sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
A Lua se Foi, Meu Rouxinol Calou
Uma das mais belas vozes da história do jazz se calou na manhã do dia 15 de junho de 1996 a americana Ella Fitzgerald (Ella Jane Fitzgerald 1917-1996 ), aos 78 anos faleceu em sua casa em Beverly Hills - Califórnia a devidas complicações oriundas de diabetes. Nos últimos dias de vida a intérprete se encontrava em estado de semicoma mas sua luta contra a enfermidade tornou-se crítica em 1993 quanto a cantora amputou as duas pernas logo abaixo dos joelhos. Ella Fitzgerald deixou um legado de mais de 200 discos tendo recebido 13 prêmios Grammy ao longo de uma carreira marcada pela aproximação da técnica depurada com a emoção interpretativa. Ninguém como ela expandiu as fronteiras vocais do jazz com a técnica do scatting (utilização da voz como um instrumento musical). Começou a carreira de cantora quando tinha 16 anos e sua primeira gravação de sucesso ocorreu em 1938 com o disco "A tisket, a tasket", cuja canção homônima foi incluída na década passada no Grammy Hall of fame, dedicado aos temas musicais mais importantes da história. Em 1946 ultrapassou as fronteiras americanas com sua voz viajando para apresentações na Europa e Japão. Em 1947 gravou duas obras-primas em matéria de jazz: as canções "How high the moon" e "Lady be good", clássicas nos registros de instrumentalização vocal. Daí para a fama universal foi um pulo. Ella Fitzgerald passou a ser conhecida como a "primeira-dama da canção" uma das maiores vozes do jazz. Chegou a se apresentar no Brasil em 1960 acompanhada do pianista Paul T. Smith (1922 - San Diego, California). Oito anos depois foi convidada a participar do Festival Internacional da Canção mas rejeitou. Ella disse que não desejava ser vaiada pelo público brasileiro como ocorrera no ano anterior com o maestro Quincy Jones. “Não tenho culpa de ter nascido nos Estados Unidos, país que os brasileiros parecem não simpatizar”, declarou na época. Ella afirmava nunca ter estudado música. Dizia que “aprendia com os músicos com quem tocava”, e só citava Connie Boswell como sua influência. Fonte: Jornal do Brasil
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
A amizade com Marilyn Monroe
Em sua autobiografia Ella Fitzgerald revelou que a amiga e fã Marilyn Monroe deu um empurrãozinho em sua carreira. A pin-up prometeu ao dono do Mocambo Nightclub, Los Angeles - uma importante casa de shows nos anos 50 que se ele contratasse a cantora para uma temporada e Marilyn Monroe iria aos shows todas as noites atraindo atenção da imprensa para a casa. Acordo feito não só a casa como também Ella Fitzgerald freqüentaram por vários dias o noticiário. "Depois disso, nunca mais precisei cantar em pequenos bares", contou.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
sábado, 18 de dezembro de 2010
Fotos na Perspectiva de William P. Gottlieb - Parte I
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
sábado, 4 de dezembro de 2010
making of Channel nº 5
Eu sou uma tola por querer você
"Eu sou uma tola por querer você
Eu sou uma tola por querer você
Querer um amor que não pode ser verdadeiro
Um amor que está lá para outros também
Eu sou uma tola por te abraçar
Tola por ter abraçar
Por ter um beijo não somente meu
Por dividir um beijo que o diabo conhece
Sempre, sempre digo que vou te deixar
Sempre, sempre deixo de lado
Mas então poderá vir o tempo em que precisarei de você
E mais uma vez essas palavras que tenho que dizer
Me pegue de volta, eu te amo
Eu preciso de você
Eu sei que é errado, é supostamente errado
Mas certo ou errado, eu não consigo seguir
Sem você..."
PS: Em respostas a varios pedidos de informação a respeito da música contida no comercial "Channel nº 5" nas Tvs-cabo com a musica de Billie Holiday, informo - Álbum Lady In Satin - gravado em 19 de Fevereiro de 1958, New York.
PS: Em respostas a varios pedidos de informação a respeito da música contida no comercial "Channel nº 5" nas Tvs-cabo com a musica de Billie Holiday, informo - Álbum Lady In Satin - gravado em 19 de Fevereiro de 1958, New York.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
2010 – The Complete Legendary Sessions - Chet Baker & Bill Evans
Na noite que nos prenderam Gerry e eu fomos conduzidos de volta para casa. Entrei mas Gerry desceu com os tiras para os fundos da casa e confusamente forneceu-lhes as provas que buscavam. Até então só podiam acusá-lo por causa das marcas de picos. Fomos autuados, detidos durante uma hora e finalmente, soltos sobre fiança - exceto Gerry. Alegamos inocência no julgamento e ganhamos - exceto Gerry. Parecia que ele estava lá e de uma hora para outra havia sumido. Não nos vimos por seis meses. Ele nunca procurou contato comigo ou escreveu uma única carta lá da prisão. Embora usando heroína, Gerry não deixava de administrar bem sua música e seu pequeno conjunto era o fino. O som que fazíamos algumas noites era bom demais; um som completamente diferente, sem piano. Gravamos diversos álbuns durante a temporada do Quarteto de Mulligan no Haig: vários para a Pacific Jazz e um ou dois para a Fantasy. Olhando agora em retrospectiva parece incrível que tenhamos ficado tanto tempo juntos. Gerry ganhou o primeiro lugar no referendo da Down Beat e da Metronome, na categoria de sax baríto e eu na de trompete, quando ele se foi. Passei então a ser líder da banda, fazendo de Russ Freeman diretor musical e contratando Bob Neel para tocar bateria. Chico nos deixou para formar seu próprio conjunto, mas ficaram Larry Bunker na bateria e Carson no baixo. Gravamos alguns Lps para a Pacific Jazz: Instrumentais em quarteto. Vocais com o quarteto, vocais com Russ Freeman, Shelly Manne e cordas. Apresentamo-nos como sexteto com Shelly, Russ, Brookmeyer e Bud Shank como octeto - com os já mencionados, mas Jack Montrose e Bob Gordon. Gravei um álbum para a Columbia (arranjos de Horto Rogers e Marty Paich) com Zoot Sims, Bud Shank, Shelly, Russ e Mendragon com as cordas produzidas por Dick Bock para George Avakian. Dick Bock é um dos melhores sujeitos que encontrei nesse negócio desde que comecei a tocar há mais de trinta e cinco anos. Uma tarde, seis meses depois daqueles acontecimentos, estava descendo a Hollywood Boulevard e avistei Gerry e Arlene Brown. Não gostei do astral dela de cara. Parece que Gerry estava se divorciando de Jeffie e planejava casar-se com Arlene - o que para mim era como estar no céu em um segundo e no segundo seguinte, no inferno. Arlene era uma judia baixinha - não era atraente e dava a impressão de que ia ficar gorda logo. é claro que eu não sabia o que se passava na cabeça dela. Deve ter dado a Gerry algo de que ele precisava, mas pensando apenas em termo físicos, Jeffie era doce e bonita, enquanto Arlene era um estorvo. Conversamos ali mesmo na rua por alguns minutos e acabei dizendo que queria trabalhar novamente com Gerry - em clube, concertos, não importava onde e como - mas exigia trezentos dólares por semana. "Não é muito dinheiro nas atuais circunstâncias" - emendei. Os dois começaram a rir achando que era dinheiro demais. Despedi-me de Gerry e desejei-lhe boa sorte e me mandei. Só algum tempo depois é que o vi de novo. Ele e Arlene acabaram se casando e tendo um filho, Reed. Agora estavam divorciados e Gerry vivia com uma cantora chamada Georgia Brown. Depois daquele encontro com Gerry assinei contrato com Joe Glazer (da ABC Booking) e juntamente com Russ e Carson Smith viajei para o leste. Comprei um jaguar e assumias prestações de um cara que conheci em Inglewood e que estava com a corda no pescoço a ponto de perder o carro. Dei-lhe trezentos dólares e fiquei com a dívida. O carro era novinho com seis meses de uso, um conversível verde escuro que teria me dado muito problema com a polícia, caso ele tivesse me apanhado. Lembro-me vivamente de descer um longo trecho de pavimentação macia da Rota 66, entrando em Albuquerque. Meu conta-giros marcava 6.800 e eu estava a uns 240 Km/h. Era incrível. Eu adorava aquele conversível, embora sentisse um frio danado no inverno a, mas de 120 km/h. Os pés ficavam ok, mas da cintura pra cima nem pensar. Russ não ia comigo de jeito nenhum, qualquer que fosse a temperatura. Uma vez levei-o para dar uma volta no meio do trânsito de Los Angelis e ele acabou implorando para que parasse e o deixasse sair. Russ nunca mais entrou num carro comigo ao volante. Fonte: Chet Baker - Memórias Perdidas, Carol Baker (Jorge Zahar) PPS 70/73.
Faixas:
01. Alone Together
02. How high the moon
03. It Never Entered My Mind
04. ‘Tis Autumn
05. If You Could See Me Now
06. September Song
07. You’d Be So Nice to Come Home To
08. Time on My Hands
09. You and the Night and the Music
10. Early Morning Mood
11. Show Me
12. I Talk to the Trees
13. Thank Heaven for Little Girls
14. I Could Have Danced All Night
15. Almost Like Being in Love
Musicos:
Chet Baker (trumpet)
Pepper Adams (baritone saxophone)
Herbie Mann (flute)
Bill Evans (piano)
Kenny Burrell (guitar)
Paul Chambers (bass)
Connie Kay & Philly Joe Jones (drums).
The Complete Legendary Sessions - Gravado no Reeves Sound Studios, New York (30/12/1958 & 19/101/1959).
Faixas:
01. Alone Together
02. How high the moon
03. It Never Entered My Mind
04. ‘Tis Autumn
05. If You Could See Me Now
06. September Song
07. You’d Be So Nice to Come Home To
08. Time on My Hands
09. You and the Night and the Music
10. Early Morning Mood
11. Show Me
12. I Talk to the Trees
13. Thank Heaven for Little Girls
14. I Could Have Danced All Night
15. Almost Like Being in Love
Musicos:
Chet Baker (trumpet)
Pepper Adams (baritone saxophone)
Herbie Mann (flute)
Bill Evans (piano)
Kenny Burrell (guitar)
Paul Chambers (bass)
Connie Kay & Philly Joe Jones (drums).
The Complete Legendary Sessions - Gravado no Reeves Sound Studios, New York (30/12/1958 & 19/101/1959).
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
O Ritual e o Teatro Popular: Duas Matrizes na Pré-História do Jazz
O jazz é uma forma de expressão musical do negro norte-americano que ironicamente deve muito de sua concepção à existência da escravatura. Não havia jazz na África e muito menos seria possível o surgimento dessa música nos EUA sem a participação essencial do negro. Uma polêmica que tem acompanhado a evolução jazzística através dos tempos – talvez a mais complexa – é justamente a que tenta determinar a origem dos elementos que o formaram. Muitas análises realizadas sem o devido embasamento musicológico e principalmente fundamentadas no arcaico princípio do europocentrismo acabaram por explicar esse fenômeno através de uma divisão de influências. Algo como: “o negro trouxe os ritmos da África e o branco contribuiu com a harmonia e a melodia européia”. Esta era uma solução bastante simplista que incorria numa erronia idealização do negro. Como se este, a partir da nova condição de escravo e vivendo numa outra sociedade fosse abandonar possivelmente sua cultura, substituindo-a pela cultura do dominador. É claro que essa discussão só poderia avançar a partir de um conhecimento mais profundo da África e sua cultura, o que nas primeiras décadas deste século ainda se mostrava incipiente. Mesmo que a lente defeituosa do europocentrismo fosse paulatinamente abandonada, nada seria possível sem um estudo mais marcadamente musicológico que deslocasse essa polêmica do estágio das meras suposições e opiniões pessoais para o campo da ciência. Um trabalho que definitivamente se inscreve nesse campo é “Early Jazz: Its Roots and Musical evelopment, New York, Oxford University – 1968, p. 62”, do músico e professor Gunther Schuller. Apoiando-se nas pesquisas do musicólogo inglês A. M. Jones no continente africano que serviram de base para uma apurada análise dos elementos que formam o jazz, Schuller conclui que a cultura negra africana constitui a base dessa expressão musical. “O estudo analítico mostra que todos os elementos musicais – ritmo, harmonia, melodia, timbre e as formas básicas do jazz – são essencialmente africanos em seus antecedentes e derivação. E por que haveria de ser de outro modo? Afinal as tradições de séculos que não são meros cultos artísticos, senão parte inseparável da vida diária e não abandonada tão facilmente. Houve aculturação, porém só no sentido de que o negro permitiu que elementos europeus se integrassem às suas tradições africanas. Anteriormente à década de 20 o negro tomou só aqueles ingredientes europeus que era necessário para a sobrevivência de sua própria música. Por isso pode-se dizer que dentro do amplo marco de tradição européia o negro americano foi capaz de conservar um núcleo significativo de sua tradição africana. E é esse núcleo o que tem feito do jazz a linguagem tão singularmente cativante que é”. Essa conclusão é muito importante porque atribui à cultura africana seu papel na construção do jazz. E mais ainda, porque indica a existencia de um “núcleo significativo” da tradição africana que seria o responsável pela singularidade dessa música. Se tal “núcleo” manteve o predomínio dos elementos musicais africanos na construção e evolução do jazz, não é descabido pensar que analogamente pelos menos alguns elementos componentes das representações tribais tenham se mantido no espetáculo jazzístico. Isto é também deve haver um núcleo de elementos estruturais das cerimoniais e representações religiosas africanas. Se o negro resistiu a abandonar os principais elementos construtivos de sua música, teria ele desprezado suas formas tradicionais de atuação e representação? Isso seria bastante contraditório em vista da grande integração existente entre as artes que compunham os rituais, cerimoniais e performances tribais, como o canto, a dança, a mímica, a indumentária, os relatos de estórias e naturalmente a música em si.
Fonte: O Jazz como Espetáculo – Carlos Calado, Ed. Perspectiva “Coleção debate”, p. 65-67.
Countless Blues - Freddie Green & Eddie Durham
Fonte: O Jazz como Espetáculo – Carlos Calado, Ed. Perspectiva “Coleção debate”, p. 65-67.
Countless Blues - Freddie Green & Eddie Durham
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Momento Benny Goodman
Fletcher Henderson (piano) Nick Fatool (bateria)
e Louise Tobin (lado do piano)
fotografado por um marinheiro do USS California
Golden Gate - Exposição de 1939.