quarta-feira, 3 de março de 2010

1964 - Getz & Evans - Stan Getz & Bill Evans

Em 1961 Norman Granz vendeu a Verve - criada em 1956 - à então gigante MGM (Metro-Goldwyn-Mayer, Inc) e para dirigi-la foi recrutado Creed Taylor com poderes de general para o selo. Carregado de energia e depois de ter estabelecido na Impulse na ABC, Taylor tomou uma série de decisões executivas de imediato – nomeando a contratação agressiva de alguns nomes de peso dessa época, como Stan Getz ou Bill Evans – e direcionou seu catálogo ao grande público faminto de jazz. Nesta era, ainda antes dos Beatles redefinirem as coordenadas da indústria musical, a divisão era clara: rock and roll era coisa de adolescentes e o jazz música de adultos responsáveis. Alheio às revoluções estéticas que sacudiam o ritmo nesta época, Creed Taylor delineou uma estratégia que colocava claramente o lucro antes da arte e o impacto antes da invenção. Com o público americano ainda imerso numa ideia muito particular de exotismo – bem expressa nas “febres” do Mambo ou na “tiki culture” que celebrava toda a ilha que tivesse um vulcão e nativas com saias de palha – Taylor apontou sua direção à bossa nova que ecoava nos apartamentos do Rio de Janeiro e foi um dos responsáveis por trazer o gênero para a América. Ponta de lança no seu catálogo para essa missão? Stan Getz. Aproveitando o fato de Charlie Byrd ter regressado de uma digressão pelo Brasil apoiada pelo Departamento de Estado americano, Getz iniciou em 1962 uma série de gravações que se revelariam chave para impor a bossa nova nos Estados Unidos, a primeira das quais “Jazz Samba”, com a participação de Byrd. Em 1963 com o álbum chamado Stan Getz & Bill Evans registra uma sensualidade nata de dois gênios. O tema central do álbum, desses dois monstros, mistura efemeridade e contraponto violento para ser resolvido em um trabalho coçaborativo. Ou seja, os sentimentos antagônicos que podem criar "o outro" (e aqui, em termos lacanianos quase mais do que os outros em termos dêiticos, pronomes) são transformados, em vez de um insulto, uma forma de embelezar as frases de cada instrumento. Sobre a questão dos protagonistas, Getz e Evans são dicotômicos. Para o baixo nada menos que o magnífico e unico mestre do improvisos de cordas alongadas, Ron Carter com seu som único e expressividade ímpar, fizeram dele um músico de estúdio muito procurado — suas aparições em centenas de álbuns fizeram dele um baixista com uma extensa lista de gravações na história do jazz, ao lado de Milt Hinton e George Duvivier. Carter possui ainda um extenso trabalho com gravações de música erudita. Na bateria, o cimento nas mãos de Elvin Jones, com batidas não convencional, um pouco de afro-cubana, mas em última análise deixa marca clara do ritmo de jazz. O trabalho de Elvin sobe com possível dor destes dois mestres do jazz, vindo de um bateristas de jazz da era pós-bop. Já Richard Davis na verdade é um desconhecido na bateria e segue a linha de Elvin neste albúm. O resultado é, pois claro, intensamente brilhante. As faixas 1, 2, 3, 7, 8 e 11 foram gravadas em 06 de Maio de 1964 e as 4, 5, 6, 9, e 10 em 05 de Maio de 1964 no Studio Rudy Van Gelder's - Englewood Cliffs, N.J, pelo selo Verve.

Night and Day


Faixas:
01 - Night and Day
02 - But Beautiful
03 - Funkallero
04 - My Heart Stood Still
05 - Melinda
06 - Grandfather's Waltz
07 - Carpetbagger's Theme
08 - Wnew (Theme Song) (Previously Unreleased)
09 - My Heart Stood Still (Alternate Take-Previously Unreleased)
10 - Grandfather's Waltz (Alternate Take-Previously Unreleased)
11 - Night and Day (Alternate Take-Previously Unreleased)

Músicos:
Bill Evans - Piano
Stan Getz - Sax. Tenor
Ron Carter - Baixo Acústico
Richard Davis - Baixo Acústico
Elvin Jones - Bateria

Download Here - Click Aqui

Boa audição - Nasmastè.

Um comentário:

OldHippieRick disse...

way [o0L I had a computer crash I did not have a back up on this one so BIG Thanks on recruit.. owe U 1 ~ oldhippierick