quarta-feira, 8 de setembro de 2010

1972 - Billie Holiday: Lady Sings The Blues - Score

Biografias dificilmente agradam aos fãs e conquistam um grande público ao mesmo tempo. E não é qualquer diretor ou escritor que pode traduzir a voz marcante e a vida conturbada de uma que, arrisco dizer, foi uma das maiores cantoras de jazz de todos os tempos: Billie Holiday. Lady Sings The Blues, 1972 (O Ocaso de uma Estrela), tentou e levou cinco indicações ao Oscar e um Globo de Ouro. Dirigido por Sidney Furie e protagonizado por Diana Ross, mostra, ainda que de forma incompleta, a trajetória de Lady Day, passando da infância como Eleanor Gough e da ascensão como Billie Holiday até seu declínio – uma história trágica demais para ter sido imaginada. Foi baseado em sua autobiografia, que leva o mesmo título de uma canção composta pela própria em meados dos anos 50. Foi com essa voz levemente rouca e surpreendentemente expressiva que Holiday conquistou críticos e platéias, ainda não acostumados a ver brancos e negros dividindo os palcos – chegar até eles é que foi seu grande desafio. Começou a trabalhar como empregada doméstica aos seis anos, foi violentada por um vizinho aos dez e internada em um reformatório cujos métodos de correção eram severos mesmo para a época: reza a lenda que, certa vez, Billie teve de passar a noite trancada em um quarto com o cadáver de uma menina. Aos doze limpava o chão de bordéis, para logo se tornar prostituta e acabar presa. Os detalhes mais sórdidos foram ocultados no filme, que se contentou em exibir Billie ouvindo blues em uma vitrola, deslizando rapidamente pela infância perdida. Sem nenhum dinheiro, sendo ameaçada de despejo e cansada do que tinha de se submeter para sobreviver, Eleanor se apresenta a um bar como dançarina, mas seus passos não convencem o proprietário. Quando sugerida pelo Pianista Richard Pryor) que cantasse, ela não entendeu. Nunca pensara em lucrar com algo que gostava tanto de fazer. Mas cantou. Cantou e agradou tanto que, naquela noite, voltou para casa com cinquenta e sete dólares no bolso e um emprego, o que foi precisamente o início de sua carreira. Um acréscimo à cena: a agora cantora Billie Holiday conhece Louis McKay (Billie Dee Williams), uma maneira simples encontrada para substituir todos os seus amantes por um marido que a acompanharia em suas apresentações, suas crises e sua morte. Buscando um espaço no meio musical em um período marcado pela segregação racial, Billie compõe a canção Strange Fruit, um protesto indignado contra as manifestações racistas que escandalizou seu público e foi proibida em muitas rádios.
Assim que entra em turnê, perdemos o foco da mulher para uma verdadeira maratona atrás do merecido reconhecimento, o envolvimento com drogas e as diversas tentativas de prosseguir cantando sendo uma dependente química. Apesar do inegável talento, Billie Holiday não suportaria a pressão. Exausta pelo preconceito, uso desenfreado de heroína, álcool, conflitos amorosos e familiares, problemas com a polícia, empresários corruptos, depressão, internações – a soma de todas as pequenas tragédias de sua vida a levariam à overdose que pôs fim ao sonho da fama que, como ela mesma sempre soube, só chegaria quando não pudesse mais cantar. Mas cantou enquanto pode. Primeiro filme de Diana Ross, ela não só interpretou Holiday como substituiu sua voz na trilha sonora, fazendo jus à intensidade tão característica. Lady Sings the Blues mostra as fraquezas por trás do jazz, mas deixa a sensação de que falta alguma coisa. Fonte: Alice - Blog pipoca psicodelica soundtrack

Título original: Lady Sings the Blues
Lançamento: 1972 (EUA)
Direção: Sidney J. Furie
Duração: 144 min
Elenco: Diana Ross, Billy D. Williams, Richard Pryor, Paul Hampton, Sid Melton
Gênero: Drama


Prêmios e indicações:

BAFTA Film Awards
Melhor atriz – Diana Ross (indicada)

Globo de Ouro
Atriz revelação mais promissora – Diana Ross (vencedora)
Melhor atriz em filme dramático – Diana Ross (indicada)
Melhor trilha-sonora original – Michel Legrand

Oscar
Melhor atriz principal – Diana Ross (indicada)
Melhor roteiro – Chris Clark, Suzanne De Passe e Terence McCloy (indicados)
Melhor trilha-sonora adaptada – Gil Askey (indicado)
Melhor direção de arte – Carl Anderson e Reg Allen (indicados)
Melhor figurino – Bob Mackie, Ray Aghayan e Norma Koch (indicados)


Faixas:
01. The Arrest
02. Lady Sings The Blues
03. Baltimore Brothel
04. Billie Sneaks Into Dean & Dean's, Swingin' Uptown
05. Tain't Nobody's Bizness If I Do
06. Big Ben/C.C. Rider
07. All Of Me
08. The Man I Love
09. Them There Eyes
10. Gardenias From Louis
11. Cafe Manhattan/Had You Been Around, Love Theme
12. Any Happy Home
13. I Cried For You (Now It's Your Turn To Cry Over Me)
14. Billie & Harry, Don't Explain
15. Mean To Me
16. Fine And Mellow
17. What A Little Moonlight Can Do
18. Louis Visits Billie On Tour, Love Theme
19. Cafe Manhattan Party
20. Persuasion, T'ain't Nobody's Bizness If I Do
21. Agent's Office
22. Love Is Here To Stay
23. Fine And Mellow
24. Lover Man (Oh, Where Can You Be?)
25. You've Changed
26. Gimme A Pigfoot (And A Bottle Of Beer)
27. Good Morning Heartache
28. All Of Me
29. Love Theme
30. My Man (Mon Homme)
31. Don't Explain
32. I Cried For You (Now It's Your Turn To Cry Over Me)
33. Strange Fruit
34. God Bless The Child
35. Closing Theme

Strange Fruit


God Bless The Child


Boa audição - Namastê

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