker's se assim o preferir, em uma abordagem espetacular do gênio musical indiscutível, sua toxicodependência lendária, sua vida agitada e seus percausos polo lado negro da vida, traduzindo uma incrível testemunha até sua morte em última instância, direta pelo prisipicio, como que escolhe um preço. O cineasta afirma que seu filme sobre o lendário trompetista de jazz nunca quis "expor as entranhas" do personagem. Segue um trecho da entrevista que o cineasta concedeu à Folha de São Paulo :
FOLHA - Em "Let's Get Lost", vários entrevistados comentam o poder de sedução de Chet Baker. Como isso influenciou o documentário?
BRUCE WEBER - Quando comecei a fazer o filme, eu já era fã de Chet. Ele foi um ícone de estilo e atitude, era extremamente cool. Começamos o documentário um ano antes de sua morte. Chet já estava envelhecido, mas ainda tinha capacidade de seduzir a todos com seu charme. Uma vez que você entendia esse traço de sua personalidade, tudo ficava mais fácil. Às vezes, as pessoas dizem coisas lindas, duras ou interessantes e todos se perguntam se aquilo é verdade. Não quero saber se o que Chet disse era 100% verdade, minha intenção nunca foi expor suas entranhas. Só importa que ele tenha tido coragem de se expor à sua maneira. Não faço documentários tradicionais, não tenho esse tipo de pacto com a verdade.
FOLHA - Quando Chet morreu, em 1988, você estava editando o filme. Como reagiu à notícia?
WEBER - Eu estava na sala de edição quando alguém chegou com a notícia. Eu e minha equipe deitamos no chão e ficamos em silêncio, alguns choraram. Levantamos e fomos para casa. Depois de duas semanas, eu disse: "Vamos terminar, em homenagem a ele". Chet tinha problemas com drogas e bebidas, e eu alimentava a fantasia de que poderia salvá-lo. Houve boatos sobre suicídio, mas a versão oficial, na qual acredito, é que ele caiu de uma janela.
Curiosidades: Dvd Let's Get Lost 1988 (EUA)
Tipo: Longa-metragem / P&B 120 min.
Diretor: Bruce Weber
Elenco: Chet Baker, Carol Baker, Vera Baker, Paul Baker , Dean Baker, Missy Baker, Dick Bock, William F. Claxton(Como Roterista de Bonanza -1959), Hersh Hamel, Chris Isaak(O Pequeno Buda - 1993) , Lisa Marie (Planeta dos Macacos - 2001), Andy Minsker, Jack Sheldon (Assassinatos na Rádio WBN - 94), Lawrence Trimble (Superhomem - O Filme - 78), Joyce Night Tucker

T
racks:

01 - Moon And Sand
02 - Imagination
03 - You´re My Thrill
04 - For Heaen´s Sake
05 - Eve´ry Time We Say Goodbye
06 - I Don´t Stand A Ghost Of A Chance With You
07 - Daybreak
08 - Ingaro
09 - Blame It On My Youth
10 - My One And Only Love
11 - Everything Happens To Me
12 - Almost Blue

Pessoal:
Chet Baker - Trompete e Vocais
Frank Strazzeri - Piano
John Leftwich - Baixo
Ralph Penland - Bateria e Percussão
Nicola Stilo - Guitarra e Flauta


Boa audição - Namastê

terça-feira, 8 de julho de 2008

1965 - Baker's Holiday (Plays Billie Holiday)

Chet sempre teve seu canto pleno e sussurado. Esse foi o seu estilo e as pessoas queria o seu amor ou o seu ódio na sua voz, não importasse como ou que cantaria. Este trabalho é um desconhecido tesouro de Chet Baker que a maioria não conhece e é uma de suas mais românticA fase em gravações, sendo um dos mais procurado. Em 1964, Chet tinha acabado de regressar da Europa depois de serem expulsos de quase todos os países que tocara; desempregado e com pouco dinheiro no bolsa, zazou pelos cantos a procura de um lugar até que em 65, gravou Baker's Holiday. Chet traduz efetivamente uma homenagem a diva do jazz, Lady Day com solos de trompete e vocais ocasionais com seu quarteto pré-formado e musicos convidados, estilizado um regime quase dançante com sensação de uma big band's dos anos 40.
Neste periodo, Baker tinha um novo romance em sua vida (Que abordarei posteriomente) e lentamente ia abandonando o seu terceiro casamento e afundando cada vez mais em drogas e bebidas. Aqui, Chet canta em 4 músicas num COOL romântico quase frenetico, e toca um Flugelhorne (Fluegelhorn, ou ainda Fliscorno, é um Trompete grave, com afinação em Si bemol, fabricado com tubo de bitola interna menor com relação ao Trompete. A sua campânula é mais larga, apresentando uma volta do tubo mais espaçosa), porque alguém roubou seu trompete. Baker é apoiado por uma ampla seção sax (ou palhetas) e quatro seção rítmica que inclui o pianista Hank Jones como base sobre os arranjos de Jimmy Mundy tornado uma elegante seleções de cançoes que não poderia ser melhor.

Tracks:
01 - Travelin' Light
02 - Easy Living
03 - That Ole Devil Called Love
04 - You're My Thrill
05- Crazy She Calls Me
06 - When Your Lover Has Gone
07 - Mean to Me
08 - These Foolish Things
09 - There Is No Greater Love
10 - Don't Explain

Pessoal:
Chet Baker - Flugelhorn
Verett Barksdale - Guitarra
Leon Cohen - Sax.
Seldon Powell - Sax.
Alan Ross - Sax.
Henry Freeman - Sax.
Wilford Holcombe - Sax.
Richard Anthony Davis - Baixo
Hank Jones - Piano
Connie Kay - Bateria
Jimmy Mundy - Arranjos

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Boa audição - Namastê

sábado, 5 de julho de 2008

1965 - Ascension

Divido a carreira de John Coltrane em quatro fases. A primeira dela, como um oriundo saxofonista hardbop, mas propenso a um hardmam de luxo em bandas em especial com Miles Davis, se firmando como um saxofonista inexpressivo. Segunda fase é quando ele começa a fazer uma releitura das formas expressivas do jazz, experimentado novos modelos de sonoridade e se recuperando da primeira queda com as drogas, com uma volta filtrada da química que corria em sua veias, tocando com T. Monk e participando do Kind of Blues de Miles.Terceiro fase é quando se lança em uma promissora carreira solo com uma impar e inigualável inspiração em cada álbum lançado até chegar a sua maior obra", A Love Supreme" com grande estrelado. E a quarta fase é em seus últimos momentos de 1965-67 quando morreu vitimado por câncer, onde dedicou quase que exclusivamente em suas gravações ao ponto de desmarcar agenda lotada de shows. A fome insaciável de coltrane por novos vocabulários foi crucial para produção de álbuns exemplares como 'Ascension', 'Meditation', 'Living Space', 'Sun Ship', 'Stellar Regions', 'Expression' e 'Interstellar Space'. Multifacetado, percorreu a trilha em direção a espiritualidade, sem jamais perder o fogo dos arranjos atonais e polirritmicos. Durante a maioria dos discos gravados entre 1965 e 1967, o clássico quarteto de sua fase mais popular e consagrada (61-64), foi trocado por formações pomposas, com sete ou dez instrumentistas, todos dedicados aos arranjos drásticos e desafiadores promovidos pelo líder. O plano era encontrar a linguagem para conversar com Deus (ou intenda-se de passagem os não ortodoxos) confabular um canto que no mínimo, Coltrane purificase a alma dos mais céticos. Para a gravação de “Ascension”, Coltrane recrutou sete músicos de extraordinária habilidade expressavas da época, além dos três magníficos que completavam o famoso John Coltrane Quartet, elaborado com apenas duas composição de aproximadamente 40 minutos cada, baseada em um tema curto, mas chancelada pela improvisação coletiva de uma orquestra formada por cinco saxofonistas (Coltrane, Pharoah Sanders e Archie Shepp no tenor; Marion Brown e John Tchicai no alto), dois trompetistas (Freddie Hubbard e Dewey Johnson), dois baixistas (Art Davis e Jimmy Garrison), McCoy Tyner no piano e Elvin Jones na bateria. Talvez seja o disco mais brilhante do compositor, mas carrega a fama de complexo e do experimental demais. Há quem ame, porém, muitos não o suportam. Em 1965, John Coltrane recebeu três prémios nas categorias de "Artista do Ano", "Melhor Saxofonista" e o "Jazz Hall of. Fame", promovidos pela revista Down Beat. Nesse ano, Coltrane gravou o seu opus magnum, intitulado Ascension, uma das obras seminais do jazz contemporâneo, que provocou enorme impacto no público do jazz (e de outros gêneros e subgêneros, como o rock psicodélico da segunda metade da década de 60), e profundas divisões na crítica, com clara separação em conservadores e progressistas. Com Ascension, cujo precedente estético fora Free Jazz de Ornette Coleman, Coltrane criou um novo paradigma na arte da improvisação colectiva e individual, pela monumentalidade da estrutura, densidade harmônica e interação entre solistas, orquestra e seção rítmica, a um nível organizacional nunca antes experimentado. É certo que Ornette Coleman já havia desenvolvido uma proposta aproximada, quando gravou com um duplo quarteto, o marcante disco “Free Jazz” (Atlantic, 1960), mas a proposta de Coltrane prolonga-se em termos de intensidade, força e libertação. Um fato curioso foi a maneira com coltrane regeu essa quase orquestra com simples acenos quando necessitado na elaboração das notas e nos improvissos que cada musico faria.

Tracks:
01 – Ascension Edition II
02 – Ascension Edition I

Pessoal:
John Coltrane – Sax. Tenor
Archie Shepp – Sex. Tenor
Pharoah Sanders - Sax. Tenor
John Tchicai – Sax. Alto
Marion Brown – Alto Sax
Freddie Hubbard - Trompete
Dewey Johnson - Trompete
Jimmy Garrison - Baixo
Art Davies - Baixo
McCoy Tyner - Piano
Elvin Jones - Bateria

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Boa audição - Namastê

quarta-feira, 2 de julho de 2008

1986 - Round Midnight - Varios Artistas

Uma das barbadas da premiação do Oscar em 1987 era de que, finalmente, Ennio Morricone levaria a estatueta de melhor Trilha Sonora pelo magnífico (e hoje histórico) trabalho de A Missão. Tudo encaminhava para que Bette Midler fosse ao palco somente para informar o que todo mundo parecia já saber. Os outros concorrentes eram James Horner, por Aliens – O Resgate (sua primeira indicação), Jerry Goldsmith por Momentos Decisivos, Herbie Hancock por Por Volta da Meia-Noite e Leonard Rosenman, por Jornada nas Estrelas IV, todos nomes de peso. Mas Morricone era mais do que favorito, tanto que quando seu nome foi anunciado entre os indicados, a platéia vibrou como num show de auditório, e Midler disse "Ennio tem um fã-clube aqui hoje!". Favas contadas. "And the winner is"... Não, não foi Morricone. Mas como não? Quem teve a ousadia de bater aquela que para muitos era a obra-prima da carreira do maestro italiano? O nome dele é Herbie Hancock, que ganhava o prêmio por seu trabalho 100% jazzístico para Round Midnight. Injusto? Que fique claro que nem sempre a justiça anda lado a lado de prêmios como o Oscar, e que a despeito de não ter levado o prêmio, a partitura de A Missão marcou a história da música no cinema. Agora, vamos aos fatos. Sim, é primoroso o trabalho de Hancock. Sim, merecia ganhar um Oscar, um Grammy, um César ou qualquer prêmio que possa ser dado à boa música. O filme do francês Betrand Tavernier não foi um sucesso de público, mas a crítica se encantou com a história da amizade entre um jovem francês e um decadente saxofonista americano, interpretado brilhantemente pelo músico Dexter Gordon, na Paris no fim da década de 50. Trata-se de um filme delicado, emoldurado pelas paisagens da Cidade Luz e pelo vibrante, e ao mesmo tempo intimista, jazz. Hancock cercou-se de alguns dos maiores nomes do jazz americano para acompanhá-lo nessa empreitada, desde o já citado Dexter Gordon até o vocalista Bobby McFerrin, passando por Chet Baker, Ron Carter, John McLaughlin, Wayne Shorter e Tony Williams. O resultado é emocionante. A canção tema, clássico de Thelonious Monk, é desconstruída, com a voz de McFerrin substituindo à altura o sax de Monk, muito bem acompanhada de piano, baixo e bateria. São três os temas originais escritos por Hancock presentes no disco: a tensa "Berangere's Nightmare", marcada pelo contrabaixo do francês Pierre Michelot e pela guitarra de McLaughlin; a melancólica de Gordon em "Still Time", inspirada em "Time Waits" de Bud Powell; e a balada "Chan's Song (Never Said)", parceria com Stevie Wonder na composição e com o quarteto McFerrin-Hancock-Carter-Williams novamente à frente. Sobram momentos de pura emoção. O que dizer da inspirada interpretação de Chet Baker em "Fair Weather"? Ou então do vozeirão de Lonette McKee (que também atua no filme) na canção de George & Ira Gershwin "How Long has this been Going On"? Ou que tal a surpreendentemente alegre "Una Noche con Francis", de Bud Powell, marcada pelo xilofone de Bobby Hutcherson e (mais uma vez) por Gordon? São 11 faixas, todas, sem exceção, virtuosas, líricas, coesas e tecnicamente perfeitas. Você não precisa ter visto o filme, basta por o CD para tocar, como um excepcional disco de jazz. Depois de mais de 20 anos, hoje acho que a Academia não entendeu a estética de A Missão, mas não foi em vão, pois acabou por premiar um músico que havia composto sua partitura definitiva para o cinema.

Faixas:
01 - 'Round Midnight - Herbie Hancock, Tony Williams & Ron Carter
02 - Body And Soul - Dexter Gordon & John McLaughlin
03 - Bérangére's Nightmare - H. Hancock
04 - Fair Weather - Chet Baker
05 - Una Noche Con Francis - B. Powell
06 - The Peacocks - J. Rowles
07 - How Long Has This Been Going On? - Lonette McKee
08 - Rhythm-A-Ning - T. Monk
09 - Still Time - H. Hancock
10 - Minuit Aux Champs-Elysées - H. Renaud
11 - Chan's Song (Never Said) - H. Hancock
12 - 'Round Midnight - Herbie Hancock, Tony Williams & Ron Carter

Musicos:
Ron Carter, Tony Williams, Wayne Shorter,Herbie Hancock convidou ainda o cantor Bobby McFerrin, o guitarrist,John McLaughlin, Chet Baker, Billy Higgins, Cedar Walton, Freddie Hubbard, Bobby Hutcherson, Lonette McKee, Pierre Michelot e Dexter Gordon

Gêneros:Drama Jazz
Direção: Bertrand Tavernier
Ano de Procução:1986

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Boa audição - Namastê.

1957 - Blue Train

Em 57, Coltrane gravou uma bateria de albuns freework, aproveitando a boa chanse que que soprava em sua direção. No final de 1956, início de 1957, Coltrane foi até os escritórios da Blue Note conversar com Albert Lion a fim de pedir alguns discos de Sidney Bechet. Ele e Alfred começaram a conversar sobre um possível contrato de gravação, mas Francis Wolff, empresário de Coltrane, estava viajando naquele dia. Coltrane acabou recebendo alguns discos de Bechet e saiu com um pequeno adiantamento em dinheiro, prometendo voltar em alguns dias. Assim Blue Train surgiu de forma inesperada. A história, segundo Michael Cuscuna no encarte do CD, em 1996 (relançamento), é a seguinte: "Em uma década fértil para o jazz, do meio dos anos 50 até meados dos anos 60, houve uma incrível proliferação de grandes discos de jazz e Blue Train - que Coltrane se referia como seu disco favorito entre todos que havia gravado -, era mais do que isso: era um álbum perfeito. Os ingredientes para tamanha alquimia não podem ser quantificados assim como o gênio que o concebeu e escreveu. Isso pode ser notado ao ouvi-lo.Nota-se claramente o virtuosismo de todos e sobretudo a liderança de Coltrane. A faixa título, que abre a obra, é longa (quase 11 minutos ) e ritmicamente com muitas “variações blues”. Um dos pontos altos de “Blue Train”. “Locomotion” também é uma melodia baseada em fraseados “riff blues”. Noutro lugar, o que seria um dos próximos LPs de Coltrane, “Giant Steps”, onde ele trabalha quebrando melódicas e harmônicas , em “Blue Train” temos um autentico álbum de HardBop da época. Dito isto, duas de suas músicas, “”Moment’s Notice” e “Lazy Bird” já antecipavam, de certa forma, o que viria pela frente. Por fim, “Blue Train” é alegre, contagiante e, ao mesmo tempo, de extrema elegância desde a abertura com a faixa título, passando por uma das mais belas baladas jazz já compostas, “I’m Old Fashioned”, e finalizando com a excelente “Lazy Bird”. Um prato cheio para os amantes de um bom Hard Bop. Este trabalho ainda continua sendo um disco extremamente popular e, em 60, durante uma entrevista, o próprio Coltrane o apontou como um de suas obras preferidas. A produção impecável, destas cinco faixas, ficou por parte de Alfred Lion e unico disco gravado pelo selo Blue Note Records. Todas as composições são de autoria de Coltrane, salvo “I’m Old Fashioned”, de Jerome Kern e Johnny Mercer.

Tracks:
01 - Blue Train
02 - Moment's Notice
03 - Locomotion
04 - I'm Old Fashioned
05 - Lazy Bird

Pessoal:
John Coltrane - Sax. Tenor
Lee Morgan - Trompete
Curtis Fuller - Trombone
Kenny Drew - Piano
Paul Chambers - Baixo
Philly Joe Jones - Bateria

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Boa audição - Namastê.