ENTREVISTA EXCLUSIVA - Roberto Muggiati
O blog JazzMan! tem a enorme honra de entrevistar o jornalista Roberto Muggiati, um dos mais importantes escritores e historiadores de jazz em nosso país.
Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)
Colaboração: Fernanda Melonio e Vagner Pitta
O jornalista curitibano Roberto Muggiati tem sido nos últimos anos uma verdadeira autoridade no que tange à difusão do jazz entre os brasileiros. Com diversas publicações sobre o gênero, Muggiati consegue mostrar ao leitor, com uma linguagem agradável e elegante, que o jazz não é nenhum bicho de sete cabeças e que está além de um simples gênero musical, podendo ser utilizado como fonte de inspiração para diversas situações e decisões ao longo da vida.
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Esta idéia é reforçada em seu último lançamento Improvisando Soluções: o Jazz como Exemplo para alcançar o Sucesso (Best Seller, 2008), onde o escritor cita diversos exemplos de jazzistas que superaram as mais variadas adversidades para impor a sua arte. Superação e improviso fazem parte da história e da estética do jazz, onde seus vitoriosos protagonistas transformaram vivências e sentimentos em uma arte espontânea, que permanece viva há mais de um século.
Roberto Muggiati estará no dia 05/12, em Curitiba, sua cidade-natal, para o lançamento do livro Improvisando Soluções: o Jazz como Exemplo para alcançar o Sucesso. Antes disso, ele generosamente nos concedeu a entrevista abaixo.
JazzMan!: O que foi que te chamou a atenção no jazz? Como foi o processo até se tornar um dos grandes escritores brasileiros do gênero?
Roberto Muggiati: Com pouco mais de dez anos de idade, ao ouvir naquelas velhas bolachas de 78 rotações-por-minuto os sons de Art Tatum, Nat King Cole, Louis Armstrong e Duke Ellington, percebi que aquela música era diferente das demais — era mais viva, mais inteligente, menos previsível e programada. Daí para o bebop de Charlie Parker e Dizzy Gillespie, para as invenções pianísticas de Bud Powell e Thelonious Monk, para o saxofone cool de Lester Young, foi a descoberta do jazz moderno, complementado depois pela escola da Costa Oeste (Stan Getz, Gerry Mulligan e Chet Baker, Shorty Rogers e seus grupos, a orquestra de Stan Kenton).
Como escrevia desde pequeno, a carreira enveredou para o jornalismo (e depois para os livros) e escrever sobre jazz — a música que amava acima de todas, foi um passo natural.
JM: Desde 2005 estamos tendo uma onda crescente de festivais de jazz pelo país. Os Festivais de Ouro Preto e Rio das Ostras já são reconhecidos como alguns dos melhores do mundo. Você acredita que prefeituras, produtoras e empresários estão descobrindo o poder do jazz?
RM: Com certeza. Você já ouviu falar dos festivais de Manaus, de Guaramiranga (no Ceará), de Joinville (Santa Catarina) e dezenas de outros “pocket festivals” nas capitais do Brasil. A maioria conta com patrocinadores públicos ou privados, indicação de que os marqueteiros descobriram finalmente o poder de penetração do jazz e a sua marca de qualidade e sofisticação.
JM: Como você avalia a difusão do jazz no Brasil?
RM: Ainda é pequena, apesar dos sites e blogs que existem. Mas publicações especializadas são raras, ou sazonais. Se você se der conta de que uma revista de uma grande editora sobre rock – a Bizz, da Abril – deixou de circular, a situação é ainda mais difícil para o jazz. Mas, graças principalmente à internet, o jazzófilo – como o jazzista – sabe se virar e encontra suas fontes de informação.
JM: No livro New Jazz: de volta para o futuro, você escreve a respeito de músicos que ficaram conhecidos como os Young Lions, surgidos nos anos 80 e 90 com a proposta de preservar uma tradição jazzística. Quais as diferenças entre essa geração mais recente e as anteriores, das décadas de 60 e 70, e quais as contribuições dos Young Lions para o futuro do jazz no século XXI?
RM: A geração dos irmãos Marsalis & Cia teve mais acesso do que as anteriores ao aprendizado não só do jazz, como da música em geral. (Muitos, como Wynton e seu irmão saxofonista Branford, são também exímios executantes do repertório erudito). Mas esta geração – embora toque admiravelmente bem – se viu condenada a uma releitura de todas as escolas do jazz que a antecederam, sem a capacidade de criar algo “novo”. (Este problema da criação do “novo” se aplica também a todas as outras artes: pintura, literatura, teatro, etc. — é uma espécie de característica da época, um momento, talvez, de apreender tudo o que já foi feito antes de começar algo novo, um momento de espera).
JM: O crítico inglês Stuart Nicholson, em seu livro Is Jazz Dead? (Or Has It Moved to a New Address), gerou polêmica ao dizer que o jazz europeu detém os reais inovadores do jazz contemporâneo, pois essa geração de Wynton Marsalis cristalizou o jazz em uma música baseada no tradicionalismo e esqueceram da necessidade de criatividade e inovação. Você concorda com as palavras de Nicholson?
RM: Nem o jazz morreu, nem se mudou para um novo endereço (a comunidade dos euros). Podemos dizer que se espraiou por uma série de novos endereços e, registre-se aí, além da contribuição européia, as contribuições latino-americana (Brasil, Argentina, Cuba, México), asiática (Japão, China, etc), africana e por aí vai.
JM: Como você avalia os músicos que surgiram a partir dos anos 2000? Qual a proposta da nova geração?
RM: É uma geração pulsante de talentos, experimentando todo tipo de formatos musicais e explorando todas as possibilidades no campo da instrumentação. A meu ver, um fato importante é a ascensão da mulher, não mais presa ao papel da crooner, mas competindo com os homens em instrumentos “viris” como o contrabaixo, a bateria, o trombone e o saxofone. Sem mencionar que a grande band-leader e orquestradora da década é uma mulher, Maria Schneider.
JM: Fale-nos um pouco sobre o Improvisando Soluções, seu mais recente livro. Como surgiu a idéia de escrevê-lo?
RM: Como eu relato no próprio livro, a idéia tomou corpo a partir de um curso que dei em Porto Alegre em fevereiro de 2006, no Espaço Cultural Santander, sobre os Cem Anos do Jazz, três palestras de três horas que tiveram a ocupação da sala completa, incluindo homens e mulheres nas faixas etárias de 16 a 80 anos. A receptividade deste público de quase cem pessoas me despertou a idéia de escrever um livro sobre “vivências do jazz”, sem elaborar demais na parte técnica ou musical, mas enfatizando as lições de vida dos mestres do improviso.
JM: Neste livro, você relata uma passagem em que o jazz o salvou de um suicídio. Em algum outro momento o jazz o influenciou em outras decisões importantes?
RM: Não só nesta ocasião crítica, mas em situações do dia-a-dia, o jazz sempre contou muito em minha vida — na tentativa de tocar saxofone, estudando dez anos com o Mauro Senise, como na cobertura de shows e festivais, na descoberta de novos álbuns dos grandes mestres e também de músicos “menores” porém altamente significativos. O jazz sempre atuou no meu mecanismo de memória como a famosa “madeleine” proustiana, cada época ou momento de minha vida amarrado a esta ou aquela música. Basta ouvir hoje, por exemplo, Sarah Vaughan cantando Over the Rainbow acompanhada do saxofonista Cannonball Adderley que eu viajo na máquina do tempo até aquele ano mágico de 1958, meio século atrás, e revivo exatamente o que eu fazia, o que eu sentia na ocasião.
JM: Você cobriu o Festival de Montreux (1985 a 1988) e a maioria das edições do antigo Free Jazz. Quais as lembranças mais marcantes destes festivais?
RM: Existem os punti luminosi, como as apresentações de Hermeto e o dueto de Hermeto com Elis (1979), de João Gilberto (1985), a volta de Miles Davis aos palcos (1985), tudo isso em Montreux, a big band de Gil Evans no Hotel Nacional, o show grátis de Sonny Rollins no Parque da Catacumba, no Rio, a entrevista exclusiva de uma hora com Chet Baker e sua apresentação no primeiro Free Jazz, em 1985; a Mingus Band com Elvis Costello no MAM; ali mesmo, o conhecimento dos novos talentos de Terence Blanchard, Nicholas Payton, James Carter, John Pizzarelli, a comovente apresentação de Michel Petrucciani no Hotel Nacional; e, também ali, a do veterano violinista Stephane Grappelli; a maestria de veteranos como Lee Konitz, Art Farmer e Johnny Griffin. Rever Griffin (no Rio) e Dexter Gordon (em São Paulo 1980 e Montreux 1986) foi viajar de volta a Londres em 1962-63, quando eles passaram cada um um mês inteiro no Ronnie Scott's Jazz Club. Dizzy Gillespie e sua United Nation Orchestra no Free Jazz. Enfim, são momentos marcantes de música, que a gente não esquece jamais.
JM: Uma última pergunta para descontrair: no hino do Flamengo há os versos que dizem: "Eu teria um desgosto profundo/Se faltasse o Flamengo no mundo...". Se fosse o jazz que faltasse, como seria?
RM: Eu teria um desgosto profundo se o jazz faltasse, mas isso nunca vai acontecer. A propósito, há uma cantoria que rola nos estádios brasileiros entre as torcidas que é puro jazz, o refrão de When the Saints Go Marchin' In — tararará, tararará, tararará-rá-rá-rá-rá, tarará, tará, tarára, tarará, rá-rá-rá-rá! Repito a você a pergunta que até hoje ninguém me respondeu: como foi que está canção de New Orleans veio parar nas arquibancadas do Maracanã? Tenho a minha teoria: ela chegou através das charangas, aquelas bandinhas de torcida, como a famosa banda do Bangu e a Charanga do Flamengo, que captaram When the Saints através de discos ou até através das apresentações pela rádio e TV do incrível Booker Pitman. É um mistério digno de uma profunda pesquisa. Quem se habilita? JM
Título: Improvisando Soluções
Autor: Roberto Muggiati
Editora: Best-Seller
Ano: 2008
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sábado, 29 de novembro de 2008
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
1958 - Theme Music From The James Dean Story - Chet Baker And Bud Shank
James Byron Dean (1931-1955) em alguns círculos, foi o epítome do cool. Seu "viver rápido e morrer jovem" traduzia uma rebeldia palpável para uma geração fervilhada e de grande influencia. Passou pela existencia em brancas nuvens, deixando um legado que a muito aspira novos debulte sem exito ou primazia. Assim como Dean, o trompetista Chet Baker também foi simbólo de arrefecer. Ela fazia sentido que o trompete de Baker agridoce iria desempenhar um papel importante na música para o filme documentário A História de James Dean, em 1956. Este álbum é algo diferente do que apenas uma outra sessão de Chet Baker ha sua discografia, certamente que não me refiro a uma sessão de Chet como algo precioso. Mas este álbum é mais um esforço colectivo e extraordinária delicadeza do que um grupo de músicos reunido apenas para tocar com Chet ao longo de data. É puro jazz costa oeste do mais alto calibre em todas as coisas preciosas que ela significa para cada um dos musicos deste estilo. Quer dizer não tem swingin, é adocicado. Não é apenas um bom sopra das corriqueiras sessões, é algo mais elaborado. Sendo uma trilha sonora para o documentário sobre a vida de James Dean segue-se uma espécie de conceito e os fluxos de música a tentar dizer a história dos diferentes momentos da vida do homem do topete hollywoondiano que era. A lista de músicos é absolutamente incrivel: Monty Budwig, Mel Lewis, Claude Williamson, Don Fagerquist, Charlie Mariano, Bud Shank, Pepper Adams e assim por diante, traduz uma simetria entre os instrumentos que deixa claro uma ideia, as aspirações são bem divididas. As modalidades são de dois dos maiores arranjadores da época, Johnny Mandel e Bill Holman. O ano é 1956 e a produção ficou a cargo de Richard Bock, Woody Woodward, Woody Woodward. O filme, dirigido por Robert Altman e George W. George, fornece uma visão espacional de uma brilhante presenças cada vez mais poderoso de James Dean e sua irreverecia como ator e ser humano que era. Rodado após a sua morte e narrado por Martin Gabel, este filme apresenta uma colagem de clipes do cinema e da televisão, como entrevistas com seus familiares e amigos, bem como ainda fotos de toda a sua breve, mas intenso e lendária vida . Um altentico Smooth Jazz, Cool Jazz pela Pacific Jazz Records, Gravado em Los Angeles em 8 de novembro de 1956. As faixas 3, 7 e 11 são mono. Nota: O menor canal esquerdo drop-outs nas faixas 2 e 10 estão em fitas master originais. Reeditado em 2000. James Dean era filho único, seu nome foi uma homenagem da mãe ao poeta inglês Lord Byron, filho de Wilton Dean um protético e de Mildred Dean filha de fazendeiros metodistas.
Faixas:
01 - Jimmy's Theme
02 - The Search
03 - Lost Love
04 - People
05 - The Movie Star
06 - Fairmont, Indiana
07 - Rebel at Work
08 - Success and Then What?
09 - Let Me Be Loved
10 - Hollywood
11 - Let Me Be Loved (Vocal Version)
Musicos:
Chet Baker - Trompete e Vocais
Monty Budwig - Baixo Acustico
Mel Lewis - Bateria
Claude Williamson - Piano
Don Fagerquist - Trompete (1, 2, 4,6, 8,11)
Ray Linn - Trompete (1, 2, 4, 6, 8, 11)
Milt Bernhart - Trombone (1, 2, 4, 6, 8, 11)
Charlie Mariano - Sax. Alto (1, 2, 4, 6, 8,11)
Bud Shank - Sax. Alto & Flauta (1, 6, 8, 11)
Richie Seward - Sax. Alto
Bill Holman - Sax.Tenor (1, 2, 4,11)
Richie Kamuca - Sax. Tenor (1, 2, 4, 6, 8, 11)
Pepper Adams - Sax. Barito (1, 2, 4, 6, 8,11)
Mike Pacheco - Percurssão (1, 2, 4 , 6, 8,11)
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Boa audição - Namastê
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Charles Mingus 1922 – 1979
Charles Mingus nasceu no dia 22 de abril de 1922 em Nogales, Arizona e foi criado em Watts, nos arredores de Los Angeles. Inspirado por música gospel e Duke Ellington, Mingus estudou baixo e composição antes de se integrar em New York ao jazz nos anos quarenta, tocando com Louis Armstrong e Lionel Hampton entre outros. Sua ascensão foi em princípios de 50, trabalhando com Charlie Parker, Miles Davis e Duke Ellington, quando se tornou um do poucos baixistas a ter seu próprio conjunto de jazz. Com seus álbuns pioneiros "Pithecanthropus Erectus"(1956), "New Tijuana Moods"(1957) e "Mingus Ah Um"(1959), Mingus se estabeleceu como um dos compositores de jazz mais importantes do seu século. Além de escrever e executar composições de jazz, ele abriu caminho para a fusão da música clássica com o jazz, escrevendo longas peças, algumas das quais ainda não foram descobertas ou só foram executadas depois da sua morte. Desacreditado com o modo com que as gravadoras lidavam com os músicos de jazz, Mingus formou sua própria gravadora e editora, que ficou conhecida como "Jazz Workshop" voltada para músicos aspirantes e onde ele também utilizava o piano. Conhecido pelo temperamento difícil, Mingus despedia os músicos sem hesitação se eles não atendessem aos padrões exigidos, entrando em conflito com muitas figuras proeminentes do jazz. Depois de ser rejeitado no Monterey Jazz Festival em 1965, Mingus se afastou das apresentações, só voltando em 1969. No começo de 70 Charles ensinava composição na SUNY-Buffalo e preparava uma autobiografia. Ao longo dessa década Mingus compôs com freqüência ao passo que tocava cada vez menos. Em 1977 ele foi diagnosticado como portador de uma desordem nervosa Esclerose Lateral Amniotrópica, mais conhecida como Doença de Lou Gehrig. Eventualmente limitado a uma cadeira de rodas e incapaz para tocar piano, Mingus continuou criando idéias novas em seu gravador até vir a falecer no dia 5 de janeiro de 1979 em Cuernavaca, México. Suas cinzas foram jogadas no Rio Ganges, enquanto músicos e aficionados do jazz no mundo todo lamentaram a perda desse grande baixista e compositor americano.
Discografia:
1952 - Strings And Keys
1954 - Moods of Mingus
1954 - Jazz Composer's Workshop
1954 - Jazzical Moods - Vol.1
1954 - Intrusions
1955 - The Jazz Experiments of Charles Mingus
1955 - Jazz Collaborations
1955 - Jazzical Moods - Vol.2
1955 - Chazz
1955 - The Charlie Mingus Quintet + Max Roach
1955 - Mingus at the Bohemia
1955 - Plus Max Roach
1956 - Pithecanthropus Erectus
1957 - The Clown
1957 - Tonight at Noon
1957 - Mingus Three
1957 - Tijuana Moods
1957 - New Tijuana Moods
1957 - East Coasting Bethlehem
1957 - Scenes in the City Affinity
1957 - A Modern Jazz Symposium of Music & Poetry
1958 - Weary Blues
1959 - Mingus in Wonderland
1959 - Blues and Roots
1959 - Mingus Ah Um
1959 - Mingus Dynasty
1960 - Mingus Revisited
1960 - Pre-Bird Mercury
1960 - Mingus at Antibes
1960 - Charles Mingus Presents Charles Mingus
1960 - Mingus Presents Mingus
1960 - Mysterious Blues
1960 - Mingus!
1961 - Oh Yeah
1962 - Town Hall Concert (UA - live)
1963 - The Black Saint and the Sinner Lady
1963 - Mingus, Mingus, Mingus, Mingus, Mingus
1964 - Mingus Plays Piano
!1964 - The Great Concert of Charles Mingus (live)
1964 - Right Now: Live at Jazz Workshop
1964 - Town Hall Concert (OJC - live)
1965 - My Favorite Quintet
1965 - Charles Mingus (CM)
1970 - Reincarnation of a Lovebird
1971 - Let My Children Hear Music
1972 - Charles Mingus and Friends in Concert (live)
1973 - Mingus Moves
1974 - Mingus at Carnegie Hall (live)
1974 - Changes One
1974 - Changes Two
1976 - Cumbia and Jazz Fusion
1977 - Three of Four Shades of Blues
1977 - Lionel Hampton Presents Music of Charles Mingus - Who's Who in Jazz
1978 - Something Like a Bird
1978 - Me, Myself an Eye
1990 - Epitaph - Unique Jazz
2000 - Charles Mingus Meets Cat Anderson
2000 - Live in Stutgart 1964
Compilação:
1946 - The Young Rebel
1951 - The Complete Debut Recordings
1952 - Thirteen Pictures: The Charles Mingus Collection
1954 - Welcome to Jazz: Charles Mingus
1954 - Charles Mingus
1954 - Jazzical Moods
1955 - Charles Mingus
1956 - The Art of Charles Mingus
1956 - Passions of a Man: The Complete Atlantic Recordings
1957 - New York Scetchbook
1957 - Charles Mingus Trios Jazz Door
1957 - Debut Rarities - Vol. 3
1959 - Jazz Portraits
1959 - Nostalgia in Times Square
1959 - The Complete
1959 - CBS Charles Mingus
1959 - Shoes of the Fisherman's Wife
1960 - Better Git It in your Soul
1960 - The Complete Candid Recordings
1960 - In a Soulful Mood
1962 - Live at Birdland (1962)
1962 - The Complete Town Hall Concert
1963 - Reevaluation: the Impulse! Years
1964 - Concertgebouw Amsterdam, Vol. 1
1964 - Concertgebouw Amsterdam, Vol. 2
1964 - Live in Oslo 1964, Vol. 1
1964 - Fables of Faubas (Jazz Time) live
1964 - Live in Oslo
1964 - Live in Stockholm
1964 - Live in Stockholm 1964: The Complete Concert
1964 - Astral Weeks (live) - Moon1964 -- Meditation (live)
1964 - Live in Paris 1964, Vol.2
1964 - Live in Paris 1964
1964 - Revenge! (live)
1964 - The Great Concert (Paris 1964 live)
1964 - Mingus in Europe - Vol.1 (live)
1964 - Mingus in Europe - Vol. 2 (live)
1964 - Mingus in Europe
1964 - Mingus at Monterey (live)
1964 - Portrait
1964 - Paris 1964 (live)
1965 - Music Written for Monterey, 1965 (live)
1969 - Statements
1970 - Charlie Mingus in Paris (1970 live)
1971 - Charlie Mingus
1971 - With Orchestra
1972 - Live at Chateauvallon (1972)
1977 - Giants of Jazz - Vol. 2
1977 - His Final Work
1978 - Soul Fusion
1990 - In Europe
1992 - Debut Rarities - Vol. 2
1992 - Debut Rarities - Vol 1
1993 - Collection
1994 - Jazz Portraits/ Mingus in Wonderland (live)
1994 - Debut Rarities - Vol. 4
1994 - Paris 1967 (live)
1995 - Parkeriana Bandstand
1995 - Jazz Classics
1995 - Stormy & Funky Blues
1995 - Goodbye Pork Pie Hat
1995 - Live
1995 - Soulful Mood
1996 - Goodbye Pork Pie Hat
1996 - Sound of Jazz
1996 - Better Git It in your Soul
1996 - Live at Carnegie Hall
1996 - This is Jazz, Vol. 6
1997 - Priceless Jazz Collection
1997 - Summertime
1997 - Charles Mingus - GRP1999 - Alternate Takes
1999 - Wednesday Night Prayer Meeting
1999 - Volume 5 Galaxy Sound
1999 - Immortal Concerts (live)
1999 - Pithecanthropus Erectus
1999 - Backtracks Renaissance
1999 - Summertime
1999 - Orange
1999 - Fables of Faubas (Giants of Jazz)
2000 - Les Incontournables WEA International
2000 - Lionel Hampton Presents Charlie Mingus
2000 - Abstractions
2000 - Jazz Workshop Abstractions
2000 - The Complete 1959 CBS Charlie Mingus
2000 - Meditations on Integration
1957 - Tijuana Moods - Charles Mingus
"Charles Mingus não era apenas um homem imenso e descontrolado que surrava para seus músicos quando erravam alguma nota (são clássicos os cascudos que deu em seu trombonista Jimmy Knepper). Ele também tinha um lado inegavelmente doce... não há sequer um registro policial de que tenha disparado sua arma, que levava na cintura em suas apresentações ao vivo, em algum ouvinte mais falador. É aquela coisa: todos queremos nos sentir protegidos, principalmente quando temos apenas 1,90m e 100kg. Além de sua gentileza, muito além, estava sua profunda e dilacerante ironia, não a ironia de um truculento que conserta sua mesa de sinuca com um cartão funcional, mas a ironia rascante do gênio irrequieto. Em seu álbum Tijuana Moods, gravado no estúdio A da RCA de New York, entre 18 de julho e 6 de agosto de 1957, traduz muito bem isso e presta uma homenagem aos cucarachos ("A barata" é uma tradicional canção folclórica em língua castelhana, pertencente ao gênero corrido, que foi muito popular no México durante a Revolução Mexicana). Na terceira faixa "Tijuana Gift Shop", Mingus primeiro zomba afrontosamente com meia dúzia de lugares-comuns do latin jazz para, em seguida, misturá-los de forma assustadoramente criativa, produzindo, quem diria, jazz. Foram raríssimos os músicos de jazz que se deram ao trabalho de manipular o material latino disponível de forma tão autêntica, criativa e convincente. Acredito que Mingus foi o músico do jazz que melhor soube dosar essa influência caribenha que sempre rondou o mundo do jazz e, apesar de despudoradamente explícitas as citações latinas, ao final todas soavam discretamente articuladas ao contexto jazzístico. Com incrível habilidade e talento Charles exige de nós atenção aos detalhes e sobretudo, senso de humor quando ouvimos a maioria de seus álbuns, sob pena de pensarmos estar ouvindo apenas mais um disco de jazz. Sua habilidade com a utilização do blues foi idêntica. Só é preciso registrar que, nesse álbum, Mingus põe Frank Dunlop, um dos melhores bateristas da época, tocando castanholas. Em 25 de September 2001, a RCA Victor Europe relança Tijuana Moods the complee edition, albúm remasterizado com mais seis faixas alternativas do rolo de estudio destas duas sessões. Uma otima autobiografia de Charles Mingus e dispunivel no Brasil é Saindo da Sarjeta, pela editora Jorge Zahar, com boa tradução do Roberto Muggiati (Sem comentarios). Mingus foi uns do modernizadores do jazz, um baixista incrível e um compositor alem de seu tempo. Tocou com todo mundo que importava na sua época, mas não é disso que se trata a sua autobiografia. Saindo da Sarjeta é quase um livro erótico, tão minuciosamente Mingus comenta a sua vida sexual, das descobertas do amor à tentativa de virar um cafetão. A música fica em terceiro ou quarto plano. Um problema do livro são opção de narra sua vida na terceira pessoa, desde o nescimento, esbarrando em momentos de pieguice profunda. Mesmo assim, as aventuras desse Casanova do jazz são deliciosas e proporcionam uma leitura ligeira e divertida. É considerado, ao lado de Thelonious Monk e Duke Eliington, um dos três maiores compositores da história do Jazz". Texto e fonte, gentilmente cedida por:
01 - Dizzy MoodsJazzseen.blogspot.com
Faixas:02 - Ysabel's Dance Table
03 - Tijuana Gift Shop
04 - Los Mariachis (The Street Musicians)
05 - Flamingo
06 - A Colloquial Dream (Scenes In the City)
07 - Dizzy Moods (Alt. Take)
08 - Ysabel's Dance Table (Alt. Take)
09 - Tijuana Gift Shop (Alt. Take)
10 - Los Mariachis (Alt. Take)
11 - Flamingo (Alt. Take)
12 - A Colloquial Dream (Alt. Take)
Musicos:
Charles Mingus - Baixo Acustico
Curtis Portor (Shafi Hadi) - Sax. Alto
Jimmy Knepper - Trombone
Clarence Shaw - Trompete
Bill Trigia - Piano
Dannie Richmond - Bateria
Frankie Dunlop - Percurssão
Ysabel Morel - Castalholas
Lonnie Elder - Vozes & Narração
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Boa audição - Namastê.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Podcast JazzMan! nº 9: Max de Castro
O Podcast JazzMan! nº 09 traz a obra de Max de Castro, um dos maiores artistas da sua geração.
A música brasileira é conhecida no mundo inteiro por sua diversidade e capacidade hábil de se fundir aos mais diversos gêneros musicais. Muitos deles como o jazz, hip-hop, rock, soul e funk não são genuinamente brasileiros, mas gradativamente foram se fundindo à nossa cultura, tornando-se parte da nossa linguagem musical. Um artista que representa muito bem esse processo é o cantor e multi-instrumentista Max de Castro.
Max não tem um estilo musical e uma maneira de tocar pré-definidos. Seu trabalho é uma constante busca por diferentes sonoridades e texturas, resultando num som "novo" e peculiar. Seu ouvido produtivo e seu senso de oportunidade fazem de Max de Castro um dos artistas mais criativos da sua geração.
Seu trabalho transita numa linha que vai das raízes até o que há de mais moderno na música contemporânea. Samba, Baião, Jazz, Soul, Funk e muito outros gêneros se misturam a batidas eletrônicas, efeitos e distorções, que fazem da sua música algo atraente e imprevisível.
A criatividade de Max de Castro também é perceptível em suas letras. Com temas que reverenciam a cultura brasileira e seus protagonistas, como Cartola e Pixinguinha, além de outras que focam questões políticas, sociais e cotidianas, Max se destaca como um compositor que funde vida e arte numa coisa só. Letras como Silêncio No Brooklyn e Mancha Roxa são retratos fiéis da sociedade atual e demonstram uma visão progressista do compositor para os nossos problemas.
A música de Max de Castro ainda não é muito difundida pelo país, sendo restrita a um pequeno grupo de admiradores árduos por sua obra desafiadora, que requer sensibilidade e atenção do ouvinte para uma discografia em constante progresso. De fato, sua música não é radiofônica, o que - curiosamente - é um ponto positivo nos dias de hoje. Não que ela não mereça ser executada no rádio, mas sua arte está totalmente descomprometida com esse padrão radiofônico atual, cheio de clichês e vazio no ponto de vista estético. Mas Max não se preocupa muito com isso, mostrando que está no caminho certo ao arquitetar projetos originais e fora dos padrões. Se no Brasil não é muito conhecido, sua originalidade vem abrindo os olhos de adeptos espalhados pelo mundo. Em 2001, Max estampou a capa de uma edição especial sobre música da revista americana Time, que o listou entre grandes nomes da música mundial. “Max é o talento musical mais original surgido no Brasil nas últimas três décadas”, ratificou a revista.
Ouça o podcast JazzMan! nº 9 e viaje com a música de Max de Castro.
Programa:
01-O Futuro Pertence À Jovem Vanguarda [Instrumental]
02-A História da Morena Nua Que Abalou as
Estruturas do Esplendor do Carnaval
03-Samba Raro
04-Afrosamba
05-Balanço das Horas
06-Silêncio No Brooklyn
07-lá vem o homem que matou o homem
(Lanny Gordin & Max de Castro)
08-Candura
09-Pra Você Lembrar
10-Stereo
11-O Nego Do Cabelo Bom
12-não identificado (Lanny Gordin & Max de Castro)
13-Iluminismo
14-Mancha Roxa (Marcha Rancho)
15-Onda Diferente
16-Programa
17-Pixinguinha Superstar
18-Acapulco, Daqui a Pouco [Instrumental]
19-10-Assim é...se lhe parece
Ouça:
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http://www.myspace.com/maxdecastro
Last Fm Max de Castro
Time Magazine em referência a Max
A música brasileira é conhecida no mundo inteiro por sua diversidade e capacidade hábil de se fundir aos mais diversos gêneros musicais. Muitos deles como o jazz, hip-hop, rock, soul e funk não são genuinamente brasileiros, mas gradativamente foram se fundindo à nossa cultura, tornando-se parte da nossa linguagem musical. Um artista que representa muito bem esse processo é o cantor e multi-instrumentista Max de Castro.
Max não tem um estilo musical e uma maneira de tocar pré-definidos. Seu trabalho é uma constante busca por diferentes sonoridades e texturas, resultando num som "novo" e peculiar. Seu ouvido produtivo e seu senso de oportunidade fazem de Max de Castro um dos artistas mais criativos da sua geração.
Seu trabalho transita numa linha que vai das raízes até o que há de mais moderno na música contemporânea. Samba, Baião, Jazz, Soul, Funk e muito outros gêneros se misturam a batidas eletrônicas, efeitos e distorções, que fazem da sua música algo atraente e imprevisível.
A criatividade de Max de Castro também é perceptível em suas letras. Com temas que reverenciam a cultura brasileira e seus protagonistas, como Cartola e Pixinguinha, além de outras que focam questões políticas, sociais e cotidianas, Max se destaca como um compositor que funde vida e arte numa coisa só. Letras como Silêncio No Brooklyn e Mancha Roxa são retratos fiéis da sociedade atual e demonstram uma visão progressista do compositor para os nossos problemas.
A música de Max de Castro ainda não é muito difundida pelo país, sendo restrita a um pequeno grupo de admiradores árduos por sua obra desafiadora, que requer sensibilidade e atenção do ouvinte para uma discografia em constante progresso. De fato, sua música não é radiofônica, o que - curiosamente - é um ponto positivo nos dias de hoje. Não que ela não mereça ser executada no rádio, mas sua arte está totalmente descomprometida com esse padrão radiofônico atual, cheio de clichês e vazio no ponto de vista estético. Mas Max não se preocupa muito com isso, mostrando que está no caminho certo ao arquitetar projetos originais e fora dos padrões. Se no Brasil não é muito conhecido, sua originalidade vem abrindo os olhos de adeptos espalhados pelo mundo. Em 2001, Max estampou a capa de uma edição especial sobre música da revista americana Time, que o listou entre grandes nomes da música mundial. “Max é o talento musical mais original surgido no Brasil nas últimas três décadas”, ratificou a revista.
Ouça o podcast JazzMan! nº 9 e viaje com a música de Max de Castro.
Programa:
01-O Futuro Pertence À Jovem Vanguarda [Instrumental]
02-A História da Morena Nua Que Abalou as
Estruturas do Esplendor do Carnaval
03-Samba Raro
04-Afrosamba
05-Balanço das Horas
06-Silêncio No Brooklyn
07-lá vem o homem que matou o homem
(Lanny Gordin & Max de Castro)
08-Candura
09-Pra Você Lembrar
10-Stereo
11-O Nego Do Cabelo Bom
12-não identificado (Lanny Gordin & Max de Castro)
13-Iluminismo
14-Mancha Roxa (Marcha Rancho)
15-Onda Diferente
16-Programa
17-Pixinguinha Superstar
18-Acapulco, Daqui a Pouco [Instrumental]
19-10-Assim é...se lhe parece
Ouça:
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http://www.myspace.com/maxdecastro
Last Fm Max de Castro
Time Magazine em referência a Max
domingo, 16 de novembro de 2008
1956 - Chet Baker Sings - Chet Baker
Quando Chet Baker resolveu assumir definitivamente o duplo trabalho como trompetista e cantor, em 1954, boa parte da imprensa especializada norte-americana torceu o nariz ao ponto de ser chamada de desengoçada e horripilante. Baker dono de uma sensibilidade invejável até mesmo pelos instrumentistas mais virtuosos, era aclamado como um dos trompetistas de jazz promissores de sua época, recebendo elogios de ex-companheiros de trabalho como os saxofonistas Stan Getz, Charlie Parker e Gerry Mulligan. Dessa forma, 'ceder espaço' de sua carreira como trompetista para a 'popular' tarefa como cantor não parecia ser a opção mais segura, segundo os críticos. Isso fica claro em "My Funny Valentine" onde muito aprendeu a respeita-lo como cantor de vanguarda. Mas o álbum 'Chet Baker Sings', de 56, foi um sucesso de vendas e bem valorizado pela mídia menos purista. Um romântico Chet, dono de uma voz frágil, delicada, quase sussurrante, provou ser afinadíssimo, preciso e criativo também como cantor. Depois de 54, seja durante gravações de álbuns nos Estados Unidos ou pela Europa, Chet passou a reservar espaço para produções vocalizadas. Nos anos 60, Chet passou mais tempo lutando contra os problemas na justiça, as detenções e o vício pela heroína do que propriamente sua voz ou seu trompete. Somente a partir da década de 70, quando o instrumentista tentou recuperar a carreira, bons álbuns foram novamente gravados, apesar da saúde em farrapos e delibitada. Conta-se que o disco "Chet Baker Sings" mudou a vida de João Gilberto, que era um imitador de Orlando Silva quando cantava no conjunto vocal Garotos da Lua (um classico). João ia diariamente à lendária Lojas Murray, no Rio de Janeiro, o ponto de encontro dos jazzófilos, e, alguns anos depois, também dos bossanovistas. Naquele tempo, as lojas de discos tinham cabines para os compradores ouvirem suas bolachas, como diziam na época. Todos os dias João instalava-se numa delas passando horas ouvindo o LP de Chet. Encantando-se pela voz de Chet, operou-se uma metamorfose inacreditável em seu estilo. Passando a emular o timbre intimista de Chet, nasceu a voz mais conhecida da bossa nova quando gravou "Chega de Saudade", pedra fundamental do estilo que conquistou o mundo. Chet Baker Sings se tornou o primeiro álbum completo de corpo vocal e trompete de Chet ao longo de sua carreira.São 14 faixas, mostrando um lado cantor em seus momentos de pura nostalgia, acompanhado pelo amigo e pianista Russ Freeman a gual ficou a cargo os arranjos e Kenny Drew de Milão, seguido por orquestra e arranjos de cordas. Na realidade são varias sessões até o final desta album: a primeira com as faixas de 1 a 6, gravado em 23 e 30 de Julho de 1856 e as faixas 7 e 14 em 15 de Fevereiro de 1954 na Capito Studio - Los Angeles. Selo: Pacific Jazz 7243 8 23234 2 6
As fotografias são de do freelance William Claxton.
As fotografias são de do freelance William Claxton.
Faixas:
01 - That Old Feeling
02 - It's Always You
03 - Like Someone In Love
04 - My Ideal
05 - I've Never Been In Love Before
06 - My Buddy
07 - But Not For Me (Vocal)
08 - Time After Time
09 - I Get Along Without You Very Well (Except Sometimes)
10 - My Funny Valentine (Vocal)
11 - There Will Never Be Another You (Vocal)
12 - The Thrill Is Gone (Vocal)
13 - I Fall In Love Too Easily
14 - Look For The Silver Lining
Músicos:
Chet Baker - Trumpete, Vocals
Russ Freeman - Piano, Celesta
James Bond - Baixo Acustico
Peter Littman - Bateria
Larance Marable - Bateria
Bob Neel - Bateria
Carson Smith - Baixo Acustico
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Boa audição - Namastê.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
E O Mundo Se Torna Um Pouco Melhor
Você sabe que o mundo mudou mesmo quando o 007 está lutando do lado dos marxistas.
Eleições são fenômenos sociais complexos. No ramo das ciências políticas a cada duas horas surge uma nova tese, monografia ou artigo tentando entender os processos de escolha da população. Todas tendem a girar em falso, não tanto por causa de falhas de elaboração próprias de cada autor, mas por causa daquele que é o ônus da sociologia em geral: nenhum fato social é realmente tão simples a ponto de admitir uma única explicação. Qualquer consideração sobre o processo de escolha eleitoral está fadada, portanto, a ser uma aproximação tateante, ou ainda pior, uma generalização crassa. Mas isso não nos impede de identificarmos algumas tendências grupais. A decisão de voto pode ser definida por critérios ideológicos, utilitaristas, morais ou arbitrários. O critério ideológico é aquele que segue uma identificação partidária ou de ideologia política (“só voto na esquerda”, ou “só voto no PSDB”). O critério utilitarista é aquele em que o voto é usado como moeda de escambo em uma troca de favores, não necessariamente explícita, entre o eleitor e o candidato (caso de servidores públicos que votam em massa em determinado prefeito porque ele garantirá o reajuste do salário-base, ou coisa assim). O critério moral é o que nos interessa e será mais detalhado adiante (isso é o que se chama de foreshadowing, estudantes de literatura). O critério arbitrário, é, bom, arbitrário. É a velhinha que votou no Collor porque ele era mais bonito, ou vota no Lula porque trabalhou com ele e gosta do cara. São critérios pessoais e imprevisíveis e que escapam à alçada da análise científica… pelo menos dessa vez.No Brasil, por exemplo, o voto utilitário possui um grande peso. Isso é resultado direto de nossa cultura de formação patriarcal em que as relações institucionais são preteridas à favor de relações interpessoais e o poder possui função histórica de troca de favores. Não quer dizer que no Brasil não existe voto ideológico… a crescente preponderância e cisão política entre PT e PSDB demonstra bem a importância desse fator. No entanto o domínio da “promessa” no imaginário político brasiliano é sinal denunciante de que o utilitarismo grassa como princípio fundamental das relações estado-povo na nação, seja na forma do clientelismo clássico ou repaginado como PACs e afins. Seja bem vindo afro-americano ao mundo dos jogos imaginarios da moral interplanetaria dos vivos.
Eleições são fenômenos sociais complexos. No ramo das ciências políticas a cada duas horas surge uma nova tese, monografia ou artigo tentando entender os processos de escolha da população. Todas tendem a girar em falso, não tanto por causa de falhas de elaboração próprias de cada autor, mas por causa daquele que é o ônus da sociologia em geral: nenhum fato social é realmente tão simples a ponto de admitir uma única explicação. Qualquer consideração sobre o processo de escolha eleitoral está fadada, portanto, a ser uma aproximação tateante, ou ainda pior, uma generalização crassa. Mas isso não nos impede de identificarmos algumas tendências grupais. A decisão de voto pode ser definida por critérios ideológicos, utilitaristas, morais ou arbitrários. O critério ideológico é aquele que segue uma identificação partidária ou de ideologia política (“só voto na esquerda”, ou “só voto no PSDB”). O critério utilitarista é aquele em que o voto é usado como moeda de escambo em uma troca de favores, não necessariamente explícita, entre o eleitor e o candidato (caso de servidores públicos que votam em massa em determinado prefeito porque ele garantirá o reajuste do salário-base, ou coisa assim). O critério moral é o que nos interessa e será mais detalhado adiante (isso é o que se chama de foreshadowing, estudantes de literatura). O critério arbitrário, é, bom, arbitrário. É a velhinha que votou no Collor porque ele era mais bonito, ou vota no Lula porque trabalhou com ele e gosta do cara. São critérios pessoais e imprevisíveis e que escapam à alçada da análise científica… pelo menos dessa vez.No Brasil, por exemplo, o voto utilitário possui um grande peso. Isso é resultado direto de nossa cultura de formação patriarcal em que as relações institucionais são preteridas à favor de relações interpessoais e o poder possui função histórica de troca de favores. Não quer dizer que no Brasil não existe voto ideológico… a crescente preponderância e cisão política entre PT e PSDB demonstra bem a importância desse fator. No entanto o domínio da “promessa” no imaginário político brasiliano é sinal denunciante de que o utilitarismo grassa como princípio fundamental das relações estado-povo na nação, seja na forma do clientelismo clássico ou repaginado como PACs e afins. Seja bem vindo afro-americano ao mundo dos jogos imaginarios da moral interplanetaria dos vivos.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
1958 - West Coast Days, Live At The Lighthouse, Hermosa Beach - Joe Gordon & Scott Lafaro
Pense em sua relação com a música. Se não concordar que a melhor música é aquela capaz que induzir aos melhores pensamentos ou pela ausência dos mesmos, o estado meditativo, então desista agora mesmo desta leitura. Aos que prosseguem, deixo claro desde já que este e qualquer texto introdutorio aqui publicado se tratam de escritos inacabados, em constante desenvolvimento, os quais agrada-me designar por works in progress. "Viva o fim do imprimatur". O que distingue a breve e intensa colaboração entre Evans e o contrabaixista Scott LaFaro (1936-1961) é a idéia, já à época reconhecida como inovadora (coisa rara), de improvisação coletiva na qual o contrabaixo, emancipado de sua função no jazz até então meramente harmônica e rítmica, assume papel proeminentemente temático em continua interação com o piano. Dentre as gravações do Bill Evans Trio com LaFaro, destacam-se o álbum gravado em estúdio Portrait in Jazz (1959) e as resultantes de duas sessões ao vivo em domingos consecutivos no Village Vanguard (1961) dias poucos antes da morte do lendário baixista em um acidente automobilístico. Tais registros emanam um frescor inaudito, neles presenciando-se, também, a invenção de um modo de improvisar com acordes que vem a se constituir num dos mais reconhecíveis pilares da execução única de Evans. Improvisadores de jazz, ao contrário de músicos clássicos que, em situações ideais, ainda que raras, repetem pouco um repertório vastíssimo, improvisam recorrentemente, não raro por uma vida inteira, sobre um número reduzido de obras nas quais se “especializam”. Scott laFaro mudou o mundo dos sons graves, embora com muito pouco tempo para fazê-lo desde que ele morreu em 1961, quando fui a um ensaio com o trio após acompanham Stan Getz em um concerto no Newport Jazz Festival. No entanto, a criatividade de Scott deu para muito mais e apesar de ser lembrado sobretudo pela sua associação com Bill Evans e sua morte prematura, ele colaborou com muitas jazz greats. Como prova, os seus registros com Chet Baker (The Genius 2 Trompete do Fifties), Stan Getz (Stan o homem), Tony Scott (Dedications, Sung Heroes), Ornette Coleman (Free jazz, Ornette!), Miles Davis (Tune Up!), Hampton Hawes (For Real!, O Maior Blues). No final do anos 50, Scott trabalhou ao lado do guitarrista Barney Kessel, no Farol, em Hermosa Beach, até que em 1959 veio para a rua ao lado de Benny Goodman. Depois foi estrableció em Nova York onde ele formou seu próprio trio e trabalhou com gente como Stan Getz até que ele conheceu Bill Evans. Foi durante os anos na Califórnia quando ele gravado este registro que, embora isso possa parecer um concerto de ambos os músicos, este é um recompilatorio ambos com 2 grupos diferentes, com gravações no mesmo The Lighthouse, Hermosa Beach, California, um recompilatorio de cada sidemam, justificando as suas emissão tardias. Joe Gordon, um excelente trompetista que morreram prematuramente com a idade 35, faz se acompanhar no album com sultileza e maestria de um "In Loco"nos sopros de seu trompete. Para os verdadeiros amantes do jazz que irão representar um complemento indispensável às suas coleções.
Estudio: Fresh Sound
Faixas:
01 - Our Delight
02 - Shelly Manne Introduces Joe Gordon / Summertime
03 - Poinciana
04 - It Could Happen to You
05 - Commentary By Richie Kamuca / Bass Blues
Musicos:
Joe Gordon - Trompete
Scott LaFaro - Baixo Acustico
Richie Kamuca - Sax. Tenor
Russ Freeman - Piano
Monty Budwig - Baixo
Shelly Manne & Stan Levey - Bateria
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Boa audição - Namastê.
Estudio: Fresh Sound
Faixas:
01 - Our Delight
02 - Shelly Manne Introduces Joe Gordon / Summertime
03 - Poinciana
04 - It Could Happen to You
05 - Commentary By Richie Kamuca / Bass Blues
Musicos:
Joe Gordon - Trompete
Scott LaFaro - Baixo Acustico
Richie Kamuca - Sax. Tenor
Russ Freeman - Piano
Monty Budwig - Baixo
Shelly Manne & Stan Levey - Bateria
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sexta-feira, 7 de novembro de 2008
A primeira gravação de jazz
Pode-se dizer que o ragtime foi o embrião do jazz. A fusão entre a música vinda da África, por meio dos escravos que trabalhavam nas plantações de fumo e algodão, e os ritmos europeus como polca, música erudita e a marcha deu origem ao ragtime, que teve como principais expoentes os pianistas Tom Turpin, James Scott e, principalmente, Scott Joplin, autor do clássico “The Entertainer”. Oficialmente, a primeira gravação de jazz em registro aconteceu em 1917, com a original Dixieland Jazz Band, um conjunto formado por músicos brancos de Chicago. Mas foi a partir do pianista Jelly Roll Morton e da cantora Bessie Smith que o jazz começou sua verdadeira viagem. Seu primeiro grande expoente foi Louis Armstrong, que era trompetista da banda Creole Jazz Band, liderada por Joe King Oliver. Entre 1925 e 1928, após deixar Oliver, Armstrong entrou definitivamente para a história do jazz ao gravar com os grupos Hot Five e Hot Seven clássicos como “Yes I’m In The Barrel” e “Potato Head Blues”. Considerado o primeiro grande solista do jazz, Armstrong também foi um cantor carismático e com um estilo muito próprio de interpretar. Duke Ellington é considerado o Mozart do jazz. Seus arranjos sofisticados e sua orquestra de virtuosos foram as novidades, no meio dos anos 30, que regeram a era do swing. Junto a Ellington, outros band leaders fizeram história como Benny Goodman, Jimmy Dorsey, Artie Shaw, Woody Herman, Count Basie e Glenn Miller. No meio dos anos 40, uma revolução acontece no jazz. Nasce o bebop. Esse estilo tem como característica principal a vocalização do instrumento. Os solos pareciam frases cantadas. Muitas vezes conseguiam ser desorientadas e magistrais ao mesmo tempo. Seus precursores foram o saxofonista Charlie “Bird” Parker , o trompetista Dizzy Gillespie e o pianista Thelonius Monk. Nessa época, os croones e cantoras ajudaram a reerguer as big-bands, que estavam em franco declínio. Intérpretes como Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan e Frank Sinatra levavam milhares de fãs aos teatros para ouvirem obras de Ellington, Cole Porter e dos irmãos Gershwin. Quanto tudo parecia calmo, um trompetista discreto aparece, era Miles Davis. Junto a outro gênio, o saxofonista John Coltrane, Davis cria o que ficou rotulado de cool jazz, algo mais tranqüilo e requintado que o bebop. Já no início do anos 60, uma nova revolução acontece, o free jazz aparece capitaneado por Ornette Coleman. O estilo gera amor e ódio. Como o nome diz, o jazz era tocado sem fronteiras e regras. As músicas tinham arranjos e escalas completamente insanos. Durante o início dos anos 70, Miles Davis volta à cena e começa um casamento com o rock, criando o jazz fusion. Aa seu lado, outros expoentes como o pianista Chick Corea e o guitarrista John Mclaughlin, à frente da Mahavishnu Orchestra, “subvertem” o jazz e conseguem atrair novos ouvintes. No início dos anos 80, um movimento denominado young lions (jovens leões) trouxe uma nova vida ao jazz. Liderado pelo trompetista Wynton Marsalis, jovens músicos recém-saídos das escolas foram responsáveis pela retomada do jazz tradicional. Mesmo com uma qualidade musical indiscutível, Marsalis e sua turma – Terence Blanchard, Branford Marsalis, James Carter, Marcus Roberts e Joshua Redman - foram acusados por vários críticos por serem responsáveis pela pouca inventividade do jazz atual. Apenas no fim dos anos 80 é que uma nova influência é somada ao jazz. Mais uma vez cabe a Miles Davis ser o precursor. Com o lançamento do disco póstumo Doo-bop, o trompetista criou o que mais tarde foi chamado de acid jazz. A mistura de jazz, rap e dance é um estilo que “ajuda” o jazz a se renovar e ficar mais acessível. Dentro desta vertente destacam-se os grupos ingleses Incognito, Jamiroquai, Brand New Heavies e US3 e os norte-americanos do Count Basic, James Taylor Quartet e Brooklyn Funk Essentials. Assim como aconteceu ao logo do século XX, o jazz continuou sua mutação no início deste século. Uma nova geração de cabeça aberta para experimentações tem adicionado elementos do rap, rock, erudito e música eletrônica ao jazz. Para os críticos, músicos como Brad Mehldau, Erik Truffaz, Greg Osby, The Bad Plus, Dave Douglas e Jason Moran estão revigorando o jazz e criando uma nova e longa jornada para ser percorrida nos próximos anos. Ao mesmo tempo em que Mehldau e companhia mostram que ainda há um infinito ilimitado para o jazz, um outro grupo de músicos cria o que foi rotulado de nu jazz ou electro-jazz, que traz a mistura entre o ritmo e música eletrônica. Similar ao acid jazz, o novo gênero se aproveita de toda a tecnologia atual para injetar vida nova ao jazz. Entre seus expoentes estão os franceses Metropolitan Jazz Affair, Rubin Steiner e St. Germain e os ingleses Cinematic Orchestra e Matthew Herbert. Correndo por fora de todo esse movimento está o smooth jazz, que é um fusion mais acessível. Para os puristas, esse tipo de jazz é um desrespeito à música secular. O jazz suave é realmente menos atraente aos ouvidos, mas conquistou seu espaço por duas razões. A primeira porque é uma música de qualidade e depois porque os músicos que as interpretam são competentes. Quase todos já trabalharam com nomes do chamado alto escalão do jazz. No jazz contemporâneo, ele também é conhecido assim, o destaque fica para os pianistas Dave Grusin, Bob James e David Benoit, os guitarristas Lee Ritenour, Larry Carlton e Russ Freeman, os violonistas Earl Klugh e Peter White e os saxofonistas David Sanborn e Boney James. Para terminar, é importante salientar a presença dos jazzistas europeus no desenvolvimento deste ritmo nas últimas cinco décadas. Apesar de ter nascido nos Estados Unidos, o jazz está presente no velho continente. Não apenas por causa dos grandes festivais que acontecem anualmente por lá, como o Montreux (Suíça), o North Sea (Holanda) e o Umbria (Itália), mas também por músicos formidáveis que escreveram ou escrevem seus nomes na história do jazz como o arranjador e compositor alemão Claus Ogerman, o baixista dinamarquês Niels-Henning Pederson, o violinista francês Stephanne Grapelli, o guitarrista belga Django Reinhardt, o tecladista austríaco Joe Zawinul, o trompetista polonês Tomasz Stanki e os novatos Paulo Fresu (Itália), Erik Truffaz (França), Jamie Cullum (Inglaterra), Jacky Terrasson (Alemanha), Stefano Bollani (Itália), Courtney Pine (Inglaterra), Francesco Cafiso (Itália), Jean-Michel Pilc (França), Gianluca Petrella (Itália) e o trio E.S.T (Suécia).
Boa Leitura - Namastê.
Boa Leitura - Namastê.
1956 - Brilliant Corners - Thelonious Monk
O jazz tem em muito de suas particularidades - o momento de estre leveza e criatividades por parte dos seus criadores e musicos. Se muitas vezes se diz, ao ver um músico de jazz tocando com descontração, é preciso afirmar que ninguém se divertiu mais com sua própria música do que Thelonious Monk, o monge louco do cenario jazzistico ou o chapeleiro das mil e umas notas dissonates. Diz-se dele que tinha predileção em fazer as notas erradas soarem corretas num brilhantismo que causava admiração até mesmo nos catedráticos. Monk - o compositor - era uma criança irriquieta: alterações de tempo/ritmo e predileções por harmonias dissonantes fizeram no fundar e depois, redescobrir o bebop em uma década. Monk - o pianista - foi dono de um estilo percussivo e de improvisações surpreendentes e irreverentes. Além disso, não raro em uma jam session, Monk terminava seu solo e levantava do piano, dançando em círculos como um tribal indigina a extasiar uma momento solene de agradecimento e embriagado pela música. Rejeitado em seus primeiros trabalhos por executar um jazz muito difícil, Monk reconciliou-se com público e a crítica no seminal Brilliant Corners, gravado entre 17 e 23 de dezembro de 1956. Ao lado de ninguém menos do que Sonny Rollins e cercado pela solidez na cozinha por Max Roach e Oscar Pettiford, Monk registrou não apenas composições geniais - deixou um disco de rara variedade em sons, ritmos e texturas, de onde sairiam 4 standards do jazz. (Sendo que a faixa restante já era um deles). Brilliant Corners do proprio Monk, traz uma abertura homônima, considerada uma das mais difíceis composições do jazz de todos os tempos; levou mais de uma dúzia de takes para ser gravada e a versão do disco foi editada com três deles. É um bebop swingado, cheio de clareiras melódicas para solos em tempos mutantes; um jazz ousado com parecer de uma conversa entre bop e o blue. Destaque para os talentos do baixista Pettiford e do baterista Roach, cujo timing impecável permite que Monk angule as notas e o ritmo o quanto quiser sem que haja perda da coesão sonora. Depois do desafio da primeira música, Monk solta o grupo numa jam longo de improvisação, relaxada e cheia de groove, com tema de blues: Ba-lue Bolivar Ba-lues-are. A balada Pannonica, dedicada à “Baronesa do Bebop”, Nica (Rotschild) de Koenigswarter, amiga de Monk, Charlie Parker e diversos músicos do jazz à época, nostagia com veemência e estilo. Nela Monk toca celesta - instrumento musical com teclado, lâminas de metal, habitualmente em aço percutidas por martelos semelhante ao piano e suspensas sobre um corpo de madeira que faz ressonância multiplas, com pedais para prolongar ou atenuar o som. I Surrender, Dear (de Barris-Clifford) é o standard reinterpretado pelo grupo, se tornando mais convencional canção do album, onde Monk explora em sua formas, camadas harmônicas, sincopando e interferindo no andamento normal. E para o final, outra versão para uma música sua já gravada Bemsha Swing, que cheira a Gillespie e revisita as big bands - muito em parte pelo uso dos tímpanos na percussão. A produção fica a cargo de Orrin Keepnews - um grande produtor de jazz para a Riverside. Para os fas de Monk, este album abriu novas interpretações no mundo do jazz assim como uma assinatura do musico no cenario de admiradores.
Faixas:
01 - Brilliant Corners
02 - Ba-lue Bolivar Ba-lues-are
03 - Pannonica”
04 - I Surrender, Dear
05 - Bemsha Swing
Musicos:
Thelonious Monk - Piano, Celesta
Sonny Rollins - Sax. Tenor
Ernie Henry - Sax. Alto (faixas 1- 4)
Oscar Pettiford - Baixo Acustico (faixas 1-4)
Max Roach - Bateria, timpani
Clark Terry - Trompete (faixa 5)
Paul Chambers - Baixo (faixa 5)
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Boa audição - Namastê.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
A Great Day in Harlem - 1958
Eram cerca das 10 da manhã de um dia de Verão de 1958. na 126th Street, entre a Fifth e a Madison no Harlem, 57 músicos de Jazz, representando três gerações, posaram para a câmara de Art Kane (1925-1995), fotógrafo free lance da revista Esquire magazine (publicada em janeiro de 1959), que se tornou uma das mais famosas da história da música. Nela, figuraram três gerações de jazzmen que praticavam estilos tão próximos e diversos como dixieland, new orleans, swing, bop, cool e pós-bop, juntos no mesmo enquadramento, representam o traço de união entre todas as formas e estilos, algo que para Joe McPhee e companhia é muito importante. O documentário "A Great Day in Harlem" - 1994 de Jean Bach, um produtor de rádio de Nova York, contou a história por trás da foto em seu documentário "um grande dia no Harlem", que foi indicado ao Oscar em 1995. O filme conta a incrivel história da foto, através de entrevistas com os personagens, detalhes de produção, o comportamento dos músicos e demais envolvidos, fotos alternativas e algumas imagens em filme feitas no dia da foto.Apesar de ser mais conhecido como um dos melhores retratistas norte-americano, das décadas de 60 e 70, Art Kane não é somente isso. Sua fotografia relata toda a mudança social e política da época, opinando, delatando e persuadindo com suas imagens simples e poderosas. Art Kane nasceu em New York em 1923. Durante a II Guerra Mundial, serviu à US Army na Europa. Aos 27 anos se graduou na Cooper Union School of Art e tornou-se diretor de arte da revista Seventeen. Kane deixou a revista em 59 e dedicou seu tempo totalmente à fotografia. Kane tenha um grande senso de cor e composição, que vem de sua grande experiência e conhecimento da área de layout, impressão e artes gráficas. Ministrou vários workshops fotográficos pelo mundo; passou inclusive muito tempo no Brasil entre 1976 e 1977, trabalhando em um livro de fotografia para a Time-Life, gostando muito da terra tupiniqui como chamava carinhosamente o Brasil. Kane morreu em fevereiro de 1995 e infelizmente nenhum destes workshops foram documentados em filme ou vídeo.
Músicos: Hilton Jefferson - Benny Golson - Art Farmer - Wilbur Ware - Art Blakey - Chubby Jackson - Johnny Griffin - Dickie Wells - Buck Clayton - Taft Jordan - Zutty Singleton - Red Allen - Tyree Glenn - Miff Molo - Sonny Greer - Jay C. Higginbotham - Jimmy Jones - Charles Mingus - Jo Jones - Gene Krupa - Max Kaminsky - George Wettling - Bud Freeman - Pee Wee Russell - Ernie Wilkins - Buster Bailey - Osie Johnson - Gigi Gryce - Hank Jones - Eddie Locke - Horace Silver - Luckey Roberts - Maxine Sullivan - Jimmy Rushing - Joe Thomas - Scoville Browne - Stuff Smith - Bill Crump - Coleman Hawkins - Rudy Powell - Oscar Pettiford - Sahib Shihab - Marian McPartland - Sonny Rollins - Lawrence Brown - Mary Lou Williams - Emmett Berry - Thelonius Monk - Vic Dickenson - Milt Hinton - Lester Young - Rex Stewart - J.C. Heard - Gerry Mulligan - Roy Eldgridge - Dizzy Gillespie - Count Basie
Curiosidades:- A foto inspirou vários “covers” com outros grupos de pessoas (músicos, artistas, pessoas comuns), no mesmo local ou em outras cidades.
- Das crianças que aparecem na foto, só uma foi identificada. Taft Jordan Jr, filho do trompetista Taft Jordan.
- No filme “o Terminal”, Viktor (o ator Tom Hanks) fica preso no aeroporto de N.York quando se dirige a cidade com o objetivo de completar o sonho de seu falecido pai: obter os autografos de todos os músicos presentes na foto. Ele, um amante do jazz, encontra a foto em um jornal hungaro em 1958 e escreve para os músicos pedindo autografos. Ele recebe quase todos. Ao pai de Viktor Navorski só faltava a assinatura de Benny Golson.
- Muitos anos mais tarde, em 1998, o poeta, escritor e fotógrafo Gordon Parks prestou a devida homenagem ao trabalho de Art Kane, reunindo na mesma rua, à mesma hora, rappers e músicos hip-hop. Chamou-lhe Another Great Day.
- Art Kane retratou Dylan, Stones, Frank Zappa, Janis Joplin, The Who, Jim Morrison, Aretha Franklin e uma enormidade de modelos - já que era, também, fotógrafo de moda. Mas nada que se compare ao que fez no Harlem. As revistas Vogue e Bazaar publicaram seus primeiros ensaios feitos com uma lente grande angular e efeitos produzidos com imagens prismáticas.
Fontes: www.harlem.org ,www.artkane.com & www.a-great-day-in-harlem.com .- Das crianças que aparecem na foto, só uma foi identificada. Taft Jordan Jr, filho do trompetista Taft Jordan.
- No filme “o Terminal”, Viktor (o ator Tom Hanks) fica preso no aeroporto de N.York quando se dirige a cidade com o objetivo de completar o sonho de seu falecido pai: obter os autografos de todos os músicos presentes na foto. Ele, um amante do jazz, encontra a foto em um jornal hungaro em 1958 e escreve para os músicos pedindo autografos. Ele recebe quase todos. Ao pai de Viktor Navorski só faltava a assinatura de Benny Golson.
- Muitos anos mais tarde, em 1998, o poeta, escritor e fotógrafo Gordon Parks prestou a devida homenagem ao trabalho de Art Kane, reunindo na mesma rua, à mesma hora, rappers e músicos hip-hop. Chamou-lhe Another Great Day.
- Art Kane retratou Dylan, Stones, Frank Zappa, Janis Joplin, The Who, Jim Morrison, Aretha Franklin e uma enormidade de modelos - já que era, também, fotógrafo de moda. Mas nada que se compare ao que fez no Harlem. As revistas Vogue e Bazaar publicaram seus primeiros ensaios feitos com uma lente grande angular e efeitos produzidos com imagens prismáticas.
Boa leitura - Namastê.
1959 - Meet Oliver Nelson - Oliver Nelson
Lendo o comentário do nosso amigo Borboletas de Jade sobre a parceria do saxofonista Oliver Nelson com trompetista Kenny Dorham, lembrei-me do álbum Meet Oliver Nelson, o primeiro da carreira do saxofonista, em 1959. Apesar da pouca idade (27 anos), Nelson liderou com muita autoridade o experiente quinteto formado por grandes feras, como o veterano trompetista Kenny Dorham, o pianista Ray Bryant, baixista Wendell Marshall e o baterista Art Taylor. Faixas como "Ostinato" e "Jams and Jellies" já mostravam a originalidade de Nelson em fazer refinadas composições, que ganharam um brilho mais intenso com o doce trompete de Dorham. Imperdível.
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Tracks:
01 - Jams and Jellies
02 - Passion Flower
03 - Don't Stand Up
04 - Ostinato
05 - What's New?
06 -. Booze Blues Baby
Muicos:
Ray Bryant - Piano
Kenny Dorham - Trmete
Wendell Marshall - Baixo
Oliver Nelson - Sax. Tenor
Art Taylor - Bateria
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