sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Dexter Gordon

Dexter Gordon - Royal Roost NY de 1948
fotografado por Herman Leonard.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

John William Coltrane

John Coltrane - Newport Jazz Festival de 1960
Fotografado por William Claxton



sábado, 24 de janeiro de 2009

2006 - Blue Note Perfect Takes - Rudy Van Gelder Remaster Series

Se há uma coisa de que faço ou tento fazer é a absoluta questão de ser democrático. Então ai vai uma postagem do site Morphinne -"Rudy Van Gelder - O mago do som", sobre Rudy Van Gelder um dos maiores engenheiro de som na historia do jazz. Sei que tal escolha pode ser até considerada de natureza polêmica, mas como sua contribuição é marcada no jazz e existe uma grandeza escondidas para muitos, creio que tenho bons motivos (é o que não falta) para publicar essa materia. Para mim é até uma obrigação moral, passo que muitos musicos passaram nas maõs de Gelder e sua parafernalhias, nos fundo da casa dos seus pais. Segue Postagem - "Rudy Van Gelder nasceu em 02 de Novembro de 1924 na cidade de Jersey City - Nova Jersey, tornando-se o legendário técnico de som dos anos 50 até os dias de hoje. Rudy participou das mais famosas gravações de jazz dos anos 50 pelo selo Blue Note Records. Em 52 foi apresentado na gravadora Blue Note pelo então amigo e saxofonista "Gil Mellé". Rudy tentou fazer uma carreira paralela na Blue Note, mas consequentemente acabou associada ao jazz, gênero do qual Rudy se destacou pelas qualidades sonoras das gravações. Aos 82 anos, Rudy é o mais famoso engenheiro de som na história da música. Na lendária casa-estúdio em Englewood Cliffs, New Jersey, Rudy lembra: “Nasci aqui e nunca pensei em me mudar, sou privilegiado porque meu trabalho chegou ao mundo todo sem que eu precisasse sair de casa”, comenta o mais importante, famoso e melhor – sim, é possível afirmar sem pestanejar – engenheiro de som na história não apenas do jazz mas da música. Afinal, Van Gelder criou escola na área clássica (através das gravações para a etiqueta Vox) e continua ditando padrões também para o mundo pop através do eterno poder de fascinação dos trabalhos para os selos CTI, restige, Blue Note e Impulse!, redescobertos (e fartamente sampleados) por DJs, produtores e artistas a geração hip-hop. Tímido, introvertido, de fala mansa e baixa, gestos calmos e olhar atento, permanece um perfeccionista obsessivo. Em uma idade na qual a maioria pensa em se aposentar e desfrutar do remanso do lar, Rudy nem sonha em parar. Continua trabalhando de segunda à sábado, e eventualmente também aos domingos se for para atender a um cliente antigo em situação emergencial. Sua agenda está lotada. Os pedidos para reservas de horários chegam do mundo todo, especialmente do Japão, onde é reverenciado como um “deus do som”, colocado no mesmo patamar de Miles e Coltrane, para citar apenas dois gênios com quem muito gravou. Não há astro em ascensão que não ambicione gravar no estúdio de Van Gelder, a um alto preço que a fama do craque lhe permite cobrar. Mas, além do numerário exigido para bancar tal upgrade, os artistas ainda precisam disputar espaço com as grandes gravadoras que, ininterruptamente, solicitam remixagens e remasterizações de antigos trabalhos. Além da EMI (detentora do catálogo da Blue Note), agora também a Concord, que em novembro de 2004 adquiriu o conglomerado Fantasy com o acervo da Prestige por 83 milhões de dólares, onde investiu em uma linha de relançamentos com a grife RVG. Hoje, mais do que nunca e no mundo todo a “assinatura” de Van Gelder ajuda a vender um disco tanto quanto o nome do produtor ou do artista. Às vezes, até mais do que o artista, dependendo do caso. O engenheiro de som Toninho Barbosa cuja fama de “Van Gelder brasileiro” já chegou ao conhecimento do ídolo, é um exemplo típico do fanatismo. “Às vezes eu nem conheço o músico, mas se o disco for gravado pelo Van Gelder eu compro na hora”, confessa. E os músicos, que não raro enfrentam entreveros com engenheiros, tratam Rudy como um colega, reverenciando-o. Em uma famosa entrevista ao historiador Leonard Feather, publicada na DownBeat de 26 de abril de 1973, no auge do estouro de “2001”, Eumir Deodato deu crédito a RVG pelo sucesso de sua versão, comparando-a com as outras gravações: "They didn’t have Rudy Van Gelder! He made the whole difference”. Vinte e três anos depois, o próprio Rudy, em entrevista à Downbeat de fevereiro de 2006, sem falsa modéstia lembrou ter sido o primeiro engenheiro a receber crédito na ficha de um disco. “Foi num 78 rotações do Lennie Tristano, com as músicas “JuJu” e “Passing” em 1951, e ele colocou meu nome no selo de tão impressionado que havia ficado com o meu trabalho, porque eu já conseguia fazer overdubbing naquela época”, explica, lembrando que sua estréia profissional aconteceu para o selo Carousel, em uma gravação de “We’ll be together again” do organista Joe Mooney. Mais tarde em 1953 começou sua histórica associação com a Blue Note, motivada por um LP de 10 polegadas do saxofonista-baritono Gil Melle, gravado de forma independente e negociado pelo músico com a companhia dirigida por Alfred Lion e Francis Wolff. “Alfred ficou impressionado com a sonoridade, e me procurou perguntando se eu seria capaz de reproduzi-la em outros discos. Eu disse: “OK, nenhum problema, é só marcar”, e ele então começou a mandar todo o cast para gravar comigo”, relembra. As fotos daquele timaço, tiradas por Francis Wolff durante as sessões, estão reproduzidas no DVD durante o depoimento de Rudy e também na galeria (com 52 fotos) na seção de “extras”. Esta e outras histórias fascinantes são narradas de viva voz pelo próprio Rudy na entrevista concedida à Michael Cuscuna para o projeto “Blue Note perfect takes”, combinando CD e DVD. Van Gelder gravou quase tudo da BN no período 1953-1971, criando o famoso padrão RVG de qualidade, que logo depois colocaria à serviço de selos como Savoy, Vox, Prestige e todos os comandados em diferentes fases pelo produtor Creed Taylor (Bethlehem, Impulse!, Verve, A&M e CTI), até hoje um de seus maiores amigos e fãs. No album “Perfect takes”, porém, estão apenas faixas da Blue Note selecionadas por RVG de acordo com a sua preferência pessoal, “sem a obrigação de incluir as músicas mais conhecidas”, conforme explicita no texto do livreto. Curiosamente as duas primeiras faixas – “Four in one”, de Thelonious Monk e “Budo” de Miles Davis – não foram gravadas por Van Gelder e constituem raras exceções que ele aceitou remasterizar sem ter sido o engenheiro original. “Já lido com meus próprios problemas, então não quero ter que resolver os problemas dos outros”, justifica. Mas, ao ouvir as primeiras prensagens em CD de “Birth of Rhe Cool” de Miles e “Genius of Modern Music” de Monk, sentiu que ambos precisavam de sérios ajustes. Pediu para receber as fitas originais de cada uma das faixas de “Birth of The Cool” e fez uma nova masterização que soava infinitamente superior à do primeiro relançamento em CD, realizada a partir de uma matriz que era de terceira geração, cópia de cópia. As outras oito faixas nasceram com o autoditada Rudy, fascinado por eletrônica e rádio-amador, paixões que por um tempo conseguiu conciliar com a profissão de optometrista (ciência que trata da visão e problemas não patológicos sobre o ponto de vista físico). “See see rider”, nas mãos mágicas de Jimmy Smith, em 16 de junho de 1959, ainda pertence à fase inicial do estúdio improvisado na sala de estar da casa de seus pais, em Hackensack, onde nasceu também o antológico “Blue train”, de Coltrane em 57. No mês seguinte (julho de 59) nosso herói já estava operando um novo “Van Gelder Studio”, em Englewood Cliffs, no mesmo local onde permanece até hoje. “Alguns produtores queriam gravar à noite, e isso começou a incomodar meus pais”, detalha. Orientou os arquitetos, acompanhou todos os passos da construção e deu no que deu: uma acústica fenomenal, com teto em forma de abóbada policêntrica, com fascinante eco natural. Ali atingiu o ponto máximo no equilíbrio de instrumentos, de modo a gravar todas as sessões diretamente para dois canais, “ao vivo”, sem deixar de captar um detalhe sonoro sequer por mais baixo ou sutil que fosse. Proeza fartamente demonstrada nas faixas registradas entre 1960 e 1966 por Hank Mobley (“Remember”), Freddie Hubbard (“Arietis”, com McCoy Tyner, Elvin Jones e o esquecido Bernard McKinney no euphonium), Kenny Burrell (a célebre faixa-título de “Midnight blue”, trazendo Ray Barretto nas congas), Joe Henderson (“Mode for Joe”), Donald Byrd somando trompete e coral na peculiar atmosfera contemplativa de “Cristo Redentor”, Wayne Shorter na modal “Footprints” e Art Blakey em uma abordagem surpreendentemente incendiária de “Moon river”, com Hubbard e Curtis Fuller. “Quando ouço estas faixas, sabendo a limitação do equipamento daquela época, elas parecem resultar de um milagre”, comenta Rudy. No DVD apropriadamente intitulado “A work in progress” – emocionante desde a abertura com a vista panorâmica da Ponte George Washington que liga New York a New Jersey – RVG, na sala de controle do estúdio, conversa com o produtor Michael Cuscuna durante filmagem realizada em 22 de abril de 2004. O diretor Chuck Fishbein passeia com a câmera por quase todos os cantos do estúdio (faltaram apenas a cozinha e a sala dos “discos de ouro”), mostrando os dois Steinways empregados por Bill Evans na fase da Verve, o teto, o tratamento acústico nas paredes. Rudy mostra a máquina Scully de “corte”, usada para fazer a matriz do vinil, e relembra sua carreira e os trabalhos para todos os selos, não apenas para a Blue Note. Mostra carinho especial pela prolífica e contínua associação com Creed Taylor, iniciada no final dos anos 50. Enquanto a gravação de Eumir para “Zarathustra” soa ao fundo, desfilam pela tela as belas capas da CTI – LPs de Wes Montgomery (uma rara prensagem de “Road song” rebatizado “Cancion de ruta”), Milt Jackson, Hubert Laws, Joe Farrell e George Benson. Dá a Creed Taylor o crédito por tê-lo convencido a adotar o sistema de multi-tracks em meados dos anos 60 (“ele queria fazer discos com grandes formações orquestrais”), mas esquece de comentar que seu ingresso na era digital, em janeiro de 1984, também se deu por insistência de Taylor. Mais especificamente para o disco “Red on red”, de Claudio Roditi que, ironicamente, marcou a volta da gravação “ao vivo” no estúdio, captada pelo equipamento Mitsubishi X-80 com mixagem direta para dois canais. Cinco anos depois, em junho de 1989, Rudy se converteria definitivamente para o esquema de gravação digital em 24 canais, usando uma máquina Sony, novamente persuadido por Creed, que filmaria em alta definição, no Van Gelder Studio, a gravação do mega-projeto “Rhythmstick”, editado em CD e LaserDisc, juntando Dizzy Gillespie, Tito Puente, Hilton Ruiz, John Scofield, Airto, Flora Purim, Phil Woods e muitos outros. Por fim temos a fantástica “The Rudy Van Gelder editions – The complete collection”, lançada pela Blue Note reunindo 171 CDs à venda pela módica quantia de dois mil e setenta dólares. Mas é preciso correr, pois se trata de uma edição limitada. A sublime clareza, a apurada definição de timbres, o completo equilíbrio, a perfeita reverberação e a sedutora profundidade sonora, traços marcantes do padrão RVG, podem ser contemplados em discos como “Somethin’ else” (Cannonball Adderley), “Moanin’” (Art Blakey), “A new perspective” (Donald Byrd), “Cool struttin’” (Sonny Clark), “Blue train” (Coltrane), “Maiden voyage” (Hancock), “Action” (Jackie McLean), “Sidewinder” (Lee Morgan), “Newk’s time” (Sonny Rollins), “Song for my father” (Horace Silver), “Speak no evil” (Wayne Shorter), “Life time” (Tony Williams) e “The eminent J.J. Johnson”. A coleção – calcada na “RVG series” iniciada em 1999, quando a Blue Note convidou Rudy para remasterizar, com tecnologia de 24bits, estes e outros clássicos – abriga também a compilação “Perfect takes”, vendida separadamente. Ainda resta algum sonho para Van Gelder? “Eu gostaria de poder gravar novamente todos esses artistas, usando o equipamento que tenho agora”, devaneia o alquimista sonoro que, vejam só a grande ironia, nunca ganhou um Grammy, embora vários álbuns gravados em seu estúdio, uma das principais catedrais do jazz, tenham faturado a estatueta. Mas, com uma vida dessas quem precisa de Grammy?" Aprecie com moderação!.
Fonts: Artigo escrito por Arnaldo DeSouteiros em 6 de Novembro de 2006, publicado originalmente no jornal "Tribuna da Imprensa" com reprodução no website Clube de Jazz e postado em 27 de Juhno de 2007 por Everyone no Morphinne .

Faixas:
01 - Four In One - Thelonious Monk
02 - Budo - Miles Davis
03 - Remember - Hank Mobley
04 - Arietis - Freddie Hubbard
05 - Midnight Blue - Kenny Burrell
06 - Mode For Joe - Joe Henderson
07 - Christo Redentor - Donald Byrd
08 - Footprints - Wayne Shorter
09 - Moon_River - Arty Blaker
10 - See See Rider - Jimmy Smith

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Boa audição - Namastê.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

1965 - Stairway to The Stars - Chet Baker

Confesso que sei muito pouco sobre jazz e muito menos ainda sobre West Coast: Expressão criada em Los Angeles - Califórnia ao mesmo tempo que o hard bop se desenvolvia na costa este dos EUA, precisamente em Nova Iorque entre anos 50 e 60. Considerado como um sub-género do Cool, era um estilo mais calmo, menos frenético que o hard bop e as suas músicas caracterizava pelas suas composições mais elaboradas e cheia de detalhes em que o músico podia esplorar as nuanças das notas sem medo de errar. As principais gravadoras deste género foram a Pacific Jazz Records e a Contemporary Records, além de outras. Grandes músicos são associados a este estilo: Shorty Rogers, Gerry Mulligan, Bud Shank, Bob Cooper, Jimmy Giuffre, Shelly Manne, Bill Holman, Manny Albam, André Previn, Dave Brubeck junto com Paul Desmond e é claro, Chet Baker. Baker fez escola e deixou um legado que poucos conseguiram acompanhar. De todos os albuns desse musico "Stairway to The Stars" retrada aqui a inspiração impetuosa, introspectiva, doce e assombrada de se ouvir. Gravado em 23,24 e 25 de Agosto de 1965 numa maratona de tres dias nos estúdios Englewood Cliffs - New Jersey e com supervisão do engenheiro de som Rudy Van Gelder, Chet grava com o recem formado quinteto, tendo o saxofonista tenor George Coleman (George Edward Coleman) como peça chave de sua musicas, logo depois de ter feito parte do Miles Davis Quintet. Colemen tocou com B.B. King nos anos 1952, 1955 e 1956, Max Roach em 1958 e 1959, Miles Davis em 1963 e 1964, Slide Hampton de 1959 a 1961, Wild Bill Davis em 1962 e com Herbie Hancock, Ron Carter e Tony Williams."Obrigado meu bom senhor, devo-lhe uma." (George Coleman)

Faixas:
01 - Cherokee
02 - Bevan Beeps
03 - Comin' On
04 - Stairway To The Stars
05 - No Fair Lady
06 - When You're Gone
07 - Choose Now
08 - Chabootie
09 - Carpsie's Groove
10 - I Waited For You
11 - The 490

Músicos:
Chet Baker - Flugelhorn
George Coleman - Sax. Tenor
Kirk Lightsey - Piano
Herman Wright - Baixo Acustico
Roy Brooks - Bateria

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Boa audição - Namastê.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

1959 - Thelonious Alone in San Francisco - Thelonious Monk

Durante muito tempo, o estilo diferente e estranho do pianista Thelonious Monk foi visto como falta de técnica por muitos. Pausas, compassos irregulares, dissonâncias, toque percussivo e anguloso fizeram de Monk um músico único no jazz. Além disso foi um dos maiores compositores do gênero destacando obras-primas como “‘Round Midnight”, “Blue Monk”, “Straight No Chaser”, “Ruby, My Dear” e “Epistrophy”. Ate o nome Thelonious Sphere Monk soava esquisito. Para os fãs e até alguns músicos do bebop embrionário dos anos 1940, Monk era um louco sem técnica para manusear o seu instrumento. Mas o tempo passa e no final dos anos 1950, quando os acordes dissonantes e as pausas desencaixadas pareciam rebater com elegância o excesso de virtuosismo, Monk virou gênio e suas composições começaram a valer ouro. "Thelonious Alone in San Francisco" é o segundo album solo de Monk, gravado no Fugazi Hall em São Francisco - California, nos dias 21 e 22 de Outubro de 1959 pelo selo Riverside Records. Neste album, Monk fez o que detestava fazer (odiava) - tocar sozinho). A maturidade orientadora do músico é surpreendente. Seus reflexos ágeis da ao albúm uma superioridade envolvente, desfrutando de uma lógica surpriendente. Magistral performa de um músico cheio de estranhece no mundo das ligações jazziztica.

Músico:
Thelonious Monk - Piano

Faxas:
01- Blue Monk
02 - Ruby, My Dear
03 - Round Lights
04 - Everything Happens to Me
05 - You Took the Words Right Out of My Heart
06 - Bluehawk
07 - Pannonica
08 - Remember
09 - There's Danger In Your Eyes, Cherie
10 - Reflections

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Boa Audição - Namastê.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Gaza - José Saramago

"A sigla ONU, toda a gente o sabe, significa Organização das Nações Unidas, isto é, à luz da realidade, nada ou muito pouco. Que o digam os palestinos de Gaza a quem se lhes estão esgotando os alimentos, ou que se esgotaram já, porque assim o impôs o bloqueio israelita, decidido, pelos vistos, a condenar à fome as 750 mil pessoas ali registadas como refugiados. Nem pão têm já, a farinha acabou, e o azeite, as lentilhas e o açúcar vão pelo mesmo caminho. Desde o dia 9 de Dezembro os camiões da agência das Nações Unidas, carregados de alimentos, aguardam que o exército israelita lhes permita a entrada na faixa de Gaza, uma autorização uma vez mais negada ou que será retardada até ao último desespero e à última exasperação dos palestinos famintos. Nações Unidas? Unidas? Contando com a cumplicidade ou a cobardia internacional, Israel ri-se de recomendações, decisões e protestos, faz o que entende, quando o entende e como o entende. Vai ao ponto de impedir a entrada de livros e instrumentos musicais como se se tratasse de produtos que iriam pôr em risco a segurança de Israel. Se o ridículo matasse não restaria de pé um único político ou um único soldado israelita, esses especialistas em crueldade, esses doutorados em desprezo que olham o mundo do alto da insolência que é a base da sua educação. Compreendemos melhor o deus bíblico quando conhecemos os seus seguidores. Jeová, ou Javé, ou como se lhe chame, é um deus rancoroso e feroz que os israelitas mantêm permanentemente actualizado".
Postado em 22 de Dezembro 2008 as 12:03 no O Caderno de Saramago escrito pelo proprio autor.
Ps: O borboletas de Jade é solidario ao povo de Gaza e manisfesta-se contra a carnificina feita em nome de ideais levianos e futeis. Não aprova o metodo empregado, bem como a forma espansiva de tirar vidas como ovelhas no matadoruro.
Boa Leitura - Namastê.

domingo, 11 de janeiro de 2009

A Baronesa que Amou Thelonious Monk

Pelo grande pianista e por amor ao jazz – a herdeira de uma nobre família britânica largou tudo. A história de Kathleen Annie Pannonica Rotschild, ou simplesmente Nica, está contada em um novo documentário dirigido por sua sobrinha-neta. Ao descobrir que amava os músicos de jazz, Kathleen Annie Pannonica Rothschild (10 de Dezembro de 1913 - 30 de Novembro de 1988)), esposa do barão Jules de Koenigswarter, mudou sua vida – a sua e a deles também. A baro­nesa pagou seus aluguéis, resgatou seus instrumentos hipotecados em lojas, levou-os a shows em seu Bentley prata e convidou-os a morar em sua própria casa nos tempos mais difíceis. Diante da desaprovação da sua família, ela apoiou de músicos proeminentes, como Sonny Rollins, Charles Mingus e Art Blakey, aos obscuros. Um deles, do qual ficou indissocia­vel­mente ligada, foi Thelonious Monk. Pannonica, ou Nica, se apaixonou pela música do sumo sacerdote do bebop em 1952, ao ouvir Round Midnight. Em 1954, quando ele tinha 34 anos, e ela, 40, iniciaram uma relação cuja essência desafia analistas – e que só terminou com a morte dele. Pannonica, assim chamada em homenagem a uma borboleta rara, era a caçula do banquei­ro e entomologista Charles Roths­child. O homem, que sofria de depres­são, cometeu suicídio quando ela tinha 12 anos e estava prestes a embarcar numa adolescência que para uma Rothschild só poderia representar, como ela diz em The Jazz Baroness, documentário recém-lançado por sua sobrinha-neta, Hannah Rothschild, “uma sala de espera para o casamento e a maternidade”.Tudo, então, mudou: artista talentosa, aos 18 anos ela estudava arte em Munique. Aprendeu a voar e, aos 22, casou-se com Jules, um colega aviador. Eles moraram em um castelo no noroeste da França, onde tiveram os filhos Patrick e Janka. A II Guerra levou o barão para a África, depois de ele aderir ao exército de De Gaulle.Nica foi com o marido. Depois da guerra, o barão virou diplomata, primeiro na Noruega, a seguir no México. Eles tiveram outros três filhos – Berit, Shaun e Kari – mas, relata Hannah Rothschild, “Nica não se adaptou à vida de mulher de embaixador”. Em 1952, o casal se separou. E a baronesa foi para Nova York.Três anos mais tarde, o divórcio foi incitado depois que Charlie Par­ker morreu no seu apartamento, no Hotel Stanhope, na 5th Avenue. O grande saxofonista (quase só sax alto) estava em turnê quando começou a tossir sangue. Um médico sugeriu repouso – é quando a casa de Nica entra na história. Três dias depois, enquanto viam TV, Parker caiu de súbito e morreu. Os Rothschild não gostaram da repercussão do caso. Jules ganhou a guarda dos três filhos mais novos. Nica não foi uma mãe negligente, mas suas prioridades estavam noutro lugar, geralmente com Monk. O genial compositor e pianista tinha uma esposa, a quem dedicou Crepuscule with Nellie. Com a baronesa, o casal formou uma espécie de ménage – cujo principal objetivo era o de sustentá-lo e transpor o que provavelmente hoje seria diagnosticado como transtorno bipolar. “Nellie precisava de Nica para ajudá-la a lidar com a instabilidade de Monk”, diz um entrevistado do filme.O par se tornou conhecido em clubes de Nova York, mas o espetáculo de uma mulher branca com um homem negro na década de 1950 acabou por provocar incidentes. Um deles: Nica levava Monk e seu saxofonista, Charlie Rouse, a um show em Wilmington, Delaware, quando, durante uma breve parada, um policial vasculhou o carro e encontrou uma pequena quantidade de maconha. Sabendo que uma condenação para os músicos significaria a proibição de se apresentar em casas noturnas, Nica assumiu a culpa, passou a noite na cela e foi condenada a três anos de prisão – o que seria anulado posteriormente. Cansada de ser convidada a se reti­rar de hotéis por gerentes que não gostavam do entra-e-sai de músicos, a baronesa comprou uma mansão em New Jersey. Lá, instalou o piano Steinway que comprara para Monk, junto com seus – mais de 300 – gatos. Ele e Nellie se mudaram para lá. De saúde instável, o jazzista morreu em 1982, aos 64 anos. Seis anos mais tarde, Nica, então com 75, não sobreviveu a uma cirurgia. Sua generosidade, contudo, não morreu com ela. A casa, pertencente a seus herdeiros, tem sido ocupada por Barry Harris, outro pianista. Tempos depois, as cartas de Nica foram descobertas entre os papéis da pianista Mary Lou William, a grandes damas do piano e amiga próxima, junto com várias de suas requintadas pinturas abstratas. Fragmentos das cartas, lidos pela atriz Helen Mirren, são ouvidos no filme, incluindo o veredito sobre seu casamento: “Jules odiava jazz. Ele se acostumou a quebrar meus discos quando eu me atrasava para jantar. Eu geralmente estava atrasada para jantar.”Quanto aos seus amigos músicos, Hannah os descreveu, no lançamento do longa, como “as mais dignas, humanas e articuladas pessoas que conheci em 20 anos fazendo documentários.” Não deixa de ser uma resposta para quem se pergunta por que razão a discografia do jazz pós-guerra é estudada com um nome exótico, em um catálogo de composições que inclui não apenas a Pannonica (Thelonius Monk), mas Nica’ s Dream (Horace Silver), Nica’ s Tempo (Gigi Gryce), Tonica (Kenny Dorham), Blues for Nica (Kenny Drew) ou Thelonica (Tommy Flanagan entre outors. O site intitulado The Jazz Baroness, poderão trazer excertos de entrevistas filmadas com as personalidades que conheceram «Nica» de Koenigswarter, entre outras curiosidades. O documentário não tem previsão de lançamento no Brasil.
Curiosidades:
- Nica aparece na biografia de Charlie Parker, “Bird” de Clint Eastwood, especialmente na morte dele em sua casa. Quando o médico que o dá como morto telefona para o IML, descreve o falecido como homem negro, cerca de 60 anos, ela rebate - “ele tinha 36″.
- Nica é da família de banqueiros (barões Rotschild) que incluem outras figuras notáveis. Seu pai, Charles Rothschild, foi um grande estudioso e especialista mundial em pulgas - sua coleção está no Museu Britânico, creio. Sua irmã Miriam tornou-se também uma notável entomóloga, mundialmente conhecida por seus estudos de borboletas e ecologia química, e tão pouco convencional como a própria Nica.
O documentário "Jazz Baronesa" do perfil de Nica de Koenigswarter, foi escrito e dirigido pela sua sobrinha-neta, Hannah Rothschild, e transmitida pela Radio BBC entre os dias 04 em 12 de Fevereiro de 2008.

Cedido por: PQP Bach - excenlência em boa musica classica

Boa leitura - Namastê.

sábado, 10 de janeiro de 2009

1965 - One Down, One Up: Live at the Half Note - John Coltrane

O legado de Trane para o jazz é em parte uma magistral criação única e impar na esfera de muito musicos antes e depois de Coltrane. O albúm duplo "One Down, One Up", da fase áurea de John Coltrane reflete isso com soberba maestria de genialidade em assenção cosmica, como ele mesmo auto-chamava suas musicas. Gravado em 26 de Março de 1965 (no primeiro albúm) e 07 de Maio do mesmo ano (no segundo) nos palco da Half Note Club - New York e transmitido por radio difusão (moda da epoca), em duas parte no total de 45 munitos cada, ouvisse o classico Coltrane Quartet (John Coltrane - sax. tenor e soprano, McCoy Tyner - piano, Jimmy Garrison - baixo acustico e Elvin Jones - bateria), no auge de suas carreiras, gravado em alto e bom som. O albúm abre com Alan Grant anunciando a formação, seguida por Jimmy Garrison solando notas introdutoria em suas cordas. Logo em seguida a faixa título do album "One Down One Up", com execução de alguns vinte e sete minutos e meio é um privilegio raro por alguns em ouvir, emerge num longo solo de Coltrane acompanhado pelas marteladas ligeiras e e brutal de McCoy Tyner, nos teclados, assim como as pegadas sobrepojada de Elvin Jones na bateria (como em toda a sessão ), abre caminho para os grave de Jimmy Garrison. Isso produz uma ponta de formulação quimica entre os musicos que pode ser sentida pelas variaveis que cada um faz ao longo da faixa, produzindo uma poderosa harmonia livre vista por poucos musicos nesta época. O que se tem é um classico preso no tempo. Assim como em "A Love Supreme" de 64, a Impulse Recording deixou á vontade o talento de Trane para criar e inovar o que o musico considerar fato ou ficção nas notas (Trane gravou pela Prestige,Blue Note,Atlantic e Impulse). Esta canção, em especial, é uma grande maneira de iniciar uma vez que este desempenho é considerada por muitos como um dos maiores "sheets of sound" (camadas de sons) gravados como a mistura de sax, piano, baixo e bateria subida acima dos improvisos. Um fade-out. "Afro Blue" sola um Coltrane ja conhecido, ligado direitamente nos longos e suaves murmúrio da multidão à meia-noite no Blue Note. Os dedos de Tyner's voando em toda direção pianistica contra guarnições fervorosa bass riffs de Jimmy Garrison. A canção é empolgante e divertida, desaparecendo lentamente como Alan Grant que agradece à banda e lembra o público para ficar mais um pouco. Já no albúm Dois, novamente se ouve a apresentação da banda por Alan Grant, o quarteto executa: "Song of Praise". Um lento e romântico solo de sax, talvez o mais silencioso dos quatro. No entanto, pega velocidade e embora não tão agressivos quanto os outras três canções do albúm anterior, não se pode definida como como polpudo. "My Favorite Things" - Graças e leveza ao som desta música que muitos ja estão provavelmente familiarizado com o básico da melodia. Como a canção em progesso, Tyner e Coltrane elevam os niveis, um no piano e o outro no intercâmbio dos riffs do sax. O baixo de Garrison e os tamborilos de McCoy dão vida ao embrião backbeat do jazz tradicional, vibrante e energética. McCoys força batidas urgente enquanto Coltrane sola mais rápida e mais intenso. Há algo que é apenas moralizante sobre Coltrane da música que é difícil colocar em palavras. Ele realmente é um músico que você tem que ouvir para realmente compreender por que está sempre no topo da lista de grandes do jazz ou grandes saxofonista. A minha única queixa se posso aqui usar o espaço é a locução de Alan Grand introduziu nas faixas, tanto no início como no desbotamento das músicas, onde realmente falar muito e mata um pouco do brilho dos musicos e sua canções. A qualidade da gravação ao vivo aqui é excelente. Tudo é em estéreo, e a música é prístinas sonantes aos ouvidos. A Impulse Records fez um excelente trabalho com as transferências para este excelente disco set. Se você é um fã de Trane, este quarteto é a melhor formação para guardar em sua estante. Se quiser descobrir John Coltrane, fica um excelente exemplo de um show com seu quarteto clássico e tão bom quanto qualquer um lugar para começar a ouvir Coltrane. Nas palavras de Mike Canterino, fundador da Half Note fica esta obra prima - "I Just Wanted The Music And to Let The Guys go Ahead And do What They Want to do." Relançado em 11 de Outubro de 2005 - selo Classic/Impulse.

Faixas:
Disco 1
01 - Introduction And Announcements (Alan Grand)
02 - One Down, One Up
03 - Announcements
04 - Afro-Blue

Disco 2
01 - Introduction And Announcements (Alan Grand)
02 - Song Of Praise
03 - Announcements
04 - My Favorite Things

Musicos:
John Coltrane - Sax. Tenor & Soprano
McCoy Tyner - Piano
Jimmy Garrison - Baixo Acustico
Elvin Jones - Bateria

Downlod Here - Click Aqui CD1

Downlod Here - Click Aqui CD2
Boa audição - Namastê

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Ornette Coleman - Discografia

Saxofonista americano, nascido em Fort Worth, Texas EUA, em 09 DE março de 1930, sempre se mostrou um grande genio do jazz, tendo suas composições consideradas polênicas em estilo de vanguarda. Auto-didata, aprendeu sax-alto sozinho ainda jovem onde o improviso caracterizou seus solos. Iniciou sua carreira tocando Rhythm and blues e bebop em sax tenor onde mais tarde, procurou sair da sua terra natal, empregou-se no espectáculo itinerante de variedades Silas Green from New Orleans. Em uma noite, depois de um espectáculo em Baton Rouge foi atacado de forma surpriendente por um desconhecido e o seu saxofone foi literalmente destruído. Isso infureceu mais sua ira e então mudou para o saxofone alto que se tornou o seu instrumento principal. Juntou-se então à banda de Pee Wee Crayton, com quem foi para Los Angeles. Passou por varios empregos como musico não ortodoxo. Seguia mais o seu ouvido relativo do que o bem comportado temperamento igual. O seu sentido de harmonia e progressão de acordes - muito menos rígido do que o dos músicos de swing ou bebop - era flutuante e, por vezes, apenas sugerido e não explícito. Muitos músicos de Los Angeles consideravam-no desafinado e Coleman tinha dificuldades em encontrar outros músicos que pensassem como ele. O pianista Paul Bley foi um dos seus seguidores desde o início. Em 1958 realizou sua primeira sessão de gravação para o disco "Something Else!!!! The music of Ornette Coleman". Na esfera do free jazz, Colemam se destaca nos anos 1958 e 1960, tocado free de forma irrelevante em coparação a outros musicos. O manifesto dessa revolução é o álbum "Free Jazz" de 1960 pela Atlantic, uma improvisação coletiva de 38 minutos, cujos protagonistas são oito músicos, formando dois quartetos, sob o comando e inspiração de Ornette (além do quarteto do líder, Eric Dolphy, clarinete baixo; Freddie Hubbard, trompete; Scott La Faro, baixo; Ed Blackwell, bateria). Seus trabalhos de destaque fica por conta de "Free Jazz" de 1960 e a suite "Skies of America" de 1972. Apartir de 1960, Ornette Coleman alterou o curso da música criando a corrente do free com singular revolução e seguidores em todo canto, onde notadamente radicalizou desenpenho como lider pragmatico, ao lado de outros musicos que ainda esplorava o lado romântico do Cool, Hard e do Bop. Em 1980, a não menos legendária coleção da Editora Abril "Gigantes do Jazz" publicou, no fascículo dedicado ao mestre, um texto do prestigiado crítico italiano Arrigo Polillo, morto quatros anos depois. Ao fim do texto, escreveu ele: "Seja qual for o resultado de sua carreira, a contribuição que Ornette Coleman deu à música afro-americana já pode ser considerada mais do que relevante". Ornette influenciou virtualmente todos os saxofonistas e músicos de jazz da geração seguinte que admiram o seu esforço de descobrir, não só a forma do jazz, mas de toda a música que está para vir. Em 11 de Fevereiro de 2007 recebeu o Prémio Grammy pelo conjunto da sua carreira.

1958 - Something Else!!!!
1958 - Coleman Classics Vol. 1
1959 - Tomorrow Is the Question!
1959 - The Shape of Jazz to Come
1959 - Change of the Century
1960 - This Is Our Music
1960 - Free Jazz
1961 - Ornette!
1961 - Ornette on Tenor
1961 - The Art of the Improvisers
1961 - Twins
1961 - Beauty Is a Rare Thing
1962 - Town Hall
1965 - Live at the Tivoli
1965 - Chappaqua Suite
1965 - An Evening with Ornette Coleman
1965 - At the "Golden Circle" Vol. 1 & 2
1965 - Who's Crazy Vol. 1 & 2
1965 - The Paris Concert
1966 - Ornette Coleman: The Empty Foxhole
1967 - The Music of Ornette Coleman - Forms & Sounds
1968 - The Unprecedented Music of Ornette Coleman
1968 - Live in Milano
1968 - New York Is Now
1968 - Love Call
1968 - Ornette at 12
1969 - Crisis
1969 - Man on the Moon/Growing Up
1969 - Broken Shadows
1970 - Friends and Neighbors
1971 - Science Fiction
1971 - European Concert
1971 - The Belgrade Concert
1972 - Skies of America
1972 - J for Jazz Presents O.C. Broadcasts
1975 - To Whom Who Keeps a Record
1976 - Dancing in Your Head
1976 - Body Meta
1977 - Soapsuds, Soapsuds
1979 - Of Human Feelings
1983 - Opening the Caravan of Dreams
1983 - Prime Time/Time Design
1985 - Song X
1987 - In All Languages
1988 - Live at Jazzbuehne Berlin
1988 - Virgin Beauty
1991 - Naked Lunch
1995 - Tone Dialing
1996 - Sound Museum - Hidden Man & Three Women
1997 - Colors: Live from Leipzig
2006 - Sound Grammar

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Entrevista Exclusiva: Ithamara Koorax

Ithamara Koorax e JazzMan! Foto: Fernanda Melonio

Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)
Fotos: Fernanda Melonio

Eleita pela Revista DownBeat como a terceira melhor cantora de Jazz do mundo em 2008, a brasileira Ithamara Koorax é um dos nomes mais importantes da atual cena jazzística mundial. Sua criatividade, aliada a uma técnica vocal ímpar, faz com que Ithamara seja reconhecida no exterior, rendendo-lhe críticas positivas, prêmios e convites para cantar nos mais importantes palcos e festivais espalhados pelo mundo.

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Show no Mistura Fina

Na semana passada, a fotojornalista Fernanda Melonio e eu tivemos a oportunidade de prestigiar os primeiros shows de sua turnê brasileira, no Mistura Fina, em Ipanema. Acompanhada de uma super banda que mesclava novos músicos (Jorge Pescara (baixo) e Rodrigo Lima (guitarra)) e veteranos influentes (José Roberto Bertrami (teclados), Haroldo Jobim (bateria) e Paulo Fernando Marcondes Ferraz (percussão)), Ithamara impressionou um Mistura Fina lotado com sua potente técnica vocal e sua comovente interpretação para um repertório diversificado. Seja cantando clássicos brasileiros (Desafinado e O Pato), ou standards americanos (My Favorite Things e The Shadow of Your Smile), Ithamara entrava e saía muito bem nas mais variadas vertentes, mostrando ao público a característica principal de sua obra: a versatilidade. Simpática e atenciosa com uma platéia calorosa, Ithamara deixou sua marca, provando que a escolha da revista DownBeat não é mero acontecimento, mas a confirmação e o reconhecimento a uma cantora em puro momento de inspiração e criatividade.

Fotos do show:
Ithamara KooraxIthamara Koorax & Rodrigo LimaPaulo Fernando Marcondes FerrazIthamara Koorax & Jorge Pescara
Ithamara Koorax & bandaIthamara KooraxIthamara KooraxIthamara Koorax & banda

Brazilian Butterfly Tour 2009

Ithamara Koorax dará seguimento à sua turnê brasileira, no Bar do Tom, Leblon, durante os dias 9, 10, 16 e 17 de janeiro. A casa dispõe de 350 lugares e os preços são: R$ 60,00 (Setor Palco / 92 lugares; R$ 50,00 (Setor A / 52 lugares); R$ 40,00 (Setor Par / 118 lugares) e R$ 40,00 (Setor Par / 92 lugares). Detalhes: http://www.plataforma.com/br_tprog.htm

Depois, a turnê segue para Curitiba, Belém, São Paulo, Ásia e Europa. Antes disso, Ithamara generosamente nos concedeu uma bela entrevista, onde comenta sobre os pontos principais de sua carreira.

JazzMan!: Você acaba de ser eleita a 3ª melhor cantora de jazz do mundo pela revista DownBeat. Mas sua obra é marcada pela diversidade: seu repertório pode agradar tanto aos fãs de Jazz, quanto aos de Lounge/Eletrônico, Smooth Jazz, Bossa, Samba e outros. Como você lida com o rótulo de cantora de Jazz e como define seu trabalho?

Ithamara Koorax: Lido bem com este rótulo e com qualquer outro, porque eu não me importo com rótulos. Defino meu trabalho como "música universal", aberta a todas as influências. Meus detratores (brasileiros, claro) dizem que eu me auto-rotulei como cantora de jazz, mas isso jamais aconteceu. Este carimbo veio primeiro da crítica japonesa, quando lancei o "Rio Vermelho" em 1995 e o disco chegou ao 10º lugar em vendas na parada de jazz da revista "Swing Journal", com o Frank Sinatra em 11º. E se consolidou depois que o "Serenade in Blue" foi lançado no mercado americano em 2000.

De qualquer modo, ser rotulada como "jazz singer" pela comunidade jazzística internacional é, obviamente, um grande elogio. Me sinto lisonjeada quando sou reconhecida não apenas pelos leitores das revistas, mas também por críticos como Ira Gitler, Scott Yanow, Thom Jurek, Fred Bouchard e Frank-John Hadley. Aliás, não coincidentemente, eles são mais do que críticos, são considerados os cinco maiores historiadores de jazz na atualidade, escreveram livros importantes. E todos, exceto o Jurek, que é editor do All Music Guide, escrevem para a DownBeat. Ira Gitler é co-autor, ao lado do falecido Leonard Feather, da famosa série de "Enciclopédias do Jazz" que são a referência máxima no assunto e se apaixonou pelo meu trabalho em 2002, tanto que aceitou escrever o texto do livreto do CD "Love Dance". Yanow acaba de lançar o livro "The Jazz Singers: The Ultimate Guide", no qual me incluiu entre as melhores cantoras de jazz de todos os tempos, tendo deixado de fora nomes como Norah Jones, Joni Mitchell, Esther Phillips, Madeleine Peyroux e a espetacular Rachelle Ferrell. Não vou entrar numa ego-trip por causa disso, mas é claro que fico feliz.

JM: Alguns audioblogs disponibilizam seus cds para download de graça. Em um deles, o “Música da Boa”, há vários álbuns de sua discografia para baixar. Uma das postagens corresponde ao download do álbum Brazilian Butterfly (2006), onde você deixou uma mensagem de parabéns para o autor do blog e não se incomodou. Enquanto cantora, como você avalia o compartilhamento de suas músicas na internet: ajuda ou atrapalha?

IK: Eu acho que ajuda. A pessoa que gostar mesmo tende a comprar o disco ou pelo menos a ir ver algum show. Mas fico preocupada com o lance dos direitos autorais, porque os compositores não podem viver de brisa.

JM: Em julho de 2003 você teve a oportunidade de se apresentar no programa de Fausto Silva, na Rede Globo. Muitos criticam o programa e o rotulam de "povão" por mostrar atrações de forte apelo popular, mas sua apresentação mostrou um outro lado: você manteve o Ibope do programa crescente cantando músicas como "Cristal", "Mas Que Nada", "The Shadow of Your Smile", além de improvisar para uma platéia calorosa e impressionada por sua potência vocal. Você acredita que isso é uma prova de que esse papo de que o povo não quer ouvir coisas diferentes é mito e que o problema está na difusão e não nas pessoas?

IK: Claro que é isso! Você já explicou tudo! Eu fui convidada para cantar no Faustão logo depois de ter assinado com a Som Livre para lançar o "Love Dance" no Brasil em 2003. Pediram que eu preparasse duas músicas ("Cristal" e "Iluminada", por terem sido temas de novelas) e disseram que havia a possibilidade de uma terceira música, "Aquarela do Brasil", porque o Fausto tinha gostado da minha gravação e queria aproveitar para fazer uma homenagem ao Ary Barroso. Mas esta terceira música só aconteceria se o Ibope não caísse. Pois bem: não só o Ibope não caiu, como subiu e não parou de subir. Fiquei no ar por quase 20 minutos e o programa se manteve como líder de audiência o tempo todo, batendo o Gugu, que era o grande concorrente naquela época. Tudo inteiramente ao vivo e sem ensaio! E sem playback. Levei minha banda e tocamos o que o Faustão ia pedindo.

Teve uma hora em que, depois do Caçulinha me elogiar, o Fausto começou a dizer: "olha só o agudo dela, parece sintetizador". E pediu para que eu improvisasse alguns efeitos a capela. Ele disse literalmente: "se vira nos 30"! Eu me diverti muito naquela tarde, o CD "Serenade in Blue" esgotou no Brasil todo (o "Love Dance" ainda não tinha sido lançado), e depois do programa a direção da Globo me homenageou com um jantar.

A parte chata da história foi que minha presença no programa gerou muita inveja, recebi quase uma centena de e-mails desaforados (enviados, claro, pelos "anônimos" sempre covardes) e muitos comentários negativos foram postados na internet. Precisei até tomar providências jurídicas quando os insultos atingiram o nível de difamação. Teve um músico de São Paulo, que a perícia conseguiu identificar, que me mandou um e-mail como se fosse o Jorge Benjor, usando o endereço de e-mail dele. Na mensagem ele me acusava de ter assassinado o "Mas Que Nada" e pedia que eu nunca mais cantasse a música. Veja a que ponto a coisa chegou! Isso eu acho lamentável e tristíssimo, porque alguém que se pretende artista ficar falando mal de colega de trabalho na internet é o fim da picada.

Outro dia eu li, num blog horroroso, que eu só era conhecida nos Estados Unidos pelos "japoneses endinheirados" (!!!) e que só fazia shows em cruzeiros. Logo eu que nunca cantei em navio! E se cantasse também não teria nada demais, porque até o Herbie Hancock e o Marcus Miller tocam em cruzeiros.

JM: Na lista das melhores cantoras do mundo da revista Downbeat, elaborada por seus leitores, você figura logo atrás de Dianna Krall e Cassandra Wilson. As duas são da geração dos Young Lions, composta por músicos surgidos nos anos 80 e 90 com a proposta de valorizar as tradições jazzísticas e que custa a absorver inovações. Mas trabalhos como Love Dance e Brazilian Butterfly são totalmente diferentes dessa proposta. Como você conseguiu vencer nesse mercado?

IK: Justamente por conta da tal "imprevisibilidade", que também significa criatividade. Paradoxalmente, demorei muito mais a entrar no mercado americano pela mesma razão, pois é um mercado realmente mais "protecionista".

A mesma coisa aconteceu com a Flora Purim. Ela morava nos EUA desde 1968, excursionava pela Europa com o Stan Getz, tinha gravado em Londres com o Chick Corea ("Light As A Feather"), mas só despontou na cena jazzística americana em 1974, quando chegou ao primeiro lugar na eleição dos leitores da DownBeat ao lançar um disco nos EUA, o "Butterfly Dreams". Ela venceu por cinco anos seguidos, até 1978, numa época em que as grandes divas, como Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Carmen McRae e Betty Carter, ainda estavam vivas e cantando uma barbaridade. Mas a Flora chegou com uma sonoridade inovadora, totalmente diferente daquele scat-singing de bebop, e foi isso que chamou a atenção.

Entre 1990 e 2000, eu só atuava na Ásia e na Europa, onde também estabeleci um nome na área da dance-music. Mas apenas ao lançar o "Serenade in Blue" nos EUA, em 2000, foi que as portas do mercado americano começaram a se abrir. Mesmo assim, é claro que a popularidade da Diana Krall, a quem eu admiro muito, é mil vezes maior que a minha.

JM: A exemplo de Flora Purim e Tânia Maria, você saiu do Brasil para fazer a sua carreira, conquistando o mercado americano, europeu e japonês, sendo muito elogiada por público e crítica e colhendo prêmios por seus trabalhos. Mas no Brasil muitos não sabem disso. Suas músicas já foram trilhas de novelas e filmes aqui, mas raramente são executadas nas rádios, mesmo tendo em seu repertório músicas que podem ser radiofônicas. De alguma maneira isso a incomoda? Conquistar o mercado brasileiro é um de seus desafios?

IK: Várias vezes eu tive, no Brasil, a sensação de ser "invisível". Mas não é culpa minha nem do público, que lota todos os meus shows se souber que aquele show está acontecendo. A superlotação que você viu duas noites seguidas no Mistura Fina não é novidade alguma. Eu canto no Mistura desde 1990, meu primeiro ano de carreira profissional. E todas as temporadas são um sucesso de público. Sempre rolam os pedidos de shows extras e eu já fiquei até três semanas em cartaz. Este ano isso só não vai acontecer no Mistura porque eu já tinha me comprometido em levar o show para o Bar do Tom.

Você é testemunha ocular da forma calorosa como a platéia me trata, interage, canta junto. Eu AMO fazer shows, Principalmente no Brasil. Em 2005, eu fiz uma temporada de três meses no Sofitel. Em 2006, foram quatro meses seguidos de casa lotada! Só que nem sempre a imprensa noticia isso. Mas eu costumo viajar bastante pelo Brasil. Vou de Rio Branco (Acre) a Ipatinga (Minas Gerais), de Teresina (Piauí) a Sorocaba (São Paulo), sempre com casa cheia. Eu sou um fenômeno! (rssss)

Meu desafio não é conquistar nada, é apenas levar o meu canto ao maior número possível de lugares, no mundo todo. E o Brasil faz parte do mundo. Como eu mantenho sempre o mesmo padrão de qualidade, sempre dou ao público o melhor de mim, tenho o mesmo prazer em cantar em Zurique ou em Nova Iorque ou em Belém do Pará.

JM: Você já cantou e gravou com grandes gênios da música. Podemos citar verdadeiros inovadores como Tom Jobim, Claus Ogerman, Dom Um Romão, Elizeth Cardoso, John McLaughlin e muitos outros. De onde vem essa facilidade de tocar com tantos nomes de peso? Ainda há alguém com quem você queira fazer uma parceria?

IK: Todos esses encontros aconteceram naturalmente. Quando você ama muito a obra de um artista, estabelece-se uma conexão espiritual e um dia o encontro físico se realiza.

Eu ouvia Elizeth Cardoso desde a minha infância, foi a minha primeira cantora favorita porque meus pais tinham vários discos dela. Um dia eu fui a São Paulo fazer um show, com Guinga e Paulo Cesar Pinheiro, e quem estava na platéia? Elizeth! Até aí tudo bem, ela podia nem ter gostado do meu estilo. Mas no final do show ela pediu para subir ao palco e ficou uns cinco minutos me elogiando. Eu não acreditava que aquilo estava acontecendo! Depois eu a convidei para assistir um outro show no Rio e ela virou minha madrinha artística.

O Tom Jobim ouviu meu primeiro CD, "Ao Vivo", vencedor do Prêmio Sharp em 1994, porque ganhou um exemplar de presente da irmã dele. O disco tinha umas três ou quatro músicas do Tom e ele gostou tanto que um dia me ligou e falou: "Do próximo disco eu quero participar". Achei que ele tinha sido gentil ao falar aquilo, mas resolvi arriscar e o convidei quando comecei a fazer o "Rio Vermelho". Ele aceitou de imediato e gravamos algumas músicas em outubro de 1994. Somente uma entrou no disco, as outras gravações permancem inéditas. Mas uma das músicas era "Absolut Lee", que eu regravei depois para a trilha da novela "Celebridade" em 2003.

Dom Um eu conheci em 1991, em Nova Iorque, e depois nos reencontramos em 1996, quando ele foi assistir a um show meu com o Azymuth. No final, foi até a beira do palco me cumprimentar, beijou as minhas mãos e disse: "precisamos fazer um som juntos!" Tenho isso filmado! E tocamos pelo mundo todo até 2005. O McLaughlin e o Ron Carter eu conheci através do Luiz Bonfá, que foi meu vizinho na Barra da Tijuca por dez anos. Ele foi um pai musical para mim.

Com o Claus, o Sadao Watanabe e o Larry Coryell também fluiu de uma forma espontânea. Talvez a única exceção tenha sido o Jay Berliner, que foi guitarrista do Charles Mingus. Eu sempre fui apaixonada por discos dele com o Milt Jackson ("Sunflower") e com o George Benson ("White Rabbit"), e resolvi convida-lo para participar do "Serenade in Blue". Ele não sabia quem eu era, mas gostou dos discos que eu mandei e aceitou gravar. Também não posso deixar de falar do Dave Brubeck, que é um grande amigo e me apadrinhou na comunidade jazzística americana porque é muito influente. Além de gênio, é o gentleman dos gentlemen. Tocar e conviver com esses mestres é mais importante do que qualquer prêmio.

JM: No seu show, fiquei muito comovido com a maneira que você se entrega no palco. Estavas tão simpática, bonita, elegante... Se expressava das mais diversas formas, seja triste ou alegre, como se ali não estivesse apenas uma Ithamara. Quem é a Ithamara Koorax no palco? Quem são essas Ithamaras que há dentro de você quando está cantando?

IK: É a mesma Ithamara Koorax do dia-a-dia, sujeita a diferentes emoções e que se expressa de várias maneiras, mas é sempre a mesma pessoa, dentro ou fora do palco. Durante o dia tem momentos em que você está reflexiva, em outros mais agitada, em outros mais emocionada ou com a sensualidade mais aflorada. Tudo isso vai automaticamente para o palco na hora do show. Eu não controlo nem disfarço minhas emoções. Uma vez, durante um show em Seul, na Coréia, em 2006, o público me acolheu de uma forma tão carinhosa, rolou uma empatia tão grande, que eu e a platéia choramos juntos, e terminei o show aos prantos, de tanta felicidade. Num concerto com a Orquestra Jazz Sinfônica, em São Paulo, em 2005, eu também não segurei o choro quando dediquei "Mas Que Nada" ao Dom Um Romão, que tinha acabado de falecer. Parecia que ele estava ao meu lado no palco, cantei arrepiada o tempo inteiro. Este vídeo alguém até colocou no YouTube. Em dezembro último, o concerto em Nova Iorque ao lado da big-band Amazon, do Maestro Thiago de Mello, celebrando os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, também foi emoção pura.

JM: Para finalizar: você teve um ano maravilhoso em 2008 e estará gravando um novo álbum em abril. Pode adiantar alguma coisa de como será 2009?

IK: Eu tento me planejar o mínimo possível, gosto das coisas fluindo naturalmente. Tanto que, embora eu esteja com dois discos recém-lançados (os tributos a Dom Um Romão e Stellinha Egg), os shows no Mistura Fina não tiveram nenhuma ligação com eles. Bolei um show totalmente diferente, incluindo apenas quatro músicas de discos antigos, como "The Shadow of Your Smile", "Un Homme et Une Femme", "I Fall in Love Too Easily" e "Mas Que Nada", e temas que eu adoro mas que ainda não gravei.

O repertório do próximo disco será escolhido pelo público brasileiro, durante esta turnê. As pessoas recebem uma cartela e escolhem cinco músicas que gostariam que eu gravasse.

Depois dos shows no Rio, sigo para Curitiba, Belém e São Paulo. Depois, Ásia e Europa. Volto no final de abril para gravar o disco no Brasil e aí começo um novo ciclo. Tenho encomendas de músicas para outros artistas e para trilhas de filmes. O prazer de poder me reinventar, sem depender da autorização de gravadora ou permissão de empresário, é indescritível. A liberdade é o maior tesouro! JM

http://www.koorax.com/
http://www.ithamarakoorax.blogspot.com/

Uma Colaboração do Blog JazzMan!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Novo cd de Diana Krall sairá em Março


Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)

Essa moça linda, elegante e cheia de charme é Diana Krall estampando a capa do seu próximo cd, Quiet Nights, produzido por Tommy LiPuma com arranjos do alemão Claus Ogerman. Em entrevista para Associated Press, a cantora definiu o lançamento como sensual e erótico: "Eu penso que este disco é uma carta de amor, mas muito sensual, mais para o lado erótico. Tem, definitivamente, um clima de fim de noite", disse.

Quiet Nights será lançado no dia 31 de março, tendo em seu repertório o Brasil como referência. Apaixonada por nosso país e, sobretudo, pela música, Diana gravou três composições de Tom Jobim no novo cd, incluindo Quiet Nights of Quiet Stars, a versão em inglês de Corcovado, que inspirou o nome do álbum.

Aguardamos com ansiedade. Enquanto isso, nos contentamos com a capa. Ela não está linda? JM

http://www.dianakrall.com/

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