Você sabe que o mundo mudou mesmo quando o 007 está lutando do lado dos marxistas.
Eleições são fenômenos sociais complexos. No ramo das ciências políticas a cada duas horas surge uma nova tese, monografia ou artigo tentando entender os processos de escolha da população. Todas tendem a girar em falso, não tanto por causa de falhas de elaboração próprias de cada autor, mas por causa daquele que é o ônus da sociologia em geral: nenhum fato social é realmente tão simples a ponto de admitir uma única explicação. Qualquer consideração sobre o processo de escolha eleitoral está fadada, portanto, a ser uma aproximação tateante, ou ainda pior, uma generalização crassa. Mas isso não nos impede de identificarmos algumas tendências grupais. A decisão de voto pode ser definida por critérios ideológicos, utilitaristas, morais ou arbitrários. O critério ideológico é aquele que segue uma identificação partidária ou de ideologia política (“só voto na esquerda”, ou “só voto no PSDB”). O critério utilitarista é aquele em que o voto é usado como moeda de escambo em uma troca de favores, não necessariamente explícita, entre o eleitor e o candidato (caso de servidores públicos que votam em massa em determinado prefeito porque ele garantirá o reajuste do salário-base, ou coisa assim). O critério moral é o que nos interessa e será mais detalhado adiante (isso é o que se chama de foreshadowing, estudantes de literatura). O critério arbitrário, é, bom, arbitrário. É a velhinha que votou no Collor porque ele era mais bonito, ou vota no Lula porque trabalhou com ele e gosta do cara. São critérios pessoais e imprevisíveis e que escapam à alçada da análise científica… pelo menos dessa vez.No Brasil, por exemplo, o voto utilitário possui um grande peso. Isso é resultado direto de nossa cultura de formação patriarcal em que as relações institucionais são preteridas à favor de relações interpessoais e o poder possui função histórica de troca de favores. Não quer dizer que no Brasil não existe voto ideológico… a crescente preponderância e cisão política entre PT e PSDB demonstra bem a importância desse fator. No entanto o domínio da “promessa” no imaginário político brasiliano é sinal denunciante de que o utilitarismo grassa como princípio fundamental das relações estado-povo na nação, seja na forma do clientelismo clássico ou repaginado como PACs e afins. Seja bem vindo afro-americano ao mundo dos jogos imaginarios da moral interplanetaria dos vivos.
Eleições são fenômenos sociais complexos. No ramo das ciências políticas a cada duas horas surge uma nova tese, monografia ou artigo tentando entender os processos de escolha da população. Todas tendem a girar em falso, não tanto por causa de falhas de elaboração próprias de cada autor, mas por causa daquele que é o ônus da sociologia em geral: nenhum fato social é realmente tão simples a ponto de admitir uma única explicação. Qualquer consideração sobre o processo de escolha eleitoral está fadada, portanto, a ser uma aproximação tateante, ou ainda pior, uma generalização crassa. Mas isso não nos impede de identificarmos algumas tendências grupais. A decisão de voto pode ser definida por critérios ideológicos, utilitaristas, morais ou arbitrários. O critério ideológico é aquele que segue uma identificação partidária ou de ideologia política (“só voto na esquerda”, ou “só voto no PSDB”). O critério utilitarista é aquele em que o voto é usado como moeda de escambo em uma troca de favores, não necessariamente explícita, entre o eleitor e o candidato (caso de servidores públicos que votam em massa em determinado prefeito porque ele garantirá o reajuste do salário-base, ou coisa assim). O critério moral é o que nos interessa e será mais detalhado adiante (isso é o que se chama de foreshadowing, estudantes de literatura). O critério arbitrário, é, bom, arbitrário. É a velhinha que votou no Collor porque ele era mais bonito, ou vota no Lula porque trabalhou com ele e gosta do cara. São critérios pessoais e imprevisíveis e que escapam à alçada da análise científica… pelo menos dessa vez.No Brasil, por exemplo, o voto utilitário possui um grande peso. Isso é resultado direto de nossa cultura de formação patriarcal em que as relações institucionais são preteridas à favor de relações interpessoais e o poder possui função histórica de troca de favores. Não quer dizer que no Brasil não existe voto ideológico… a crescente preponderância e cisão política entre PT e PSDB demonstra bem a importância desse fator. No entanto o domínio da “promessa” no imaginário político brasiliano é sinal denunciante de que o utilitarismo grassa como princípio fundamental das relações estado-povo na nação, seja na forma do clientelismo clássico ou repaginado como PACs e afins. Seja bem vindo afro-americano ao mundo dos jogos imaginarios da moral interplanetaria dos vivos.
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