Time After Time - Ao Vivo na Bélgica, 1964
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
O Ritual e o Teatro Popular: Duas Matrizes na Pré-História do Jazz
O jazz é uma forma de expressão musical do negro norte-americano que ironicamente deve muito de sua concepção à existência da escravatura. Não havia jazz na África e muito menos seria possível o surgimento dessa música nos EUA sem a participação essencial do negro. Uma polêmica que tem acompanhado a evolução jazzística através dos tempos – talvez a mais complexa – é justamente a que tenta determinar a origem dos elementos que o formaram. Muitas análises realizadas sem o devido embasamento musicológico e principalmente fundamentadas no arcaico princípio do europocentrismo acabaram por explicar esse fenômeno através de uma divisão de influências. Algo como: “o negro trouxe os ritmos da África e o branco contribuiu com a harmonia e a melodia européia”. Esta era uma solução bastante simplista que incorria numa erronia idealização do negro. Como se este, a partir da nova condição de escravo e vivendo numa outra sociedade fosse abandonar possivelmente sua cultura, substituindo-a pela cultura do dominador. É claro que essa discussão só poderia avançar a partir de um conhecimento mais profundo da África e sua cultura, o que nas primeiras décadas deste século ainda se mostrava incipiente. Mesmo que a lente defeituosa do europocentrismo fosse paulatinamente abandonada, nada seria possível sem um estudo mais marcadamente musicológico que deslocasse essa polêmica do estágio das meras suposições e opiniões pessoais para o campo da ciência. Um trabalho que definitivamente se inscreve nesse campo é “Early Jazz: Its Roots and Musical evelopment, New York, Oxford University – 1968, p. 62”, do músico e professor Gunther Schuller. Apoiando-se nas pesquisas do musicólogo inglês A. M. Jones no continente africano que serviram de base para uma apurada análise dos elementos que formam o jazz, Schuller conclui que a cultura negra africana constitui a base dessa expressão musical. “O estudo analítico mostra que todos os elementos musicais – ritmo, harmonia, melodia, timbre e as formas básicas do jazz – são essencialmente africanos em seus antecedentes e derivação. E por que haveria de ser de outro modo? Afinal as tradições de séculos que não são meros cultos artísticos, senão parte inseparável da vida diária e não abandonada tão facilmente. Houve aculturação, porém só no sentido de que o negro permitiu que elementos europeus se integrassem às suas tradições africanas. Anteriormente à década de 20 o negro tomou só aqueles ingredientes europeus que era necessário para a sobrevivência de sua própria música. Por isso pode-se dizer que dentro do amplo marco de tradição européia o negro americano foi capaz de conservar um núcleo significativo de sua tradição africana. E é esse núcleo o que tem feito do jazz a linguagem tão singularmente cativante que é”. Essa conclusão é muito importante porque atribui à cultura africana seu papel na construção do jazz. E mais ainda, porque indica a existencia de um “núcleo significativo” da tradição africana que seria o responsável pela singularidade dessa música. Se tal “núcleo” manteve o predomínio dos elementos musicais africanos na construção e evolução do jazz, não é descabido pensar que analogamente pelos menos alguns elementos componentes das representações tribais tenham se mantido no espetáculo jazzístico. Isto é também deve haver um núcleo de elementos estruturais das cerimoniais e representações religiosas africanas. Se o negro resistiu a abandonar os principais elementos construtivos de sua música, teria ele desprezado suas formas tradicionais de atuação e representação? Isso seria bastante contraditório em vista da grande integração existente entre as artes que compunham os rituais, cerimoniais e performances tribais, como o canto, a dança, a mímica, a indumentária, os relatos de estórias e naturalmente a música em si.
Fonte: O Jazz como Espetáculo – Carlos Calado, Ed. Perspectiva “Coleção debate”, p. 65-67.
Countless Blues - Freddie Green & Eddie Durham
Fonte: O Jazz como Espetáculo – Carlos Calado, Ed. Perspectiva “Coleção debate”, p. 65-67.
Countless Blues - Freddie Green & Eddie Durham
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Momento Benny Goodman
Fletcher Henderson (piano) Nick Fatool (bateria)
e Louise Tobin (lado do piano)
fotografado por um marinheiro do USS California
Golden Gate - Exposição de 1939.
domingo, 14 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
Momento Ella Fitzgerald
Ella Fitzgerald, Dizzy Gillespie, Ray Brown, Milt (Milton) Jackson &
Timmie Rosenkrantz, New York, N.Y. Sept. 1947
Fotografado por: William Paul Gottlieb
Timmie Rosenkrantz, New York, N.Y. Sept. 1947
Fotografado por: William Paul Gottlieb
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Ella Fitzgerald,
Fatos e Fotos do Jazz
sábado, 6 de novembro de 2010
Ella e Um mergulho no Passado Nostálgico de Uma Diva Nos Anos da Gravadora DECCA – 1917-1935 - Parte II
"...Hoje a lenda e a verdade vieram juntas cronologicamente. O Teatro Apollo no Harlem tinha uma política de reservar uma noite para os amadores para exibição de novos talentos: depois que o verdadeiro show acabasse era a vez da competição dos novatos. A idéia deste tipo de programa começou no Teatro Lafayette no Harlem, Rua 132 em 1933. O vencedor recebia um prêmio em troféu, dinheiro ou talvez se iniciasse numa carreira profissional. Os amadores eram chamados depois de tirados os cartões da caixa e convocados a exibirem. Mais da metade dos duzentos mil afro-americanos morando Harlem vivia encostado (expressa da Depressão para Previdência Social) e estes shows eram de grande incentivo moral. Embora tenha dito sempre que fora convidada pelas amigas (“um dia duas ou três amigas e eu fizemos uma aposta: teria eu coragem?”), Ella e algumas de suas companheiras de rua colocaram seus nomes nos cartões e o poder do universo que faz com que as coisas aconteçam empurrou Ella para a sua estreia em janeiro de 1934. Acompanhada da turma encorajadora, aguardava a hora de entrar enquanto repassava a rotina dos passos de dança na cabeça. O show profissional do Apollo com as Edward Sisters terminou deixando no ar uma incrível quantidade de energia e dança. Conforme Ella descreveu “Elas eram as mais dançantes irmãs do pedaço!” Ela percebeu que não conseguiria acompanha-las no palco. “Minhas pernas viraram água e milhões de borboletas brincavam de pegar dentro do meu estômago”, diria ela anos depois. Suas amigas tiveram de empurrá-la para o palco, “e quando eu olhei para onde o publico deveria estar, tudo o que vi foi um grande borrão”. Alguém da audiência gritou: “O que ela vai fazer?”. O Teatro Apollo era conhecido por sua freqüência barra-pesada que fazia da impertinência uma forma de arte. O público assistindo os melhores artistas do pedaço e quando via um talento de verdade reagiam com um entusiasmo selvagem e desmedido. No entanto quando se encontrava diante de alguma coisa menos do que ótima, sua ruidosa desaprovação podia transformar a pedra de Gibraltar em areia. O mestre-de-cerimônia percebeu o pânico de Ella e perguntou se preferia cantar em vez de dançar. Com o incentivo do público, ela perguntou se a orquestra da casa sabia uma canção de Hoagy Carmichael chamada “Judy”. Mais tarde ela diria que conhecia a letra porque sua mãe costumava ouvir e reouvir a mesma canção no disco de Conne Boswell. Por estranho que pareça o historiador musical Will Friedwald afirma que não há hoje vestígios deste disco. Ella cantou apoiando-se no estilo Boswell para chegar ao fim da musica. A resposta do público foi tão positiva que exigia outra música. A única canção que Ella sabia era o que chamava de o lado-de-lá de “Judy”. “Believer It Beloved”. Desnecessário dizer que Ella ganhou o prêmio de 25 dólares. Não tivesse ganhado o concurso, Ella nunca teria seguido a carreira de vocalista. Ela chamava aquela noite de “o turning point da minha vida. Uma vez lá, senti aceitação e o amor por parte do publico – sabia que eu queria cantar diante das pessoas para o resto de minha vida”. A grande coincidência também foi a presença naquela noite do jovem saxofonista e arranjador Benny Carter. Carter percebeu logo o potencial da jovem cantora e se apresentou a ela depois do show. “Não tenho certeza se eu fui o mestre-de-cerimônia naquela noite”. (não fui) recorda Carter, “mas imediatamente pude ver não só seu talento, mas a reação que ela provocava na audiência. Embora nervosa, como até hoje ela fica antes de se apresentar, ela adorou o publico e o publico adorou-a de volta. Foi óbvio desde início o que ela tinha dentro de si naquela noite no Apollo, e meu Deus, o que ela fez com sua estreia”. Não deixa de ser surpreendente que Ella e Carter ainda fossem amigos próximos e bons companheiros mais de cinqüenta e cinco anos depois. O que tornou Ella tão especial naquela noite foi a incrível reação que ela e o publico tiveram um do outro. Não a foi a sua voz, ainda fina e não definida e seu estilo era Conne Boswell. Ela era uma adolescente desengonçada e não estava bem vestida nem parecia elegante – ela nunca se julgou sua mulher bela. No entanto foi como duas pessoas que se encontram e se tornam na hora grandes amigos. Foi uma reação química, dois elemento individual que combinados, causaram uma enorme explosão. Carter apresentou Ella a Fletcher Henderson dias depois de sua estreia, mas Fletcher não se mostrou particularmente impressionado (podemos imaginar quantas vezes na vida ela não se arrependeu desta mancada), dizendo: “Simplesmente não vejo nada demais nela”. Ella começou então uma rotina de concorrer e ganhar todos os concursos amadores do Harlem, acrescentando “The Object of My Affection” a seu repertório. O único tropeço deu-se numa noite no Lafayette quando tentou cantar “Lost in a Fog” toda vestida de preto para parecer sofisticada. “O pianista não sabia as mudanças de escalas e eu realmente me perdi”, recordaria anos depois. Foi vaiada até sair de cena. No entanto seu fracasso total rapidamente se tornou uma vitória à medida que ela continuava com seu repertório de três músicas, ganhando todos os concursos de novos em que entrasse. Finalmente a talentosa adolescente ganhou como prêmio um contrato profissional: Uma semana no Harlem Opera House com a orquestra de Tiny Bradshaw, ganhando 50 dólares. Por esta época, teve seu nome citado na imprensa pela primeira vez. O New York Time referiu-se assim a ela quando de sua estreia no Harlem Opera House em janeiro de 1935:...” e Ella Frizgerald, o último nome premiado nos recentes concursos de auditório..” Há uma historia a respeito de Ella que teria acontecido nesta época que surge e ressurge de vez em quando. É apócrifo. Supostamente a rede de rádio CBS ficou sabendo das vitórias de Ella no Harlem e quis escalá-la para um show estrelado por Arthur Tracy, “The Street Singer” cujo grande sucesso era “Here Lies Love”. Prossegue esta lista de historia contando que assim que o contrato estava para ser assinado, a mãe de Ella faleceu, deixando-a sem uma pessoa responsável que assinasse o contrato por ela. Embora seja impossível fixar a data exata da morte de sua mãe, uma garota menor de idade teria a tutela de alguém apontado pela corte. Nova York tinha um sistema de direito de família muito eficiente, já nesta época. Se tal contrato existisse, CBS teria requerido que fosse designado alguém para tutelá-la. William S. Paley, presidente da CBS, não era homem de temer obstáculos. A tia de Ella, Virginia Williams, poderia ter assinado por ela. Por último o próprio Mr. Tracy recentemente declarou que não teve intenção de contrata-la e que de fato só ouviria falar dela mais tarde na época de suas gravações na Decca. Muita coisa sobre o inicio da carreira de Ella foi igualmente embaralhado pela imaginação dos publicitários. Foi no final daquela semana no Opera House que Ella cruzou pela primeira vez com Chick Webb, o baterista bandleader. Recorda Ella: “A orquestra de Tiny Bradshaw participava do show, eles me colocaram à direita bem no final, quando todo mundo já vestia os cossacos e preparava-se para sair. Tiny desse: ‘Senhoras e senhores, com vocês a garota que tem vencido todos os concursos’ e eles voltaram e tiraram seus casacos e sentaram-se novamente”. Chick se apresentou na noite seguinte com a orquestra e como costumava dizer, ele “sacou-a no ato”. Embora Chick tivesse ficado impressionado, não pensava em acrescentar uma vocalista ao seu grupo musical. A intervenção a favor dela veio através de Bardu Ali, homem de frente da orquestra de Webb. Chick (nascido William Henry Webb Jr. Em 1909) estava indefeso como uma criança com tuberculose óssea na espinha. Uma queda devido à falha de degraus numa escada paralisou parcialmente suas pernas. Seu tamanho diminuto (menos de um metro e meio) deu-lhe o apelido de “Chick”. Devido a suas limitações físicas, Ali regia a orquestra enquanto Webb tocava bateria (e tocava-a extremamente bem, de um dinamismo que faria dele uma lenda, não fosse sua morte prematura). Ali levou Ella aos bastidores no camarim de Chick (houve boato de que ela ficou escondida lá, mais os minúsculos cubículos de teatro desmente a dramatização desta versão) e fez com que bandleader escutasse-a cantar alguma canção. Webb sabia que não precisava de uma cantora uma vez que já tinha um cantor, Charle Linton e não via necessidade de aumentar sua folha de pagamento. Finalmente cedeu e permitiu uma chance a Ella quando a orquestra fosse à Universidade de Yale, observou ele com um ponto de interrogação na voz. “Embarque no nosso ônibus e se eles gostarem de você lá o lugar é seu”. Se os bacanas de Yale aceitassem a nova cantora, ela poderia funcionar por uns tempos. Chick e Ella nunca tiveram razão para se arrepender e a cantora recebia a fria quantia de U$12,50 por semana nos primeiros cinco meses com a orquestra, subindo para 15 dólares quando eles começaram como atração fixa e se apresentar no Savoy Ballroom".
Fonte: Ella Frizgerald: A Primeira Dama do Jazz - Geoffrey Mark Fidelman, Francisco Alves - 2001.Boa Leitura - Namastê.
Ella Fitzgerald - Lost in a Fog
1960
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Curiosidades do Jazz
Marilyn Monroe foi responsável por forçar grandes clubes de jazz a deixarem de lado o preconceito e agendar Ella Fitzgerald entre outros grandes músicos com a promessa de sentar na primeira fila. Os clubes toparam e Marilyn aparecia todos os dias sentada na primeira fila, a imprensa repercutiu e tanto Ella e varios outros ganharam ainda mais fama.
“Ela era uma mulher incomum – um pouco à frente de seu tempo. E ela não sabia disso”, disse Ella sobre Marilyn.
Ella e Um mergulho no Passado Nostálgico de Uma Diva Nos Anos da Gravadora DECCA – 1917-1935 - Parte I
"Quando rolava o ano de 1935 - Ella Jane Fitzgerald já estava na estrada rumo à imortalidade musical. Fruto de um lar desfeito, de pais pobres, ela nasceu em Newport News, estado da Virgínia, supostamente no dia 25 de abril de 1918. No entanto, de acordo com a certidão de nascimento e com os documentos escolares. Na verdade ela nasceu um ano antes. Esta data se tornou um ponto importante na sua vida, especialmente quando faram comemorados com muito barulho seus aniversários de 14 e 17 anos. Ella tornou-se um ano mais jovem para manter sua imagem de garotinha da banda de Chick Webb, mais tarde, a mudança de data ajudou-a “diminuir” a diferença de idade entre ela e seu futuro marido, mais novo que ela, Ray Brown. Como Ella nunca se deu ao trabalho de substituir a data de seu nascimento, ainda mais que isso não fazia diferença para ninguém. Seu pai Willian e sua mãe Tempe (abreviatura de Temperance, um nome bastante improvável) não se casaram legalmente. Viveram na Madsom Avenue, nº 2050, sendo William nove anos mais velho do que a independente Tempe. Depois da primeira grande guerra, o casal se separou, e Tempe mudou com a família para Nova York. Mãe e filha se mudaram com o amante português, Joseph Da Silva, geralmente tido como o padrasto de Ella, tentativa, tentativa dos assessores de imprensa de “limpar” sua infância. Joseph indubitavelmente exerceu uma rica influência na percepção cultural e musical de Ella, que iria se referir a este lado se seu relacionamento com grande carinho pelo resto de sua vida. No entanto, o que resolveu não lembrar foram os abusos a que submetida na adolescência. A nova família Da Silva vivia numa área eticamente mista de italianos, espanhóis e afro-americanos na Clinton Street, nº 27. Foi nesta vizinhança que Ella cresceu e se tornou uma jovem mulher. Em 1923, seus pais lhe presentearam com uma irmã, Frances. Dois anos depois se mudaram para a School Street, nº 72. “Crescemos numa vizinhança mista”, evocaria, certa vez, “a maioria dos meus amigos era italianos. A primeira vez que entrei em contato com o preconceito racial foi quando um garoto que vinha de outra escola me chamou de “negra”. Bem, eu o empurrei, ele caiu e os outros garotos acharam que eu tinha batido nele e foi assim que me tornei uma heroína na escola. O garoto foi obrigado a pedir desculpas e depois disso todo mundo olhava pra mim como se eu fosse realmente má. Eu tinha uns onze anos”. Na verdade esta briga provavelmente aconteceu com uma garota chamada Josephine Attanasio. E se Ella tirou sangue do nariz dela, a briga foi por Ella ter implicado com a irmã menor de Josephine e não por razões raciais. Enquanto Tempe trabalhava para um comerciante e numa lavanderia, o dinheiro adicional vinha de Joseph como lavador de pratos e motorista. Ella precisava colaborar com o cofre da família. Para ganhar dinheiro próprio, Ella trabalhava com numbers (trabalho de rua como pagar cotas e outros). Ella também cuidava de uma casa de esporte. “Há sim, Eu tive uma vida muito interessante na juventude”. Recordando seu padrasto, Ella diria, rindo mais tarde, “Se eu tivesse a mínima idéia de que um dia iria gravar uma música em português, eu teria prestado mais atenção quando ele tentava me ensinar a língua”. Com uma dificuldade de falar intimidades publicamente – característica sua – Ella nunca se referiu ao fato de ter crescido numa vizinhança multirracial em Yonkers e especialmente o que isso significava no final dos anos 20 e começo dos anos 30. Muitas áreas urbanas eram divididas por raças, religião, renda ou origem nacional, como ainda acontece nos supostos tempos iluminados de hoje. As pessoas raramente visitavam outras vizinhanças a menos que de passagem. Muitos viviam toda a vida sem mesmo atravessar os limites de sua área. A única coisa em comum era a depressão econômica; europeus, africanos, cristãos ou judeus, todos foram atingidos. Hoje Ter pais de etnias diferentes, se não chaga a ser totalmente aceito é com certeza rotineira. Nos dias sombrios do inicio dos anos 30, ter uma mãe afro-americana e um padrasto português, um homem com quem sua mãe nem casada era, deixava a sensível adolescente afundada na menor das subculturas ou menos do que isso. Pode-se imaginar uma infância em que para ser aceito e poder sobreviver, era necessário conviver com jogadores e prostitutas, e era óbvio que Ella quase nunca conseguia se integrar no meio. Sua falta de aceitação consciente levou-a ser dolorosamente magra (“tiveram de me dar leite na escola para recuperar meu peso”) e tímida. No entanto, não devemos confundir sua timidez com falta de perspicácia. Ella sempre se apresentava como sem saber exatamente o que estava acontecendo a sua volta e como extrair melhor proveito daquilo tudo. Como muitos jovem descendente de europeus e africanos, Ella foi cativada pela cultura dos anos 30. Antes disso a musica popular vinha da Broadway, do teatro de Vaudeville ou daquela nova invenção – o rádio sem fio. As pessoas se reuniam em volta de um piano para cantar a partitura da musica do dia, ou tocavam no fonógrafo primitivo os discos disponíveis. Os adultos controlavam o que era considerado apropriado e os jovens tinham de esperar crescer para conhecer as musicas. De repente surge um nova musica que pegava os jovens pelos ouvidos e pela primeira vez na historia os adolescentes tinham sua voz musical própria: o som das grandes bands de jazz. A nova musica era uma conseqüência do Ragtime, do Dixieland e do jazz pioneiro da era do Charleston. A Meca deste novo tipo de diversão era o Teatro Apollo no Harlem. Peregrinos do Apollo trazem flashes de legendas como Chick Webb, Fletcher Henderson, Billie Holiday, Benny Carter e muitos outros. Ella e suas amigas pegavam o trem ate o Harlem e passavam boa parte das horas no Apollo fazendo contato com novos talentos. Seu ídolo era o Snakehips Tucker e Ella brincou com a idéia de passar a se chamar “Snakehips” Frizgerald. Ella, mutável como os adolescentes, fantasiava que iria ser dançarina e pensou seriamente em seguir a carreira base do sapateado. “Todo mundo em Yonkers achava que eu era boa dançarina” - disse ela certa vez. “Eu realmente queria ser dançarina e não uma cantora”. Esta era uma pretensão incomum entre os jovens negros da época, mesmo entre os de boa família e religiosos como o seu caso. As oportunidades eram poucas para os jovens negros. Muitos afro-americanos tinham sua sobrevivência no show business. Tocavam em teatros de Vaudeville no circuito “Chitlin”, dançavam em espetáculos de negros, em bares clandestinos e se tivesse sorte, deslocavam um papel pequeno num show da Broadway, numa revista musical em programas de rádio ou filme. Por mais duro que fosse este tipo de vida, era sempre preferível a trabalhar numa lavoura, lavanderia, engraxate ou fazendo faxina nos banheiros dos brancos. Ella tinha mais sorte do que a maioria, pois vivera sua adolescência num lar razoavelmente estável. No entanto estes performers de fato trouxeram à tona o talento que havia nela, que constantemente falava em dançar. Para os adolescentes do inicio dos anos 30 as grandes orquestras de jazz eram a dança. Em uma entrevista de 1991, o seu amigo de infância Charles Gulliver recordava: “De fato ela não cantava muito, mas adorava dançar; Era uma dançarina e tanto! Costumávamos ir até o Savoy. Aprendíamos todas as danças da moda. Pegávamos o trole até a estação de metro para Manhattan e descíamos na Rua 125”. Ella e Gulliver ensaiavam bastante e queriam tentar a sorte como dançarinos profissionais. O par começou a ensaiar em Yonkers. Mas é neste ponto que os detalhes da vida adolescente de Ella torna-se pouco claros. Muito do que foi publicado ao longo dos anos situa Ella em Yonkers até sua aparição como artista. No entanto a verdade sobre a sua vida antes de se tornar famosa não é tão simples assim. Por outro lado, reservou-se que pouco depois de Ella ter estreado no Apollo, sua mãe Tempe morria ao tentar salvar a vida de uma criança. Eis como a própria Ella recordava o episódio nos anos 80: “Havia um garotinho italiano que simplesmente adorava minha mãe. A mãe dele não conseguia fazer com que comece e ela então chamava minha mãe e dizia: ‘Por favor, venha até aqui em casa e faça com que ele coma’. E ele sempre disposto a ir para qualquer lugar que minha mãe fosse. Um dia eles estavam num automóvel. Ela segurava o garotinho. Meu primo que guiava o carro, provocou uma parada brusca. Para impedir que o garotinho batesse com a cabeça no vidro da frente, minha mãe apertou-o com força e ai foi ela que bateu com a cabeça. Levou cinqüenta e quatro pontos. Não havia os recursos que existem hoje e os cortes não cicatrizaram”. A intenção de Ella de fazer sucesso em Yonkers terminou com a morte se sua mãe. Joe Da Silva passou a beber cada vez mais e com insistência procurava a jovem Ella para consolar. Ele simplesmente canalizava sua raiva na jovem ou começou a vê-la como objeto sexual – bem se sabe que logo Ella saiu de casa pelas mãos da tia Virginia. Em seguida, Frances juntou se a elas na casa da Rua 145, no Harlem, onde Joe morreu de ataque cardíaco. Embora Ella se aproximasse da sua prima Georgina (em anos posteriores, companhia de viagens e encarregada do seu guarda-roupa), ela não se adaptou à casa de sua tia. Visitava Yonkers sempre que possível para rever os companheiros, mas com o tempo as visitas foram se espaçando. Detestando a nova vida, tornou-se cada vez mais infeliz e seu comportamento, irascível e hostil. Ela começou a largar a escola e foi mandada para a Associação Infantil de Riverdale, uma instituição não tão liberal quanto uma escola secundaria nem tão restritiva quanto um reformatório. Pouco depois abandonava a escola e a casa da tia para viver na rua. A vida de Ella nas ruas obstruiu em muito sua capacidade de ir para onde quisesse ou fazer qualquer coisa para melhorar seu destino. Ela vivia da mão para a boca, quase sempre sem tomar banho, faminta e sem endereço certo. Embora alguns dos entrevistados para esse livro sugerisse que Ella tenha trocado seu corpo por um bom lugar para dormir, não existe evidência substancial de que tenha se prostituído. Por estranha que parece é possível à pessoas se ligarem a certos valores morais ao mesmo tempo que ignoram outros. Tempo ao que parece, imprimiu a marca da religião em Ella. Havia certas coisas que Ella fazia porque tinha que fazer; havia certas coisas que ela fazia por que queria; havia certas coisas que ela nunca fazia porque não conseguia...".
Fonte: Ella Frizgerald: A Primeira Dama do Jazz - Geoffrey Mark Fidelman, Francisco Alves - 2001.
Boa Leitura - Namastê.
(I Love You) For Sentimental Reasons
Ella Fitzgerald With The Delta Rhythm Boys - 1946
Fonte: Ella Frizgerald: A Primeira Dama do Jazz - Geoffrey Mark Fidelman, Francisco Alves - 2001.
Boa Leitura - Namastê.
(I Love You) For Sentimental Reasons
Ella Fitzgerald With The Delta Rhythm Boys - 1946
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Momento Nat King Cole
Fotografado por: William Gottlieb
Fotografado por: William Gottlieb
Fotografado por: William Gottlieb
Fotografado por: William Gottlieb
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
O Primeiro Casamento com Direito a Ópio em Queda Livre
No ano de 1939, Jimmy Monroe , irmão de Clark Monroe acaba de voltar da Europa. Depois de ter vivido em Londres, retorna de Paris onde dirigiu um clube na Praça Pigalle. Dotado de um rosto com traços finos e de um sorriso irresistível, ele se apresenta, ora como empresário, ora como antigo atleta. Ele esta casado com uma vedete da canção popular, Nina Mae McKinney (1913-1967) e retorna enfeitado todo de pena de pavão ao lado de uma magnífica londrina, que exibe por toda parte, como um sinal de sua classe européia. Suprema sofisticação, ele fuma ópio, um habito que trouxe de Paris onde se tornou a ultima moda. Bille sente uma paixão avalassadora. Quando um homem lhe agrada, ela não fica lançando olhares dengosos, ela fala diretamente. Billie hesita em saborear de imediato o que a vida lhe oferece. Get Higt em um homem, uma mulher, um copo de bebida, um joint. Quem poderia crer que Billie buscava uma relação durável, um homem que dissipasse sua amarguras de menininha abandonada, que a amasse e protegesse? Um sonho de comerciaria bem escondido sobre uma mascara de valentona. Porque não é esse tipo de homem que convém à sua natureza mais profunda. Jimmy Monroe e mais um belo homem que ela conheceu. Lembra vagamente de seu pai, Clarence Holiday. Ela adora o seu lado brilhante e charmoso, seu refinamento, sua silhueta esbelta. Monroe enviou na cabeça que vai ser seu agente musical. Ele conhece bem as Star ou pelo menos é o que ele diz, porque já se casou com uma.
_Para ser uma Star, vai ter que se comportar como uma. Cuidar mais de sua aparência, usar vestidos magníficos, jóias lindas, cobrir-se de peles. Tem de parecer uma. Ele aconselhava a usar uma peruca, com um coque longo acima da testa ou então no alto da nuca. Há muitas fotos que a mostra nessa época, muito elegante, com vestido de noite, fiadas de pérolas no pescoço, chapéu de festa ou gardênia, sapatos de palmilhas duplas com saltos altos. Freqüentemente um magnífico casaco de vison. Ela vai adquirindo uma paixão por peles de vison. Serão o ambiente de seu sucesso. Naturalmente ela vai precisar de um amante a sua altura. Jimmy Monroe é o homem ideal, o príncipe consorte de Lady Day, muito elegante em seus casacos justos. Ao redor dele gravita uma corte de novos amigos, em busca de pequenos favores que ela satisfaz generosamente. Jantares regados a bebidas, mesas fartas, noitadas alegres, café-concertos, aplauso, conhaque. E droga. No final dos anos 30, para se hip é preciso fumar ópio. É a época de festas elegantes e muito privadas em que artistas, escritores, músicos e ícones do jet-set se encontram ao redor de um ritual fascinante e se entregam a uma cerimônia exclusiva para o iniciados. O cachimbo de ópio circula de boca em boca, as longas horas da noite se estiram ainda mais na fumaça opiácea. Billie esta apaixonada. Ela experimenta por Jimmy a mesma atração que pelos cafetões de Baltimore, com seus sapatos bicolores, seus dedos cobertos de anéis, os olhos brilhando sob a aba caída dos chapéus. Esses homens que a haviam posto debaixo de suas asas protetoras desde que tinha 13 anos, esses homens cruéis mas capazes de ternura, que a cobriam de presentes cm o dinheiro que ela mesmo ganhava, mas que mais tarde a sabiam recompensar muito bem na cama. Se ela se atrevesse a resistir em qualquer coisa, dito e feito, Jimmy tem mão pesada. Isso ficou claro. Billie nem se quer protestou, só protegeu seu rosto. Os amigos viraram os próprios rostos para outro lado. Para Sadie, ela disse que tinha sido agredida por algum vagabundo. O ano de 1940 é frutífero em contratos, viagens, transmissões em rádios e gravadoras. Acompanhada pelo pianista Roy Eldridge, apelidado de Little Jazz por se muito baixinho, ela canta por dezoito semanas no Kelly´s Stable. O Swing Team de 1940 programa o cartaz na entrada do clube. Eles alcançam um sucesso estrondoso. Ela possuía ao mesmo tempo o poder de fazê-lo chorar e logo depois deixa-lo muito feliz, tinha um contato fabuloso com o publico . Percebi que, efetivamente, que ela já havia se tornado uma estrela – diria mais tarde Roy. Billie se apresenta igualmente fora de Nova York . Depois de cantar em Washington, ela permanece durante um mês no Hotel Sherman, Chicago. Suas apresentações de canto são retransmitidas pelas rádios. Numerosas estações a solicitam para emissões diretas. Uma única vez, ela recusa o convite, por ficar sabendo que Ella Frizgerald também foi incluída no programa. Lady Day não dividia sua posição de vedete com ninguém. Ainda haverá muitas sessões de gravações com Roy Eldridge dentro de uma serie Billie Holiday and Her Orchestra. Serão doze títulos. Entre eles Body and Soul, Ghost of Yesterday, Falling in Love Again. Ela ira gravar igualmente com a orquestra de Teddy Wilson e com Benny Carter. Billie, que fica de pé quando se trata de defender seus interesses, ganha agora trezentos dólares por semana e os gasta elegantemente com toda a banda de Jimmy Monroe . Em setembro, Billie retorna ao Apolo. Pela primeira vez, seu nome figura no topo do cartaz. O reconhecimento chegou precisamente nesta sala que a desprezou em sua estreia. Não é absolutamente uma pequena revanche. No mês de outubro, o Café Society a contata de novo. Pagando seu preço. Na noite da abertura, Billie não vem. Barney Josephson decide anular seu contrato, afirmando em altas vozes que pode perfeitamente passar sem ela. Mas ele logo muda de ideia. Embriagado pelo sucesso de sua formula, Josephson decidiu abrir um segundo Café Society na Rua 58, na Uptown. Billie, o pianista Art Tatum e toda orquestra de Joe Sullivan (1906-1971) são as garantias de seu sucesso. Desta vez, Billie se alterna entre os dois Café Society e circula de uma ponta da cidade à outra. O tempo exato de fumar um Joint dentro do taxi. Entretanto a colaboração com Art Tatum está longe de lhe ser conveniente. Um brilhante pianista, Art não é um acompanhante. Sua virtuosidade, a prolixidade de seus acompanhamentos não convém às respirações sutis de Billie, sua simplicidade e seus deslocamentos de compasso. Billie sai do Café Society no final de novembro e volta ao Kelly´s Stable e depois vai para a Uptown House de Clark Monroe . Nos domingos à tarde, ela volta a participar das jam sessions que Milt Gabler organiza no Jimmy Ryan´s Club. Ela não pode recusar coisa alguma àquele que lhe permitiu gravar Stranger Fruit. Ela encontra ai mais uma vez o querido Eddie Condon e os outros músicos de quem mais gosta: Joe Sullivan (1906-1971) , Bobby Hackett (1915-1976) Hot Lips Page (1908-1954) e Lester Young. Billie conta que assim que iniciaram seu relacionamento, a londrina telefona para Sadie, a fim de preveni-la contra Jimmy Monroe . Foi desnecessário. Sadie já encarava aquela ligação com os piores olhos possíveis. Billie, enamorada, tem a cabeça em outro lugar e se afasta de sua mãe. Isso não agrada nem um pouco a Sadie. Ela alerta Joe Glaser, o agente de Billie para que tome cuidado. Prevenido, ele logo começa a observar o gigolô de casaco de seda, as pequenas marcas no rosto dela e seu jeito de mulherengo. Um drogado ainda por cima. Para observar sua filha, Sadie lança mão de todos os argumentos. Será que bem lá no fundo ela acha que Billie não tem o direito a uma vida melhor que o dela?
- Ela nunca vai casar com você – repete-lhe com freqüência.
Todo homem representa um concorrente potencial que vai controlar Billie e tirar o dinheiro dela. De fato, ela contata que Billie, que ganha a vida tão bem, esta sempre dura. Sadie tem que reclamar muito para conseguir um punhado de dólares. Ela esta convencida de que sua filha não quer saber dela, mas isso é só por causa do Monroe que a mantem sob seu domínio através do poder da droga. Como se fosse para lhe dar razão, certa manhã ela surpreende Billie no momento em que misturava uma pasta suspeita em seu café. Irene Wilson, que a pouco se separara de seu marido, estava morando com elas.
- O que é isso que você esta pondo no café, Billie?
- Ah, não é nada. Só um negócio que não faz mal nenhum.
Monroe a ensinou a fumar ópio. Mas em seguida ele começou a enchê-la de cocaína, também. A personalidade de Billie se transforma. Perde boa parte de sua alegria, torna-se mais grosseira com os amigos e com Sadie, que confidencia sua preocupação a Joe Glaser. Ela atribui seu comportamento ora ao homem, ora as drogas. Billie esta correndo perigo e tem de ser vigiada. Billie se encerra. Fica descansando em casa quanto escuta Rhapsody in Blue e Porgy and Bess. Mas também escuta Debussy (1862-1918). Ela gosta em especial do Prélunde à I´apresmidi d´um faune (bale de curta duração de autoria do compositor francês Achille-Claude Debussy). Provavelmente porque ele agrada tanto Billie. Sadie odeia Jimmy . Proíbe que ele entre em sua casa. Se ele pretende continuar se encontrando com sua filha, então que seja em outro lugar, não vai ser na casa dela. Billie, que ainda lhe guarda um certo rancor por causa de Sonny White, decide dar-lhe uma lição. Uma noite, ela não telefona para Sadie para lhe dar noticias. A noite inteira passa e nem sequer uma chamada. Sadie, esta apavorada. Finalmente Billie chega com um ar de insolente. Com as moas na cintura, Sadie já esta pronta pra passar-lhe um carão, mas Billie joga um sobre a mesa da cozinha. Uma certidão de casamento. Eles se casaram na véspera em Elkton, Maryland.
_Para ser uma Star, vai ter que se comportar como uma. Cuidar mais de sua aparência, usar vestidos magníficos, jóias lindas, cobrir-se de peles. Tem de parecer uma. Ele aconselhava a usar uma peruca, com um coque longo acima da testa ou então no alto da nuca. Há muitas fotos que a mostra nessa época, muito elegante, com vestido de noite, fiadas de pérolas no pescoço, chapéu de festa ou gardênia, sapatos de palmilhas duplas com saltos altos. Freqüentemente um magnífico casaco de vison. Ela vai adquirindo uma paixão por peles de vison. Serão o ambiente de seu sucesso. Naturalmente ela vai precisar de um amante a sua altura. Jimmy
- Ela nunca vai casar com você – repete-lhe com freqüência.
Todo homem representa um concorrente potencial que vai controlar Billie e tirar o dinheiro dela. De fato, ela contata que Billie, que ganha a vida tão bem, esta sempre dura. Sadie tem que reclamar muito para conseguir um punhado de dólares. Ela esta convencida de que sua filha não quer saber dela, mas isso é só por causa do Monroe
- O que é isso que você esta pondo no café, Billie?
- Ah, não é nada. Só um negócio que não faz mal nenhum.
Um momento depois ela corre pro banheiro, quase morrendo de vomitar.
- Tudo que eu sei – acrescenta Irene - é que Jimmy- E agora, ele pode vem aqui em casa?
Billie tinha 26 anos. Deixou Sadie deslocada e banhada em lágrimas, ela se instala com Jimmy Monroe em um quarto na Rua 110. Billie pode ter-se cobrado de sua mãe, mas se destaca bem depressa. A bela londrina não saiu da vida de marido. Quando ela trabalha, não faz a menor ideia de onde o marido esta passando a noite. Numa delas, Jimmy chega em casa com marcas de batom no colarinho da camisa. Pego em flagrante, ele a afoga em uma torneira de desculpas.
- Vou lhe pedir uma coisa. Não me venha com mentiras – exclama ela – Vá tomar um banho e me faça o favor de não me explicar mais nada.
Essa cena lamentável lhe dá uma idéia para um tema. Ela iria escrever com auxilio de Arthur Herzog a letra do clássico Don´t Explain , uma de sua mais belas canção.
Don´t Explain
Boa Leitura - Namastê.
Billie tinha 26 anos. Deixou Sadie deslocada e banhada em lágrimas, ela se instala com Jimmy
- Vou lhe pedir uma coisa. Não me venha com mentiras – exclama ela – Vá tomar um banho e me faça o favor de não me explicar mais nada.
Essa cena lamentável lhe dá uma idéia para um tema. Ela iria escrever com auxilio de Arthur Herzog a letra do clássico Don´t Explain , uma de sua mais belas canção.
Don´t Explain
Boa Leitura - Namastê.
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