terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

1962 - Bossa Nova at Carnegie Hall - Varios Artistas

Quase ninguém falou, mas há quarenta e quatro anos, numa quarta-feira, a Bossa Nova era apresentada ao mundo. Era 21 de novembro de 1962, 20:30hs, Carnegie Hall - Nova York, quando uns meninos subiam ao palco para mostrar um tal balançado da New Brazilian Jazz como os americanos gostavam de dizer. Quem eram estes meninos? Ninguém menos do que Oscar Castro Neves, Sérgio Mendes, Roberto Menescal, Carlinhos Lyra, Chico Feitosa, Milton Banana, Sérgio Ricardo, Normando Santos, Dom Um Romão, Luiz Bonfá, Agostinho dos Santos, João Gilberto e Antonio Carlos Jobim que à época já era famoso nos Estados Unidos como o compositor de “Desafinado”; enfim, o fino da bossa tinha a missão de provar que o Brasil era capaz de produzir música sem pandeiro. É claro, reunir tantas estrelas principiantes geraria muita polêmica. O concerto só foi possível diante de uma parceria entre a gravadora americana Audio-Fidelity e o Itamaraty. Mas foi justamente na escolha do elenco que começou a confusão. Muita gente boa ficou de fora, como João Donato (e sua “Rã”) e Johnny Alf; alguns que se achavam bambas no violão não foram porque eram péssimos; e até apareceu gente ressentida que bateu o pé alegando que Bossa Nova não se misturava com passistas e ritmistas. Por sua vez, a imprensa brasileira fez pouco caso e foi muito cruel nas suas piadas. O fato é que era esperado um verdadeiro desastre na apresentação dos brasileiros, coisa que preocupava principalmente Tom Jobim, João Gilberto e Luiz Bonfá, nomes que já corriam por bocas estrangeiras. Tanto é verdade que Tom Jobim só embarcou depois de ser enfiado à força dentro de um avião pelo amigo cronista Fernando Sabino: “Você vai vencer, Tom”. Muitos deslizes aconteceram de verdade, como Normando Santos cantando com o microfone desligado, Roberto Menescal escorregando na letra de “O barquinho” e o próprio Tom pedindo um minutinho para recomeçar “Corcovado”. Por uma razão apenas as suspeitas de Tom não se transformaram em sua tragédia pessoal: quando “Corcovado” entrou nos eixos, e ele cantou a letra toda, em português e inglês, a platéia só faltou se jogar aos seus pés. E é válido ressaltar que na distinta platéia estavam Tony Bennett, Dizzy Gillespie, Miles Davis, Gerry Mulligan, Herbie Mann entre outros que também queriam escutar de perto o violão de João Gilberto. Por isso, este foi o escolhido para encerrar o concerto deixando Sérgio Mendes responsável pela abertura. Com certeza ficaram bastante impressionados com “Samba da minha terra”, “Desafinado” e “Outra vez”. Alguns só voltaram para casa muito tempo depois como foi o caso de João Gilberto, Tom Jobim, Sérgio Ricardo e Oscar Castro Neves, só para citar alguns. A partir desta noite, a vida da Bossa Nova mudou completamente. A música “Desafinado”, por exemplo, foi gravada onze vezes nos Estados Unidos no mesmo ano, sendo uma delas de um milhão de discos. Durante anos, o áudio do espetáculo (fita-pirata) permaneceu como moeda rara nas mãos de colecionadores. Hoje em dia já é possível ser encontrado em versões modernas de gravação, com o charme dos aplausos e todo o resto de um show ao vivo, mas a dificuldade de encontrar é a mesma. Qualquer esforço neste sentido vale pois estará lá parte da história da música brasileira, além de “Manhã de Carnaval”, “Zelão”, “Passarinho”, “Influência do Jazz” entre outras pérolas. Como dizia Vinicius de Moraes "a Bossa Nova voltou mais uma vez para ficar por toda a vida”. Que assim seja poeta. Fonte: Jornal O Noroeste - 08/02/2007

Musicos:
Sergio Mendes e Sexteto
Carmem Costa
Bola Sete
Jose Paulo
Sergio Ricardo
Quarteto de Oscar Castro Neves
Luiz Bonfa
Agostinho dos Santos
Joao Gilberto
Milton Banana
Carlos Lyra
Ana Lucia
Caetano Zamma
Normando
Chico Feitosa

Daixas:
01 - Samba de Uma Nota Só - Sergio Mendes e Sexteto
02 - Bossa Nova York - Carmen Costa, Bola Sete & José Paulo
03 - Zelão - Sergio Ricardo
04 - Não Faz Assim - Quarteto de Oscar Castro Neves
05 - Influência do Jazz - Quarteto de Oscar Castro Neves
06 - Manhã de Carnaval - Luis Bonfá
07 - Manhã de Carnaval II - Luis Bonfá, Agostinho dos Santos & Quarteto de Oscar Castro Neves
08 - A Felicidade - Luis Bonfá, Agostinho dos Santos & Quarteto de Oscar Castro Neves
09 - Outra Vez - João Gilberto & Milton Banana
10 - Influência do Jazz - Carlos Lyra & Quarteto de Oscar Castro Neves
11 - Ah Se Eu Pudesse - Ana Lucia & Quarteto de Oscar Castro Neves
12 - Bossa Nova Em Nova York - Caetano Zamma & Quarteto de Oscar Castro Neves
13 - Barquinho - Roberto Menescal & Quarteto de Oscar Castro Neves
14 - Amor no Samba - Normando & Quarteto de Oscar Castro Neves
15 - Passarinho - Chico Feitosa & Quarteto de Oscar Castro Neves

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Boa audição - Namastê.

* Dia 25 de janeiro 2009,
Primeiro Dia Nacional da Bossa Nova no Brasil e
Dia de nascimento do Antonio Carlos Jobim.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Edward "Sonny" Stitt

Sonny Stitt, NYC - 1953
Fototografado por: Herman Leonard

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

John Birks Gillespie

Dizzy Gillespie, The Palace Theater em Cleveland - 1939
Fotografado por: Milton J. Hinton

Miles Dewey Davis Jr. III

Miles Davis, Newport Jazz Festival - 1990
Fotografado por: Herb Snitzer

Wynton Learson Marsalis

Wynton Marsalis, Newport, Rhode Island - 1990
Fotografado por: Herb Snitzer

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Billie Holiday

Billie Holliday, NYC - New York (Angel with Smoke) 1949
Fotografado por Herman Leonard

1963 - The Solo Sessions - Vol. 1 e 2 - Bill Evans

O piano é um instrumento quase onipresente no jazz e isso se dá mais ou menos pela mesma razão que na música erudita tem o piano o papel de solista em algumas composições classiscas, possuido maior capacidade de tocar múltiplas linhas em simultaneo. O piano sempre se beneficiou de um fluxo constante de novos talentos em todos os períodos do jazz, desde o de Jelly Roll Morton, até os vanguardistas como Cecil Taylor, Chick Corea, Nat King Cool, Thelonious Monk, Alice Coltrane, Herbie Hancock, Hermeto Pascoal entre outros. O uso do piano sofreu o que se pode chamar de volução ao longo dos anos. Tornou-se elétrico e fuminante no hard bop e no jazz-rock, sintetizou no fusion e mais recentemente, sequenciador de sample digital para as novas tendencias hip hop - jazz. Uma vez que o piano esteve presente em toda história do jazz, seria justo dizer que ele traz a história do próprio jazz. Mas um pianista de Plainfield - Nova Jérsei, harmonizou de forma impressionista as interpretações inventivas do repertório tradicional do jazz e suas linhas melódias sincopadas e polirrítmicas, Seu nome: William "Bill" John Evans ou simplismente Bill Evans para os conhecidos. Evans tornou-se referencia para os futuros pianistas que viram em suas teclas, inovações que despontava da musica classica para a nova forma de tocar piano no jazz. Impressionista, lançou bases no cool jazz junto com Miles, aportando em seguida, um Hemisfério de magia e sutileza na forma de ouvir o piano com jazz. Morreu de insuficiência hepática e hemorragia interna prococada pelo uso continuado de heroína e cocaína. "The Solo Sessions - Vol. 1 e 2", gravado em 10 de Janeiro de 1963 pela Riverside, traduz bem a linha que Bill trouxe para o jazz, mesmo sendo um album de gravações ao vivo. "Seu fraseado elegante e suas harmonias sofisticadas indicam influências de Debussy, Ravel e, recuando um pouco no tempo, até mesmo Chopin" - Joachim E. Berendt, critico e escritor de jazz. Assim, por uma razão ou por outra são ambas Im-per-dí-veis!

Faixas:
The Solo Sessions - Vol.1
01 - What Kind of Fool Am I
02 - My Favorite Things - Easy To Love - Baubles, Bangles And Beads (Medley)
03 - When I Fall in Love
04 - Spartacus Love Theme - Nardis (Medley)
05 - Everything Happens to Me
06 - April in Paris

The Solo Sessions - Vol.2
01 - All the Things You Are
02 - Santa Claus Is Coming to Town
03 - I Loves You, Porgy
04 - What Kind of Fool Am I
05 - Love Is Here to Stay
06 - Ornithology
07 - Autumn In New York - How About You (Medlen)

Musico:
Bill Evans - Piano

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Boa audição - Namastê.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Charles Parker, Jr.

Charles "Bird" Parker, NYC - Birdllad - 1949
Fotografado por Herman Leonard

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

1962 - Desafinado: Bossa Nova and Jazz Samba - Coleman Hawkins

Muito foi escrito sobre bossa nova, mas poucos conhecem o verdadeiro início dessa expansão triunfal. Os livros sobre o assunto são confusos e incipientes em relação ao encontro inicial do jazz com a bossa nova, contando histórias diferentes e de teor informal. Tudo começou em 1959, quando a bossa nova já era música da juventude brasileira com a explosão de João Gilberto em "Chega de Saudade" e "Desafinado", um compacto duplo pela odeon Brasil. Nesse ano veio ao Brasil o guitarrista Charlie Byrd e surpreso com o que ouviu e ao regressar aos EUA, gravou musicas mesclando bossa nova com canções mais antigas, porém sem qualquer repercussão. O verdadeiro passo inicial desse encontro aconteceu em julho de 1961 quando vieram ao Brasil a caravana "American Jazz Festival", integrada por 14 músicos, uma cantora e o quinteto de Dizzy Gillespie que aqui tomaram conhecimento da bossa. A vinda do AJF transformou-se num marco histórico para a bossa, pois seus integrantes e os músicos de Gillespie, nela vislumbraram novas formas de expressão, foram os verdadeiros pioneiros pela sua expansão mundial. Mas a explosão mundial da bossa nova ocorreu mesmo quando Charlie Byrd Parker e o saxofonista Stan Getz gravaram "Jazz Samba". Uma das músicas "Desafinado" ocasionou o desenfreado sucesso da bossa nova, vendendo 1 milhão e 600 mil cópias nas duas primeiras semanas. O sucesso de Desafinado despertou a atenção de músicos, empresários, agentes e editores musicais. Essa foi a pedra fundamental que abriu as portas de um mercado internacional de trabalho para nossos artistas. Dizzy Gillespie passou a tocar bossa nova, agregando ao seu quinteto o guitarrista José Paulo e a cantora carioca Carmen Costa. Lalo Schifrin - pianista de Gillespie, gravou com o saxofonista Leo Wright "Wave, Insensatez e Rapaz" em seu repertório. Mas o marco de fisão mesmo aconteceu quando Sidney Fry, então presidente da gravadora Audio Fidelity, teve a luminosa idéia de realizar um concerto de bossa nova no Carnegie Hall, que foi gravado e editado por seu selo. Esse evento levou a New York numerosos músicos e cantores brasileiros, apresentando-se por lá: Sergio Mendes (que por sinal passou a morar em NY), Oscar Castro Neves, Roberto Menescal, Agostinho dos Santos entre outros nomes que se despontava na Bossa. Inumeros Musicos como Stan Getz, Sarah Vaughan, Frank Sinatra (com Tom Jobim), Ella Fitzgerald entre outos postaram passaram a colocar em suas discografias o tom verde amarelo da bossa. Gravado em 12 de Setembro de 1962 para a Impulse, "Desafinado: Bossa Nova and Jazz Samba" do saxofonista tenor Coleman Hawkins tornou-se um icone entre os apreciadores de Bossa como um autentico albúm de vanguarda, bem acentuado nos detalhes que se emprega na nova música, assim como a elaboração dos musicos nas tonalidades fiel do ritimo. Sabe-se que Hawkins cercou de todos os lados para a realização deste trabalho, chegando a cogitar remanejamento de musicos brasileiros nas suas gravações. Depois de um minucioso estudo de albuns de bossa, documentarios e depoimentos de quem era da area, desafinado tomou corpo e se tornou um mito que hoje é reverenciado pelos amantes da bossa nova. Este album tem na sua magesta embrionaria, as maões de Rudy Van Gelder, o engenheiro de som da Impulse em seu estudio localizado ainda nas dependencias da casa de seus pais. Fantastico album e um item para os amantes do Jazz in Bossa.

Faixas:
01 - Desafinado
02 - I'm Looking Over A Four Leaf Clover (Jazz Samba)
03 - Samba Para Bean
04 - I Remember You
05 - One Note Samba (Samba De Uma Nota So)
06 - O Pato (The Duck)
07 - Un Abraco No Bonfa (An Embrace To Bonfa)
08 - Stumpy Bossa Nova

Músicos:
Coleman Hawkins - Sax. Tenor
Tommy Flanagan - Claves
Barry Galbraith, Howard Collins - Guitarras
Major Holley - Baixo Acustico
Eddie Locke - Bateria
Willie Rodriguez - Percussão

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Boa audição - Namastê.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Keene Brass Band


Banda de jazz da virada do século com formação basica de instrumento do ano de 1900 em New Hampshire - circa - 1900
Fotografado por: F. Harold Tyler

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

1988 - Charlie "Bird" Parker

Cinebiografia do famoso saxofonista Charles "Bird" Parker, um dos mais famosos jazzman na historia do jazz. Sua arte e sua vida deixou um legado profundo para aqueles que tenta redescobrir sua arte. Apaixonado por jazz, o diretor e produtor Clint Eastwood conseguiu uma brecha na sua filmografia e fez um apaixonante homenagem ao genial criador do bebop. Clint pesquisou e recheou a magnífica trilha sonora do filme com os solos dos discos originais de Parker, um gênio incansável que viveu intensos 35 anos (1920 a 1955) e redendo-lhe um Globo de Ouro de Melhor diretor por esta excitante história de pioneirismo, baseada na vida de Charlie "Yardbird" Parker. O fascínio de Clint pelo Jazz e por Parker é facilmente notado pela sutiliza com que sua câmara despe o personagem, sem esquecer suas crises ou o uso de drogas. Clint, diferente de como é visto por muitos críticos, não faz nenhum julgamento moral em relação ao músico. Ele homenageia a sua arte e respeita o homem. Como a melodia que só o jazz tem, passado e futuro revezam-se à medida que o filme explora a habilidade construtiva de Bird e seus excessos destrutivos. Vencedor do Prêmio de Melhor Ator no Festival de Cinema de Cannes por sua performance, Forest Whitaker no papel-título na sua interpretação apaixonante de Bird e sua música. A atriz Diane Verona compartilha desse glorioso brilho como sua esposa, Chan "Parker" Richardson, o que lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante da Associação de Críticos de Nova York. As gravações da talentosa mistura dos solos de Parker com músicas modernos, trazem "Bird" à vida mais magnificamente ainda nesta trilha sonora vencedora de um Oscar de Melhor trilha sonora. Nas mãos de Eastwood, Bird formidavelmente vive. O filme começa focando o jovem e o seu amor pelo jazz. Mostra Parker iniciando sua carreira e a dificuldade que encontra para levar sua música além da fronteira dos bares de músicos negros. A trilha sonora conta ainda com músicos do quilate de Monty Alexander, Barry Harris e Walter Davis Junior (piano), Ray Brown, Chuck Berghofer e Ron Carter (contrabaixo), John Guerin (bateria), Charles McPherson (sax alto); Jon Fadis e Red Rodney (trompete) e Charlie Shoemake (vivrafone). Escrito por Joel Oliansky e produzido por Clint Eastwood e David Valdes.


Elenco:
Forest Whitaker (Charles "Bird" Parker)
Diane Venora (Sra. Chan Parker Richardson)
Michael Zelniker (Red Rodney)
Samuel E. Wright (Dizzy Gillespie)
Keith David (Buster Franklin)
Michael McGuire (Brewster)
James Handy (Esteves)
Damon Whitaker (Jovem Bird)

Gênero: Biografia
Diretor: Clint Eastwood
Duração: 160 minutos
Ano de Lançamento: 1988
País de Origem: EUA

Faixas:
01 - Lester Meaps In
02 - I Can't Belive That You're In Love With Me
03 - Laura
04 - All Of Me
05 - This Time The Dream's On Me
06 - Ko Ko
07 - Cool Blues
08 - April In Paris
09 - Now's The Time
10 - Ornithology
11 - Parker's Mood

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Boa audição - Namastê.