segunda-feira, 6 de outubro de 2008

1962 - Gaslight - Eric Dolphy & Herbie Hancock

Eric Allan Dolphy (Los Angeles, California, 20 de Junho de 1928 – Berlim, 29 de Junho de 1964) foi um músico de jazz estadunidense. Tocava saxofone alto, flauta e clarone. Dolphy foi um dos vários saxofonistas de jazz de grande peso que se tornaram conhecidos na década de 1960. Foi também o primeiro claronista importante como solista no jazz, além de ser dos flautistas mais significantes nesse estilo. Em todos esses instrumentos era um impecável improvisador. Nas primeiras gravações, ele tocava ocasionalmente um clarinete soprano tradicional em Si bemol. Seu estilo de improvisação era característico por uma torrente de idéias, utilizando amplos saltos intervalares e abusando das doze notas da escala. Além disso, era comum que usasse efeitos sugerindo sons de animais. Embora o trabalho de Dolphy seja às vezes classificado como free jazz, suas composições e solos possuem uma lógica diferente da maior parte dos músicos de free jazz. Era, todavia, indubitavelmente, um vanguardista. Logo após sua morte, sua música era descrita como "demasiado 'out' para ser 'in' e demasiado 'in' para ser 'out'".
Dolphy nasceu em Los Angeles e foi educado no Los Angeles City College. Manteve uma carreira regional por muitos anos, participando, sobretudo, de big-bands de be-bop lideradas por Gerald Wilson e Roy Porter. Dolphy deu finalmente uma guinada em sua carreira ao integrar o quinteto de Chico Hamilton, com Hamilton ele se tornou conhecido de um público maior e teve a oportunidade de rodar os Estados Unidos em 1958, quando se separou de Hamilton e mudou para Nova Iorque. Ao chegar em Nova Iorque, firmou rapidamente diversas parcerias musicais. As duas mais importantes foram com as "lendas" do jazz Charles Mingus e John Coltrane. Sua colaboração formal com Coltrane foi pequena (menos de um ano, entre 1961 e 1962), a associação com Mingus continuou de 1959 até a morte de Dolphy, em 1964. Dolphy era muito querido por ambos os músicos - Coltrane achava-o o único que poderia ser comparado ao próprio Coltrane e Mingus considerava Dolphy seu mais talentoso intérprete. Coltrane havia ganhado audiência e notoriedade no quinteto de Miles Davis. Embora os quintetos de Coltrane com Dolphy (incluindo Village Vanguard e Africa/Brass sessions) sejam hoje lendários, eles levaram a revista Down Beat a classificar a música de Coltrane e Dolphy como "anti-jazz". Mais tarde, Coltrane afirmou, sobre essas críticas: "elas fizeram parecer que nós não sabíamos nem ao menos o mínimo sobre música (...) dói em mim ser atingido dessa forma". A carreira de Dolphy em estúdio começou na gravadora Prestige. Sua associação com a Prestige estendeu-se de Abril de 1960 a Setembro de 1961, somando 13 álbuns, se computadas as atuações em discos de outros músicos. A Prestige lançou posteriormente uma caixa com nove CDs com todas as gravações de Dolphy no selo. Os dois primeiros discos de Dolphy foram Outward Bound e Out There. O primeiro é mais acessível e enraizado no estilo do bop, mas já oferece performances ousadas, o que, no mínimo em parte, contribuiu com a escolha de incluir a palavra out (fora) no título. Out There está mais próximo da música third stream, que também faria parte do legado de Dolphy, e com reminescências ainda da instrumentação do grupo de Hamilton com Ron Carter no violoncelo. Far Cry também foi gravado para Prestige em 1960 e representa sua primeira parceria com o trompetista Booker Little. A música erudita do século XX também desempenhou um importante papel na carreira musical de Dolphy, que tocou e gravou a peça Density 21.5 , de Edgard Varèse, para flauta solo, além de outras obras clássicas, tendo participado fortemente do "Third Stream" nos anos 1960. Em 1964, Dolphy assinou com a lendária gravadora Blue Note e gravou o disco Out to Lunch - novamente, a gravadora insistiu em usar a palavra "out" (fora) no título. Esse álbum era profundamente enraizado na vanguarda e os solos de Dolphy eram tão dissonantes e imprevisíveis como tudo o que ele gravava. Out to Lunch é frequentemente tido como não só o melhor álbum de Dolphy, mas também um dos maiores discos de jazz já feitos. Depois de Out to Lunch e uma aparição no álbum Point of Departure, de Andrew Hill, Dolphy deixou de excursionar pela Europa com o sexteto de Charles Mingus no início de 1964. A partir daí, tinha a intenção de fixar-se na Europa com sua noiva, que trabalhava com ballet em Paris. Depois de deixar Mingus, tocou e gravou com várias bandas européias e se preparava para juntar-se a Albert Ayler para uma gravação. Na tarde de 18 de Junho de 1964, Dolphy caiu nas ruas de Berlim e foi levado a um hospital. Os enfermeiros do hospital, que não sabiam que ele era diabético, pensaram que ele (como acontecia a muitos jazzistas) havia tido uma overdose, deixaram-no, então, num leito até que as passasse o efeito das "drogas". Uma das notas da coleção de nove discos da Prestige diz que ele "caiu em seu quarto de hotel e foi levado ao hospital, onde foi diagnosticado um coma diabético. Após a administração de insulina (aparentemente um tipo mais forte do que o disponível nos Estados Unidos), passando à hipoglicemia extrema e morreu". A presença musical de Dolphy foi profundamnte marcante para um "quem é quem" na cena dos jovens músicos, entre os quais muitos viriam a se tornar lendas por eles mesmos. Dolphy trabalhou intermitentemente com Ron Carter e Freddie Hubbard ao longo de sua carreira e nos últimos anos contratou Herbie Hancock, Bobby Hutcherson e Woody Shaw várias vezes para tocar em sua banda em estúdio e ao vivo. Out to Lunc contou ainda com outra jovem fera que acabara de começar a tragalhar com Dolphy: o baterista Tony Williams. Carter, Hancock e Williams continuariam sendo a quintessência das "cozinhas" da vanguarda da década, juntos ou em seus álbuns pessoais, além de terem formado a espinha dorsal do segundo grande quinteto de Miles Davis. Essa parte do segundo grande quinteto é uma irônica nota de rodapé para Davis, que não apreciava a música de Dolphy mas herdou uma "cozinha" inteira que trabalhara com Dolphy e criou uma banda cuja marca de "out" era muito semelhante à de Dolphy. Além disso, seu trabalho com o produtor Alan Douglas permitiu que a marca singular da expressão musical de Dolphy se espalhasse postumamente até os ambientes de Fusion e Rock, mais notavelmente em John McLaughlin e Jimi Hendrix. Frank Zappa, artista eclético que buscou inspiração também no jazz, fez um tributo ao estilu de Dolphy no instrumental "The Eric Dolphy Memorial Barbecue." Dolphy gravou com varios musicos com: Chico Hamilton, Charles Mingus, Ornette Coleman, Oliver Nelson, Makanda Ken McIntyre, George Russell, Max Roach. John Lewis e John Coltrane nos famosos albuns: 1961- Olé Coltrane, Africa/Brass e Live at the Village Vanguard e 1963 - Impressions (One Track, "India"). Um dos mais interessantes grupos de trabalho que Eric Dolphy reunido nesta performance ao vivo e gravado em Nova Iorque em 1962, apresenta um esquadrão incomuns de sidemen - incluindo Herbie Hancock - piano, Ed Blindados - trompete, Edgar Bateman - bateria, e Richard Davis - baixo, traduz uma qualidade de gravação definida e de boa colocação ao vivo em sentir forte introsamento nas linhas de conjunto e solo muito incomum que torna o álbum uma parte essencial do entendimento na carreira dos sideman hardbop. Eric toca Sax. alto e clarinete baixo nas faixas "245", "GW", "Left Alone", e "Miss Ann". Nota: O album Gaslight foi gravado no lendário clube Gaslight em Nova York mas faz referencia ao filme do mesmo nome (Gaslight - À meia luz), um suspense 44, dirigido por George Cukor com base na peça teatral de Patrick Hamilton. A data desta gravação é de 10 de julho de 1962 mas o lançamento oficial só foi liberado em outubro de 1962 por burocracia da gravadora.

Faixas:
01 - Miss Ann
02 - Left Alone
03 - G.W
04 - I Got Rhythm
05 - 245

Músicos:
Eric Dolphy - Sax alto, Flauta, Clarinete e Baixo
Ed Armour - Trompete
Herbie Hancock - Piano
Richard Davis - Baixo Acustico
Edgar Bateman - Bateria
Joe Carrol - Vocal (faixa 04)

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Boa audição - Namastê

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