“Me lembro quando fomos tocar na Europa, no fim do verão de 1969, depois de concluírmos Bitches Brew. Topei com Bill Cosby e sua mulher, Camille. Nós tocávamos em Antibes, acho, e Bill estava lá de férias. Ele veio ao espetáculo, e depois fomos todos a uma boate. Bill e Camille dançavam na pista. Betty (Davis, parceira de Miles na época) também dançava com um cara francês, muito doidona. Camille usava um lindo macacão de renda branca cheio de buracos, como uma rede de basquete. Enquanto dançavam, Betty, saltando desembestada pela pista, enfiou o salto dos sapatos nos buracos das pernas do macacão de Camille e rasgou-o feio. Nem tomou conhecimento. Quando descobriu, pediu desculpas e tudo, e eu disse a Bill que pagaria o prejuízo, mas os dois nem quiseram ouvir falar nisso, pois diziam que fora sem querer e sentiam pena de Betty. Mas eu sabia que Betty estava perdendo o controle demais, e aquela merda me causou um vexame do caralho. Sabe, Betty era jovem e doida demais pro que eu esperava de uma mulher. Estava acostumado a mulheres calmas, avançadas, elegantes, como Francês ou Cicely, que sabiam se virar em qualquer tipo de situação. Mas Betty era um espírito livre – talentosa pra caralho – roqueira e malandra, acostumada a outro tipo de coisa. Era safada e tudo, toda sexo, mas eu não sabia disso quando a conheci- e acho que se soubesse não teria dado muita atenção. Mas fazia coisas desse tipo, e da outra coisa eu já começava a ficar simplesmente cheio. Depois que deixamos Bill e Camille, fomos a Londres ver Sammy Davis Jr., que estava lá estreando Golden Boy. Também vi Paul Robeson; procurava visitá-lo sempre que ia a Londres, até que ele voltou pros Estados Unidos. Eu andava com pessoas de muita classe, mas Betty não se sentia à vontade com esse tipo de gente. Só gostava de roqueiros, o que é legal, mas eu sempre tive muitos amigos não músicos, e Betty não sabia como tratá-los, o que nos afastava um do outro.
Mais tarde, em Nova York, conheci uma linda espanhola que queria ir pra cama comigo. Fui à sua casa e ela me disse que Betty andava saindo com seu namorado. Quando lhe perguntei quem era ele, ela me respondeu:
- Jimi Hendrix.
Era uma loura linda, do caralho. Tirou as roupas, e tinha um corpo que não admitia demoras. Mas eu apenas disse:
- Se Betty quer trepar com Jimi Hendrix, isso é lá com ela, e eu não tenho nada a ver com isso, nem tem nada a ver comigo e você.
Ela disse que, se Betty fodia com seu homem, ela ia foder comigo.
- Eu não gosto disso – respondi. – Não trepo com ninguém por coisas desse tipo. Se vc trepar comigo, tem de fazer isso porque quer, não porque Betty está trepando com Jimi. Miles Davis – a Autobiografia”, por Miles e Quincy Troup pp 222 a 269
Este é um daqueles albuns que só se vê na plateleira de colecionadores. "Cote Blues" com o Miles Davis Quintet é uma copilação de um programa pela radio FM da França depois que Miles apresentou no Festival "Juan-les-Pins Jazz Festival" - Antibes, France, nos dias 26 e 28 de Julho de 1963. Nota-se que a qualidade dos musicos são um caso a parte ja que Miles navegava muito em apresentações e shows pelo mundo. Destaque pelo som sensacional e excelente e o selo pertence a uma pequena gravadora Jazz Music Yesterday .
Mais tarde, em Nova York, conheci uma linda espanhola que queria ir pra cama comigo. Fui à sua casa e ela me disse que Betty andava saindo com seu namorado. Quando lhe perguntei quem era ele, ela me respondeu:
- Jimi Hendrix.
Era uma loura linda, do caralho. Tirou as roupas, e tinha um corpo que não admitia demoras. Mas eu apenas disse:
- Se Betty quer trepar com Jimi Hendrix, isso é lá com ela, e eu não tenho nada a ver com isso, nem tem nada a ver comigo e você.
Ela disse que, se Betty fodia com seu homem, ela ia foder comigo.
- Eu não gosto disso – respondi. – Não trepo com ninguém por coisas desse tipo. Se vc trepar comigo, tem de fazer isso porque quer, não porque Betty está trepando com Jimi. Miles Davis – a Autobiografia”, por Miles e Quincy Troup pp 222 a 269
Este é um daqueles albuns que só se vê na plateleira de colecionadores. "Cote Blues" com o Miles Davis Quintet é uma copilação de um programa pela radio FM da França depois que Miles apresentou no Festival "Juan-les-Pins Jazz Festival" - Antibes, France, nos dias 26 e 28 de Julho de 1963. Nota-se que a qualidade dos musicos são um caso a parte ja que Miles navegava muito em apresentações e shows pelo mundo. Destaque pelo som sensacional e excelente e o selo pertence a uma pequena gravadora Jazz Music Yesterday .
Faixas:
01 - So What
02 - Stella By Starlight
03 - Seven Steps To Heaven
04 - Walkin'
Musicos:
Miles Davis - Trompete
George Coleman - Sax. Tenor
Herbie Hancock - Piano
Ron Carter - Baixo Acustico
Tony Williams - Bateria
Download Here - Click Aqui
Boa audição - Namastê.
5 comentários:
Caro BDJ,
Hoje à meia noite tem um post sobre o Miles no JAZZ + BOSSA. Convoco toda a tropa milesista para cerrar fileiras na defesa do artífice de Kind Of Blue pois já fui "jurado" pela tropa de choque "anti-Miles". Mais detalhes na parte de comentários do JAZZBACYARD.
Brincadeiras à parte, isso é que era curtição. E o cara ainda ganhava prá levar esse vidão!!!!!
Abraços.
piramidal...qdo ouvimos improvisos como esses,não há poros que suportem...até nos lugares menos apropriados...rs
mas,então,o miles acabou traçando ou não a loiraça do hendrix?...rs
obrigado
amplexossonoros
namaste
era só para avisar que o link para o round midnight do miles não está funcionando... fiquei desgostosa...
Sensacional este disco; já baixei e estou curtinho adoidado!
Ah! E tem mais faixas do que vc citou:
"If I were a bell" e a repetiçao de "So what".
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