Fantástica gravação ao vivo de 30 de junho de 2012, com Marc Ribot na guitarra, Henry Grimes no baixo e Chad Taylor na bateria. Com o falecido Roy Campbell Jr. no trompete, eles gravaram Spiritual Unity em 2004, uma homenagem a Albert Ayler. Embora sinta falta de Roy Campbell que morreu cedo demais este álbum é ainda melhor do que aquele excelente set, que foi gravado em estúdio com exceção de "Bells" ao vivo. Henry Grimes (nascido em 1935) era o baixista de Ayler, parou de tocar após a morte de Ayler em 1970 e só começou a tocar música novamente em 2002. Este set ao vivo abre e fecha com números de Coltrane do álbum "Sun Ship" de 1965. O 15'07 "Dearly Beloved" começa bem, indo para o espaço aberto logo no início, estabelecendo um tom sério e espiritual. Em seguida vem a música de Albert Ayler, “Wizard”, que começa com uma batida alegre que soa como “Maybellene” de Chuck Berry antes de atingir outro pico de êxtase. Alguns puristas do free jazz/improv podem se encolher ou zombar, mas a inclusão de belas e tocantes baladas completa a paleta sonora de forma muito eficaz, abrindo espaço para o romantismo sincero. “Old Man River” é o veículo perfeito para Ribot demonstrar seu domínio da balada. Agora vem a peça central do show, “Bells”, às 19h09, a grande música de Ayler. Leva apenas alguns minutos para que o tema seja declarado pela primeira vez. Depois de uma improvisação selvagem, ela é reapresentada e, aos 14 minutos, há uma passagem que soa como blues-rock tocada por Hendrix e a Band of Gypsys. Ribot e Taylor, o jovem baterista de Chicago, são simplesmente surpreendentes, e Grimes fornece uma base imperturbável para seus voos. A balada "I'm Confessin' (That I Love You)" é ainda mais impressionante do que "Old Man River". O contraste com o intenso free jazz que o rodeia torna-o extremamente vívido. Uma melodia poderosa, lírica e comovente. Finalmente, de volta a Coltrane com “Sun Ship”. A banda sobe mais uma vez, e os solos de Ribot são ferozes e urgentes, enquanto Taylor soa como Elvin Jones e Rashied Ali alternativamente, com energia que impulsiona a peça para outro ápice, com um solo de bateria levando à reafirmação final do tema. Jazz brilhante e de alta energia, você não deve perder! Henry Grimes além de um dos maiores baixistas vivos do jazz tocou com todos, desde Sonny Rollins e Thelonious Monk até Cecil Taylor e Albert Ayler, antes de desaparecer no final dos anos 60. Presumivelmente morto há quase 35 anos, Grimes ressurgiu milagrosamente em 2003, depois de passar décadas trabalhando em biscates em Los Angeles enquanto escrevia poesia.
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Baixo, Violino – Henry Grimes
Bateria – Chad Taylor
Guitarra – Marc Ribot
Gravado em 30 de junho de 2012
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