sexta-feira, 7 de novembro de 2008

1956 - Brilliant Corners - Thelonious Monk

O jazz tem em muito de suas particularidades - o momento de estre leveza e criatividades por parte dos seus criadores e musicos. Se muitas vezes se diz, ao ver um músico de jazz tocando com descontração, é preciso afirmar que ninguém se divertiu mais com sua própria música do que Thelonious Monk, o monge louco do cenario jazzistico ou o chapeleiro das mil e umas notas dissonates. Diz-se dele que tinha predileção em fazer as notas erradas soarem corretas num brilhantismo que causava admiração até mesmo nos catedráticos. Monk - o compositor - era uma criança irriquieta: alterações de tempo/ritmo e predileções por harmonias dissonantes fizeram no fundar e depois, redescobrir o bebop em uma década. Monk - o pianista - foi dono de um estilo percussivo e de improvisações surpreendentes e irreverentes. Além disso, não raro em uma jam session, Monk terminava seu solo e levantava do piano, dançando em círculos como um tribal indigina a extasiar uma momento solene de agradecimento e embriagado pela música. Rejeitado em seus primeiros trabalhos por executar um jazz muito difícil, Monk reconciliou-se com público e a crítica no seminal Brilliant Corners, gravado entre 17 e 23 de dezembro de 1956. Ao lado de ninguém menos do que Sonny Rollins e cercado pela solidez na cozinha por Max Roach e Oscar Pettiford, Monk registrou não apenas composições geniais - deixou um disco de rara variedade em sons, ritmos e texturas, de onde sairiam 4 standards do jazz. (Sendo que a faixa restante já era um deles). Brilliant Corners do proprio Monk, traz uma abertura homônima, considerada uma das mais difíceis composições do jazz de todos os tempos; levou mais de uma dúzia de takes para ser gravada e a versão do disco foi editada com três deles. É um bebop swingado, cheio de clareiras melódicas para solos em tempos mutantes; um jazz ousado com parecer de uma conversa entre bop e o blue. Destaque para os talentos do baixista Pettiford e do baterista Roach, cujo timing impecável permite que Monk angule as notas e o ritmo o quanto quiser sem que haja perda da coesão sonora. Depois do desafio da primeira música, Monk solta o grupo numa jam longo de improvisação, relaxada e cheia de groove, com tema de blues: Ba-lue Bolivar Ba-lues-are. A balada Pannonica, dedicada à “Baronesa do Bebop”, Nica (Rotschild) de Koenigswarter, amiga de Monk, Charlie Parker e diversos músicos do jazz à época, nostagia com veemência e estilo. Nela Monk toca celesta - instrumento musical com teclado, lâminas de metal, habitualmente em aço percutidas por martelos semelhante ao piano e suspensas sobre um corpo de madeira que faz ressonância multiplas, com pedais para prolongar ou atenuar o som. I Surrender, Dear (de Barris-Clifford) é o standard reinterpretado pelo grupo, se tornando mais convencional canção do album, onde Monk explora em sua formas, camadas harmônicas, sincopando e interferindo no andamento normal. E para o final, outra versão para uma música sua já gravada Bemsha Swing, que cheira a Gillespie e revisita as big bands - muito em parte pelo uso dos tímpanos na percussão. A produção fica a cargo de Orrin Keepnews - um grande produtor de jazz para a Riverside. Para os fas de Monk, este album abriu novas interpretações no mundo do jazz assim como uma assinatura do musico no cenario de admiradores.

Faixas:
01 - Brilliant Corners
02 - Ba-lue Bolivar Ba-lues-are
03 - Pannonica”
04 - I Surrender, Dear
05 - Bemsha Swing

Musicos:
Thelonious Monk - Piano, Celesta
Sonny Rollins - Sax. Tenor
Ernie Henry - Sax. Alto (faixas 1- 4)
Oscar Pettiford - Baixo Acustico (faixas 1-4)
Max Roach - Bateria, timpani
Clark Terry - Trompete (faixa 5)
Paul Chambers - Baixo (faixa 5)

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Boa audição - Namastê.

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